sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Mistério do Lúcifer - Prometeu










O Mistério do Lúcifer-Prometeu
  
"O diabo - se é permitido num livro de ciência empregar esta palavra desacreditada e vulgar - o diabo se dá ao mago e o feiticeiro se dá ao diabo." (Eliphas Lévi)











O poeta Hesíodo relatou, em sua Teogonia, como Prometeu roubou o fogo escondido no Olimpo para entregá-lo aos homens. Fez do limo da terra um homem e roubou uma fagulha do fogo divino a fim de dar-lhe vida. Para castigá-lo, Zeus enviou-lhe a bela Pandora, portadora de uma caixa que, ao ser aberta, espalharia todos os males sobre a Terra.

Como Prometeu resistiu aos encantos dessa mensageira, Zeus o acorrentou a um penhasco, onde uma águia (em alguns mitos, era um abutre) devorava diariamente seu fígado, o qual se reconstituía ao amanhecer. Lendas posteriores narram como Hércules matou o pássaro e libertou Prometeu. Na Grécia, havia altares consagrados ao culto a Prometeu, sobretudo em Atenas. Nas Lampadofórias (festas das lâmpadas), reverenciavam-se ao mesmo tempo Prometeu, que roubara o fogo do céu, Hefesto, deus do fogo, e Atena, que tinha ensinado o homem a fazer o azeite de oliva (ou seja, os elementos necessários para a prática da Alquimia. Entenda quem tiver entendimento).

Prometeu Acorrentado é a única parte sobrevivente de uma Trilogia que teria, na ordem de apresentação, Prometeu Acorrentado, Prometeu Libertado e Prometeu Portador do Fogo. O nome do drama satírico não é conhecido.





O mito de Prometeu, inseparável da questão da origem do "fogo", situa-se entre os mais antigos e universais, pois encontramos seus equivalentes nas mitologias indiana, germânica, céltica, eslava. O fogo significava a matéria-prima alquímica que originava e fortalecia a inteligência e a sabedoria, fazendo com que os Homens se diferenciassem dos animais (intelectuais). 

A tragédia teatral Prometeu Acorrentado, de Ésquilo, foi a primeira a apresentá-lo como um rebelde contra a injustiça e a onipotência das forças da natureza, imagem particularmente apreciada pelos poetas românticos, que viram nele a encarnação da liberdade humana, que leva o homem a enfrentar com orgulho seu destino. Prometeu significa etimologicamente "o que é previdente", o que pensa primeiro e depois age, ao contrário de seu irmão, Epimeteu, aquele que primeira faz e depois reflete.

O mito, além de sua repercussão literária e artística, tem também ressonância profunda entre os pensadores místicos. Simbolizaria o Herói que, para beneficiar a humanidade, sacrifica-se e enfrenta o suplício inexorável; a grande luta das conquistas iniciáticas e da propagação de seus benefícios à custa de dor e sofrimento.
O verdadeiro Lúcifer Prometéico da Doutrina Arcaica é, por antítese, edificante e essencialmente dignificante, justamente o contrário do que supõem teólogos como Des Mousseaux e o Marquês de Mirville. É, pois, a alegoria da retidão, o símbolo extraordinário e maravilhoso do mais alto sacrifício (Christus-Lúcifer dos Gnósticos) e o Deus de Sabedoria sob diversos nomes.

XOLOTL-LÚCIFER-PROMETEU É UNO COM O LOGOS
Ministro do Demiurgo Criador e Senhor resplandecente das sete mansões do Hades, Sabbath e do mundo manifestado, a quem estão encomendadas a Espada e a Balança da Justiça Cósmica, a lei do peso, da medida e do número; o Horus, o Brahma, Ahura-Mazda, etc, sempre inefável.

LÚCIFER-XOLOTL, o duplo de Quetzalcoatl, é o Guardião da Porta e das chaves do Lumisial, para que nele não penetrem senão os ungidos que possuem o segredo de Hermes.
Aqueles que amaldiçoam imprudentemente o LÚCIFER náuatle sublevam-se contra o REFLEXO CÓSMICO DO LOGOS, anatemizam o DEUS vivo manifestado na matéria e abjuram a sempre incompreensível sabedoria, que se revela por igual nos contrários de luz e trevas.



A glória de Satã é a sombra de Adonai e o Trono de Satã é o escabelo do Senhor. Semelhança, parecença, similitude: sol e sombra, dia e noite, lei dos contrários.

Dois são os exércitos do Logos ou Demiurgo Arquiteto do Universo: nos âmbitos sublimes, as aguerridas hostes de MIGUEL e, no abismo do mundo manifestado, as legiões de Satã.
Os dois são, evidentemente, o imanifestado e o manifestado, o virginal e o caído na geração animal.
Mas, sem dúvida alguma, somente sobre Satã recai a vergonha da geração, jamais sobre o Logos; aquele perdeu seu elevado estado virginal de Kummara quando comeu o fruto proibido. Com a Ressurreição Esotérica, o Lúcifer náuatle reconquista o estado virginal de Kummara.

A Pedra angular da Grande Obra é o Lúcifer náuatle. Sobre esta Pedra Mestra, situada pelos sábios no fundo mesmo de nosso sistema sexual, o Grande Rabi Jesus edificou sua Igreja.

MEFISTÓFELES NA BÍBLIA GOETHIANA
Inúmeros místicos iluminados, como Samael Aun Weor, vêem na obra de Goethe a mão inconfundível de um Iniciado esclarecido, e percebem plenamente o grande significado cósmico nela contido. Devemos entender que a história de Fausto é um mito tão antigo quanto a humanidade. Goethe apresentou-a envolta numa verdadeira luz mística, iluminando um dos maiores problemas da Filosofia, o Mito do Salvatur Salvandus "travestido" como O Tentador, o Insuflador da Rebeldia Interior contra o Adormecimento e a ingenuidade irresponsável da Essência humana. Esse Tentador é representado pelo Diabo, chamado nessa obra de Mefistófeles.
Na monumental e absolutamente prospectiva obra de Goethe, Mefistófeles diz a Fausto: "Com essa dose no corpo, logo vês Helena de Tróia em qualquer mulher". Fausto, I, 2603-4. Nesse momento, Fausto estava paralisado pela fascinação da imagem de Helena refletida em um espelho. 













Em uma de suas cartas a C.G. Jung , Freud cita Mefistófeles, dizendo: "Sinto-me como aquele que vê Helena em toda mulher !" Helena de Tróia, para Goethe, o Iniciado alemão, seria a representação arquetípica de nossa Alma Gêmea, nossa Amada Imortal como a chamava Beethoven. 

Mas, afinal, quem seria Mefistófeles?
A história de Fausto é bem conhecida: O Dr. Fausto é um velho cientista que sacrificou toda a sua vida em nome da ciência e da pureza de sua alma. Mefistófeles aposta com Deus que consegue atraí-lo para o seu lado. Deus permite que a experiência seja feita. Mefistófeles conhece bem sua presa: Fausto está cansado e alquebrado, insatisfeito com as coisas que realizou e sente que, na verdade, perdeu tempo, sacrificando sua mocidade, sua saúde e sua riqueza. Provavelmente morrerá pobre e desconhecido sem nunca ter amado. Na prática, não é muito difícil aceitar um pacto proposto por Mefistófeles: este lhe dará a juventude perdida, dinheiro e o amor de uma mulher. Em troca, Fausto lhe dará sua alma. Com o pacto selado, Fausto conhece e se apaixona por Margarida, cuja alma também estará em perigo.

Fausto é a obra da vida inteira de Goethe. Começou a ser escrita em 1774, a primeira parte foi publicada em 1808; a segunda somente foi concluída em 1832, pouco antes da morte do autor. Resumo de uma época e prova da genialidade de Goethe, Fausto faz parte do patrimônio cultural da humanidade.
Enquanto o Livro de Jó designa Satã como sendo um dos Filhos de Deus, o mito de Fausto fala de Lúcifer como estando presente também na convocação que ocorre no capítulo inicial da história. Dele vem a nota salvadora de dissonância que forma um contraste na harmonia celestial e, como a luz mais brilhante provoca a sombra mais densa, a voz de Lúcifer realça a beleza do canto celestial.

O "TENTADOR", DO LIVRO DE JÓ
"Entre pensamentos e visões noturnas, quando cai sobre os homens o sono profundo, sobrevieram-me o espanto e o temor, e todos os meus ossos estremeceram. Um espírito passou por diante de mim, e fez-me arrepiar os cabelos do corpo. Parou ele, mas não consegui discernir sua aparência. Um vulto estava diante dos meus olhos, e ouvi uma voz abafada: Pode o homem mortal ser mais justo do que Deus? Pode o homem ser mais puro do que seu criador? (Jó 33:12-18)

O Livro de Jó tem sido chamado de "poema dramático de uma história épica". Os capítulos 1 e 2 são um prólogo que descreve o cenário da história. Satanás, o Tentador, apresenta-se ao Senhor, junto com os filhos de Deus, e desafia a piedade de Jó, dizendo: "Porventura, teme Jó a Deus debalde?" Vai mais longe e sugere que se Jó perdesse tudo o que possuía, amaldiçoaria a Deus. Deus dá permissão a Satanás para provar a fé que tinha Jó, privando-o de sua riqueza, de sua família e, finalmente, de sua saúde. Mesmo assim, "em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios". O que se questiona é sobre o verdadeiro significado dessa visita do Diabo a Deus. Se esse Diabo do Livro de Jó fosse o nimigo por excelência, por que Deus o receberia juntamente com os outros Anjos do Céu? Portanto, concluímos que o Tentador é um "símbolo" referente ao Diabo Tentador, reflexo da Divindade.

Leiamos mais sobre o "mito" do Profeta Jó. Esse profeta, então, é visitado por três amigos – Elifaz, Bildad e Zofar –, os quais, à luz do gnosticismo, são a representação dos 3 Traidores Psicológicos que vemos em todos os "mitos iniciáticos", que ficam impressionados pela deplorável condição de Jó, e permanecem sentados com Jó durante sete dias sem dizer uma só palavra.

A maior parte do livro é composta por três diálogos entre Jó e Zofar, seguidos pelo desafio de Eliú a Jó. Os quatro homens tentam responder à pergunta: Por que sofre Jó? Elifaz, argumentando a partir da sua experiência, declara que Jó sofre porque pecou. Argumenta que aqueles que pecam são punidos. Como Jó está sofrendo, obviamente pecou. Bildad, sustentando sua autoridade na tradição, sugere que Jó é um hipócrita. Também ele faz a inferência de que se os problemas vieram, então Jó deve ter pecado. "Se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti." Zofar condena Jó por verbosidade, presunção e pecaminosidade, concluindo que Jó está recebendo menos do que merece: "Pelo que sabe Deus exige de ti menos do que merece a tua iniqüidade".

Os três homens chegam basicamente à mesma conclusão: o sofrimento é conseqüência direta do pecado, e a iniqüidade é sempre punida. Argumentam que é possível avaliar o favor ou desfavor de Deus a alguém pela prosperidade ou adversidade material. Assumem erroneamente que o povo pode compreender os caminhos de Deus sem levar em conta o fato de que as bênçãos e a retribuição divina podem ir além da vida presente.
Na sua resposta aos seu amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a experiência prova que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos de prosperidade. Lamenta o seu estado deplorável e as sua tremendas perdas, expressando a sua tristeza em relação a eles por acusarem-no em lugar de trazer-lhe consolo. Depois que os três amigos terminam, um jovem, chamado Eliú, confronta-se com Jó, que prefere não responder suas acusações. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: Deus é maior do que qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade de exigir uma explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas coisas que Deus faz.

Ao mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A sua ênfase está na atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará Deus a intervir. Essa é a essência da sua mensagem: em vez de aprender com o seu sofrimento, Jó demonstra a mesma atitude dos ímpios para com Deus, e esta é a razão pela qual ainda está sofrendo aflição. O apelo de Eliú a Jó é: 1. ter fé verdadeira em Deus, em vez de ficar pedindo explicação; 2. mudar a sua atitude para uma atitude de humildade.

Não se deve concluir que todas as objeções dos amigos de Jó representem tudo o que se pensava de Deus durante aquela época. Na medida em que a revelação da natureza de Deus foi se fazendo conhecida através da história e das Escrituras, descobrimos que algumas dessas opiniões eram incompletas. Evidentemente, isso não faz com que o texto seja menos inspirado, antes nos dá um relato inspirado pelo ES dos incidentes como realmente aconteceram.

Quando os quatro concluíram, Deus respondeu a Jó de dentro de um redemoinho. A resposta de deus não é uma explicação dos sofrimentos de Jó, mas, através de uma série de perguntas, Deus procura tornar Jó mais humilde.

O BAFOMETO DOS TEMPLÁRIOS
Uma das imagens de mais forte presença no universo ocultista de nossa época, por vezes erroneamente interpretada como uma rebuscada representação do diabo católico, recebe o nome de Baphomet. Todavia, apesar de muito ter sido especulado sobre o lendário ídolo dos Templários, pouca informação confiável existe a respeito desta enigmática figura. Daí vêm as inevitáveis questões: o que de fato esta imagem significa e qual a sua origem? Além disso, o que ela hoje representa dentro das Ciências Arcanas? Há algum culto atualmente celebrado cujos fundamentos estejam calcados neste Mistério?

Em 1307 uma série de acusações daria início a cruel perseguição imposta pelo Papa Clemente V (Arcebispo de Bordéus, Beltrão de Got) e pelo Rei de França Felipe IV, mais conhecido como Felipe o Belo, contra a Ordem dos Cavaleiros do Templo, também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, ou, simplesmente, Templários. O processo inquisitorial movido contra os Templários foi encerrado em 12 de setembro de 1314, quando da execução do Grão-Mestre da Ordem do Templo, Jacques de Molay, juntamente com outros dois Cavaleiros, todos queimados pelas chamas da Inquisição.
No longo rol de acusações estavam: a negação de Cristo, recusa de sacramentos, quebra de sigilo dos Capítulos e enriquecimento, apostasia, além de práticas obscenas e sodomia. O conjunto das acusações montaria um quadro claro do que foi denominado de desvirtuação dos princípios do cristianismo, os quais teriam sido substituídos por uma heterodoxia doutrinária de procedência oriental, sobremodo islâmica.

No entanto, dentre as inúmeras acusações movidas contra os Templários, uma ganharia especial notoriedade, pois indicava adoração a um tipo de ídolo, algo diabólico, entendido como um símbolo místico utilizado pelos acusados em seus supostos nefastos rituais. Na época das acusações, costumava-se dizer que em cerimônias secretas, os Templários veneravam um desconhecido demônio, que aparecia sob a forma de um gato, um crânio ou uma cabeça com três rostos. Na acusação, embora seja feita menção a adoração de uma "cabeça", um "crânio", ou de um "ídolo com três faces", nada é mencionado, especificamente, sobre a denominação Baphomet.

De onde, então, teria surgido o termo? Não se sabe com precisão onde surgiu o termo Baphomet. Uma das possíveis origens, entretanto, é atribuída a pesquisa do arqueólogo austríaco Barão Joseph Von Hammer-Pürgstall, um não simpatizante do ideal Templário, que em 1816 escrevera um tratado sobre os alegados mistérios dos Templários e de Baphomet, sugerindo que a expressão proviria da união de dois vocábulos gregos, "Baphe" e "Metis", significando "Batismo de Sabedoria". A partir desta conjectura, Von Hammer especula a respeito da possibilidade da existência de Rituais de Iniciação, onde haveria a admissão, seja aos mistérios seja aos segredos cultuados pela Ordem do Templo.








Segundo Von Hammer, de acordo com suas descobertas, os ídolos Templários se tratavam de degenerações de ídolos gnósticos valentinianos, sendo que, de todos eles, o mais imponente formava uma estranha figura de um homem velho e barbudo, de solene aspecto faraônico. Um traço bem marcante de todas as figuras era a forte presença de caracteres de hermafroditismo ou androginia, traços que, ainda de acordo com a descrição de Von Hammer, endossariam cabalmente as acusações de perversão movidas pelo clero contra os Templários. Desta descrição aparece outra referência que muito diz sobre o mistério que cerca o nome Baphomet: ela aponta para a imagem de um "homem velho", o qual seria adorado pelos Templários. Este "homem velho" possuía as mesmas características de Priapus, aquele criado "antes que tudo existisse". Contudo, a mesma imagem, por vezes aparecendo com armas cruzadas sobre o peito, sugere proximidade com o Deus egípcio Osíris, havendo até quem afirme ser Osíris o verdadeiro Baphomet dos Templários.
Seguindo a mesma lógica e pensamento de que o vocábulo Baphomet teria vindo da Grécia Antiga, também existe a hipótese de que sua procedência esteja na conjunção das palavras "Baphe" e "Metros", algo como "Batismo da Mãe". Por sua vez, a partir deste raciocínio, surge uma outra proposição poucas vezes mencionada nos estudos sobre Baphomet, a qual aponta ser "Baphe" e "Metros" uma corruptela de Behemot, um fantástico ser bíblico de origens hebréias. Esta teoria é importante, visto Behemot ser citado (e por vezes traduzido) como uma grande fêmea de Hipopótamo que habitava as águas do rio Nilo, sendo uma das representações da "Grande Mãe", esposa do Deus Seth.

Na concepção egípcia dos Deuses, a fêmea do Hipopótamo faz uma espécie de contra-parte do Crocodilo (Typhon), da mesma forma pela qual existem os bíblicos Behemot e Leviathan.

De acordo com o pesquisador Raspe, outra definição que ganha importância, principalmente na abordagem dos cultos que atualmente são rendidos a Baphomet, mostra o suposto ídolo dos Templários como uma fórmula oriunda das doutrinas Gnósticas de Basilides. Neste sentido as palavras anteriormente apresentadas, que originaram o termo Baphomet, seriam "Baphe" e "Metios". Assim, teríamos a expressão "Tintura de Sabedoria", ou o já apresentado "Batismo de Sabedoria", como o significado de Baphomet.

Considerando que a palavra Baphomet possua raízes árabes, especula-se também que ela seja a corruptela de Abufihamat (ou ainda Bufihimat, como pronunciado na Espanha), expressão moura para "Pai do Entendimento" ou "Cabeça do Conhecimento". Se nos lembrarmos das acusações movidas contra os Templários, de que eles adoravam uma "Cabeça", veremos nesta hipótese algo plausível de ser aceito. Apesar de todas as alusões até aqui feitas, a figura de Baphomet que se tornou mais famosa, servindo de principal referência para os ocultistas atuais, é mesmo aquela cunhada no século 19 pelo Abade Alfonse Louis Constant, mais conhecido pelo nome Eliphas Levi Zahed, ou simplesmente Eliphas Levi.

De acordo com a descrição do Abade, publicada pela primeira vez em 1854, a imagem de Baphomet, o Bode de Mendes ou ainda o Bode do Sabbath, é feita do seguinte modo: "Figura panteística e mágica do absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados corporais. As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu.

O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana, que colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina.
Este panteus deve ter por assento um cubo, e para estrado quer uma bola só, quer uma bola e um escabelo triangular." Devido à eficiência de sua ideação, Levi propositalmente faz com que se acredite que exatamente essa forma de Baphomet era a presente na celebração dos Antigos Mistérios.

A figura emblemática do Bode de Mendes, de Eliphas Levi, como vemos no início deste texto do site GnosisOnline, foi uma das primeiras, senão a primeira, que associou o bode ao ídolo Templário. É muito provável, dada a condição de sacerdote católico do Abade Alfonse Louis Constant, que a imagem Bíblica do sacrifício do Bode Expiatório tenha lhe servido de inspiração. O bode no Egito, entretanto, não possuía um significado religioso grande, exceto por este culto sacrificial, promovido na cidade de Mendes. Daí a denominação escolhida por Levi, o Bode de Mendes.

Porém, é significativo mencionar que o bode, do mesmo modo como atribuído ao carneiro, sempre foi símbolo de fertilidade, de libido e força vital. Contudo, enquanto o carneiro assume características solares, o bode se relaciona às lunares. Em outras palavras, é costume relacionar carneiros, ou cordeiros, como símbolos de aspectos considerados "positivos" das divindades, enquanto que aos bodes estariam reservados os "negativos".
Assim, se naquele convencionou-se associar uma imagem de pureza, vida e santidade, neste são associados luxúria, sacrifício e perversão. Em ambos os casos, contudo, é importante salientar que tanto o carneiro quanto o bode são claros símbolos de divindades solares, sendo que no primeiro tem-se a exaltação da Divindade, enquanto no segundo a expiação e morte do Deus.
As inscrições SOLVE ET COAGULA da imagem de Eliphas Levi são outro claro exemplo do enfoque dualista de seu Baphomet. Originalmente presentes nos antebraços do Hermafrodita de Khunrath, esses dois preceitos misteriosos mostram que o Andrógino domina completamente o mundo elementar, agindo sobre a natureza, de modo inteiramente onipotente. As inscrições são dois pólos que marcam o ciclo solar de Vida, composta de Geração, Nascimento e Morte, para depois haver uma nova Geração que dará continuidade ao interminável ciclo da Vida.
A essa propriedade de transformação, ou melhor, ao elemento que permite esta transformação, os Mestres deram o nome de Mercúrio Filosofal, ou Água dos Sábios, a mesma Tintura de Sabedoria, da qual falava o gnóstico Basilides ainda no século II. A imagem do Baphomet de Eliphas Levi, enfim, é a representação emblemática deste Mercúrio Filosofal ou do Andrógino Primordial. Também de Eliphas Levi vem outra curiosa explanação sobre a origem do nome Baphomet, que se tornou voga nos dias de hoje. Segundo o erudito Abade, esta palavra era a forma cifrada de se dizer Tem Ohpab, uma espécie de acróstico inverso de Baphomet, que formaria a sentença iniciática Templi Omnium Hominum Pacis Abbas.

Pergunta a Samael Aun Weor: Por que muitos estudantes gnósticos temem a CARTA 15 do TARÔ? Por que ali o DIABO, o TIPHÓN BAFOMETO, está representado com seios, como se fosse também ANDRÓGINO?
SAW: Bem, falemos um pouco sobre a CARTA 15 do TARÔ. Sinto prazer em falar de dita lâmina... Não sei por que as gentes julgam tão mal a Tiphón Bafometo. Sem embargo, os gnósticos jamais ignoram aquela frase que diz: "Eu creio no Mistério do Bafometo e do Abraxas".
A Carta 15 do Tarô (o Diabo) é profundamente significativa. Recordemos que se acha depois das Cartas 13 e 14. Inquestionavelmente, a 13 corresponde à morte do "mim mesmo", do "si mesmo", do ego. Indubitavelmente, a Carta 14 nos fala dessa Temperança, dessa CASTIDADE, dessa Perfeição que resulta da morte do ego. Depois vem a 15, que corresponde inevitavelmente ao ANDRÓGINO PRIMIGÊNIO, ao Mistério do Bafometo e do Abraxas, ao DIABO (palavra, esta última, que algo horroriza às gentes piedosas, porém que constitui algo extraordinário para o Sábio).

Na Catedral de Notre Dame de Paris aparece um CORVO. Ele mira, fixamente, até o rincão do Templo, para esse lugar onde se encontra a Pedrazinha Angular, a PEDRA MESTRA, a Pedra da Verdade. Tal pedra tem uma forma, sim, terrível, com cornos que horrorizam: O DIABO (pavor de muitos pseudo-esoteristas e pseudo-ocultistas)... Os Alquimistas medievais dizem: "Queima teus livros e branqueia o Latão"...

Por que o Corvo Negro mira em direção ao Diabo? Porque devemos morrer em si mesmos, porque é necessário que desintegremos os "elementos inumanos" que levamos dentro. É urgente que os reduzamos a cinzas, a poeira cósmica. Assim será como podremos "branquear o latão", esse Latão ou Cobre, representado na Estrela da Manhã. Já sabemos todos, com inteira claridade, que em um dia não muito distante, aquele Luzeiro Vespertino se chamava também Lúcifer, o "Fazedor de Luz".

O MITO EGÍPCIO DE SETH
A Lenda de Osíris é um dos mais antigos e importantes mitos no Egito e na religião egípcia. O mito define a posição de Osíris como Senhor dos Mortos e do Submundo e o direito de Hórus (e de todos os faraós) ao trono. Também exibe os poderes e deveres de outros deuses e o seu grande adversário, Seth. Com a generosa idade desta lenda e escassez de versões completas, é mostrada aqui uma versão criada por David C. Scott, a partir de passagens de vários documentos e fontes.

Nos tempos distantes, na Era Dourada quando os Deuses andavam sobre a terra com os humanos; naqueles antigos dias, Osíris, o bisneto de Rá, sentava-se no Trono dos Deuses, reinando sobre o mundo assim como Rá o fez sobre os Deuses. Ele foi o primeiro Faraó, e Ísis, a primeira Rainha. Eles reinaram por muitos Eóns juntos, pois o mundo ainda era jovem e a Velha Morte não era tão severa quanto é hoje.

Seus métodos eram justos e perfeitos, e garantiram que Maat permanecesse em equilíbrio, fazendo com que a Lei fosse mantida.

E assim, Maat sorriu para o mundo. Todas as pessoas louvaram Osíris e Ísis, e a paz reinou sobre todos, pois esta foi a Era Dourada. Mas, ainda assim, havia um problema. O orgulhoso Seth, o nobre e Soberbo Seth, irmão de Osíris. Ele, que defendeu a Carruagem do Sol das garras de Apep (ou Apopi), o Destruidor, pôs a desordem em seu coração. Ele cobiçava o Trono de Osíris. Ele cobiçava Ísis. Ele cobiçava o poder sobre o mundo e desejava tirá-lo de seu irmão. Em sua mente sombria, ele formulou um plano para assassinar Osíris e dele tirar tudo. Ele construiu uma caixa e inscreveu em sua superfície um maléfico encanto que iria acorrentar e aprisionar qualquer um que entrasse.

Seth levou a caixa para o grande banquete dos Deuses. Esperou até que Osíris ficasse embriagado, desafiando-o para um teste de força. Cada um deles iria entrar na caixa e tentar, através da força, sair de dentro. Osíris, confiante em seu poder, porém frágil em sua mente por causa da bebida, entrou na caixa. Seth rapidamente despejou chumbo derretido na caixa. Osíris tentou escapar, mas a magia perversa o segurou indefeso, levando-o à morte. Seth ergueu a caixa e lançou-a no rio Nilo. A caixa desapareceu levada pelas águas.
Seth reivindicou o Trono de Osíris para si e demandou que Ísis se tornasse sua Rainha. Nenhum dos outros deuses se atreveu a impedir Seth, pois ele havia matado Osíris e poderia facilmente fazer o mesmo a eles. O grande Rá deu suas costas e lamentou. Ele não se opôs a Seth.

Essa foi a Era de Trevas. Seth era tudo que seu irmão não era. Cruel e desalmado, não se importando com o equilíbrio de Maat ou com os humanos, filhos dos Deuses. A guerra dividiu o Egito, e tudo estava sem lei enquanto Seth governava. Em vão os egípcios choravam para Rá, pois seu coração estava endurecido pela mágoa que não o deixava escutar os apelos.

Somente Ísis, a abençoada Mãe Divina Ísis, lembrou-se dos humanos. Somente ela não temia Seth. Ela procurou por todo o Nilo pela caixa contendo seu amando marido. Finalmente ela a achou, presa em um ramo de tamareira que havia se tornado uma grande árvore, pois o poder de Osíris ainda estava ativo, mesmo que ele estivesse morto. Ela abriu a caixa e limpou o corpo sem vida de Osíris. Ela carregou a caixa de volta para o Egito e a colocou na casa dos Deuses. Ísis transformou-se em um pássaro e voou sobre o corpo de Osíris, cantando uma canção de lamento. Ela rezou por ele e lançou um encanto. O espírito de Osíris atendeu suas preces e tomou o corpo de Ísis. Da comunhão espiritual que aconteceu, Ísis concebeu um filho cujo destino seria vingar o seu pai. Ela batizou a criança de Hórus, o que tudo vê, e a escondeu numa remota ilha, longe dos olhos de seu tio Seth.

Ela, então, foi ao encontro a Thoth, o sábio Thoth, que conhece todos os segredos, e implorou por sua ajuda. Ela pediu por uma magia que pudesse trazer Osíris de volta à vida. Thoth, Senhor do conhecimento, procurou através de sua magia. Ele sabia que o espírito de Osíris havia deixado seu corpo e estava perdido. Para restaurar Osíris, Thoth deveria recriá-lo, assim seu espírito iria reconhecer e tomar novamente o seu corpo. Thoth e Ísis juntos criaram o Ritual da Vida, o qual iria permitir que os humanos vivessem para sempre após a morte. Mas antes que Thoth pudesse pôr em ação sua magia, o cruel Seth descobriu seus planos. Ele roubou o corpo de Osíris e o esquartejou, espalhando seus pedaços pelo Egito. Ele estava certo de que Osíris jamais renasceria.

Ainda assim, Ísis não caiu em desespero. Ela implorou pela ajuda de sua irmã Néftis, para guiá-la e ajudá-la a encontrar os pedaços de Osíris. Por muito tempo elas procuraram, trazendo cada pedaço para Thoth para que ele pudesse realizar sua mágica. Quando todos os pedaços estavam reunidos, Thoth procurou Anúbis, Senhor dos Mortos. Anúbis costurou os pedaços, lavou as entranhas de Osíris, embalsamou-o em linho e realizou o Ritual da Vida. Quando a boca de Osíris abriu-se, seu espírito entrou em seu corpo e ele ganhou vida novamente.

Mas, nada que foi morto uma vez, nem mesmo um Deus, poderia viver novamente na terra dos vivos. Osíris foi para Duat, o Mundo Subterrâneo. Anúbis cedeu o trono a Osíris e ele se tornou o Senhor dos Mortos. Ali, ele aplicava o julgamento das almas dos mortos. Condenava os justos à Terra Abençoada do além-vida, mas os pecaminosos eram condenados a ser devorados pelo demônio Ammut (os Mundos Infernos).
Quando Seth descobriu que Osíris estava vivo novamente, ficou enfurecido. Mas sua ira amenizou-se, pois sabia que Osíris não poderia jamais retornar à terra dos vivos. Sem Osíris, Seth acreditava que iria sentar no Trono dos Deuses por toda a eternidade. Mas, em sua ilha, Hórus atingiu a força da maturidade. Seth enviou muitas serpentes e demônios (os diversos agregados psicológicos) para matar Hórus, mas este derrotou a todos. Quando estava pronto, sua mãe Ísis deu a ele grande magia para usar contra Seth, e Thoth deu a ele um punhal mágica.

Hórus procurou Seth e o desafiou pelo trono. Seth e Hórus lutaram por muitos dias, mas, no final, Hórus derrotou Seth e o castrou. Mas Hórus, piedoso, não tirou a vida de Seth, pois se derramasse o sangue de seu tio não o faria melhor do que ele. Seth manteve seu título no trono, e Hórus pronunciou-se como filho de Osíris. Os deuses iniciaram uma luta entre eles, os que apoiavam Hórus e aqueles que apoiavam Seth. Banebdjetet saltou no meio do conflito e demandou que os Deuses terminassem com a luta pacificamente ou então Maat entraria em desequilíbrio. Ele ordenou que os Deuses buscassem o conselho de Neith. Esta, íntima da guerra mas sábia em conselho, pronunciou que Hórus era o herdeiro por direito do Trono dos Deuses. Hórus lançou Seth para as Trevas, onde ele vive até hoje.

E assim, Hórus cuida dos humanos enquanto vive, guia os passos do Faraó enquanto vive, e seu pai Osíris cuida dos humanos no além-vida. E assim, os Deuses estão em paz. E assim Seth, o Condenado, eternamente tenta sua vingança, lutando contra Hórus conseqüentemente. Quando Hórus vence, Maat está segura e o mundo permanece em paz. Quando Seth vence, o mundo entra em redemoinho. Mas os humanos sabem que tempos obscuros não duram para sempre, e que os raios brilhantes de Hórus irão novamente resplandecer sobre eles. No Final dos Tempos, Hórus e Seth irão lutar uma última vez pelo mundo. Hórus irá derrotar Seth para sempre e Osíris poderá retornar a este mundo. Neste dia, conhecidos pelos Hierofantes egípcios como o Dia do Despertar, todas as tumbas serão abertas e os justos que morreram ganharão a vida novamente, e toda tristeza e sofrimento irão terminar para todo o sempre.


Poema Sobre O Arcano 15 (A Paixão)

A temível hora sexta congela
meus frágeis ossos de pavor
Em mim mesmo encontro a fera
que devo embater com todo ardor

No espelho a imagem reflete
inocente, o monstro que sou
Naveguei muito para o leste,
mas minha mente me guiou

Ah, na grande treva do palco
de ensaio infinito onde sou ator
meu latão brilha bem fraco, limpá-lo
irei do lodo e do negror
Do caminho de duas estradas
agora dolorida me voltou a noção

Nos dois fogos vejo a palha
em um queimar-se, em outro não
Vermelhas rosas vejo a resplandecer
no infinito, nas covas da colina distante
Nas serras sombrias onde não havia viver
jardim mavioso nasce de instante em instante

Baphometo dos mistérios velados,
dos templários que de ti se embeberam
Me entregue as flores douradas dos prados
passo a passo, pelas dores que as antecederam

O colossal deus dos vales sombrios
assim se ergue em sutil majestade
semeando espinhos pelos caminhos
para criar fortes pés e de aço a vontade
Tanto tempo errei nas aulas da vida!
Em frágeis laços caía, em buracos vários
descia a procurar estrelas, sucumbia
ante o doce sabor do pecado

Quem vem pela estrada afora da montanha
solitária, onde em correntes Prometeu mora?
É Hércules, herói legendário por suas façanhas
que vem em fortes passos para a ti liberar agora

 Fonte:

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mozart Piano Concerto 5 (Malcolm Frager, piano) movement 3

Empolgante, uma verdadeira injeção de Doçuras , da mais deliciosa Alegria!

Mozart Piano Concerto 5 (Malcolm Frager, piano) movement 2

DEUS - ESSÊNCIA ABSOLUTA

DEUS

Eu Sou a Essência Absoluta, Sou Arquinatural,
Onisciente e Onipresente, Sou a Mente Universal,
Sou a Causa Originária, Sou o Pai Onipotente,
Sou Distinto e Sou o Todo, Eu Sou Ambivalente.

Estou Fora e Dentro, Estou em Cima e em Baixo,
Eu Sou o Todo e a Parte, Eu é que a tudo enfaixo,
Sendo a Divina Essência, Me Revelo também Criação,
E Respiro na Minha Obra, sendo o Todo e a Fração.

Estou em vossas profundezas, sempre a vos Manter,
Pois Sou a vossa Existência, a vossa Razão de Ser,
E Falo no vosso íntimo, e também no vosso exterior,
Estou no cérebro e no coração, porque Sou o Senhor.

Vinde pois a Meu Templo, retornai portanto a Mim,
Estou em vós e no Infinito, Sou Princípio e Sou Fim,
De Minha Mente sois filhos, vós sereis sempre deuses,
E, marchando para a Verdade, ruireis as vossas cruzes.

Não vos entregueis a mistérios, enigmas e rituais,
Eu quero Verdade e Virtude, nada de “ismos” que tais,
Que de Mim partem as Leis, e, quando nelas crescerdes,
Em Meus Fatos crescereis, para Minhas Glórias terdes.

Eu não Venho e não Vou, Eu Sou o Eterno e o Presente,
Sempre Fui e Serei, em vós, a Essência Divina Patente,
A vossa presença é em Mim, e Quero‑a plena e crescida,
Acima de simulacros, glorificando em Mim a Eterna Vida.

Abandonando os atrasados e mórbidos encaminhamentos,
Que lembram tempos idólatras e paganismos poeirentos,
Buscai a Mim no Templo Interior, em Virtude e Verdade,
E unidos a Mim tereis, em Mim, a Glória e a Liberdade.

Sempre Fui, Sou e Serei em vós a Fonte de Clemência,
Aguardando a vossa Santidade, na Integral Consciência,
Pois não quero formas e babugens, mas filhos conscientes,
Filhos colaboradores Meus, pela União de Nossas Mentes.


 
 Se você conhece o autor deste texto
,por favor avise-me

 "Simplicidade é a derradeira sofisticação. "
- Leonardo da Vinci

O RELÓGIO DOS HOMENS


No nosso dia a dia, a maneira como contamos o tempo é baseada na periodicidade que constatamos nos movimentos da Terra: –O período da sua rotação fixa a duração do nosso dia, o período de translação fixa a duração do nosso ano. Conhecemos não só o movimento da Terra, como também os ciclos lunares, os quais foram usados para contar o tempo (a duração do mês está relacionada com o período do movimento da Lua em torno da Terra, 29.5 dias, e a da semana com os quartos lunares).
Stonehenge.
Stonehenge, construído há 4000 mil anos, é um monumento à previsibilidade. Constatando os ciclos lunares e a posição do Sol ao longo da eclíptica, os antigos construíram este monumento relógio que marca por exemplo os solstícios e equinócios. No solstício de Verão, o Sol nasce na sua posição mais a norte; no solstício de Inverno, o Sol nasce na sua posição mais a sul. 
De uma maneira geral, a regularidade do movimento dos astros foi evidente desde a antiguidade, quando ainda se pensava que a Terra estava parada e o Sol e os outros astros se deslocavam no céu. Além dos conhecidos ciclos do Sol e da Lua, cedo foram identificados outros corpos no sistema solar que, segundo as observações copiosamente anotadas, pareciam exibir um movimento periódico através da esfera celeste: Os planetas. Há registos destas observações na civilização babilónica, chinesa, egípcia e mais tarde na Grécia e em Roma. Olhar o céu transmite ainda hoje uma tal sensação de vastidão e de distância que a constatação de que bem 'lá em cima', uns pequenos astros errantes descrevem um movimento que se repete regularmente terá tido sempre um enorme impacto. Esta ordem celeste, manifestação de uma harmonia universal e intemporal,  marcou a cultura antiga e todo o pensamento humano de uma forma profunda. 

Na Grécia antiga apareceram as primeiras tentativas para, fazendo uso da grande quantidade de observações registadas ao longo dos anos, criar um modelo geométrico que permitisse não só descrever o real movimento dos planetas de uma forma mais precisa, como também dar capacidade de previsão sobre a sua posição futura. Este esforço culmina com o modelo de Ptolomeu, que é em muitos sentidos a primeira teoria científica.

Cláudio Ptolomeu (87-151).
Cláudio Ptolomeu (87-151) e representação esquemática do modelo ptolomaico. 
A cosmologia de Kepler.
Na sua procura de ordem, Kepler imaginou uma relação entre as órbitas dos seis planetas conhecidos e a geometria dos cinco sólidos platónicos.
O modelo ptolomaico, que data do séc. II D.C., é o primeiro modelo da antiguidade capaz de prever o movimento dos planetas conhecidos e a teoria que dominou a Astronomia durante mais de 14 séculos. No entanto, tratando-se de um modelo geocêntrico assente na hipótese de que qualquer planeta segue um movimento circular composto, foi necessário introduzir uma geometria progressivamente mais complexa para ir dando conta das observações cada vez mais precisas. 

Muito mais tarde, no princípio do séc. XVI, Nicolau Copérnico (1473 – 1543) fez a proposta de um modelo parecido com o ptolemaico nos seus métodos mas com o Sol no centro do sistema solar. O modelo copernicano teve o mérito de ter trazido uma nova hipótese, ainda que polémica, para discussão nos círculos de astrónomos.

Esta discussão culminou com o trabalho de Johannes Kepler (1571 – 1630), o talentoso matemático, que após um longo escrutínio das observações de grande precisão efectuadas por Tycho Brahe (1546 – 1601) chegou ao enunciado das suas famosas 3 leis. Kepler acreditava que a divina harmonia se manifesta num Universo regido por leis matemáticas simples, e foi isso o que o levou a substituir os complicados modelos de Copérnico e Ptolomeu pela lei simples que descobriu escondida nos registos astronómicos mais precisos da época: todos os planetas descrevem elipses com o Sol num dos focos.




OS PLANETAS




O nosso sistema solar tem 9 planetas identificados pelas observações astronómicas clássicas como corpos luminosos que apresentam movimento em relação às estrelas fixas e que se deslocam 'em bloco' no firmamento em função dos movimentos de rotação e translação da Terra. Os diferentes planetas têm muitas características que os distinguem e cada um deles é um mundo exótico que merece ser observado em particular. A análise destas diferentes características permitirá também melhorar a nossa compreensão da história do sistema solar.

Os planetas do nosso sistema solar: clique nas imagens para obter informação sobre cada um deles:
Mercúrio Vénus Terra Marte






Júpiter

Saturno Urano Neptuno Plutão

Os graus de liberdade dos planetas

Translação
A interacção gravítica é responsável pelo movimento dos corpos celestes. Segundo a lei de Newton da gravitação, a força gravítica depende da massa dos corpos: –Quanto maior for a massa de um corpo, maior será a força de atracção que exerce sobre outros corpos. No sistema solar, o Sol é de longe o corpo mais massivo e por esta razão produz o principal campo gravítico. Por a sua influência ser tão predominante, a dinâmica de referência que observamos no sistema solar é o movimento de planetas, asteróides e cometas a orbitar em torno do Sol, o que corresponde ao problema de dois corpos em interacção gravítica. A solução deste problema, conseguida por Isaac Newton, resultou na dedução das leis de Kepler, que tinham sido obtidas empiricamente. Encontrou-se assim o mecanismo dominante da dinâmica do sistema solar, que há milhares de anos é visto como um relógio nos astros. Nesta abordagem idealizada do sistema solar, despreza-se a interacção gravítica entre os vários planetas e considera-se que cada planeta só interage com o Sol. No entanto a história não acaba aqui, como veremos. A interacção entre muitos corpos, mesmo sendo fraca, dá origem a uma dinâmica complexa onde, não raramente, encontramos o caos.
A elipse, uma das secções cónicas
A elipse, uma das secções cónicas.
A elipse, uma espécie de círculo alongado, é uma das secções cónicas e é a solução de órbita fechada do problema de 2 corpos. Uma medida importante é a sua excentricidade e que varia entre 0 e 1, cf. figura seguinte. Quando e = 0 a elipse reduz-se a um círculo. Quando e = 1 a elipse é tão alongada que degenera numa linha recta.
A excentricidade de uma elipse.
A excentricidade de uma elipse.
Com excepção de Plutão e Mercúrio: –Os planetas com órbitas de maior excentricidade, a maior parte dos planetas tem excentricidades muito baixas, sendo as suas órbitas quase circulares. É por esta razão que muitas vezes pensamos no Sol como estando no centro da órbita, embora na verdade esteja num dos focos.
Em consequência da formação do sistema solar, todos os planetas, com excepção de Plutão, orbitam aproximadamente no mesmo plano. As observações baseadas na Terra definem um referencial privilegiado, em que um dos planos coordenados é o plano da eclíptica: –O plano da órbita da Terra em volta do Sol.
Rotação e precessão
Tal como um pião, um planeta exibe um movimento de precessão do 
seu eixo em torno de uma linha perpendicular ao plano definido pelo seu 
movimento de translação. Desta maneira o ângulo que o eixo de rotação 
faz com este plano não muda.
Tal como um pião, um planeta exibe um movimento de precessão do seu eixo em torno de uma linha perpendicular ao plano definido pelo seu movimento de translacção. Desta maneira o ângulo que o eixo de rotação faz com este plano não muda.
Além de um movimento de translação, os planetas rodam sobre si próprios com um período característico para cada planeta e cada época. Na Terra, é este movimento que é responsável pela duração do dia: –O tempo que demora a completar uma rotação completa. Este movimento dá-se em torno de um eixo imaginário, chamado eixo de rotação, que define os dois pólos do planeta e passa pelo seu centro.
Uma das medidas importantes para caracterizar dinamicamente os planetas é precisamente o ângulo, chamado obliquidade, que o eixo de rotação faz com o plano da órbita à volta do Sol. Este eixo, no entanto, não está fixo uma vez que os planetas, tal como um pião, podem exibir ainda um movimento de precessão do eixo de rotação, cf. figura da direita, como pode ser visto no seguinte vídeo, cortesia de E. Manousakis.
Precessão dos equinócios.
Precessão dos equinócios.
No caso da Terra, este movimento quase imperceptível à escala de tempo da vida humana, é revelado pela 'variação' ao longo do tempo da estrela polar que o eixo de rotação da Terra 'toca'. Este movimento, chamado precessão dos equinócios, corresponde a uma precessão do eixo de rotação em torno de um eixo perpendicular ao plano da eclíptica com um período aproximado de 26 000 anos. Na figura seguinte podemos ver as obliquidades dos vários planetas.
Inclinação relativa de cada um dos planetas em relação ao plano 
das suas órbitas.
Inclinação relativa de cada um dos planetas em relação ao plano das suas órbitas. Os casos mais curiosos são o de Vénus e Plutão, que rodam ao contrário, e o de Urano, que roda deitado.
No tópico caos rápido no sistema solar veremos que este ângulo também pode variar ao longo do tempo devido à influência gravitacional dos outros planetas, movimento esse que se chama nutação.

Translação e as estações do ano

Uma das consequências do movimento de translação dos planetas é o ciclo das estações do ano. A Terra leva 365.256 dias a dar uma volta completa à volta do Sol, numa órbita de excentricidade bastante baixa e = 0.017, quase circular, o que significa que nunca varia muito a sua distância ao Sol. No entanto sabemos que com o passar do ano a Terra sofre alterações climáticas, conforme a zona do globo, que identificamos como as estações do ano.
Qual o mecanismo responsável pela mudança das estações?
As estações do ano ocorrem porque o eixo de rotação da Terra está inclinado relativamente ao plano da sua órbita. Esta inclinação, como a figura seguinte mostra, é constante ao longo do ano, pelo que a posição dos dois hemisférios relativamente ao Sol muda à medida que o ano passa.




  • Na posição 1 estamos a 21 Dezembro, no solstício de Inverno, e nesta data o hemisfério Norte tem o dia de menor exposição solar e o hemisfério Sul o seu dia mais longo. Como mostra a figura, nesta altura do ano, o hemisfério Sul, no seu Verão, recebe a luz do Sol mais directamente do que o hemisfério Norte. Este por outro lado, no seu Inverno, recebe os raios solares com uma maior inclinação média relativamente à superfície da Terra.
  • À medida que avançamos no ano, passamos pela posição 2, o equinócio da Primavera, a 20 de Março. Nesse dia o dia e a noite têm exactamente a mesma duração.
  • Na posição 3, estamos a 21 de Junho, no solstício de Verão, e repare-se como agora é o hemisfério Norte que recebe a radiação solar mais directamente e tem o dia mais longo do ano. Nesta posição é Inverno no hemisfério Sul e Verão no hemisfério Norte.
  • Por último na posição 4 estamos a 22 de Setembro (ou 21, se o ano for bissexto), no equinócio do Outono, onde o dia e a noite tornam a ter a mesma duração.
Desta maneira podemos compreender porque é que nas regiões do equador não existem estações do ano.
Qualquer planeta cujo eixo tenha uma obliquidade diferente de 0 exibe estações do ano. Estas podem produzir maiores ou menores contrastes no clima do planeta ao longo do ano conforme o valor desta inclinação. Por exemplo, na Terra as eras glaciares são provocadas pelo ligeiro aumento da sua obliquidade o que nos diz da importância deste parâmetro nas condições que esperamos encontrar em cada planeta que estudamos.

Fonte:
http://cftc.cii.fc.ul.pt/PRISMA/capitulos/capitulo1/modulo5/topico3.php