quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ESTRELA SÍRIUS E A HISTÓRIA HUMANA


Alinhamento de Sírius e o Cinturão de Órion - 6min.
Sirius B - Um Planeta de Luz - 
 Publicado em "Planeta Terra e os Ets"

OS DOGON E O MISTÉRIO DE SÍRIO

por 
Javier Garrido B., 
original em Paraciencias al Día

U
ma etnia relativamente primitiva da África ocidental parece possuir dentro de sua sabedoria tradicional conhecimentos astronômicos muito precisos sobre o sistema estelar de Sírio, que só são possíveis de obter utilizando refinados recursos tecnológicos. Nos referimos, obviamente, aos Dogon.
Os mitos deste povo conteriam referencias claras à companheira invisível de Sírio, uma anã branca que foi predita pela ciência em 1844 e descoberta em 1862. Mais que isso, a descreveriam com detalhes tão exatos quanto surpreendentes, considerando-a como muito pequena e formada pelo metal mais pesado do mundo, e com um período orbital de 50 anos, virtualmente idêntico ao calculado pela astronomia ocidental.

À primeira vista, isto parece impossível. Os Dogon só podem ter recebido um conhecimento desta classe de uma civilização cientificamente avançada. Extraterrestre? Atlante? Ou quem sabe simplesmente da civilização tecnológica geograficamente mais próxima deles, a Ocidental?

Sobre o suposto mito Dogon criou-se um segundo mito, adventício e moderno, que se iniciou quando Robert Temple publicou em 1975 o famoso livro “The Sirius Mystery” (“O Mistério de Sírio”). Este “mito sobre o mito” inclui a visita de seres extraterrestres a Terra em um passado remoto. O artigo seguinte revisa diversos aspectos do tema.
Explicações
Se aceitarmos que os Dogon efetivamente possuem extraordinários e precisos conhecimentos astronômicos que se encontram muito além de suas capacidades tecnológicas, é obrigatório perguntar de que maneira obtiveram essa informação. A resposta de Robert Temple já é conhecida: de visitantes do espaço exterior provenientes de Sírio. Alguns representantes do movimento Afro centrista (como Adams, Van Sertina e Welsing) têm, por seu lado, propostas não menos interessantes: sustentam que a extrema acuidade dos olhos escuros (!!!) dos povos de raça negra lhes permitem distinguir Sírio B a olho nu, ou que a melanina atua de modo similar a um telescópio infravermelho, ou recorrem aos egípcios, que como não podemos ignorar, dispunham de poderosos telescópios (!!!), e, além disso, como se fosse pouco, eram de raça negra (nenhuma destas três “hipóteses”, se a chamarmos assim, têm o menor fundamento; o suposto telescópio egípcio se baseia em uma também suposta descoberta russa de uma suposta lente perfeitamente esférica, que mesmo no caso – ainda duvidoso – de que exista não poderia servir para construir um telescópio útil de nenhuma forma).

Uma linha de argumentação muito mais sóbria foi oferecida por Ian Ridpath e Carl Sagan (entre outros), na polêmica que surgiu na publicação de The Sirius Mistery. Sagan e Ridpath sugeriram que os conceitos astronômicos modernos incluídos dentro da mitologia Dogon poderiam ter sido assimilados por esta em uma época muito recente, possivelmente pouco antes que esses mitos fossem registrados por Griaule e sua equipe nos anos trinta e quarenta. Para apoiar esta hipótese notaram que nessa época todos os conhecimentos astronômicos atribuídos aos Dogon (incluindo certo número de erros óbvios) já estavam estabelecidos na astronomia moderna já há um bom tempo. Por exemplo, a companheira de Sírio era conhecida desde 1862. É claro que os Dogon não poderiam ter adquirido essa informação sem ter mantido contato com uma civilização tecnologicamente avançada; entretanto de acordo com a proposta de Sagan e Ridpath, essa civilização muito provavelmente foi terrestre e não extraterrestre. Os Dogon poderiam ter recebido esses conhecimentos de viajantes, exploradores, comerciantes ou missionários, integrando-os sem grandes conflitos em seus mitos tradicionais. Também podem tê-los recebidos através de escolas francesas locais, ou talvez os membros da etnia que lutaram com o exército francês durante a I Guerra Mundial os ouviram.

Sagan comentou o problema em certa extensão em seu livro “O Romance da Ciência” (Broca’s Brain), no capítulo “Anões Brancas e homenzinhos verdes“. Ele começa afirmando que “não há razão alguma para duvidar dos relatos de Griaule” (sobre isto falaremos depois). Mais adiante encontramos uma cautelosa observação que é muito citada por crédulos:

À primeira vista, a lenda de Sírio elaborada pelos Dogon parece ser a prova mais séria em favor de um antigo contato com alguma civilização extraterrestre avançada.
O que não é tão citado é o que está logo depois:

Não obstante, se examinarmos com mais atenção o tema não devemos ignorar que a tradição astronômica dos Dogon é puramente oral, que não podemos reconstruí-la com absoluta certeza anteriormente aos anos 30 do século XX e que seus diagramas não são nada além de desenhos traçados com um pedaço de pau sobre a areia.

Sagan ressalta a “riquíssima e detalhada gama de material legendário” da mitologia Dogon, e nota que “onde há uma notável riqueza legendária há, portanto, uma probabilidade muito mais elevada de que algum dos mitos sustentados coincida acidentalmente com descobrimentos da ciência moderna“. Ele ressalta que a hipótese de uma estrela associada a Sírio A “pode ter derivado naturalmente da mitologia Dogon, na qual os gêmeos desempenham um papel central“. Sagan admite, porém, que isto não explica as referências precisas ao período de revolução e à densidade de Sírio B:

A conclusão imediata é que o dito povo manteve contatos com uma civilização tecnicamente avançada. A única questão a resolver é: que civilização, extraterrestre ou européia?

Sagan considera muito mais provável um contato recente dos Dogon com a astronomia ocidental que com hipotéticos alienígenas em um passado remoto, e imagina desta forma o encontro:

Vejo com os olhos de minha imaginação um visitante francês que no começo deste século [XX] chega ao território Dogon, no que então era a África Ocidental francesa. Quem sabe fosse um diplomata, um explorador, um aventureiro ou um pioneiro dos estudos antropológicos. [...] A conversação começou a girar em torno do tema astronômico. Sírio é a estrela mais brilhante do céu. O povo Dogon obsequiou o visitante com sua mitologia sobre a estrela. Logo, com um sorriso, cheios de expectativa, talvez tenham perguntado ao visitante pelo seu mito sobre Sírio [...] E é também bem possível que, antes de responder, o viajante consultasse um carcomido livro que levasse em seu equipamento pessoal. Dado que então a obscura companheira de Sírio era uma sensação astronômica da moda, o viajante intercambiou com os Dogons o espetacular mito por uma explicação rotineira. Uma vez abandonada à tribo, sua explicação permaneceu viva na recordação, foi reelaborada e muito possivelmente, incorporada à sua maneira no corpo mitológico Dogon, ou no mínimo, em um de seus ramos colaterais. [...] Quando Marcel Griaule realizou suas investigações mitológicas nas décadas de 30 e 40, se encontrou anotando uma versão elaborada de seu próprio mito europeu sobre a estrela Sírio.

Sagan também lembra que nas primeiras décadas do século “a peculiar natureza de Sírio B foi amplamente difundida em livros, revistas e periódicos”, em um debate que “impregnou a imprensa científica da época e pôde alcançar toda pessoa medianamente inteligente e culta”. O tema estava, então, em foco na época, antes que Griaule iniciasse suas investigações. Os crédulos julgam inverossímil ou absurda a possibilidade de integração dentro de uma mitologia de um conhecimento exógeno procedente de outra cultura terrestre em um lapso de tempo muito curto (ah claro!, e como conseqüência é muito mais “lógico” e plausível que ela provenha de seres anfíbios de Sírios…). Mas Sagan ressalta que esse processo já ocorreu outras vezes, que está bem documentado, e cita diversos exemplos, em especial as experiências do Dr. Carleton Gajdusek com os habitantes de Nova Guiné. E conclui:

São muitas as explicações alternativas para o mito de Sírio
 para que possamos considerá-lo como prova conclusiva 
de contatos extraterrestres no passado.


Para que tal processo de assimilação possa ocorrer, é uma condição indispensável que o povo em questão tenha tido contato com elementos de outras culturas. Mas os Dogon sempre são descritos pelos defensores da hipótese extraterrestre como uma etnia excepcionalmente remota e isolada, como se nunca tivessem visto o homem branco antes que Marcel Griaule e sua equipe os visitassem nos anos trinta. Isto é correto? Não, não é. Os Dogon habitam a África Ocidental, não a Lua, e a África Ocidental em geral, e a região do Níger em particular, estiveram na mira dos interesses coloniais europeus desde o século XVIII. O famoso explorador escocês Mungo Park já andou por essas regiões em suas expedições de 1795 e 1805. Em 1927 René Caillé conseguiu chegar a Timbuktu, a algumas centenas de quilômetros ao norte da área geográfica dos Dogon. A penetração colonial francesa no território do atual Mali começou já em 1850; em 1880 a zona já havia se tornado um protetorado, e sua conquista se completou em 1898.

Desde 1907 havia escolas francesas na área geográfica dos Dogon, e há referência de membros da tribo servindo ao exército francês durante a Primeira Guerra Mundial. Em seus contatos com os Dogon Griaule utilizou intérpretes locais, incluindo alguns que trabalharam para o governo colonial francês (só falta aqui que alguém sugira que o domínio da língua francesa também é parte do legado milenar dos Nummos alienígenas). À vista destes feitos torna-se bastante difícil continuar considerando os Dogon como um povo remoto e intocado, isolado da civilização ocidental.

Outro detalhe interessante é que não existe nenhum registro dessa “extraordinária sabedoria” astronômica anterior aos anos trinta, ou seja, antes dos trabalhos de Griaule e sua equipe. Nem sequer há uma nota de algum dos viajantes e exploradores ocidentais que atravessaram a região desde os fins do século XVIII. Isto apóia a idéia de uma inclusão muito recente de dados astronômicos modernos dentro de uma cosmogonia antiga. Sigamos rumo a outro dado ainda mais surpreendente: da mesma maneira que não existem registros anteriores a Griaule de que os Dogon tinham inexplicáveis conhecimentos astronômicos, tampouco outros antropólogos que trabalharam sobre o terreno depois dele conseguiram confirmar tais descobrimentos. Mas sobre isso falaremos mais extensamente logo mais.











Por outro lado, as alegadas afirmações dos Dogon a respeito do sistema estelar de Sírio são chocantemente similares às especulações dos astrônomos europeus da década de vinte, incluindo vários erros que hoje são bem óbvios. Por exemplo, os astrônomos dessa época sabiam, devido aos seus efeitos gravitacionais e sua escala de magnitude, que a companheira de Sírio era extremamente pesada, com uma densidade ao redor de 60.000 vezes superiores à da água. De fato, foi à primeira anã branca descoberta; nos anos vinte isto causou sensação, já que não se tinha notícia de nenhum outro objeto similar. No suposto mito Dogon, isto se refletiria na descrição que eles fazem de Digitaria, ao considerá-la como a coisa mais pesada do universo. Muitas outras estrelas anãs são tão ou mais pesadas que Sírio B, por exemplo, as estrelas de nêutrons. Só que os astrônomos da época não conheciam este dado, nem tampouco devemos dizer, os sacerdotes Dogon.

Pelo visto, os conhecimentos astronômicos dos “Nummos”, apesar de dominar a viagem interestelar, não estavam muito além do que sabiam os astrônomos terrestres nas primeiras décadas do século XX. O mesmo pode ser dito da teórica segunda companheira de Sírio, Sírio C, tão generosamente identificada como Emme Ya (mas isto merece um comentário mais detalhado, mais abaixo).

Outros erros são muito mais grosseiros, como a extraordinária notícia de que Digitaria ocupava em outra época a atual posição do Sol. Se passarmos do espaço interestelar ao sistema solar, o panorama é ainda mais desalentador: tratam-se de conhecimento superados não na década de vinte, mas em muitos casos em um século ou mais. Saturno é identificado erroneamente como o planeta mais distante do sistema solar, deixando de lado Urano, descoberto em 1781 por Herschel, e a Netuno, predito por Leverrier em 1846 e identificado por Galle no mesmo ano (sem falar de Plutão). Este dado por si já põe em dúvida que a fonte original dos conhecimentos Dogon sejam sábios extraterrestres, já que eles não teriam ignorado dois planetas tão consideráveis. Da mesma forma, só se mencionam as quatro luas galileanas de Júpiter, quando na realidade esse planeta tem pelo menos 16 satélites. Algumas outras omissões são também curiosas: mencionam-se os anéis de Saturno, mas não se diz uma palavra sobre os que circundam outros planetas maiores. Por exemplo, os anéis de Urano foram descobertos em 1977. Seria uma observação demasiadamente detalhista? Na verdade, é certo que os anéis de Saturno são consideravelmente mais conspícuos que os de seus companheiros, mas também é certo que o que se está julgando aqui é verossimilhança de um conhecimento revelado aos humanos por nada menos que uma super-raça extraterrestres tecnologicamente avançada; com uma fonte desse porte devemos ser exigentes e reclamar por precisão nos detalhes. E resulta bastante contraditório que o nível de detalhe que nos é oferecido pelos Dogon, no que se refere ao sistema solar, seja equivalente ao nível que a astronomia moderna tinha em meados do século XVIII, ou que poderia ser obtido por um pequeno telescópio levado junto do equipamento de um explorador de finais do século XIX e começo do século XX.

Como já se notou antes, a possibilidade de que os Dogon tenham adquirido conhecimentos astronômicos a partir de fontes modernas foi qualificada de inverossímil pelos defensores radicais da hipótese extraterrestre (e também dos Afro centristas, que a rejeitam por ser “eurocêntrica”). As críticas já foram feitas no sentido de julgar improvável que um processo assim pudesse ocorrer, em um lapso de tempo limitado, como também de reivindicar uma grande idade às tradições que falam desses conhecimentos. Quanto ao primeiro ponto (deixando de parte os exemplos citados por Sagan e que foram citados antes), o próprio Robert Templo nos oferece (inadvertidamente) o que pode ser uma evidência bastante óbvia de assimilação de uma crença exógena por parte da mitologia Dogon. O personagem a quem se refere (apesar de denominado “Nummo”) é facilmente reconhecível:

“O Nummo foi crucificado e ressuscitou, 
e no futuro retornará para visitar a Terra, desta vez na forma humana”.


Um Nummo crucificado que logo ressuscita? Essa não parece muito à classe de informação que seria de se esperar de alienígenas que dominam a técnica da viagem interestelar, mas sim o catecismo de algum pregador cristão (com uma Segunda Vinda incluída). Também existem outros exemplos de histórias bíblicas que os Dogon assimilaram em seus mitos, como a arca de Noé que aparece no Gênesis, e que eles consideram como uma lenda própria.

Com respeito à grande antiguidade das tradições que falam de Sírio e de suas acompanhantes, também são necessários alguns esclarecimentos. Afirma-se que a antiguidade demonstrada das cerimônias Sigui é de 700 anos (datando, portanto, ao século XIII D.C.). Mais uma vez, a fonte original desta afirmação é o trabalho de Marcel Griaule. A prova material que se oferece neste ponto são as máscaras empregadas pela sociedade Awa nessas cerimônias, que depois de cumprir sua função não são jogadas fora, mas sim guardadas em refúgios protegidos. Antes de prosseguir, talvez seja conveniente lembrar que Griaule não dispunha de um método fidedigno para datar as máscaras encontradas nesses refúgios, já que o método de Carbono 14 não foi inventado por Willar Libby antes de 1947, e esta parte de sua investigação foi realizada em 1938. Como conseqüência, ele realizou uma extrapolação, contando as máscaras que haviam em um refúgio em particular (oito, os restos de uma nova, e três montes de pó que assumiu que correspondiam a três máscaras adicionais), e estimando que fosse feita uma máscara nova a cada 60 anos, concluiu que a cerimônia Sigui remontava até o século XIII. Entretanto em outros refúgios havia somente três ou quatro máscaras, o que torna a questão um pouco confusa. Podemos especular, por exemplo, que bastaria que algumas máscaras fossem movidas de um refúgio a outro em algum momento do passado para que esta cronologia venha abaixo.

De qualquer maneira, aqui é oportuno recalcar um ponto que é freqüentemente ignorado na discussão da antiguidade do conhecimento de Sírio B: que as máscaras e a cerimônia Sigui remontem a um passado remoto não diz absolutamente nada a favor ou contra a idéia de que os Dogon conheciam Sírio B desde tempos imemoriais caso a cerimônia Sigui esteja relacionada apenas com Sírio. Sírio A é por si um objeto astronômico atraente; de fato é a estrela mais brilhante do firmamento (com uma magnitude de – 1,4). Ela chama a atenção de qualquer observador do céu mesmo que ele não saiba que ela é circundada por uma ou mais companheiras invisíveis. Os Dogon (como os antigos egípcios) podem muito bem lhe conferir um papel central em seus mitos sem necessidade de ter conhecimento da presença de Sírio B, e assim celebrar em sua honra a mencionada cerimônia.

Além do mais, existem alguns detalhes que levam a ainda mais dúvidas de que a cerimônia Sigui realmente tenha algo a ver com Sírio B. Para começar, o suposto nome que os Dogon dão à brilhante Sírio A: Sigu tolo, querendo significar “estrela de Sigui”. A estrela de Sigui é assim Sírio A, apesar da teórica preponderância da invisível Digitaria. Em segundo lugar é bem chamativo que os Dogon tenham optado por celebrar a cada sessenta anos (aproximadamente) uma cerimônia em honra a um corpo estelar que não podem ver cujo período orbital é de cinqüenta anos (também aproximadamente). Seria muito mais congruente que celebrassem a cada 50 anos.

Outra “prova” material que sempre é trazida à tona neste ponto é um diagrama simbólico que os Dogon identificam como “o ovo do mundo”. Segundo os divulgadores, trata-se de um “preciso diagrama orbital”, no qual Sírio A se encontraria em um dos focos da elipse. Robert Temple já chegou a afirmar a respeito que “a analogia é tão surpreendente que até mesmo o mais leigo está em condições de constatar a identidade das duas configurações até os mínimos detalhes”. Soa impressionante, mas a impressão dura só até que invistamos uma olhada (que seja com um olho inexperiente) ao desenho citado. A primeira coisa que se observa é que há um excesso de corpos “estelares” dentro do “sistema”: nada menos que nove. Por que tantos? Só deveriam haver dois: Sigu tolo e Po tolo. Por pressuposto, Emme Ya (“o sol das mulheres”) e seu satélite não tinham por que aparecer, uma vez que já nos foi advertido que recorrem em sua trajetória a uma distância muito maior que Digitaria.

Qualquer pessoa diria que o “preciso diagrama orbital” não é de nenhuma forma tão preciso. Uma segunda olhada descobre outra anomalia: na realidade se trata de um diagrama orbital muito estranho, já que na suposta órbita não há nenhum corpo. A estrela que deveria estar sobre a órbita (Po tolo) na realidade se encontra dentro dela. Pelo visto, o que realmente surpreende não é a analogia (inexistente) entre o “ovo do mundo” e um diagrama orbital, mas sim que alguém possa fingir que exista uma “identidade das duas configurações, até nos mais mínimos detalhes”. Outra vez, o que se apresenta como “prova” de uma afirmação extraordinária cai muito abaixo de qualquer nível de exigência, em especial quando nos é oferecido primores de precisão que não aparecem em parte alguma.

 
 Acima, à esquerda: o “ovo do mundo”, tal como é representado pelos Dogon. À direita: a interpretação moderna, que o converte em um “preciso diagrama orbital”. Nenhum dos numerosos objetos englobados dentro do ovo está sobre a pretensa “órbita”; dentro do “ovo” se encontram também corpos que não têm por que estar ali, como Emme Ya (Sírio C?) e Nyân tolo, que segundo a suposta tradição Dogon estão a uma distância muito maior de Sírio A que Digitaria (Po tolo).
Tripla?
É muito pouco estimulante o fato de que virtualmente todos os extraordinários conhecimentos cosmológicos atribuídos aos Dogon já estavam firmemente assentados dentro da astronomia moderna antes que os antropólogos franceses visitassem esse povo. Por exemplo, se dentro dessa suposta “sabedoria tradicional” existisse referência a algum dado obscuro, só descoberto muito recentemente, (como os anéis de Júpiter, que eram desconhecidos antes da exploração da Voyager 1) o “mistério” poderia ser considerado como quase que insolúvel de uma perspectiva mundana. E segundo nos dizem os divulgadores do “mistério de Sírio”, com Robert Temple à frente, essa é exatamente a situação. Um descobrimento bombástico veio a demonstrar que os conhecimentos astronômicos dos Dogon estavam à frente da ciência ocidental. Concretamente, estamos falando do “descobrimento” de Sírio C. Na primeira edição de seu livro, Temple fez esta significativa “profecia”:
“Se Sírio C chegar a ser descoberta,
 e se constatarmos que é uma anã vermelha, 
eu concluirei que a informação dos Dogon foi completamente validada”
Recordemos que os Dogon não descrevem Sírio como um sistema binário (Sírio A – Sírio B), mas sim parecem falar de um sistema muito mais complexo, um sistema estelar no mínimo triplo (no momento vamos nos abstrair dos outros elementos): Sigu tolo, Po tolo e Emme Ya. É um dado bem conhecido desde a metade do século XIX que Sírio é um sistema binário, mas só em 1995 foi encontrada evidência de que haveria um terceiro componente. Nesse ano, os astrônomos franceses Daniel Benest e J.L. Duvent publicaram em “astronomy and Astrophysics” um artigo intitulado Is Sirius a triple star?

, No qual baseando-se na análise orbital da binária Sírio A-B, e com a ajuda de uma simulação numérica, apóiam a idéia da triplicidade de Sírio. Deve-se notar aqui que no citado artigo Benest e Duvent não pretendem “ter descoberto” que Sírio é tripla, mas sim que consideram altamente provável que assim seja. De acordo com seus cálculos, a teórica Sírio C seria uma pequena anã vermelha que descreveria sua órbita ao redor de Sírio A em uns 6 anos. Até agora, não foi possível confirmar visualmente esse descobrimento.

O certo é que, confirmada ou não, aos divulgadores a “descoberta” de Benest e Duvent caiu como uma luva, e eles não deixaram de tirar proveito dela desde o primeiro instante, apresentando-a como uma clamorosa confirmação da conexão entre o povo Dogon e os antigos visitantes do espaço exterior. E como seria de se esperar, antes de tudo, o próprio Robert Temple aproveitou para lançar uma nova edição de seu livro. Curiosamente, o fato de que a suposta “Emme Ya” dos Dogon tem poucas características em comum com a estrela anã de Benest e Duvent não parece incomodá-los. Por exemplo, o suposto período orbital de Emme Ya seria de 50 anos, consideravelmente maior que os seis anos que estimam Benest e Duvent para sua anã vermelha. Sem falar que caso essa estrela exista, teríamos que demonstrar que tem ao seu redor um sistema planetário, e que neste sistema há condições para que evolua a vida e uma civilização tecnológica como a dos fantásticos “Nummos” da lenda (e isto, na realidade, é muito pouco provável).

Talvez fosse apropriado perguntar se não é uma mera coincidência afortunada que os Dogon tenham imaginado Sírio como um sistema triplo, mas contra isso se poderia argumentar que parece mais factível que um conhecimento muito antigo a respeito foi se deteriorando progressivamente ao passar de forma oral de geração a geração.

De qualquer forma, parece que a proposta aparição no cenário de Sírio C joga por terra a possibilidade de que os Dogon adquiriram seus conhecimentos astronômicos de uma fonte terrestre e moderna. Mas novamente, não é assim, pela simples razão de que a idéia de que Sírio é um sistema triplo não apareceu pela primeira vez em 1995 com Benest e Duvent, mas muito antes. Na verdade, a idéia da provável triplicidade de Sírio tem uma história singularmente antiga. Tão cedo quanto 1894 (sim, 1894) já se observaram irregularidades no movimento de Sírio B, o que levou a suspeita de existência de um terceiro corpo estelar. Posteriormente, entre 1920 e 1930, surgiram ao redor de vinte relatos de observadores que acreditavam ter visto uma pequena estrela adicional no sistema.

O primeiro desses relatos foi de Phillip Fox em 1920, quem informou que a imagem de Sírio B parecia ser dupla. Fox realizou esta observação utilizando o mesmo telescópio refrator com que Alvan Clark havia descoberto Sírio B em 1862. Outros informes similares foram apresentados posteriormente por Robert Thorburn Ayton Innes e por Willem H. van den Bos. Um pouco depois, em 1933, Voronov, baseando-se na análise da velocidade radial de Sírio A entre 1899 e 1926, postulou a hipótese da duplicidade de Sírio A, estimando um período orbital de 4,5 anos para acompanhante. O interesse pelo teórico terceiro componente de Sírio não decaiu drasticamente antes de 1973, quando um detalhado estudo de Irving W. Lindenblad (o mesmo astrônomo que fotografou pela primeira vez Sírio B) realizado ao longo de quase sete anos não conseguiu encontrar nenhum dado que apoiasse sua existência.
 










A questão aqui é que de novo nos encontramos com o fato de que um desses extraordinários conhecimentos que Griaule atribui aos Dogon já havia sido previamente discutido pelos astrônomos dos anos vinte. Se os supostos avistamentos de Sírio C na década de vinte foram reais ou não (e muito provavelmente não foram) não tem aqui a menor relevância: o importante é que essa informação, errada ou não, existia e circulava antes que Griaule partisse com suas expedições à África e muito antes que os sacerdotes Dogon aceitassem “iniciá-lo” em seus mais profundos segredos (em 1946!). Se algum viajante ocidental interessado pela astronomia, digamos na década de vinte ou trinta, levou aos Dogon a informação maravilhosa acerca de Sírio B, pode também ter levado a da suposta Sírio C. Neste sentido, e contra o que pretendem os divulgadores, uma eventual confirmação da existência de Sírio C não demonstraria em absoluto que os Dogon receberam na antiguidade informações de primeira mão por visitantes extraterrestres. Caso contrário entretanto, se Sírio C não existir, isto favoreceria a idéia de que o que os Dogon receberam foram informações contemporâneas e erradas de algum visitante muito mais terreno.

Mais explicações
Até o momento analisamos a extraordinária afirmação de que os mitos do povo Dogon contêm uma estranha informação astronômica cuja fonte original é a visita de seres alienígenas procedentes de Sírio em um passado remoto, e observamos que esta hipótese tem pontos débeis em sua argumentação, além de existir pelo menos uma alternativa verossímil bem fundamentada. Entretanto, não se colocou em juízo a própria existência dessa informação dentro da cosmogonia Dogon. Agora avançaremos um passo a mais.

Recapitulemos: a fonte original (e única!) empregada por Robert Temple, Eric Guerrier e outros divulgadores do “Mistério de Sírio” é o trabalho de Marcel Griaule e sua equipe realizado nas décadas de trinta e quarenta. Mas Griaule só se refere aos conhecimentos astronômicos dos Dogon em seu artigo Un Système Soudanais de Sirius, publicado em 1950, e em Le Renard Pâle, que Germaine Dieterlen publicou em 1965, quando Griaule já havia falecido. No resto de suas obras, incluindo a fundamental Dieu d’eau, os ignoram.

Relembremos o fato de que a investigação original de Griaule é a única fonte que nos refere que os Dogon possuem um conhecimento secreto e estranho sobre Sírio. Aqui cabe perguntar: podemos confiar de forma absoluta nessa fonte?

Antes de mais nada, recordemos que Marcel Griaule foi um antropólogo eminente e respeitado, não um traficante de mistérios ao estilo de von Daeniken ou Zecharia Sitchin (ou mesmo Robert Temple, apesar de suas credenciais acadêmicas). Ele teve uma poderosa reticência ao especular sobre a possível origem do suposto mito Dogon sobre Sírio (nada de atlantes nem de alienígenas procedentes do espaço exterior). Mas isso não implica que suas afirmações e métodos não possam ser submetidos à revisão e questionamento.

De fato, a metodologia de Griaule foi submetida a críticas há muitos anos. Começando por sua declarada intenção de “redimir o pensamento africano”, que pode tê-lo levado a importantes erros de observador. Ele foi criticado em seu método de obter informação a partir de um único informante através de um intérprete, assim como na ausência total de textos em idioma Dogon. No que isto implica é claro: não ouvimos o que os Dogon sabem ou ignoram a respeito de Sírio, mas sim a Griaule (e a Dieterlen) interpretando-os.

Em 1991 o antropólogo belga Walter E.A. van Beek, de Utrech, depois de estudar os Dogon ao longo de onze anos (desde 1979 até 1990) publicou em Current Anthropology um artigo intitulado Dogon Restudies. A Field Evaluation of the Work of Marcel Griaule. Nesse artigo, Van Beek nota, em primeiro lugar, o fato (realmente surpreendente) de que os dados originais de Griaule e Dieterlen são únicos; nenhum outro antropólogo, trabalhando sobre o mesmo terreno, conseguiu reproduzi-los. Em outras palavras, não existiu nenhuma verificação independente de suas afirmações. Ele também atenta que durante seus anos de investigação com os Dogon, tampouco ele pôde encontrar o menor rastro do detalhado saber sobre Sírio que Griaule lhes atribui.

A intenção inicial de van Beek era encontrar evidência das afirmações de Griaule; mas ele finalmente teve que aceitar que existiam graves problemas a respeito. Van Beek falou com os informantes de Griaule, incluindo seu intérprete-compilador, Ambara, (Innekouzou, o sacerdote responsável pelo “saber sobre Sírio” havia falecido em 1951). Van Beek descobriu que “nenhum Dogon fora do círculo dos informantes de Griaule jamais havia ouvido de Sigu tolo ou Po tolo… Ainda mais importante, ninguém, mesmo dentro do círculo dos informantes de Griaule havia ouvido ou entendido que Sírio era uma estrela dupla”. Além disso, descobriu que mesmo quando esses informantes sabiam de Sigu tolo, não eram capazes de chegar a um acordo a respeito de qual estrela esse termo se referia: “para alguns, é uma estrela invisível cuja ascensão anuncia a festa Sigui, para outro é Vênus que em uma posição determinada aparece como Sigu tolo. Todos concordam porém que eles aprenderam acerca da estrela de Griaule”.

Obviamente os Dogon conhecem Sírio (é a estrela mais brilhante do céu), mas segundo van Beek não lhe dão o nome de Sigu tolo, e sim o de Dana tolo. Além do mais, pontualiza que (contra o informado por Griaule) “O conhecimento das estrelas não é importante [para os Dogon] nem na vida diária nem em seus rituais”, resultando para eles muito mais cruciais outros fenômenos celestes, como a posição do sol e as fases lunares.

Griaule obtinha seus dados em longas sessões com um informante principal; o intérprete-compilador destas seções (a respeito do “saber de Sírio”) era Ambara. É muito provável que neste processo Griaule reinterpretou as informações de seu tradutor de acordo com seus próprios conhecimentos (Griaule se interessava pela astronomia e a havia estudado em uma época; sem dúvida conhecia a polêmica sobre a natureza de Sírio B, e é muito provável que estivesse a par dos avistamentos não confirmados de Sírio C na década de 20, tudo isso ocorreu antes que iniciasse suas investigações na África). Van Beek também nota que a cultura Dogon dá uma grande importância ao consenso e a evitar as contradições. Ao enfrentar-se com alguém tão respeitado e apreciado como Griaule, teriam preferido aceitar suas análises errôneas como próprias. Neste cenário, a informação sobre Sírio B teria partido do próprio Griaule, quem talvez possa ter interpretado mal alguma referencia relativa a uma estrela visível e pouco conspícua próxima de Sírio como um reconhecimento de sua companheira invisível.A este respeito, van Beek faz mais duas observações:

a) Em sua experiência de onze anos com os Dogon, observou que eles tendem a dar novos nomes a objetos de todas as classes (incluindo as estrelas) só com o fim de satisfazer a curiosidade dos investigadores.

b) Griaule tinha a tendência de querer controlar as situações, ao passo que os Dogon procuram, sempre que podem, evitar desacordos com os homens brancos. Em especial com Griaule, que os havia impressionado como um personagem muito importante. Se este lhes tivesse feito uma pergunta dirigida sobre se conheciam a companheira invisível de Sírio, muito provavelmente teria obtido uma resposta afirmativa, ainda que na verdade não soubessem nada a respeito.

Van Beek cita um exemplo específico desta tendência dos Dogon ao consenso: uma de suas narrações explica a diferença entre eles e os brancos mediante uma história tomada do Gênesis (a da ebriedade de Noé). Só que a reivindicam como própria e rejeitam que se trate de uma história tomada dos brancos, e nisto coincidem tanto aqueles Dogon que ainda mantêm suas crenças tradicionais como aqueles que são cristãos.

Uma contra-explicação às afirmações de van Beek é que o saber sobre Sírio é realmente muito secreto e conhecido só por alguns poucos. A isto ele responde: “nem os mitos nem as canções [dos Dogon] – apesar de serem sagrados – são secretos. De fato, o “tem” [conhecimento coletivo] é conhecimento público”. Ainda mais: “A questão é, então, que tais segredos possam ser secretos e ainda assim permanecer como parte de uma cultura. O significado compartilhado é um aspecto crucial em qualquer definição de cultura, enquanto que um segredo compartilhado por alguns poucos é por definição marginal… Assim, se os segredos revelados a Griaule são parte da cultura Dogon, uma pessoa deve ser capaz de voltar a conseguir seu rastro”.

Se as afirmações de Griaule são únicas, não se pode dizer o mesmo das de van Beek; outros antropólogos, como Jacky Boujou, com 10 anos de experiência entre os Dogon, e Paul Lane, trabalhando também sobre o terreno, coincidem em suas conclusões. Naturalmente, Dieterlen (que faleceu em 1999) e a filha de Griaule, Genevieve Griaule-Calame defenderam a obra dele; esta última chegou a qualificar a crítica de van Beek como “especulação desenfreada”.

Outros críticos encontraram mais falhas nos “descobrimentos” de Griaule. Como Peter James e Nick Thorpe, em seu livro Ancient Mysteries (1999). Eles se referem fundamentalmente aos argumentos de van Beek, mas também encontram lugar para aportes próprios. Por exemplo, notam sérias divergências entre a interpretação que Griaule faz e o que ele mesmo relata que lhes informaram os Dogon. Assim, a interpretação de Griaule assume que Po tolo é Sírio B, mesmo que a informação original seja muito diferente: “Quando Digitaria (Po tolo) está próxima de Sírio, esta última se faz mais brilhante; quando está mais longe de Sírio, Digitaria emite uma luz oscilante, sugerindo várias estrelas ao observador”.

Dificilmente pode-se dizer que isto sugere uma acompanhante invisível de Sírio. James e Thorpe também consideram suspeito o antigo interesse de Griaule pela astronomia, e sugerem que ele reinterpretou as respostas de seus informantes de acordo com seu próprios conhecimentos e ao que desejava ouvir.

Conclusão
Podemos resumir o estado atual do que é considerado por muitos como a evidencia mais sólida da visita de seres do espaço exterior a Terra em um passado remoto nos seguintes pontos:
  • Nenhum dos “extraordinários” conhecimentos astronômicos que esses visitantes alienígenas deixaram ao povo Dogon era desconhecido da astronomia moderna antes que seus mitos fossem registrados nos anos trinta e quarenta. Nisto se incluem vários erros óbvios, que parece muito pouco provável que tenham vindo de uma civilização tecnologicamente avançada. 
  • Não existe nenhum registro prévio aos anos trinta e quarenta desse extraordinário saber astronômico.  
  • A evidência material a respeito desse extraordinário saber é ambígua e sujeita a interpretações arbitrárias, como o famoso “ovo do mundo”, transformado em um “diagrama orbital”.  
  • Existem explicações alternativas verossímeis, como a de Carl Sagan, baseada em processos de assimilação cultural que já foram observados entre outras culturas.  
  • Mais importante todavia: toda a lenda do saber secreto sobre Sírio do povo Dogon se baseia em uma única fonte (Griaule), e as afirmações dessa única fonte não puderam ser confirmadas por outros investigadores trabalhando sobre o mesmo terreno. Dito de outra forma, não houve uma verificação independente dos dados.  
  • Os dados e os métodos empregados pela fonte original foram questionados e criticados.  
  • E não é só uma questão dos dados originais não terem sido verificados independentemente: a investigação de Walter van Beek aponta evidências contra a idéia de que alguma vez existiu entre o povo Dogon um estranho, detalhado e preciso conhecimento astronômico, fora das possibilidades reais de uma sociedade pré-tecnológica.  
Pelo visto, a evidencia não é tão sólida quanto parece, ou como se quer fazer crer. Mesmo que até a Encyclopædia Britânica Online tenha sucumbido à demagogia e ao absurdo de aceitar que a cerimônia Sigui se baseia na “crença de que há 3000 anos anfíbios procedentes de Sírio visitaram os Dogon”. Para concluir, e só como um dado curioso: Robert Temple não repara no trabalho de van Beek na reedição de seu livro The Sirius Mystery. Esta “estranha” omissão não pode ser menos que chamativa a um erudito de sua classe. É sem dúvida uma lástima, já que ele poderia expor os inquestionáveis vínculos do antropólogo belga com a KGB, a CIA e a NASA, em seu intento coordenado por suprimir sua hipótese. A cronologia o permitia (Dogon Restudies é de 1991, e a reedição de The Sirius Mystery de 1998), mas muito provavelmente faz sentido se entendermos que essa classe de referências o faria perder uma boa fábula.                  Vicente Chagas  - setembro/2009.
A Revelação da Pirâmide de Gisé - 14min.

A Conexão Misteriosa entre Sirius e a História Humana

sábado, 21 de maio de 2011 

 Desde os tempos antigos e em várias civilizações, Sirius, a estrela do cão, foi cercada com uma sabedoria misteriosa. Os ensinamentos esotéricos de todas as idades têm invariavelmente atribuído a Sirius um estatuto especial; a importância da estrela no simbolismo oculto é a comprovação desse fato. O que faz Sirius tão especial? É simplesmente devido ao fato de que ela é a estrela mais brilhante no céu? Ou é também porque a humanidade tem uma ligação antiga e misteriosa com ela? Este artigo analisa a importância de Sirius em todas as sociedades secretas e História e irá descrever o simbolismo que os rodeiam.

Sirius está localizado na constelação do Cão Maior - também conhecido como o "Big Dog" - e por isso é conhecida como a "estrela do cão". É mais de vinte vezes mais brilhante que o Sol e é duas vezes mais massiva. À noite, Sirius é a estrela mais brilhante no céu e seu brilho azul-branco nunca deixou de surpreender contempladores de estrelas desde a aurora dos tempos. Não admira que Sírius tem sido reverenciado por praticamente todas as civilizações. Mas há mais sobre Sirius que o olho não pode ver?

Artefatos de civilizações antigas revelaram que Sirius foi de grande importância na mitologia, astronomia e ocultismo. Escolas de Mistério que consideram como "o sol por trás do sol" e, portanto, a verdadeira fonte de potência do nosso sol. Se o calor do nosso sol continua vivo no mundo físico, Sirius é considerado para manter o mundo espiritual vivo. É a "verdadeira luz" que brilha no Oriente, a luz espiritual, como o sol ilumina o mundo físico, que é considerada uma grande ilusão.
Associando Sirius com o divino e até mesmo considerá-lo como a casa da humanidade de "grandes mestres" não é apenas incorporado na mitologia de algumas civilizações primitivas: É uma crença generalizada que sobreviveu (e foi intensificada) para este dia. Vamos olhar para a importância de Sirius, nos tempos antigos, analisar a sua importância nas sociedades secretas e vamos examinar esses conceitos esotéricos como eles são traduzidos na cultura popular.


Nas Civilizações Antigas

No antigo Egito, Sirius era considerada a estrela mais importante no céu. Na verdade, era astronomicamente a fundação dos egípcios em todo o sistema religioso. Foi reverenciado como Sothis e foi associada com Ísis, a deusa mãe da mitologia egípcia. Isis é o aspecto feminino da trindade formada por ela, Osíris e Horus o filho. Os antigos egípcios colocavam Sirius em tal alta posição, que a maioria de suas divindades estavam associadas, de alguma forma ou de outra, com a estrela. Anubis, o cabeça de cão deus da morte, tinha uma óbvia conexão com a Estrela do Cão, e Toth-Hermes, o grande mestre da humanidade, foi também esotericamente relacionado com a estrela.

O sistema de calendário egípcio era baseado no nascer helíaco de Sirius, que ocorreu pouco antes da inundação anual do Nilo durante o verão. movimento celeste do astro também foi observado e reverenciado pelos antigos gregos, sumérios, babilônios e inúmeras outras civilizações. A estrela foi, portanto, considerados sagrados e sua aparição no céu foi acompanhada com festas e comemorações. A Estrela do Cão anunciava a vinda dos dias quentes e secos de Julho e Agosto, daí o termo popular "calor do cão ", usado no verão.

Vários investigadores ocultistas têm alegado que a Grande Pirâmide de Gizé foi construída em perfeito alinhamento com as estrelas, em especial Sirius. A luz dessas estrelas foi dito ser usado em cerimônias de Mistérios Egípcios.

"Este povo antigo (egípcios) sabia que uma vez por ano o Sol pai estava em linha com a estrela do cão. Portanto, a Grande Pirâmide foi construída de modo que, neste momento sagrado, à luz da Estrela do Cão caiu sobre a praça "Pedra de Deus" na extremidade superior da Grande Galeria, descendo sobre a cabeça do sumo sacerdote, que recebeu a Super Solar Força e buscou através de seu próprio Corpo Solar aperfeiçoado transmitir aos outros Iniciados esse estímulo adicional para a evolução da sua divindade. Este então era o objetivo da 'Pedra de Deus ', enquanto no Ritual, Osíris sentava-se a outorgar a ele (a iluminar) a coroa Atf ou luz celestial.""Norte e Sul da coroa é o amor", proclama uma hino egípcio. "E assim todo o ensino do Egito era a luz visível, mas a sombra da luz invisível, e na sabedoria do antigo país as medidas de verdade foram os anos do Altíssimo. 
Marshall Adams, The Book of the Master 

As recentes descobertas científicas relacionadas com a Grande Pirâmide e os misteriosos "poços de ar" que levaram os pesquisadores a confirmar ainda mais a importância de Sirius dentro da pirâmide.


Alinhamento da estrela com a Grande Pirâmide de Gizé. Orion (associado ao deus Osíris) está alinhado com a Câmara do Rei, enquanto Sirius (associada à deusa Isis) está alinhado com a Câmara da Rainha.

Um aspecto fascinante do Sirius é a consistência do simbolismo e significados associados a ela. Várias das grandes civilizações de fato associadas Sirius com uma figura de cão e visto a estrela como origem ou o destino de uma força misteriosa. Na astronomia chinesa e japonesa, Sirius é conhecida como a "estrela do lobo celestial". Várias tribos indígenas da América do Norte se refere à estrela em termos canina: o Seri e tribos Tohono O'odham no sudoeste do descrever o Sirius como um "cão que segue ovelhas montanha", enquanto o Blackfoot chamá-lo de "cão-face". O Cherokee emparelhado com Sirius Antares como um guardião estrela do cão do "Caminho das Almas". O Lobo tribo (Skidi) de Nebraska conhecia como o "Star Wolf", enquanto outros ramos do sabia-o como o "Coyote Star". Mais ao norte, os inuit do Alasca do Estreito de Bering chamou de "Moon Dog". 

A Tribo Dogon e Atlântida


Em 1971, o autor norte-americano Robert Temple publicou um polêmico livro intitulado "O Mistério de Sirius, onde ele afirmou que os Dogons (uma antiga tribo Africano do Mali), soube detalhes sobre Sirius, que seria impossível de ser conhecido sem o uso de telescópios. Segundo ele, os Dogon compreendeu a natureza binária do Sirius, que é, na verdade, composto de duas estrelas chamado Sirius A e Sirius B. Isso levou Robert Temple a acreditar que os Dogons tinha "directas" conexões com seres de Sirius. Embora alguns possam dizer "você não pode ser Sirius" (desculpe), um grande número de sociedades secretas (que historicamente têm mantido em suas fileiras algumas das pessoas mais influentes do mundo) e sistemas de crenças ensinam sobre uma conexão mística entre Sirius e humanidade .

Na mitologia Dogon, a humanidade é dita ter nascido a partir do Nommo, uma raça de anfíbios que eram os habitantes de um planeta circulando Sirius. Eles dizem ter "descido do céu em um navio acompanhado de fogo e trovão" e dava aos seres humanos o conhecimento profundo. Isso levou Robert Temple a teorizar que o Nommos eram os habitantes extraterrestres de Sírius que viajaram para a Terra em algum ponto no passado distante para ensinar as civilizações antigas (como os egípcios e os Dogons) sobre o sistema da estrela Sirius, assim como nosso próprio sistema solar. Essas civilizações, então, registraram os ensinamentos do Nommos em suas religiões e tornou-os um foco central de seus mistérios.

O sistema da mitologia Dogon é muito semelhante aos de outras civilizações como os sumérios, egípcios, israelitas e babilônios já que inclui o mito arquetípico de um "grande professor de cima". Dependendo da civilização, esse grande mestre é conhecido como Enoque eith, Thoth ou Hermes Trismegisto e diz ter ensinado ciências da humanidade teúrgica. Nas tradições ocultistas, acredita-se que Thoth-Hermes havia ensinado o povo da Atlântida, que, segundo a lenda, se tornou a civilização mais avançada do mundo antes de todo o continente ser submerso pelo Grande Dilúvio (evidências de uma inundação podem ser encontradas na mitologias de civilizações incontáveis). Sobreviventes da Atlântida viajaram de barco para vários países, incluindo Egito, onde transmitiram seus conhecimentos avançados. Os ocultistas crêem que as semelhanças inexplicáveis ​​entre civilizações distantes (como os maias e os egípcios) podem ser explicadas pelo seu contato comum com os atlantes.

"Foi o conhecimento religioso, filosófico, científico e possuídos pelas artimanhas sacerdotais da antiguidade protegida da Atlântida, cuja submersão obliterou todo vestígio de sua parte no drama do progresso do mundo? A adoração do sol de Atlêntida tem sido perpetuada no ritualismo e cerimonialismo do cristianismo e do paganismo. Tanto a cruz e a serpente eram emblemas da Atlântida da sabedoria divina. O divino (Atlante) progenitores dos Maias e quiches da América Central coexistiam dentro do esplendor verde e azul do Gucumatz, a serpente "emplumada". Os seis sábios céu-nascido veio à manifestação, como centros de luz ligados entre si ou sintetizados pelo sétimo - e principal - de sua ordem, a "penas", cobra. O título de "asas" ou "emplumada" serpente foi aplicado a Quetzalcoatl, ou Kukulcan, o início da América Central. O centro da Sabedoria Atlântida-religião era presumivelmente templo piramidal, sobre o cume de um planalto em ascensão no meio da Cidade dos Portões Dourados. A partir daqui o Iniciado-Sacerdotes do Sagrado Pena saiu, levando as chaves da Sabedoria Universal até os confins da terra.

(...)

Como os atlantes do mundo receberam não somente o patrimônio de artes e ofícios, filosofias e ciências, a ética e as religiões, mas também a herança de ódio, contenda, e perversão. Os atlantes instigaram a primeira guerra, e foi dito que todas as guerras subseqüentes foram disputadas em um esforço infrutífero para justificar a primeira e corrigir o erro que lhe causou. Antes de Atlântida afundar, seus Iniciados espiritualmente iluminados, que perceberam que sua terra estava condenada porque tinha partido do Caminho da Luz, retiraram-se do continente malfadado. Levando com elas a doutrina sagrada e secreta, esses atlantes se estabeleceram no Egito, onde se tornaram o seu primeiros governantes "divinos". Quase todos os grandes mitos cosmológicos formando a base dos vários livros sagrados do mundo baseiam-se nos rituais de Mistérios Atlante ".

Manly P. Hall, The Secret Teachings of All Ages 

É Thoth-Hermes Trismegisto, o equivalente a Nommos os Dogon, que acredita-se que são originários de Sirius? Os textos antigos sobre Hermes descrevê-lo como um professor de mistérios, que "veio das estrelas". Além disso, Thoth-Hermes estava diretamente ligado com o Sirius na mitologia egípcia.

"O cão-estrela: a estrela adorada no Egito e reverenciada pelos ocultistas; pela primeira vez o seu nascer helíaco com o Sol era um sinal da inundação beneficente do Nilo, e por último porque ele é misteriosamente associado a Toth- Hermes, deus da sabedoria, e Mercúrio, de outra forma. Assim Sothis-Sirius tinha, e ainda tem, uma influência mística e direta sobre os céus de vida inteira, e está conectado com quase todos os deuses e deusas. Era"Ísis no céu" e apelou a Ísis-Sothis, pois Isis estava "na constelação do cão", como é declarado em seus monumentos. Estar conectado com a pirâmide, Sirius estava, portanto, relacionado com as iniciações que teve lugar no mesmo "

Helena Blavatsky, Theosophical Glossary 

"O tratado Trismegistico 'A Virgem do Mundo' do Egito se refere ao" Rito Negro ", ligado à" negra "Osíris, como o mais alto grau de iniciação secreta possível, a antiga religião egípcia - é o último segredo de mistérios de Ísis. Este tratado diz que Hermes veio à Terra para ensinar aos homens a civilização e, em seguida, novamente 'montado para as estrelas', voltando para sua casa e deixando para trás a religião de mistérios do Egito com os seus segredos celestes que iriam algum dia ser decodificado "

Robert Temple, The Sirius Mystery

Interpretando a mitologia de antigas culturas não é uma ciência exata e as conexões são inerentemente difíceis de provar. No entanto, a ligação simbólica entre Sirius e conhecimento do ocultismo tem aparecido constantemente ao longo da História e tem viajado continuamente através dos tempos. Na verdade, ele é tão reverenciado hoje como era há milênios. As modernas sociedades secretas como os maçons, os rosacruzes ea Golden Dawn (que são consideradas as ordens herméticas devido ao fato de seus ensinamentos são baseados naqueles de Hermes Trismegisto), todos atribuem a Sirius extrema importância. Um olhar educado em seu simbolismo fornece um vislumbre na profunda ligação entre Sirius e filosofia oculta.

Sírius em Simbolismo Oculto e Sociedades Secretas

A alegação de que Sirius é "importante" para as ordens herméticas seria uma subestimação grosseira. A estrela do cão não é nada menos do que o foco central dos ensinamentos e simbolismo de sociedades secretas. A maior prova deste fato: muitas sociedades secretas são realmente o nome da estrela.

No Tarô

O décimo sétimo trunfo numerado principal é chamado Les Étoiles (francês para Estrela), e retrata uma jovem ajoelhada com um pé na água e seu corpo um pouco sugerindo a suástica. Ela tem duas urnas, o conteúdo que ela derrama sobre a terra e o mar. Acima da cabeça da menina há oito estrelas, uma das quais é excepcionalmente grande e brilhante. Contagem de Gébelin considera a grande estrela a Sothis ou Sirius, os outros sete, são planetas sagrados dos antigos. Ele acredita que a figura feminina a Isis no ato de causar as inundações do Nilo, as quais acompanharam a ascensão da estrela do cão. A figura despida de Ísis pode significar que a natureza não recebe suas vestes de verdura, até a subida das águas do Nilo liberarem o germe de vida de plantas e flores. 
 Manly P. Hall, The Secret Teachings of All Ages 

Na Maçonaria

Em lojas maçônicas, Sirius é conhecida como a "Estrela Ardente" e um simples olhar para sua proeminência no simbolismo maçônico revela a sua importância. O autor maçom William Hutchinson escreveu sobre Sirius ". É o objeto primeiro e mais exaltado que exige a nossa atenção na Loja" Da mesma forma que a luz de Sirius fez o seu caminho para a Grande Pirâmide durante as iniciações, está simbolicamente presente em Lojas Maçônicas.

"Os antigos astrônomos viram todos os grandes símbolos da Maçonaria nas Estrelas. Sirius brilha em nossas lojas como a Estrela Flamejante. "
Albert Pike, Morals and Dogma 

Sírius, a Estrela Flamejante, no centro do piso mosaico maçônico.

A Estrela Flamejante que brilha sobre os membros de uma loja maçônica

"(A Estrela Flamejante), representado inicialmente SIRIUS, ou a estrela-cão, o precursor da inundação do Nilo, o deus Anúbis, companheiro de ISIS em sua busca pelo corpo de Osíris, seu irmão e marido. Então tornou-se a imagem de Hórus, o filho de Osíris, ele próprio também simbolizado pelo Sol, o autor das estações, o Deus do Tempo, filho de Ísis, que era a natureza universal, próprio da matéria primitiva, fonte inesgotável de Vida, faíscas de fogo incriado, semente universal de todos os seres. Foi Hermes, também, o Mestre do Aprendizado, cujo nome em grego é a do deus Mercúrio. "
Albert Pike, Morals and Dogma 

Na Maçonaria, é ensinado que a Estrela Flamejante é o símbolo da divindade, da onipresença (o Criador está presente em toda parte) e da onisciência (o Criador vê e sabe de tudo). Sirius, portanto, o "lugar sagrado" todos os maçons devem ascender a: É a fonte do poder divino e do destino das pessoas divinas. Este conceito é muitas vezes representado na arte maçônica.

 Maçônica arte retratando Sirius, a Estrela Flamejante, como o destino da viagem do maçom.

Para atingir a perfeição, a iniciar com sucesso deve entender e internalizar a natureza dupla do mundo (o bem e o mal, masculino e feminino, preto e branco, etc) através de metamorfose alquímica. Este conceito é simbolicamente representado pela união de Osíris e Ísis (os princípios masculino e feminino) para dar à luz Hórus, o Menino da Estrela, a figura de Cristo como, o homem perfeito da Maçonaria - que é equiparado com o Estrela Flamejante.

"O sol e a lua ... representam os dois grandes princípios ... o masculino e o feminino ... tanto a sua luz sobre os seus descendentes, a estrela ardente, ou Horus" 
Pike, op. cit.

O hieróglifo egípcio que representa esotericamente Sírius tem sido interpretado como uma representação da trindade cósmica.

O hieróglifo representando Sirius contém três elementos: um obelisco "fálico" (representando Osíris), um "útero" em cúpula (que representa Ísis) e uma estrela (representando Hórus).

Este conceito é tão crucial para os maçons, que foi incluído em algumas das estruturas mais importantes do mundo.

O Monumento de Washington, um obelisco egípcio que representa o princípio masculino, está diretamente ligado com a cúpula do Capitólio, que representa o princípio feminino. Juntos, eles produzem uma energia invisível Hórus representado por Sirius. Como afirmado por Albert Pike acima, o deus egípcio Horus e da estrela Sírius são frequentemente associados. No simbolismo maçônico, o olho de Horus (ou o Olho Que Tudo Vê) é frequentemente retratado cercado pelo brilho da luz de Sirius.
Um conselho maçônico traçado representando o sol acima da coluna esquerda (representando o masculino), a lua sobre o pilar direito (representando feminino) e Sirius acima do pilar do meio, representando o "homem perfeito" ou Hórus, o filho de Ísis e Osíris. Observe o "olho de Horus" em Sirius.
 
O olho de Horus dentro de um triângulo (divindade que simboliza),
circundado pelo brilho de Sírius, a Estrela Flamejante.

O Olho Que Tudo Vê dentro da Estrela Flamejante na arte maçônica.

Dada a correlação simbólica entre o Olho Que Tudo Vê e Sirius, a próxima imagem se torna auto-explicativa.
A luz atrás do Olho Que Tudo Vê na nota de dólar americano não é do sol, mas de Sirius. A Grande Pirâmide de Gizé foi construída em alinhamento com Sirius e por isso é mostrado brilhando acima da pirâmide. Uma homenagem ao brilhante Sirius, portanto, nos bolsos de milhões de cidadãos.

Ordem da Estrela do Oriente


O símbolo da OES é uma estrela invertida, semelhante ao Estrela Flamejante da Maçonaria.

Considerada a "versão feminina" da Maçonaria (embora os homens podem participar), a Ordem da Estrela do Oriente (OES) é diretamente o nome de Sirius, a estrela em ascenção do Oriente ". A explicação  do público das origens do nome da Ordem alega que originou dos Três Reis Magos a Jesus Cristo. Um olhar sobre o significado oculto do simbolismo da Ordem, porém deixa claro que o OES é uma referência a Sirius, a estrela mais importante da Maçonaria, a organização-mãe.

Madame Blavatsky, Alice Bailey e Teosofia

Helena Blavatsky e Alice Bailey, as duas principais figuras associadas com a Teosofia, tem tanto Sirius considerado uma fonte de energia esotérica. Blavatsky afirma que a estrela Sirius exerce uma influência mística e direta sobre o céu inteiro e está relacionada com todas as grandes religiões da antiguidade.

Alice Bailey vê a estrela do cão como a verdadeira "Grande Loja Branca" e acredita ser a casa da "Hierarquia Espiritual". Por esta razão, ela considera Sirius como a "estrela de início".

"Esta é a grande estrela do início, porque a nossa Hierarquia (uma expressão do segundo aspecto da divindade) é sob a supervisão ou controle magnético espiritual da Hierarquia de Sirius. Estas são as principais influências do controle pelo qual as obras do Cristo Cósmico trabalha no princípio de Cristo no sistema solar, no planeta, no homem e nas formas menores de expressão da vida. É esotericamente chamada de "estrela brilhante da sensibilidade"
Alice Bailey, Esoteric Astrology 

Não diferente de muitos escritores mais esotéricos, Bailey considera Sirius ter um grande impacto na vida humana.

"Tudo o que pode ser feito aqui em lidar com este assunto profundo é enumerar brevemente algumas das influências cósmicas que certamente afetarão a nossa terra, e produzir resultados na consciência dos homens em todos os lugares, e que, durante o processo de iniciação, trazer certas fenômenos específicos.

Primeiro e mais importante é a energia ou força que emana do Sirius dom. Se ele pode ser expresso, a energia do pensamento, ou a força mental, em sua totalidade, atinge o sistema solar a partir de um centro cósmico distante através de Sirius. Sirius atua como transmissor, ou o centro focalizador, de onde emanam essas influências que produzem a consciência de si no homem ".

Aleister Crowley, o A.A. e Kenneth Grant

Em 1907, Crowley iniciou a sua própria ordem ocultista chamado de AA - Abreviação de Argentium Astrum, que pode ser traduzido para "A Ordem da Estrela de Prata". A "Estrela de Prata" foi, naturalmente, uma referência para Sirius. Mesmo se Crowley ainda referisse a estrela do cão em termos velados, a totalidade de sua filosofia mágica, a partir de seu desenvolvimento como um maçom jovens através de seus últimos anos como chefe da OTO, está em total conformidade com a influência de Sírius, que foi identificada e expressa por outros escritores de sua época. Seu contato com a sua alegada Santo Anjo da Guarda que mais tarde levou para a canalização do "Liber AL: O Livro da Lei 'é acreditado ter originado de Sirius.

Se Crowley usou palavras de código para descrever Sirius, seu protegido Kenneth Grant explicitamente e por escrito extensivamente sobre a estrela do cão. Ao longo de seus inúmeros livros, muitas vezes descreveu Sirius como sendo um poderoso centro de poder magnético mágico. Sua crença de que a estrela central é a chave para desvendar os mistérios das tradições egípcias e Tifoniana fortaleceu ao longo do tempo e tornou-se um foco central de sua pesquisa. Uma das teses mais importantes e controversas de Grant foi sua descoberta da " corrente Sirius/Set atual", que é uma dimensão extra-terrestre de ligação Sirius, a Terra e Set, o deus Egipcio do Caos - que mais tarde foi associado a Satanás.

"Set é o iniciador, o abridor de consciência do homem" para os raios de Deus Imortal caracterizado por Sirius - o Sol do Sul " Kenneth Grant, The Magical Revival 

"Sirius, ou Set, era o original" um sem cabeça "- a luz da parte inferior da região (sul), que era conhecido (no Egito), como (o cão), daí Set-An (Satanás), Senhor das regiões do inferno, o lugar de calor, mais tarde interpretado em sentido moral, como "inferno" 
Kenneth Grant, The Magical Revival 

Embora cada filosofia oculta descreve Sirius em uma questão um pouco diferente, ainda é constantemente considerado como o "sol por trás do sol", a verdadeira fonte de poder oculto. Percebe-se como o berço do conhecimento humano e na crença da existência de uma forte ligação entre a estrela e o planeta Terra nunca parece tornar-se desatualizado. Existe uma verdadeira ligação entre Sirius e a Terra? É a estrela do cão um símbolo esotérico que representa algo que acontece no mundo espiritual? É ao mesmo tempo? Uma coisa é certa, o culto de Sírius não é uma "coisa do passado" e é muito vivo hoje. Um olhar em profundidade a nossa cultura popular, que é fortemente influenciada pelo simbolismo oculto, revela inúmeras referências a Sirius.

Sirius na Cultura Popular

As referências diretas a Sirius na cultura popular são muitas para enumerar (por exemplo, veja o nome e o logotipo da rádio por satélite mais importante do mundo). Um dos aspectos mais interessantes da cultura popular para analisar são as referências codificadas para Sirius. Importante filmes fizeram ainda marcas profundas para a estrela do cão (aparentemente destinados aos "saber"), onde o astro interpreta o papel que sempre foi dada pelos Mistérios: como um iniciador e um mestre divino. Aqui estão alguns exemplos.


No Pinóquio da Disney, baseado em uma história escrita por Carlo Collodii, um maçom, Gepetto olha para a estrela mais brilhante no céu para ter um "menino de verdade". A Fada Azul (a cor é uma referência ao brilho de luz azul-Sirius), em seguida, desce do céu para dar vida a Pinóquio. Durante a busca da marionete de se tornar um menino (uma alegoria para a iniciação esotérica), a Fada Azul de Pinóquio guia para o "caminho certo". Sirius é, portanto, representada como uma fonte de vida, um guia e um professor.

A canção tema do filme Pinóquio é também uma ode a Sirius:

Quando você desejar por uma estrela, não faz diferença quem você é
Tudo o que seu coração deseja virá para você

Se seu coração está em seus sonhos, nenhum pedido é demasiado extremo
Quando você desejar por uma estrela como sonhadores fazem

(O destino é amável, ela traz para aqueles que amam
O doce cumprimento de suas secretas saudades)

Como um parafuso fora do azul, o destino vêm e bate o pé
Quando você desejar por uma estrela, seus sonhos se tornarão realidade


Em Harry Potter, o personagem chamado Sirius Black é mais provável uma referência a Sirius B. (a mais "tenebrosa" estrela do sistema binário de Sirius). Ele é padrinho de Harry Potter, o que torna Sirius, mais uma vez, um professor e um guia. O assistente pode se transformar em um grande cão preto, uma outra ligação com a "estrela do cão".

No Show de Truman, um holofote - usado para imitar a luz de uma estrela no mundo fake de Truman - cai do céu e quase bate nele. O rótulo em destaque a identifica como Sirius. O encontro de Truman com Sirius lhe dá um vislumbre do "conhecimento verdadeiro" e pede sua busca pela verdade. Sirius é, portanto, a "estrela de iníciação". Fez Truman perceber as limitações do mundo estúdio de seu (nosso mundo material) e levá-lo à liberdade (emancipação espiritual).

Conclusão

Desde os primórdios da civilização até os tempos modernos, das tribos remotas da África para grandes capitais do mundo moderno, Sirius era - e ainda é - visto como um doador de vida. Apesar da disparidade entre as culturas e épocas, os mesmos atributos misteriosos são dados para a estrela do cão, o que pode levar-nos a perguntar: como pode sincronizar todas as definições de teses tão perfeitamente? Existe uma fonte comum para esses mitos sobre Sirius? A estrela do cão é invariavelmente associada com a divindade e é considerado como uma fonte de conhecimento e poder. Essas conexões são particularmente evidentes quando se examina os ensinamentos e o simbolismo das sociedades secretas, que sempre ensinaram sobre uma ligação mística com este corpo celeste particular. Existe uma ligação secreta entre a evolução humana e Sirius? Libertar este segredo significaria desbloquear um dos maiores mistérios da humanidade.

Fonte: Secret Arcana  
Estrela Sirius, mistério extraterrestre
 
« Online: 21 de Fevereiro de 2005, 20:29:48 »
por EDUARDO CASTOR BORGONOVI - AE

SÃO PAULO - Um dos corpos celestes mais bonitos e misteriosos é a estrela Sirius, observada todos os anos com grande fervor pelos cientistas do Hemisfério Norte, onde ela brilha com maior intensidade, principalmente no inverno. Sirius é também responsável por um dos mistérios mais ricos e mais discutidos quando o assunto são as possíveis visitas de extraterrestres ao nosso planeta: o mistério dos dogons, tribo de indígenas que vive na África Ocidental. Na década de 40, os líderes dogons revelaram muito de seus conhecimentos tribais a dois antropólogos franceses que faziam estudos sobre esse povo.

No meio desses conhecimentos e lendas havia intrigantes referências a Sirius - não apenas à estrela visível, mas também a uma segunda estrela que existe nas suas redondezas e que ainda não havia sido estudada pela moderna astronomia. Como poderiam os dogons, indígenas vivendo numa das regiões mais pobres da África, saber detalhes minuciosos sobre uma estrela ainda não bem conhecida pela tecnologia do homem dito civilizado?

Segundo as seculares lendas dos dogons, essa segunda estrela é composta de um material extremamente denso ("todos os seres humanos juntos não conseguiriam carregá-la", diz a tradição dogon), embora seja uma estrela muito pequena. Além disso, segundo os dogons, essa segunda estrela, próxima a Sirius, teria uma órbita de 50 anos em volta da sua estrela-maior. Os antropólogos calculam que esse conhecimento faça parte da mitologia dos dogons durante vários séculos.

DESCOBERTA - E o que mais intriga é que a pequena e densa estrela em volta de Sirius foi observada oficialmente pela primeira vez em 1862, pelo astrônomo Alvan Clark. Ele a observou ao telescópio e a catalogou. Essa descoberta confirmou que os dogons falavam da pequena estrela séculos antes de ser vista através de um telescópio. Como isso é possível?

Esse intrigante mistério foi tema do livro "O Mistério de Sirius", lançado em 1976 por Robert Temple, um pesquisador e escritor inglês. A tese de Temple nesse livro é de que seres extraterrestres estiveram na Terra 5 mil anos atrás e nos revelaram muitos segredos da galáxia, entre eles as informações sobre a pequena estrela que gira ao redor de Sirius.

A comunidade científica ridicularizou Temple. Vários astrônomos conhecidos, entre eles o falecido Carl Sagan, apresentaram sua explicação. Segundo eles, missionários franceses visitaram intensamente os dogons na década de 20 e teriam transmitido essas informações aos indígenas africanos.

Essa explicação "científica" de Sagan e seus companheiros também não bateu muito bem, nem no mundo científico nem entre os mais crédulos na tese dos extraterrestres. Entre outras coisas, porque parece bastante difícil que missionários franceses possam ter falado com os dogons sobre uma pequena e densa estrela em volta de Sirius, inclusive com detalhes sobre sua órbita. Não faria sentido missionários estarem falando sobre isso, não só por terem outros assuntos, relativos às suas missões, mas também pelo desnível cultural entre eles e os indígenas africanos.

ANCESTRAIS - Além disso, os dogons reafirmam que esse conhecimento tem muitos séculos, tendo sido transmitido de geração em geração. Além das informações sobre a pequena estrelas, os dogons dizem que seus antepassados vieram de lá. E eles praticam, todos os anos, uma dança sagrada que conta a história dos ancestrais dogons vindos daquela estrela. O mais intrigante é que eles dançam com máscaras de palha que lembram as máscaras dos nossos astronautas.

Após a explicação de Sagan surgiram outras, todas elas mais difíceis de serem aceitas que o próprio mito dos dogons. Uma delas diz que no passado os dogons teriam uma visão extremamente apurada, que lhes havia permitido observar a pequena estrela a olho nu. Além de infundada, essa versão não explica as informações sobre a densidade da estrela, sua órbita e as máscaras da dança dogon. Outra afirma que no passado os antigos egípcios teriam poderosos telescópios.


(máscara de dança)
"A fé é a força da vida. 
Se o homem vive é porque acredita em alguma coisa."

 Fontes:
 http://clubecetico.org/forum/index.php?topic=188.0
 http://www.projetovega-ufo.com.br/novo/os-dogon-e-o-misterio-de-sirio/
 http://danizudo.blogspot.com.br/2011/05/conexao-misteriosa-entre-sirius-e.html
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