TEATRO GREGO
O teatro foi uma das mais ricas formas de arte. A representação teatral originou-se e se desenvolveu a partir das Dionisíacas festas em honra ao Deus Dionísio, que incluiu o espectáculo de mímica, dança, música, poesia, etc.. Em Atenas, celebrava-se o culto de Dionísio, acontecimento muito apreciado pela população camponesa. Já as Grandes Dionisíacas eram as celebrações urbanas, quando se realizavam os famosos concursos entre autores dramáticos (cada participante concorria com três peças “Trilogia”).
A encenação das peças era feita exclusivamente por actores masculinos que usavam máscaras e representavam também personagens femininos, que deram origem às grandes obras do teatro ateniense. As Grandes Panatenéias, em honra da Deusa Atena, eram celebradas de quatro em quatro anos, com concursos de música e canto, corridas de cavalos e outras competições desportivas; finalizavam com uma procissão que percorria a via sagrada, para oferecer à Deusa o manto luxuoso. Era a festa mais importante da Cidade-Estado de Atenas.
Do ponto de vista cultural, Atenas não era superada por nenhuma outra cidade grega. Lá viveram os maiores pensadores e artistas do mundo grego; alguns deles da própria humanidade. No período clássico, o teatro tornou-se uma manifestação artística independente, embora os principais temas permanecessem ligados à religião e à mitologia. Os dois géneros básicos do drama teatral foram a tragédia e a comédia.
Tragédia
Dentre os principais autores e obras podem ser mencionados: Ésquilo (525 - 456 a.C.), que escreveu a trilogia Oréstia, Prometeu Acorrentado, etc.;
Sófocles (495 - 405 a.C.), que se destaca com as peças Édipo Rei, Antígona e Electra;
Eurípedes (480 - 406 a.C.), autor de Medéia, Hipólito, Andrómaca, As Troianas, etc.
Comédia
A comédia foi um género mais voltado para o quotidiano, para os costumes, que são tratados sobre tudo como objecto de crítica e sátira. Dentre os principais comediógrafos destacam-se: Aristófanes (445 - 385 a.C.), autor de A Paz, Lisístrata, A Assembléia de Mulheres, Os Cavaleiros e Plutos;
Menandro (340 - 292 .C.), autor de O Intratável.
Um dos grandes acontecimentos do ano para os gregos era a ida ao teatro. As peças só eram apresentadas durante dez dias e cada peça representada apenas uma vez. Como todos queriam ver os espectáculos, o teatro tinha que ser grande. A população ia para o teatro muito cedo, logo após o nascer do sol. Pagava dois óbolos (moeda grega equivalendo a um terço de uma dracma) para entrar. O Estado mantinha um fundo especial para subsidiar quem não pudesse pagar.
A maior diferença entre o teatro grego e o teatro moderno consiste no facto de que as peças gregas faziam parte de um festival religioso em honra dos deuses. O teatro então nasceu com um festival de cânticos narrando as histórias dos deuses. Um autor dava um passo à frente do coro de cantores para desempenhar o papel do personagem principal. Mais tarde apareceu um segundo actor e, gradualmente a representação foi se desenvolvendo.
Ésquilo
Ésquilo, o primeiro grande autor trágico, nasceu em Elêusis no ano de 525 a.C., participou da batalha de Maratona no ano de 490 a.C. e, por muitas vezes, esteve na Sicília, onde morreu no ano de 456 a.C. Ésquilo acreditava que o Autor era, antes de tudo um educador.
Ele acreditava que se os atores sofressem em cena, isso despertaria os sentimentos de terror e piedade dos espectadores proporcionando-lhes o alívio ou purgação desses sentimentos. Ocorreria assim a purificação das paixões - Catarse.
Ésquilo foi o primeiro autor a introduzir um segundo ator nas representações, escreveu mais de oitenta obras dentre as quais destacam-se “Os Persas” (472), “Os Sete Contra Tebas”(467), “As suplicantes” (acredita-se que seja de 463), “Prometeu Acorrentado” (de data desconhecida e autenticidade duvidosa) e as três peças da “Oréstia” (458): “Agamenon”, “As Coéoras” e “As Eumênides”.
A única trilogia completa de Ésquilo que conhecemos é a Oréstia. Por meio dela pode-se tentar compreender um pouco o pensamento desse autor, sobretudo porque ela foi escrita pouco antes de sua morte.
Eurípedes
Pouco se sabe da origem de Eurípedes. Acredita-se que ele era filho de um mercador de legumes e que viveu entre os anos de 485 a.C. a 406. Eurípedes é considerado por muitos como o homem que revolucionou a técnica teatral.
Sobreviveram ao tempo muito mais obras de Eurípedes do que dos outros autores trágicos. Isso aconteceu porque, apesar de Eurípedes não obter muito sucesso junto ao seu povo, pois poucas vezes conseguiu vencer os concursos que participou, sua obra, por abordar temas petéticos e idéias abstratas, foi muito apreciada no século IV.
Devido a essa preferência é possível a elaboração de uma lista de obras com datas quase precisas, são elas:
“Alceste”(438), “Medéia”(431), “Hipólito”(428), “Hécuba”, “Os Heráclidas”, “Andrômaca”, “Héracles”, “As Suplicantes”, “Íon”, “As Troianas”(415), “Eletra”, “Ifigênia em Táurida”, “Helena”(412), “As Fenícias”, “Orestes” (408), “As Bacantes”, “Ifigênia e Áulis”, “Ciclope” (com data desconhecida).
A obra “Medéia”, uma das mais conhecida entre nós, é um drama de amor e paixão. E essa é a grande diferença que existe entre as obras de Eurípedes e as de Ésquilo e Sófocles.
Na obra de Ésquilo
o amor é praticamente nenhum.
Em Sófocles ele geralmente fica em segundo plano. No entanto, em Eurípedes ele é essencial e chega às últimas conseqüências, ou seja, a vingança e a morte.
Em Eurípedes
ainda encontramos a loucura,
que pode ser vista na obra “Héracles”.
As obras de Menandro foram quase todas consumidas pelo tempo. Somente em 1958 foi encontrado um papiro egípcio contendo a obra “Misantropo”, que conta a história de um homem, cujo nome é emprestado a obra, e sua filha, Cnemon.
Aristófanes
Nasceu em Atenas, Grécia em 457 a.C. e faleceu em 385 a.c. Viveu toda a sua juventude sob o esplendor do Século de Péricles. Testemunhou o início e o fim daquela grande Atenas. Viu o início da Guerra do Peloponeso, em que Atenas foi derrotada.. Ele, da mesma forma, viu de perto o papel nocivo dos demagogos (especialmente Cléon) na destruição econômica, militar e cultural de sua cidade-estado. À sua volta, à volta da acrópole de Atenas, florescia a sofística -a arte da persuasão-, que subvertia os conceitos religiosos, políticos, sociais e culturais da sua civilização.Sua primeira comédia, “Os Convivas”, estreou em -427 sob o nome de “Calístrato, o ensaiador da peça”, e obteve de saída o segundo prêmio.
Dois anos depois, no ano de 425 ac, nas Leneanas, Aristófanes apresentou a comédia “Os Cavaleiros”, o que motivou um segundo processo em -424, resolvido aparentemente através de acordo realizado fora dos tribunais Esta peça, felizmente, chegou até nós.
Ela representa o mais violento ataque pessoal de Aristófanes a Cleon Foi considerada tão agressiva que nenhum ator da época teve a coragem de representar o papel de Panflagônio (Cleon).
Da primeira época são:
“Os Acarnenses”, na qual manifesta a sua atitude antibélica (1º lugar nas Dionísias);
“Os Cavaleiros”, ataque contra o demagogo Cléon, que o Salsicheiro, demagogo mais hábil do que ele, e os cavaleiros da aristocracia derrotam (1º lugar nas Dionísias);
“As Nuvens”, sátira das novas filosofia e pedagogia, em que ataca Sócrates e os sofistas (3º lugar nas Dionísias);
“As Vespas”, sobre a paixão que os atenienses mostram pelos processos judiciais (1º lugar nas Dionísias);
“Paz”, obra antibelicista (2º lugar nas Dionísias); “As Aves”, em que descreve o fantástico reino dos pássaros, que dois atenienses dirigem e que, na forma como agem, conseguem suplantar os deuses ( 2º lugar nas Dionísias);
“Lisístrata”, obra especialmente alegre, em que as mulheres de Atenas, dado que os seus maridos não acabam com a guerra, resolvem fazer uma greve sexual (1º lugar nas Dionísias);
“Mulheres Que Celebram as Tesmofórias”, paródia das obras de Eurípides (1º lugar nas Dionísias); e “As Rãs”, novo ataque contra Eurípides (1º lugar nas Dionísias).
Para sublinhar mais esta excelência entre os gregos, é bom citar que a comédia “As Rãs” foi tão bem recebida pelo público que teve a sua reapresentação pedida pela platéia. Na época, a reapresentação de uma peça era privilégio da tragédia.
Do acervo de 40 peças de Aristófanes, somente 11 peças nos restaram.Restaram também numerosos fragmentos de suas outras comédias, que permitiram reconstituir, ao menos em parte, o argumento de algumas delas. Embora toda sua vida intelectual tenha transcorrido em Atenas, apresentou certa vez uma de suas peças no teatro de Elêusis.
Sófocles
Nasceu em Colono, perto de Atenas em 495 a.C. Viveu sempre em Atenas e lá morreu, nonagenário, entre 406 a.C. e 405 a.C. Sófocles era de família abastada, porém não era aristocrática. O mais bem sucedido autor de tragédias da Grécia, estreou nas Dionísias Urbanas em 468 a.C., no século de Péricles, com a tragédia Triptolemos, concorrendo com Ésquilo (venerado pelos atenienses) e recebendo o primeiro prêmio aos 28 anos de idade. Venceu os concursos 18 ou 24 vezes, e nunca obteve menos que o segundo lugar. Foi ele quem obteve o maior número de vitórias nos concursos dramáticos de Atenas e homenageado como o maior dos poetas trágicos. Consta que Sófocles teve intensa vida política em Atenas.
Segundo a tradição, liderou o coro de jovens que celebrou a vitória de Salamina e, graças ao seu prestígio, foi tesoureiro da Liga de Delos em 443 a.C., estrátego em 441a.C. (ao lado de Péricles) e por volta de 428 a.C. (na época de Nícias). Em 413 a.C., após o desastre da Sicília, foi um dos dez próbulos que governaram provisoriamente a cidade. Era devoto de Asclépio e, enquanto o asclepieion de Atenas era construído, a estátua do deus ficou acomodada em sua casa.
Era bem apessoado e afável; consta que foi amigo de Péricles e de Heródoto e que Íofon, seu filho, e Áriston, seu neto, foram tragediógrafos de renome.
Diz-se que alguns meses antes de sua morte, ao saber que Eurípides morrera, vestiu o coro de preto e, em lágrimas, deu ao público a notícia.
Os testemunhos antigos atribuem-lhe cerca de 120 tragédias e dramas satíricos, dos quais cerca de 18 eram tetralogias, um hino a Apolo e alguns poemas. Somente sete tragédias chegaram até nós: Édipo Rei, Édipo em Colono, Antígona, Electra, Ajax, As Traquinias, Filoctetes.
Os enredos de todas as tragédias provêm da mitologia grega; o drama satírico Cães de Caça foi inspirado em um antigo hino a Apolo tradicionalmente atribuído a Homero.
Das tragédias sobreviventes, as cinco mais antigas não podem ser datadas com precisão. Ájax e As Traquinianas foram apresentadas em algum momento entre 450 a.C. e 430 a.C.; Antígona, possivelmente, em 442 a.C.; Édipo Tirano (mais conhecida pela tradução incorreta, Édipo Rei) entre 429 a.C. e 425 a.C., Electra entre 420 a.C. e 410 a.C.
A tragédia Édipo em Colono foi encenada por seu neto Áriston e apresentada postumamente. De um drama satírico intitulado Os Cães de Caça, de data incerta, temos cerca de 400 versos. Sófocles inovou a construção e a técnica teatrais de seu tempo: aos dois atores usados por Ésquilo acrescentou um terceiro, recurso utilizado posteriormente por Ésquilo na Orestia, e aumentou ainda mais os diálogos dos personagens e reduziu as falas do coro, embora tenha elevado o número de seus componentes.
O Coro atua
como um personagem coletivo,
dialogando com o protagonista.
Em sua época as tetralogias não eram mais compostas de tragédias interligadas, e os enredos tornaram-se mais complexos. Alguns eruditos sustentam mesmo que, com Sófocles, a tragédia grega atingiu a perfeição. O grande filósofo Aristóteles afirma que, Édipo Rei, é a tragédia mais perfeita já escrita, modelo para todas as outras.
Fonte: Universidade de Pernambuco - UPE
Teatro Grego
O teatro foi uma das mais ricas formas de arte. A representação teatral se originou e se desenvolveu à partir das Dionisíacas festas em honra ao Deus Dionísio, que incluiu o espetáculo de mímica, dança, música, poesia, etc.. Em Atenas, celebrava-se o culto de Dionísio, acontecimento muito apreciado pela população camponesa. Já as Grandes Dionisíacas eram as celebrações urbanas, quando se realizavam os famosos concursos entre autores dramáticos (cada partipante concorria com três peças “Trilogia”).
Os homens usavam máscaras como
estas para desempenhar pápeis femininos.
A encenação das peças era feita exclusivamente por atores masculinos que usavam máscaras e representavam também personagens femininos, que deram origem às grandes obras do teatro ateniense. As Grandes Panatenéias, em honra da Deusa Atena, eram celebradas de quatro em quatro anos, com concursos de música e canto, corridas de cavalos e outras competições esportivas; finalizavam com uma procissão que percorria a via sagrada, para oferecer à Deusa o manto luxuoso. Era a festa mais importante da Cidade-Estado de Atenas.
Do ponto de vista cultural, Atenas não era superada por nenhuma outra cidade grega. Lá viveram os maiores pensadores e artistas do mundo grego; alguns deles da própria humanidade. No período clássico, o teatro tornou-se uma manifestação artística independente, embora os principais temas permanecessem ligados à religião e à mitologia. Os dois gêneros básicos do drama teatral foram a tragédia e a comédia. (à cima)
Tragédia
Os atores usavam máscaras de linho enrijecido.
Está é uma máscara da tragédia grega.
Dentre os principais autores e obras podem ser mencionados: Ésquilo (525 - 456 a.C.), que escreveu a trilogia Oréstia, Prometeu Acorrentado, etc.; Sófocles (495 - 405 a.C.), que se destaca com as peças Édipo Rei, Antígona e Electra; Eurípedes (480 - 406 a.C.), autor de Medéia, Hipólito, Andrómaca, As Troianas, etc. (à cima)
Comédia
Está é uma máscara da comédia grega.
Havia duas para cada papel a desempenhar
Diagrama do Teatro de Epidauro
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Um dos grandes acontecimentos do ano para os gregos era a ida ao teatro. As peças só eram apresentadas durante dez dias e cada peça representada apenas uma vez. Como todos queriam ver os espetáculos, o teatro tinha que ser grande. A população ia para o teatro muito cedo, logo após o nascer do sol. Pagava dois óbolos (moeda grega equivalendo a um terço de uma dracma) para entrar. O Estado mantinha um fundo especial para subsídiar quem não pudesse pagar.
A maior diferença entre o teatro grego e o teatro moderno consiste no fato de que as peças gregas faziam parte de um festival religioso em honra dos deuses. O teatro então nasceu com um festival de cânticos narrando as histórias dos deuses. Um autor dava um passo à frente do coro de cantores para desempenhar o papel do personagem principal. Mais tarde apareceu um segundo ator e, gradualmente a representação foi se desenvolvendo.
Os gregos ainda hoje
acorrem ao antigo teatro de Epidauro,
construído em 350 a.C.,
para assistir às peças clássicas gregas.
Fontes:
liriah.teatro.vilabol.uol.com.br
Portal São Francisco
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-teatro/teatro-grego.php