domingo, 22 de fevereiro de 2015

GUERRAS DOS EUA NO SÉCULO XX

Guerra e Genocídios no Séc XIX e XX - 23 min.

Antecedentes  da Guerra Fria  - 9 min.

Revolução Industrial  - 22 min.

Um Século de Guerras - 51 min.

A Tempestade do Século - 257 min. (Filme)

Primeira Guerra Mundial - dublado - 93 min.

Segunda Guerra Mundial - 45 min.

Escravidão e Guerra de Secessão - 91 min.

Graaz : A guerra da Maconha -

Guerra do Vietnã - 9 min.

Independência dos EUA - - 18 min.

EUA no Século XIX - 15 min.




GUERRAS DOS EUA NO SÉCULO XX


Temos de quebrar o silêncio: contra a guerra dos EUA

QUARTA-FEIRA, 14 DE MAIO DE 2014



“Fora EUA!” 
“Não à guerra dos EUA!”

14/5/2014, [*] John PilgerAsia Times Online
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Harold Pinter (1930 - 2008) 
Por que toleramos a ameaça de mais uma guerra mundial, em nosso nome? Por que permitimos todas as mentiras que justificam esse risco? A escala em que somos doutrinados, escreveu Harold Pinter é:  

(...) “brilhante, inteligente, se se pode dizer, uma encenação muito bem sucedida de hipnose coletiva”, como se “os fatos jamais tivessem acontecido, mesmo que estivessem acontecendo à nossa vista”.

William Blum
Todos os anos, o historiador norte-americano William Blum publica seu “sumário atualizado dos feitos da política externa dos EUA”, que mostra que, desde 1945, os EUA já tentaram derrubar mais de 50 governos, muitos dos quais democraticamente eleitos; interferiram pesadamente em eleições em 30 países; bombardearam populações civis em 30 países; usaram armas químicas e biológicas; e tentaram assassinar líderes estrangeiros.

Em muitos casos, a Grã-Bretanha trabalhou ao lado dos EUA, como colaboradora. O grau de sofrimento humano, para nem falar da criminalidade, é apagado no Ocidente, apesar de aí estarem ativos os sistemas mais avançados de comunicações e, supostamente, o jornalismo mais “livre” do planeta. É absolutamente proibido noticiar que o maior número de vítimas de ações terroristas não são “ocidentais”, mas, sim, muçulmanos.

Esse jihadismo extremo, que levou ao 11/9, foi nutrido como arma de política anglo-norte-americana (“Operação Ciclone” no Afeganistão). Em abril, o Departamento de Estado observou que, depois da campanha da Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, em 2011, “a Líbia foi convertida em paraíso seguro para terroristas”.

 Mossadeq
O nome do “nosso” inimigo mudou ao longo dos anos: de comunismo, para islamismo, mas, em geral, qualquer sociedade independente da potência ocidental, que ocupe território considerado estrategicamente relevante ou rico em recursos a saquear, é “inimigo” dos EUA e da Grã-Bretanha. Os líderes dessas nações obstrutivas são em geral varridos do mundo em ação criminosa, como os democratas Muhammad Mossadeq, no Irã e Salvador Allende, no Chile; ou são assassinados como Patrice Lumumba no Congo. E todos somos submetidos a uma campanha, conduzida mediante as estruturas do jornalismo da imprensa-empresa que conhecemos, para caricaturar e vilificar o homem da hora, seja quem for: Fidel Castro, Hugo Chavez; agora, como se vê, Vladimir Putin.

O papel de Washington na Ucrânia só é diferente nas implicações que tem para o resto do mundo. Pela primeira vez, desde os anos Reagan, os EUA estão ameaçando arrastar o mundo à guerra. Com o leste da Europa e os Bálcãs agora convertidos em entrepostos militares da OTAN, o último estado “tampão” junto às fronteiras russas está sendo detonado. Nós – o “ocidente”, tão orgulhoso de sua “civilização” e dos seus valores – estamos apoiando neonazistas, num país onde os nazistas ucranianos apoiaram Hitler.

Tendo cerebrado o golpe de fevereiro contra o governo democraticamente eleito em Kiev, Washington planejou tomar para ela a base naval russa de águas temperadas, legítima e histórica, na Crimeia. Mas o plano fracassou. Os russos defenderam-se – como sempre se defenderam contra todas as ameaças e invasões do ocidente, sempre, há quase um século. Mas o cerco militar que a OTAN tenta foi acelerado, combinado a ataques orquestrados pela CIA e pelo FBI-EUA contra russos étnicos na Ucrânia.

Vladimir Putin em 17/12/2013
Se conseguirem arrastar Putin para uma guerra provocada, em defesa daqueles russos, essa função de “estado pária” será utilizada como pretexto para desencadear uma guerra de guerrilhas que a OTAN fará crescer enquanto puder, até que respingue no próprio território russo.

Putin, contudo, pôs o partido da guerra a andar em círculos, feito peru bêbado, ao procurar acomodação e acordo com Washington e com a União Europeia; e retirou seus soldados da fronteira ucraniana, conclamando os russos étnicos no leste da Ucrânia a desistir do referendo planejado, interpretado como ação de provocação. Esses falantes de russo e bilíngues – um terço da população da Ucrânia – há muito tempo procuram organizar uma federação democrática que reflita a diversidade étnica do país e que seja, simultaneamente, autônoma e independente de Moscou. A maioria deles não são nem “separatistas” nem “rebeldes”, mas cidadãos que aspiram a viver em paz e segurança na própria terra.

Como as ruínas hoje do Iraque e do Afeganistão, a Ucrânia também foi transformada em parque temático da CIA – comandado pelo diretor John Brennan em Kiev, com “unidades especiais” de CIA e FBI montando a “estrutura de segurança” que supervisiona os ataques mais selvagens contra os que se opõem, lá, ao golpe de fevereiro.

ASSISTAM AOS VÍDEOS (legendados em inglês), leiam os relatos de primeira-mão de testemunhas do massacre em Odessa, há poucos dias.

Bandidos fascistas queimaram o prédio da sede do sindicato, matado 41 pessoas que foram presas lá dentro, enquanto o prédio era incendiado. Assistam ao que fez a Polícia, parada, assistindo ao “espetáculo”. Um médico contou que tentou desesperadamente tirar as pessoas presas no prédio, “mas fui impedido por radicais nazistas ucranianos. Um deles empurrou-me com violência, gritando que, em breve, outros judeus de Odessa teriam também o mesmo destino... Não entendo por que o mundo inteiro continua em silêncio!”

Os ucranianos falantes de russo estão lutando pela vida. Quando Putin anunciou a retirada dos soldados russos da fronteira, o secretário de “defesa” da junta neonazista de Kiev – e membro fundador do partido fascista Svoboda – pôs-se a esbravejar que os “insurgentes” não arredariam pé. Em seu típico estilo orwelliano, a propaganda ocidental inverteu tudo e “noticiou” que “Moscou tenta orquestrar novos conflitos e provocações” – foram as palavras do secretário britânico de Relações Exteriores, o lastimável William Hague. Foi cinismo só comparável às grotescas “congratulações” que Obama enviou à junta neonazista, pela “notável contenção” que manifestou... depois do massacre de Odessa!

Henry Kissinger
É junta ilegal e dominada por fascistas. Para Obama, foi “devidamente eleita”. O que conta – como Henry Kissinger disse certa vez, não é a verdade, mas o que alguém supõe que seja a verdade.

Nos veículos da imprensa-empresa norte-americana, a atrocidade de Odessa foi descrita como “triste” e “feia” e “uma tragédia” na qual “nacionalistas (de fato, são neonazistas) atacaram “separatistas” (de fato, eram pessoas que recolhiam assinaturas a favor de um referendo a favor da federalização da Ucrânia).

O Wall Street Journal de Rupert Murdoch culpou as vítimas: Deadly Ukraine Fire Likely Sparked by Rebels, Government Says [“Fogo mortal iniciado pelos rebeldes, diz o governo” 
[“Coquetéis molotovs caíram acidentalmente sobre manifestantes”].

Na Alemanha, a propaganda foi pura guerra fria, com o Frankfurter Allgemeine Zeitung alertando os leitores contra “a guerra russa não declarada”. Para os alemães, é apenas ironia histórica que Putin seja o único líder em todo o planeta a condenar o ressurgimento do fascismo na Europa do século XXI.

Há quem repita que “o mundo mudou depois do 11/9”. Mas... o que mudou? Segundo o grande alertador-vazador Daniel Ellsberg, houve um golpe silencioso em Washington e, depois daquele dia, o país é governado por militarismo rampante. O Pentágono só faz comandar “operações especiais” – guerras secretas – em 124 países.

Em casa (nos EUA), o que se vê é miséria crescente e a morte da liberdade por hemorragia – duas consequências históricas de um estado em guerra perpétua. Acrescente-se o risco real de guerra nuclear, e a questão se impõe: por que nós, cidadãos do mundo, toleramos os EUA?
_______________________

[*] John Pilger - nasceu em Bondi na área metropolitana de Sydney, Austrália, 9 de outubro 1939. A carreira de Pilger como repórter começou em 1958; ao longo dos anos tornou-se famoso pelos artigos, livros e documentários que escreveu e/ou produziu. Apesar das tentativas de setores conservadores de desvalorizar Pilger, o seu jornalismo investigativo já mereceu vários galardões, tais como a atribuição, por duas vezes, do prêmio de Britain’s Journalist of the Year Award na área dos dos Direitos Humanos. No Reino Unido é mais conhecido pelos seus documentários, particularmente os que foram rodados no Camboja e no Timor-Leste. Trabalhou ainda como correspondente de guerra em vários conflitos, como na Guerra do Vietnam, no Camboja, no Egito, na Índia, em Bangladesh e em Biafra. Atualmente reside em Londres.



A Guerra que a TV não mostra - 96 min.




22-02-2015

Internacionais :
Primeira Guerra Mundial · Segunda Guerra Mundial · Guerra da Coreia · Guerra do Vietname · Invasão da Baía dos Porcos · Invasão da República Dominicana de 1965 · Invasão de Granada · Invasão do Panamá de 1989 · Guerra do Golfo · Operação Força Deliberada · Operação Força Aliada · Guerra do Afeganistão · Guerra do Iraque 

Externo:
 Guerras Indígenas · Quase-Guerra · Guerra de 1812 · Guerra Mexicano-Americana · Guerra Hispano-Americana · Guerra Filipino-Americana · Guerras das Bananas · Intervenções no México 

Internos :
Guerra Revolucionária · Rebelião do Whiskey · Guerra Mórmon · Guerra do Utah · Guerra Civil


JOÃO BONTURI
especial para a Folha Online

Conheça nos tópicos abaixo um pouco da história dos Estados Unidos e as relações internas e externas do país.

CONFLITOS INTERNOS

Colonização

A América foi dividida pelo tratado de Tordesilhas (1494) entre Portugal e Espanha. As terras que ficavam até 370 léguas das Ilhas do Cabo Verde (litoral africano) seriam de Portugal, o restante da Espanha. Os ingleses, franceses e holandeses discordaram do tratado e também estabeleceram colônias na América.

A colonização inglesa na América do Norte teve 13 colônias, que se uniram por ocasião da independência e formaram os Estados Unidos da América. Os estados eram: Connecticut, Massachusetts, Rhode Island, New Hampshire, Nova York, Nova Jersey, Pensilvânia, Delaware, Maryland, Virginia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia.

Guerra dos Sete Anos (1756 - 1763)
Conhecida na história dos EUA como Guerra Contra os Franceses e Índios, foi protagonizada por Inglaterra e França, e contou com o apoio de colonos e índios de ambos os lados. No tratado de Paris, a França cedeu o Canadá, o vale do Ohio e parte das Antilhas Francesas para a Inglaterra.

Independência dos Estados Unidos
O conflito entre americanos e ingleses foi provocado pelo aumento e criação de novos impostos. Oa americanos invocaram a "Magna Carta" de 1215, renovada pelo "Bill of Rights" de 1689, pela qual o rei não podia decretar impostos sem consultar o Parlamento. Os americanos não tinham representação parlamentar na Inglaterra e o rei recusou-se a consultar as assembléias coloniais.O impasse resultou na Declaração de Independência, em 4 de julho de 1776. Os ingleses reconheceram a independência em 1783, na Paz de Versalhes.

Expansão territorial
Foi regulamentada pela Lei do Noroeste (1787). O governo federal tomava posse de uma área e vendia as terras por um preço baixo para os pioneiros que obtinham títulos de propriedade garantidos pelo governo.

No interior dos EUA havia a colônia francesa da Louisiana, que foi comprada pelos americanos em 1803, abrindo o rio Mississipi para a navegação. Em 1846, a Inglaterra cedeu o Oregon aos EUA. Em 1848, numa guerra contra o México, foram incorporados o Texas, a Califórnia e o Novo Mexico. Em 1853, foi anexada mais uma faixa ao sul do Novo México e a oeste do Rio Grande.

Guerra de Secessão (1861-1865)
Durante a expansão territorial ocorreu um desequilíbrio político entre os estados industriais do norte e os estados agrários e escravistas do sul. Nos estados onde predominava a mão-de-obra livre cresceu o número de eleitores que eram vinculados ao mercado do norte industrial; o sul, voltado para a exportação de produtos agrícolas, tinha suas reivindicações examinadas em segundo plano.

O norte, interessado na ampliação do mercado interno, defende a abolição da escravidão; o sul rejeita a proposta, com medo de perder o monopólio mundial do algodão. Em 1861, o sul declarou independência em relação ao norte, e o presidente Lincoln apoiou a manutenção da União, iniciando a Guerra de Secessão. O sul foi derrotado e o saldo de mortos foi de 600 mil.

Após a guerra os EUA têm um crescimento extraordinário. Entre 1860 e 1914, a população passa de 31,3 para 91,9 milhões de habitantes, sendo 21 milhões de imigrantes. Em 1915 os EUA são os maiores produtores mundiais de ferro, carvão, petróleo, cobre e prata. Isso credenciou os EUA a ingressar na política mundial.

CONFLITOS EXTERNOS

Política do Big Stick (Grande Porrete)
Enunciada em 1901 pelo presidente Theodore Roosevelt, resume-se na frase "fale macio e use um porrete", a ele atribuída.

O primeiro exemplo foi o caso do Panamá, então pertencente à Colômbia. A França havia adquirido os direitos para a construção do canal, mas a empresa construtora faliu fraudulentamente. Os EUA viam o canal como um objetivo fundamental, que lhes daria a hegemonia naval entre o Atlântico e o Pacífico; por isso fomentaram a independência panamenha. O canal foi construído pelos EUA, que exerceram um protetorado sobre a área, semelhante à emenda Platt.

GUERRAS

Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918)
Antes da guerra, a Europa estava dividida entre a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) e a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia czarista).

A causa imediata do conflito foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, ocorrido em Sarajevo, na Bósnia, em 28 de junho de 1914. O autor do atentado, Gavrilo Princip, era membro dos "Jovens Bósnios", um braço da organização nacionalista sérvia "Mão Negra". A Bósnia havia sido anexada pelos austríacos em 1908, enquanto a Sérvia buscava a unificação da Iugoslávia.

Os sérvios tinham um pacto secreto com a França e a Rússia, pelo qual as duas reagiriam mediante um ataque austríaco. Os sérvios sob essa proteção negaram diversas exigências dos austríacos, que inadvertidamente deflagraram o conflito invadindo a Sérvia. A Itália declarou neutralidade no primeiro ano, entrando posteriormente ao lado da Entente.

Durante os três primeiros anos da guerra, os EUA exportaram material bélico e alimentos para a Entente. Quando os EUA constataram o desgaste econômico da França e da Inglaterra, enxergaram a possibilidade de assumir o posto de primeira potência, caso a Alemanha fosse derrotada.

Os pretextos para a entrada dos EUA na guerra foram o afundamento de navios americanos por submarinos alemães e o telegrama "Zimmermann", divulgado pela Inglaterra, pelo qual os alemães pretendiam que o México entrasse em guerra contra os EUA, prometendo a devolução dos territórios subtraídos ao México pelos americanos, em caso de vitória.

Em 1917, a entrada dos EUA na França foi massacrante, pois franceses e alemães estavam esgotados por três anos de combates nas trincheiras. Antes do final da guerra ocorreu a Revolução Russa de 1917; os bolcheviques liderados por Lênin firmaram a paz em separado com os alemães. A Alemanha rendeu-se em 1918.

A vitória provocou a transferência do centro financeiro de Londres para Nova York. Os EUA, satisfeitos com o predomínio econômico, decidiram preservar o isolacionismo político e não fizeram nenhuma intervenção política na Europa até a Segunda Guerra Mundial.


Entre Guerras
O declínio do predomínio inglês na América Latina levou ao controle total da área pelos EUA. A crise de 29 levou à ruína os grupos econômicos da América Latina ligados ao capital inglês. Essa elite foi substituída por novos grupos ligados ao capital norte-americano. A ascensão de Getúlio Vargas, através da Revolução de 1930, integra esse quadro. No Pacífico os americanos ampliaram o seu comércio e observaram com cuidado a expansão japonesa na área.

Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945)
No início da Segunda Guerra Mundial, os principais protagonistas eram os aliados França e Inglaterra, que enfrentavam o Eixo, composto por Alemanha, Itália e Japão. Os sucessos alemães levaram Hitler a declarar guerra à URSS, em 1941. Nesse mesmo ano, os japoneses atacaram Pearl Harbour, levando os EUA a declarar guerra ao Eixo. Até então os americanos vendiam material bélico e alimentos à França e Inglaterra pelo sistema "cash and carry" (pague e leve).

Com o início do recuo nazista devido às derrotas no norte da África e em Stalingrado, o presidente Roosevelt (EUA), Winston Churchill (1º ministro da Inglaterra) e o ditador soviético Stálin reuniram-se nas Conferências de Teerã (1943) e Yalta (1945). Além de determinar o destino da guerra, esses encontros delinearam as novas fronteiras do mundo, que via surgir uma nova potência, a União Soviética. A guerra acabou com o lançamento das bombas atômicas pelos americanos em sobre Hiroxima e Nagasaki.

Em Yalta, Stálin exigiu o reconhecimento da influência soviética no Leste Europeu, desenhando o mapa da "cortina de ferro". A nova ordem internacional estabelecida opunha o capitalismo ao socialismo, delineando a "Guerra Fria".

Guerra Hispano-Americana (1898)
Em 1823, os EUA criaram a Doutrina Monroe ("A América para os americanos"), que era hostil à qualquer intervenção européia na América. Na época, os países europeus não a levaram a sério.

Cuba era uma colônia espanhola produtora de açúcar, produto que interessava ao mercado interno norte-americano. A violenta repressão espanhola sobre o movimento cubano de independência foi alvo de uma campanha da imprensa americana contra a Espanha.

O navio americano U.S.S. Maine, em "visita de cortesia", inexplicavelmente explodiu no porto de Havana, com a morte de 260 marinheiros. Por esse motivo os americanos declararam guerra à Espanha.

Os americanos venceram e exigiram dos espanhóis a cessão de Porto Rico, no Caribe, e de Guam e Filipinas no Pacífico, pontes para o comércio americano na Ásia. Os espanhóis entregaram as Filipinas por 20 milhões de dólares. Cuba, embora independente, foi submetida à emenda Platt, que admitia a intervenção norte-americana em Cuba sem autorização.

A Guerra Fria (1945 - 1991)
Durante esse período o mundo foi dominado pelo antagonismo entre EUA e URSS. Nos anos 50, durante o governo do general Eisenhower, foi consagrada a Teoria do Dominó, pela qual as fronteiras entre o Capitalismo e o Socialismo eram consideradas definitivas, e nenhum país poderia mudar de lado. Em todos os lugares onde essa ordem fosse ameaçada, ocorreria uma intervenção militar norte-americana. Os soviéticos adotaram uma estratégia semelhante, marcada pelas intervenções na Hungria, Tchecoslováquia e Afeganistão. Os momentos de maior tensão da Guerra Fria foram:

Guerra da Coréia (1950 - 1953) No final da Segunda Guerra Mundial, a Coréia foi ocupada simultaneamente por tropas soviéticas e norte-americanas. Foi estabelecida a divisão do país em duas partes, Norte e Sul, tendo o paralelo 38° como linha divisória. Os guerrilheiros do Norte iniciaram incursões ao Sul. A ONU considerou como agressão os atos da Coréia do Norte, o que permitiu a entrada de tropas americanas. Depois de 3 anos de guerra não houve alteração nas divisas.

Guerra do Vietnã (1945 - 1973) O Vietnã era uma colônia francesa até a Segunda Guerra Mundial. Em 1945, o líder comunista Ho Chi Minh proclamou a República Democrática do Vietnã. Diante da Guerra Fria, os franceses retomaram a Cochinchina e tentaram restaurar o domínio sobre o Vietnã. Em 1954, pelos acordos de Genebra, criou-se a divisão entre Norte (comunista) e Sul (capitalista), ao largo do paralelo 17°. Foi previsto um plebiscito sobre a unificação. Porém, devido a radicalização de ambos os lados, não foi realizado. Assim, o Norte teve apoio da URSS e da China, e o Sul apelou aos EUA. Os americanos intensificaram a sua presença nos anos 60, chegando a 550 mil homens, em 1968. O apoio dos civis aos vietcongs (guerrilheiros comunistas) e as práticas terroristas levaram à derrota dos americanos que começaram a se retirar em 1973. Os americanos rotularam a retirada como "Paz com Honra".

O Auge da Guerra Fria A Crise dos Mísseis Em janeiro de 1959, a Revolução Cubana derrubou Fulgêncio Batista e levou Fidel Castro ao poder. A conversão de Cuba ao socialismo surpreendeu os EUA, que tentou invadir Cuba com um exército de exilados cubanos, mas fracassou na invasão da baía dos Porcos. Fidel Castro recorreu a Moscou. Preocupado com um novo ataque dos EUA, Fidel aceitou a instalação de bases de mísseis soviéticos em Cuba. Os americanos fotografaram as bases; em outubro de 1962, o presidente Kennedy publicou as fotos e ameaçou atacar a URSS. Depois de 13 dias tensos, os EUA desistiram de atacar Cuba e os soviéticos retiraram as bases da ilha. O bloqueio decretado por Kennedy dura até hoje.

O Efeito da Crise dos Mísseis Sobre a América Latina Cuba teria sido a primeira pedra do dominó que poderia derrubar as demais. Diante disso os norte-americanos decidiram eliminar a ameaça comunista na América Latina. Uma sequência de golpes de Estado transformou as precárias democracias da América Latina em ditaduras militares. Os principais golpes foram no Brasil (1964), Chile (1973) e Argentina (1976).

Veja no Quiz do Almanaque sobre Guerra Fria

A Guerra do Golfo (1991) 
Em 17 de julho de 1990, o presidente do Iraque, Sadam Hussein, acusou o Kuwait de quebrar acordos relativos à venda de petróleo. Em 2 de agosto de 1990, o Iraque invadiu e conquistou o Kuwait em uma semana.
A ONU condenou a ação do Iraque. Os EUA, sob o escudo da ONU, colocou 500 mil homens na Arábia Saudita, temendo um avanço de Sadam na zona petrolífera. O general Norman Scwarzkopf, comandante norte-americano, atacou o Iraque em 24 de fevereiro, após o Iraque não ter respondido ao ultimatum da ONU para abandonar o Kuwait.
Sadam aceitou o cessar fogo em 28 de fevereiro. Segundo a estimativa, o Iraque teve 120 mil baixas, entre elas 10 mil civis.


HISTÓRIA DOS ESTADOS UNIDOS

Cronologia da Guerra do Golfo Pérsico

2.ago.90 - Iraque invade o Kuait - só de soldados da Guarda Republicana iraquiana são mais de 20 mil homens

7.ago.90 - ONU impõe sanções econômicas e estratégicas contra o Iraque

16 de janeiro de 91 nos EUA (19h) - 17 de janeiro no Iraque (3h) - Às 3h em Bagdá começa a Guerra do Golfo Pérsico. Há um ataque maciço de mísseis, despejados de aviões de vários países-membros da Otan A Arábia Saudita é usada como base de operações contra o Iraque _assim como o Paquistão poderá ser usado contra o Afeganistão; contra o Iraque, bases seriam montadas depois em toda a Europa

17.jan. quinta-feira - O presidente do Iraque, Saddam Hussein, anuncia “a mãe de todas as batalhas” e horas depois manda seu exército lançar o primeiro míssil contra a Arábia Saudita; Bagdá continua sendo periodicamente bombardeada; começam a aparecer os primeiros vídeos exibindo o que Collin Powell, comandante da ação, chamará de “bombardeios cirúrgicos”

19.jan - O Iraque lança três mísseis Scud contra Israel, em Tel Aviv; os EUA anunciam o uso de antimísseis Patriot para defender Israel; George Bush (o pai) pede que o Iraque não entre em guerra; os EUA fazem os primeiros prisioneiros

20.jan - Mesmo bombardeado constantemente, o Iraque revida e lança mísseis sobre a Arábia Saudita. Até o momento não há nenhuma informação sobre mortos e feridos. O exército de Saddam Hussein mostra um prisioneiro de guerra. É um piloto norte-americano

21.jan - Saem os primeiros “balanços” da guerra. O Iraque foi bombardeado mais de 8.000 vezes desde o começo da operação Tempestade do Deserto

28.fev.91 - Cessar-fogo da guerra

12.mar - Equipe técnica da ONU chega ao Iraque para aumentar a capacidade de exportação de petróleo do país

9.abr - Relatório da ONU afirma que o Iraque ainda não forneceu todas as informações possíveis sobre suas armas biológicas

17.jun - Bagdá forçará “última crise” se sanções ainda estiverem em vigor no final do ano, diz o embaixador do Iraque junto à ONU, Nizar Hamdoon

24.jun - Conselho de Segurança da ONU aprova a manutenção das sanções

30.jun - Caça F-16 norte-americano dispara míssil sobre uma estação de radares no sul do Iraque

21.jul - Iraque acusa EUA de arranjar desculpas para prolongar sanções

31.jul - Iraque acusa um inspetor dos EUA de espionagem

31.out - Iraque suspende a cooperação com os inspetores de armas da Unscom

8.nov - Annan pede ao Iraque que volte a cooperar com a ONU

11.nov - O inspetor de armas Richard Butler ordena que a equipe de inspeção deixe o Iraque. Mais de 100 funcionários vão para o vizinho Bahrein


POLÍTICA EXTERNA
A Revolução Sandinista na Nicarágua (1979)
O movimento promovido pela Frente Sandinista de Libertação Nacional, sob a liderança de Daniel Ortega, derrubou a ditadura de Anastácio Somoza. O programa dos revolucionários propôs o confisco dos bens do clã Somoza, a liquidação da Guarda nacional, a construção de uma economia mista, um sistema político pluripartidário e política externa não alinhada.

A politica dos sandinistas em relação aos vencidos foi "implacáveis no combate, generosos na vitória". Essa medida permitiu a organização de forças contra-revolucionárias patrocinadas pelos EUA. O desgaste econômico produzido pela contra-revolução levou à perda das eleições pelos sandinistas em 1990, com a eleição de Violeta Chamorro.

O Escândalo Irã-Contra (1985)
Alguns membros do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, tendo como pivô o tenente Oliver North, começaram a vender armas através de Israel para a República Islâmica do Irã, então em guerra com o Iraque, pela disputa do território onde se fundem os rios Tigre e Eufrates (Mesopotâmia). As armas iam parar em mãos de terroristas libaneses que entroca libertavam reféns detidos no Líbano. Os lucros obtidos eram destinados ao financiamento dos contra-revolucionários da Nicarágua.

O Senado dos EUA abriu uma investigação em 1986, mas não conseguiu provar o envolvimento do presidente Ronald Reagan no caso. North e seu sócio Poindexter foram considerados culpados, mas foram absolvidos na apelação. O caso acabou em pizza.

Guerra Civil da Bósnia
Com a crise do Leste Europeu, a Iugoslávia fragmentou-se em diversos países. Porém, o marechal Tito, que governou o país por mais de 30 anos, promoveu uma redistribuição da população que provocou enclaves em várias regiões. Esses grupos deslocados provocaram inúmeros problemas.

A Bósnia declarou sua independência da Iugoslávia em 1992, tendo como presidente o muçulmano Izetbegovic. A minoria sérvia proclamou a República Sérvia da Bósnia-Herzegovina, iniciando a Guerra Civil da Bósnia (1992 - 1995), que arrasou o país. O conflito acabou com o Acordo de Dayton, que criou um Estado frágil, dividido em duas partes, a sérvio-bósnia e a croata-muçulmana.

A estabilidade do novo Estado depende de um contingente de 60 mil homens da Otan, sob o comando dos EUA.


Confira a cronologia 
das intervenções norte-americanas no mundo












Cronologia das intervenções americanas 

 e guerras das quais os Estados Unidos participaram no século 20

1899-1902
Guerra EUA-Filipinas.
As Filipinas lutam pela independência do país, dominado pelos EUA

1913
Durante a Revolução mexicana, os Estados Unidos bloqueiam as fronteiras mexicanas em apoio aos revolucionários.

1915
Tropas americanas desembarcam no Haiti, em 28 de julho, e transformam o país num virtual protetorado americano.

1916
Os EUA estabelecem um governo militar na República Dominicana, em 29 de novembro.

1927
Cerca de mil "marines" desembarcam na China durante a guerra civil local.

1914-1918
Primeira Guerra Mundial. Em 6 de abril de 1917, declaram guerra à Alemanha.

1939-1945
Segunda Guerra Mundial
O ataque japonês à base militar norte-americana de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, ocasiona a entrada do país na guerra

jun.1950
Início do conflito entre a República Democrática da Coréia (Norte) e República da Coréia (Sul), na qual cerca de 3 milhões de pessoas morreram. Os Estados Unidos são um dos principais participantes, através das Nações Unidas, ao lado dos sul-coreanos. A guerra termina em julho de 1953 sem vencedores e com dois estados polarizados: comunistas ao norte e um governo pró-ocidente ao sul.

1955-1975
Guerra do Vietnã. Aliados aos sul-vietnamitas, os americanos tentam impedir, sem sucesso, a formação de um estado comunista, unindo o sul e o norte do país. Inicialmente, participação americana se restringe a ajuda econômica e militar (conselheiros e material bélico). Em agosto de 1964, após ataques norte-vietnamitas ao destróier americano Maddox, o congresso americano autoriza o presidente a lançar os EUA em guerra.

1961
Exilados cubanos anticastristas, apoiados pelo governo norte-americano de John Kennedy, invadem a baía dos Porcos, em Cuba, em uma tentativa fracassada de derrubar o governo de Fidel Castro.

1980
Uma operação -resgate dos reféns na embaixada americana em Teerã, capturados por estudantes muçulmanos, fracassa

out.1983
Em meio a uma onda de intervenções em países da América Central, como a Nicarágua, Honduras, El Salvador e Guatemala, numa luta de forças entre a esquerda e a direita, na qual os Estados Unidos insistem em se envolver militarmente, o presidente Ronald Reagan envia tropas à ilha caribenha de Granada, em outubro, com o objetivo de impedir a expansão do comunismo na América Latina. Os EUA derrotam com facilidade a resistência cubana na ilha, derrubando o governo local.

mar.1986
Aviões americanos atacam uma base aérea Líbia em Sirte, cidade de Muammar Gaddafi, líder líbio

abr.1986
Washington adota represálias contra Gaddafi, acusado de liderar o terrorismo internacional. Bases militares, em Trípoli e Bengasi, são atacadas, mas civis também são atingidos

dez.1986
Em dezembro, no Panamá, após fracassadas tentativas de depor Manuel Noriega, o presidente dos EUA, George Bush, envia 24 mil soldados para invadir o país, derruba o governo e empossa Guillermo Endara, eleito em pleito anulado por Noriega

1990-1991
Após a invasão do Iraque ao Kuwait, em 2 de agosto de 1990, a OTAN e os Estados Unidos decidem impor um embargo econômico ao país, seguido de uma coalizão anti-Iraque (reunindo além dos países europeus membros da Otan, o Egito e outros países árabes) que ganhou o título de "Operação Tempestade no Deserto". As hostilidades começaram em 16 de janeiro de 1991, um dia depois do fim do prazo dado ao Iraque para retirar tropas do Kuait.

1992
Em dezembro, forças militares norte-americanas chegam a Somália para intervir numa guerra entre as facções do então presidente Ali Mahdi Muhammad e tropas do general rebelde Farah Aidib

jun.1993
No início do governo Clinton, é lançado um ataque contra instalações militares iraquianas, em retaliação a um suposto atentado, não concretizado, contra o ex-presidente Bush, em visita ao Kuwait.

Set.1994
Tropas norte-americanas fortemente armadas chegam ao Haiti por ar e mar e, com um acordo firmado de última hora, o general Raoul Cédras promete deixar o governo. Assim, o presidente eleito, o exilado Jean-Bertrand Aristide, poderá tomar posse.

1995
Os EUA enviam tropas militares para Tuzla (norte da Bósnia), com o objetivo de garantir a assinatura formal do acordo de paz entre Sérvia, Croácia e Bósnia





Fontes
http://www.miniweb.com.br/historia/artigos/i_contemporanea/guerras_eua.html
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/05/temos-de-quebrar-o-silencio-contra.html
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.