Doc: O Universo Submarino (Completo e Dublado) // The History Channel
Duração: 1h 30min 19seg
Sinopse:
O Universo Submarino explora a História e evolução das sete zonas mais perigosas dos Oceanos. Ao longo da História, estes sete mares foram a causa directa de devastações humanas por inundações, tsunamis, furacões, tornados e vulcões submarinos. Entrevistas a oceanógrafos, imagens submarinas nunca antes vistas, bem como animação em 3D mostram este mundo que cobre a maior parte do nosso planeta.
Um Cientista
Apresenta Evidências de que Ele Existe.
Aparentemente,
escrever sobre Deus é a última moda entre os cientistas, tanto teístas como
ateístas. Muitos de tais autores também foram convidados a palestrar a
multidões em faculdades, e eles causam considerável alvoroço. Seria esta,
contudo, a melhor maneira de se abordar a questão acerca da existência de Deus?
A ciência convencional, particularmente suas formas “rígidas”, como a Física e
a Biologia, não parece oferecer a instrumentária e as técnicas apropriadas com
as quais se chegar a uma resposta definitiva. Por outro lado, muitas abordagens
religiosas parecem impedir a aplicação rigorosa da razão e a oportunidade para
experimentação individual. Entre essas duas alternativas menos do que
satisfatórias, a literatura védica da Índia antiga oferece o que poderia ser
uma promissora terceira opção. Para nos convencer de que tal opção é de fato
promissora, teremos, primeiramente, de analisar por que a ciência convencional
“não dá conta do serviço”, após o que tentaremos compreender como a ciência
espiritual da literatura védica é bem-sucedida em tal tarefa sem comprometer o
que as pessoas modernas gostam na ciência.
Duas doutrinas cardinais apresentam
grandes obstáculos para a ciência convencional como um meio para se conhecer
Deus. A primeira é a doutrina do naturalismo, a suposição de que todo fenômeno
natural possui causas naturais. (Natural, neste contexto, significa
empiricamente observável, ou perceptível através dos cinco sentidos). Esta é
uma suposição fundamental da pesquisa científica, e sua aceitação descarta
efetivamente qualquer realidade além do alcance dos sentidos.
Tendo dito isto, há interpretações,
de certa forma, mais leves dessa doutrina. Alguns cientistas distinguem entre
naturalismo metafísico e metodológico. Naturalismo metafísico é a visão
descrita acima, de que, por trás de tudo no mundo, há uma causa empírica. De
acordo com essa visão, o Sol nasce em virtude da rotação da Terra, e certamente
não em consequência de ser puxado por uma entidade imperceptível conduzindo uma
quadriga dourada. O naturalismo metodológico, contudo, apenas limita o modo
como estudamos o
mundo a observações empíricas (o que podemos tocar, ver, sentir e assim por
diante), sem necessariamente desconsiderar explicações sobrenaturais para essas
observações. Segundo essa visão, uma quadriga poderia possivelmente puxar o
Sol, mas o único modo para testar essa proposição seria usar telescópios e
instrumentos similares. Assim, fenômenos sobrenaturais talvez existam, mas
meios sobrenaturais não são permitidos como forma de verificá-los. Embora essa
perspectiva seja mais acomodatícia, veremos a seguir que ainda é
desnecessariamente restritiva para uma pessoa seriamente comprometida com a
investigação da existência de Deus.
O segundo obstáculo é a doutrina da
falsificação. Popularizada pelo filósofo da ciência Karl Popper, esta doutrina
defende que, para uma declaração ser considerada científica, alguém deve ser
capaz de provar que ela é falsa. Em outras palavras, se o cientista A faz
alguma alegação, mas não há como o cientista B demonstrar que tal alegação é
falsa, então a alegação é considerada não científica. Se ela não pode ser
testada, ela é desconsiderada. Uma consequência interessante de se aceitar tal
critério para a ciência, consequência esta que exploraremos de modo mais
completo posteriormente, é que se torna impossível provar algo. A pessoa pode
apenas desprovar.
Este é, no entanto, o funcionamento da ciência sob a doutrina da falsificação.
A ciência aceita uma teoria se ela pode ser usada de forma a explicar e prever
fidedignamente um fenômeno natural e se nenhum dado a contradiga. Se a teoria é
refutada em algum ponto, então outra teoria é aceita, e, assim, o ciclo
continua. Embora o conhecimento mercurial produzido de tal abordagem possa ser
aceito para outros propósitos, ele não é uma base apropriada para a compreensão
de Deus.
Duplamente
Cegantes
Por que essas doutrinas gêmeas da
ciência convencional, o naturalismo e a falsificação tornam-se tão
problemáticas quando aplicadas ao estudo do divino? Porque são injustificadamente
cegantes. Realizemos um experimento mental para descobrirmos como. Suponha que
os teístas veementes e talentosos, inigualáveis em sua execução de investigação
científica convencional e consumados em sua dedicação a um ser divino
onipotente, repentinamente tomam posse de todas as grandes universidades e
grandes institutos de pesquisa. Passadas décadas, quão longe tais gênios
tementes a Deus poderiam ir? Eles certamente poderiam descreditar toda teoria
científica alguma vez proposta que não incluísse uma rigorosa concepção de
Deus. Eles também poderiam propor elaborados modelos de composição própria
tanto centrados em Deus como perfeitamente de acordo com todo dato empírico já
observado. Mas a pergunta de um milhão de dólares é: Elesprovariam a
existência de Deus?
A resposta é não. Eles certamente
tornariam o ateísmo uma postura irrazoável e que nenhuma pessoa inteligente
teria a esperança de justificar. E eles elaborariam uma visão abrangente do
mundo como dependente de Deus em todos os aspectos. Mas eles não provariam que
Deus existe. O naturalismo os impediria de apresentarem dados e evidências
transcendentais aos cinco sentidos, e a falsificação os impediria de
estabelecerem qualquer espécie de verdade conclusiva. Presos por tais algemas
ideológicas da ciência convencional que limita toda investigação adesprovar teorias
por meio de dados naturais, eles jamais seriam capazes de produzir evidências
positivas de uma entidade sobrenatural.
Então, onde ficamos nós, os
racionalistas espiritualmente indagadores? Se, mesmo em tal cenário ideal, a
ciência convencional não poderia nos dar a satisfação de saber que Deus existe,
resta-nos apenas a fé cega no que as autoridades nos dizem? Não há nenhuma
forma de se empregarem métodos racionais de observação e experimentação a fim
de se compreender o Supremo? As escrituras védicas da antiga Índia
disponibilizam-nos precisamente tal alternativa.
Raízes Iluministas
Para apreciarmos o valor do que a
literatura védica oferece, devemos, primeiramente, compreender que o
estabelecimento científico estima o naturalismo e a falsificação em virtude
desses ajudarem na distinção entre ciência e pseudociência. Os pesquisadores
atuais são descendentes intelectuais do Iluminismo, um movimento na Europa
oitocentista que mudou a visão da humanidade dos céus para a terra e cujos
proponentes estimam a razão e o progresso sobre o dogma e a tradição. Deste
modo, os membros da comunidade científica constantemente buscam delimitar a
ciência de sorte a explorar o mundo através da razão e do intelecto, um caminho
que é aberto ao empenho e à iniciativa individuais. Em contraste, eles
vigilantemente expulsam ao reino da pseudociência qualquer abordagem que vejam
como dependente de emoções subjetivas ou de recepção passiva, o que, para eles,
comumente inclui religiões de todo tipo. Tanto o naturalismo como a
falsificação auxiliam em tal separação, daí os pesquisadores do mainstream terem
aceito-os como doutrinas.
Reconhecendo que a motivação
fundamentadora de sua aceitação é bona
fide – distinguindo indagações disciplinadas de
alegações caprichosas – uma questão crítica é se tais doutrinas são o único
meio para a obtenção desse fim, inobitenível pela aplicação da sabedoria
védica. Enquanto evitando as armadilhas que o naturalismo e a falsificação
apresentam, a literatura védica nos dá um meio para obtermos o conhecimento,
meio este, no entanto, rigoroso, sistemático e verificável. Na verdade, o
método védico tradicional para se conhecer a Deus – como apresentado em
escrituras como o Bhagavad-gita e
o Srimad-Bhagavatam –
é um modelo de boa ciência, embora uma ciência adaptada de maneiras inevitáveis
para o estudo do espírito.
Métodos
de Ciências Brandas
A primeira adaptação – que, em
virtude de sua natureza óbvia, é quase indigna de menção – é a compreensão de
que Deus é uma pessoa com a qual se deve lidar de acordo, não como umsubstratum inerte
do universo que podemos escavar e colocar no microscópio. Assim, se vamos olhar
para a ciência como um modelo, devemos olhar para as ciências sociais, e não
tanto para as ciências naturais.
Certamente, muitos cientistas
“rígidos” fazem escárnio da ideia de disciplinas como psicologia, sociologia e
economia serem consideradas ciências, mas isto não impediu legiões de homens
pensadores a tentarem aplicar o método científico para estudar os seres humanos
e suas sociedades. Tais cientistas sociais são forçados simplesmente a levar em
conta em suas áreas qualidades como a autoconsciência e a autodeterminação, o
que os cientistas naturais, que pesquisam matéria inerte e espécies subumanas,
geralmente se dão a liberdade de ignorar. Uma vez que mesmo o estudo de humanos
como agentes conscientes é uma temática para a ciência social, por que
usaríamos os métodos das ciências naturais para estudar Deus? Se ainda há
dúvidas, Ele é sobre-humano.
Como, então, poderíamos definir a
ciência socioespiritual da literatura védica? Podemos definir a ciência social
convencional ou similar como “a observação objetiva do reino natural através
dos sentidos e de suas extensões”. Dado, todavia, que Deus é conhecido na
literatura védica como Adhokshaja (aquele além do alcance dos sentidos) e
Achintya (inconcebível), a necessidade de se adaptar tal definição ao estudo da
transcendência revela-se óbvia. Uma definição para a ciência transcendental que
leva em conta a natureza transcendental de Deus poderia ser “a experiência
subjetiva do reino transcendental através da consciência e de acordo com a direção
das escrituras reveladas”.
Tal definição deixou de ser
científica? Srila Prabhupada parece acreditar que não; ele se referia à prática
da vida espiritual como a “ciência da autorrealização”. Revisemos os
componentes dessa ciência e vejamos se tal perspectiva é justificada.
Para começarmos, a nossa nova
definição de ciência envolve subjetividade ao invés de objetividade. A ciência
moderna, no entanto – através do princípio da incerteza de Heisenberg e da
física quântica – trouxe o observador para dentro das equações físicas e o
impediu de permanecer seguro na lateral do campo. Assim, a presença e as
percepções da pessoa no ato de mensurar tingem sob todos os aspectos a
mensuração, e não existe tal realidade expressa como conhecimento independente
do conhecedor. Sim, tais verdades operam na escala quântica infinitesimal, mas
o ponto é que a ciência convencional mostrou essencialmente que a objetividade
é ilusória; de forma prática, portanto, não podemos ser criticados por falar em
ciência com base em experiências subjetivas.
O próximo componente de nossa
definição de ciência espiritual é o uso da consciência, ao invés de nossos
sentidos físicos, como nosso instrumento primário de pesquisa. Isto obviamente
viola a doutrina do naturalismo metodológico, a qual restringe as mensurações a
instrumentos que expandem os sentidos; mas nossa definição ainda é científica
em termos significativos?
Isomorfismo
Consideremos o princípio de
isomorfismo, que dita que o instrumento usado para mensurar certo fenômeno deve
ser apropriadamente compatível ao fenômeno. Depender unicamente dos cinco
sentidos e de suas extensões mecânicas em nossa busca por Deus viola este
princípio, visto que eles são capazes de perceber apenas matéria e visto que o
nosso assunto é espiritual. Considerando essa limitação, é simplesmente
razoável substituí-los por uma ferramenta de mensuração mais apropriada.
Dogmaticamente ater-se somente aos instrumentos com os quais se está
familiarizado ou com os quais se sente confortável – em face de sua óbvia
impropriedade – é o sinal de um pesquisador destituído de razão, e não de um
bom cientista. Como escrito décadas atrás pelo famoso químico John Platt no
periódico Science:
Esteja atento ao homem de um método
ou de um instrumento, seja experimental ou teorético. Ele tende a se tornar
orientado pelo método ao invés de orientado pelo problema. O homem orientado
pelo método está algemado; o homem orientado pelo problema está, pelo menos,
ascendendo livremente em direção ao que é mais importante.
Caso queiramos pesquisar com sucesso
a existência de Deus; como bons cientistas, devemos nos valer de qualquer
método que melhor se adéque ao problema em mãos. A literatura védica nos
informa que, a fim de compreender o espírito supremo, a consciência suprema, o
eu supremo, o único instrumento adequado é o nosso próprio espírito, nossa
própria consciência, o nosso próprio eu. Na verdade, apenas em nossa capacidade
como porções de Sua divindade podemos nos conectar com Deus.
O Uso da Consciência para a
Investigação acerca de Deus
Tendo sagaciosamente escolhido a
consciência como o nosso instrumento, como devemos aplicá-la? É neste ponto que
a orientação das escrituras reveladas se torna crucial. Seguir as escrituras
significa estudar Deus em Seus próprios termos, pois Ele é a fonte última das
escrituras.
Adaptações às necessidades e demandas
de um tema não é algo alheio à pesquisa sociocientífica convencional.
Consentimento e acesso são da maior importância visto que os seres humanos não
podem ser manipulados contra a vontade deles como se fossem meras vias de
elementos químicos ou chimpanzés de laboratório. Se tais considerações são
críticas para o estudo de pessoas ordinárias, não devemos nos surpreender com a
constatação de que são importantes no estudo de Deus. Se queremos ser
bem-sucedidos, precisamos que Ele consinta com o nosso estudo e nos permita ter
acesso a Ele. Nós talvez consideremos esse posicionamento subordinado como
intragável, mas devemos aceitar que estamos tentando nos encontrar com a pessoa
mais ocupada, mais rica, mais poderosa e mais famosa na existência.
Pesquisadores de ciências sociais
frequentemente falam de pessoas criticamente posicionadas que podem ajudá-los a
fazer importantes contatos como “guarda-cancelas”. Como resultado, Deus tem
seus próprios guarda-cancelas, e precisamos trabalhar com eles para obtermos
uma audiência com Deus, da mesma forma com que trabalharíamos com uma
hierarquia corporativa para arranjarmos um encontro com um CEO.
Para a nossa fortuna, Deus apresenta
elaboradamente no Bhagavad-gita os
procedimentos pelos quais podemos ganhar acesso a Ele. Dentre esses, o mais
fundamental é a necessidade de se aceitar um guru. Tal movimentação é não-científica? De forma
alguma. Assim como qualquer doutorando aprende a arte de pesquisar com um
orientador, o aspirante espiritual também deve receber instruções de um
especialista. Qualquer pesquisador experiente, seja do espírito ou da matéria,
pode transmitir técnicas e práticas melhores.
A abordagem védica para o
conhecimento de Deus viola, deste modo, a doutrina do naturalismo em sua
aceitação de métodos sobrenaturais; ela é, no entanto, surpreendentemente
consistente com o espírito científico, e mesmo com muitos de seus princípios
essenciais. Trata-se de uma ciência aprimorada, dado que permite acesso a uma
dimensão de realidade inteiramente diferente, mas de modo sistemático e
passível de repetição.
E quanto ao outro impedimento do
conhecimento científico convencional para o acesso a Deus, a doutrina da
falsificação? Como a ciência da literatura védica aborda essa limitação?
Duas
Perspectivas de Conhecimento
Mais uma vez, um pouco de discussão
preliminar se faz necessário antes que possamos responder tais questões. A
ciência convencional e a ciência védica possuem perspectivas dramaticamente
divergentes acerca do conhecimento. A primeira defende que os seres humanos não
podem conhecer algo positiva e independentemente. Ao contrário, com base em
dados empíricos, que coletamos observando e interagindo com o mundo físico, nós
constantemente refinamos o que nós consideramos a verdade. Nossa base de
conhecimento é, portanto, relativa e sempre em mutação.
Em última instância, o significado
disso é que, em verdade, não conhecemos nada. Eu talvez possa dizer que o Sol nascerá amanhã ou
que há um país chamado China do outro lado do mundo, mas o meu pretenso
conhecimento é baseado apenas em minha experiência. Se, amanhã, o Sol não
nascer ou se pego um avião para a China e descubro que ela não existe, eu certamente
revisaria a minha consideração de verdade. O conhecimento dependente de hoje é
a mitologia de amanhã. À luz de tal compreensão de conhecimento, a doutrina da
falsificação tem sentido. Nós não podemos saber verdadeiramente o que é a
verdade, então usemos o nosso tempo simplesmente expondo o que definitivamente não é
verdade e aceitemos o que sobrar como bom o suficiente por ora.
As escrituras védicas apresentam uma
visão de conhecimento diferente. Elas clamam podermos conhecer as coisas de
modo certo, intrínseco e independente. Este conhecimento absoluto não é sujeito
aos fluxos de nosso mundo sempre a mudar. De forma nada surpreendente, tal
princípio acomoda da forma mais poderosa e gloriosa a pergunta cuja resposta
mais deveríamos querer: Deus existe? Soa excelente, talvez digamos, mas este
conhecimento proposto como absoluto é científico? Certamente ele o parece ser.
Conquanto apresentado em escrituras reveladas, a pessoa não precisa aceitá-lo
cegamente, com base unicamente nas palavras e nas experiências de outra pessoa.
Em verdade ao espírito de indagação científica, ele pode ser verificado por
empenho individual.
Mais
Científico do que a Ciência
De fato, alguém poderia argumentar
que esse processo é até mesmo mais científico do que a ciência convencional,
mas, afinal, por que tantas pessoas escolhem a ciência em vez de, digamos,
religião como um meio para a aquisição de conhecimento? Suponho que assim o é
porque, se terão de depender de informações oriundas de uma fonte externa, em
detrimento de alguma sorte de figura de autoridade, eles preferem seus próprios
sentidos (que são uma fonte externa no sentido de que sou diferente de meus
olhos, os quais podem me enganar – e de fato me enganam). Ao menos, eles estão
envolvidos, assim, no processo, e não se encontram meramente como recipientes
passivos. A literatura védica, entretanto, declara fortemente que você não tem
que depender de alguma fonte externa – você pode conhecer pessoalmente. O
conhecimento não necessita ser externamente dependente, seja de uma figura de
autoridade, seja de nossos próprios sentidos, mas pode tornar-se algo
genuinamente interno. O que poderia ser mais satisfatório a pessoas que querem
ver por si mesmas?
Desta maneira, o método védico nos
permite transcender as restrições da falsificação e adquirir conhecimento
positivo verdadeiro, mas de um modo harmonioso com ideias científicas, como
observação independente e verificação.
É claro que começamos pela aceitação
da versão das escrituras com base em fé, mas, novamente, será isto algo tão
imensamente não científico? Toda pesquisa investigativa convencional começa com
uma hipótese, uma formulação do que o pesquisador espera encontrar. Esse
pressentimento pode advir de teoria, observação, pesquisa pretérita,
experiência de vida, intuição – de qualquer fonte. Enquanto os métodos usados
na investigação das hipóteses forem rigorosos, sua fonte é irrelevante. Assim,
por que não começar pelas escrituras?
Portanto, mesmo antes de começarmos a
nossa investigação, as escrituras têm sim um importante papel. A fim de que não
tenhamos problemas imaginando como é ter tal conhecimento positivo, as
escrituras usam analogias para nos inspirar. O Senhor Krishna explica na
abertura do capítulo mais confidencial do Bhagavad-gita(Capítulo 9) que o conhecimento que Ele está
prestes a descrever concede “experiência direta” (pratyaksha). Muito
embora a temática sendo discutida seja claramente espiritual, a palavra
sânscrita utilizada é a mesma usada em sensações físicas. E, caso isto não
baste para nos transmitir a ideia, o Srimad-Bhagavatam (11.2.42)
nos assegura:
Devoção, experiência direta do Senhor
Supremo e desapego das outras coisas – estes três ocorrem simultaneamente para
aquele que se refugia na Suprema Personalidade de Deus, da mesma forma que
prazer, nutrição e alívio da fome manifestam-se simultânea e crescentemente a
cada mordida para uma pessoa ocupada em comer.
Seguindo fielmente os procedimentos
dados por Deus na literatura védica, podemos esperar experimentá-lO de um modo
tão tangível como experimentamos uma refeição. E isto não se restringe a uma
experiência interior. Ao contrário, tanto o Bhagavad-gita(6.30) quanto o Srimad-Bhagavatam (11.2.45)
nos informam que, em certo estágio de avanço, veremos Deus em tudo e em todos.
Neste ponto, deve estar claro que o
que é oferecido pela literatura védica é um meio genuinamente científico para
se conhecer Deus. Ao invés de invocar mero sentimentalismo ou fé cega,
apresenta um processo coerente que incorpora tanto razão como empenho
individual, e então convida as almas desejosas a fazerem sua própria
investigação. Então, para aqueles de nós que realmente querem pesquisar a
existência de Deus, a dificuldade é clara:
Correndo sobre os dois trilhos do
naturalismo e da falsificação, a locomotiva da ciência convencional pode nos
levar até certa distância na direção correta. Cedo ou tarde, entretanto, temos
que embarcar no aeroplano da ciência védica para alcançarmos o nosso destino
desejado. Por que, então, esperar até o fim dos trilhos?