Arcângelo Metratón - 24min
O Cubo de Metraton
No judaísmo místico, especialmente na Kabbalah, Metraton (por
vezes conhecido como "Metatron") é o anjo supremo, mais poderoso
até mesmo do que Miguel. Seu nome significa "Mais Próximo do
Trono", conhecido como o "Príncipe do Rosto Divino", o "Anjo do
Pacto", o "Rei dos Anjos" e o "Anjo da Morte", devido a sua a
pesada responsabilidade de ser encarregado da "sustentação da
existência do mundo". A etimologia da palavra "Metraton" é muito
incerta. Dentre as várias hipóteses que têm sido propostas a
esse respeito, uma das mais interessantes é a que a faz derivar
do Caldaico "mitra", que significa "chuva". Pela raiz da palavra
"mitra", mantém também certa relação com a "luz". A propósito,
assinalemos que a doutrina hebraica fala de um "orvalho de luz"
emanado da "Árvore da Vida" pelo qual se deve operar a
ressurreição dos mortos, bem como de uma "efusão de orvalho" que
representa a influência celeste a comunicar-se a todos os
mundos. Tudo isso lembra singularmente o simbolismo alquímico e
o Rosacruciano. Sendo assim, é possível que se creia que a
semelhança com o deus "Mitra" citado no Hinduismo e no
Zoroastrismo constitua uma um empréstimo do Judaísmo a doutrinas
estrangeiras. É possível também ressaltar o papel atribuído à
chuva em quase todas as tradições, enquanto símbolo da descida
das "influências espirituais" do Céu sobre a Terra.
Alguns dizem que Metraton foi "originado" de Enoch, pai de Matusalém, um personagem bíblico, nascido na sétima geração após Adão. De acordo com o relato de Gênesis (capítulo 5, versos 22-24): “E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos, e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos. E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou”. Este pequeno trecho sugere que Deus o transformou em Metraton. Sobre este personagem bíblico existem também os livros apócrifos pseudoepígrafos: "Livro de Enoch I" e o "Livro de Enoch II", que fazem parte do cânone de alguns grupos religiosos, principalmente dos cristãos da Etiópia, mas que foram rejeitados pelos cristãos e hebreus, por serem particularmente incômodos para os clérigos do ponto de vista político. Todavia, a epístola de Judas, no Novo Testamento bíblico, faz uma menção expressa ao Livro de Enoch, fazendo uma breve citação nos versos 14 e 15 de seu único capítulo.
É preciso notar que "Melek", "rei" e "Maleak", "anjo" ou
"enviado" não são na realidade senão duas formas de uma mesma
palavra A frase “o anjo no qual é Deus” (“Maleak ha-Elohim”)
forma o anagrama de "Mikael". Convém acrecentar que, se Mikael
se identifica com Metraton como acaba de se ver, no entanto, ele
não representa senão um aspecto: o luminoso. Ao lado da face
luminosa, há uma face obscura, e esta é representada por Samael,
que é também chamado "Sâr haôlam", isto é, Satã. Segundo Santo
Hipólito, “o Messias e o Anticristo têm ambos por emblema o
leão”, que também é um símbolo solar: e a mesma observação podia
ser feita para a serpente e para muitos outros símbolos.
De toda forma, pelo nome "Cubo de Metraton" é conhecida uma figura geométrica no mínimo curiosa. Esta figura contém em a si a projeção bidimensional de todos os corpos platônicos. Estes sólidos são, por sua vez, poliedros regulares convexos, ou seja: figuras geométricas tridimensionais simétricas, cujos ângulos e arestas mantém um valor constante e cujos lados são polígonos regulares iguais. Uma esfera inscrita, tangente a todas suas faces em seu centro; uma segunda esfera tangente a todas as aristas em seu centro e uma esfera circunscrita, que passe por todos os vértices do poliedro. Existem apenas 5 corpos platônicos: o tetraedro, o hexaedro (ou cubo), o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro.
De toda forma, pelo nome "Cubo de Metraton" é conhecida uma figura geométrica no mínimo curiosa. Esta figura contém em a si a projeção bidimensional de todos os corpos platônicos. Estes sólidos são, por sua vez, poliedros regulares convexos, ou seja: figuras geométricas tridimensionais simétricas, cujos ângulos e arestas mantém um valor constante e cujos lados são polígonos regulares iguais. Uma esfera inscrita, tangente a todas suas faces em seu centro; uma segunda esfera tangente a todas as aristas em seu centro e uma esfera circunscrita, que passe por todos os vértices do poliedro. Existem apenas 5 corpos platônicos: o tetraedro, o hexaedro (ou cubo), o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro.
Platão concebia o mundo como sendo constituído por quatro
elementos básicos: a Terra, o Fogo, o Ar e a Água, e estabelecia
uma associação mística entre estes e os sólidos. Assim, o cubo
corresponde à Terra; o tetraedro, associa-se ao Fogo; o octaedro
foi associado ao Ar e o icosaedro à Água. O quinto sólido, o
dodecaedro, foi considerado por Platão como o símbolo do
Universo, relacionando-se ao chamo Éter.
O Cubo de Metraton se constrói tomando como base o chamado "Fruto da Vida", ou seja: 13 circunferências tangentes e congruentes, construídas a partir de um hexágono regular. Unindo-se os centros de cada uma destas circunferências com os centros de todas as demais, obtém-se esta interessante figura formada por 78 linhas. Pode-se notar facilmente que a imagem da "Árvore da Vida" da Kabbalah está contida neste conjunto de esferas. Igualmente se vê a "Estrela de David" (as diagonais do hexágono) e a "Estrela de Kepler" (ou "Merkabah", forma estelar do icosaedro, versão tridimensionalda "Estrela de David").
A "Flor da Vida" é uma figura geométrica composta de círculos
múltiplos espaçados uniformemente, em sobreposição, que estão
dispostos de modo que formam uma flor, com um padrão de simetria
multiplicada por seis, como um hexágono. Em outras palavras,
seis círculos com o mesmo diâmetro se interceptam no centro de
cada circulo. O Templo de Osíris em Abidos, Egito, tem o
exemplar mais antigo até hoje, está talhada em granito e poderia
representar o "Olho de Rá", um símbolo de autoridade do faraó.
Outros exemplos se podem encontrar na arte fenícia, assíria,
hindu, no médio oriente e medieval. O padrão da Flor da Vida
pode ser construído com lápis, um compasso e papel mediante a
criação de várias séries de círculos interconectados. O padrão
da Flor da Vida é a base do Fruto da Vida e, portanto, do Cubo
de Metraton.
Uma simplificação da Flor da Vida é um símbolo muito antigo, encontrado nos Vedas e também na civilização celta. Os celtas o utilizaram muito como elemento decorativo, presente nos frisos e demais obras de arte. O círculo simboliza o universo imanente. Símbolos como o que encontra-se no centro são chamados de "triquetras", que em Latim quer dizer "3 esquinas". Alguns referem-se a este símbolo como sendo um símbolo de Jesus: o peixe formado por duas linhas curvas também era um símbolo dos cristão. A triquetra é formada por 3 destes "peixes", portanto. Outro aspecto interessante é que a triquetra é um símbolo unicursal ou seja, traçado continuamente, representado assim a eternidade. Os Vedas falam de três mundos: o mundo material, o espiritual e o átmico. Na principal oração (mantra) das doutrinas védicas são cantados no início do "Gayatri" significando respectivamente os três mundos (Bhur, Bhuvah e Svahah). A Filosofia Celta referencia 3 níveis distintos de existência, mas interconectados e interpenetrados: o físico, o mental e o espiritual. Quando o Cristianismo "chegou aos Celtas", este símbolo foi utilizado para simbolizar a Trindade Cristã: Pai, Filho e Espírito Santo.
Há
uma tradição mística da Kabbalah que retrata o "Merkabah" (ou
"Trono de Deus" ou "Carro de Deus", ou "Carruagem de Fogo") como
um veículo que podia subir ou descer através de diferentes
câmaras ou palácios celestiais, conhecidos como "Hekhalot".
Durante o período do Segundo Templo, a visão de Ezequiel foi
interpretada com um vôo místico para o céu, e os místicos
cabalistas desenvolveram uma técnica para usar o símbolo do
Merkabah como ponto focal da meditação. O místico faria uma
viagem interior para os sete palácios e usaria os nomes mágicos
secretos para garantir uma passagem segura por cada um deles.
Até bem recentemente, esses procedimentos e fórmulas místicas só
eram conhecidos pelos estudiosos da Kabbalah. O Merkabah é então
um veículo de luz que transporta o espírito, a mente e o corpo,
para acessar e experimentar outros planos, realidades e
potenciais de vida mais elevados. Podemos classifica-lo como
sendo um veículo interdimensional. Este carro de fogo é também
citado na Bíblia quando o profeta Elias foi arrebatado por um
destes veículos e levado aos céus para não mais voltar.
De acordo com os versos de Ezequiel, o Merkabah seria uma
carruagem composta por 4 anjos. Estes anjos são querubins e são
chamados de "Chayot" e são descritos como tendo forma humana,
mas com faces diversas: uma de touro, outra de leão, outra ainda
de águia e uma última humana propriamente. Há ainda anjos com
forma circular, descritos como "rodas dentro de rodas" e que se
chamam "Ophanim". Estes anjos são responsáveis pelo movimento do
carro nas quatro direções. Por fim, descreve-se a participação
de serafins que são vistos como clarões de luz que funcionam
como fonte de energia. Estes clarões de luz piscam com rapidez e
estes serafins controlam todo o conjunto. Uma descrição bem
parecida se encontra na tradição cristã, no Apocalipse de João,
quando se descreve o Trono do Cordeiro, cercado pelos mesmos
seres alados: touro, leão, águia e homem. A forma descrita do
Merkabah é bastante discutível, mas é comumente aceito que se
trate de um duplo tetraedro, um com vértice para cima e outro,
para baixo, que giram em sentidos opostos. Este conjunto forma
então uma estrela tetraédrica que se inscreve nos vértices de um
icosaedro.
De um ponto de vista astrológico, a divisão do zodíaco em doze
partes, permite o entendimento do processo da vida organizando-o
em 12 signos estelares e 12 casas, localizando neles os 9
astros. Esta divisão pode ser descoberta também no Cubo de
Metraton. Aqui então se encontra uma relação simbóloca com as
chamadas "Forças Querubínicas" e prática, com as horas do dia.
Estas 12 entidades querubínicas derivam das quatro primordiais
que são: o Touro alado, o Leão alado, a Águia (Escorpião) e o
Homem alado (Aquário).
Leonardo daVinci resumiu todo o simbolismo do Cubo de Metraton
em seu famoso desenho "Homem Vitruviano". Este desenho famoso
acompanhava as notas que Leonardo daVinci fez ao redor do ano
1490 num dos seus diários. Descreve uma figura masculina
simultaneamente em duas posições sobrepostas com os braços
inscritos num círculo e num quadrado. O Homem Vitruviano é
baseado numa famosa passagem do arquiteto romano Marcus
Vitruvius Pollio (donde o nome "vitruviano") na sua série de dez
livros intitulados de "De Architectura", onde são descritas as
proporções do corpo humano. O redescobrimento das proporções
matemáticas do corpo humano no século XV por Leonardo e os
outros é considerado uma das grandes realizações que conduzem ao
Renascimento italiano. Das relações matemáticas encontradas na
Proporção Áurea, que também podem ser observadas no mesmo
desenho de daVinci, emerge mais uma vez a Flor da Vida.
No Cubo de Metraton ainda é possível que se veja a projeção
bidimensional de um tesseract (ou hipercubo). Um tesseract é uma
figura tetradimensional regular composta por 8 cubos montados em
4 dimensões.
Tesseract "aberto" em 3D e o mesmo tesseract "montado" em 4D
Esquema de tesseract e tesseract inscrito no Cubo
de MetratonCírculos nas plantações (ou "crop circles" em inglês) são conjuntos de figuras geométricas desenhadas amassando campos de trigo, cevada, centeio, milho ou canola. Estas figuras são melhor observadas de um ponto mais alto, fazendo pouco sentido quando são observadas no nível do chão. A aparência geométrica e influnciada por fractais. A origem destes círculos é desconhecida e controversa. O fenômeno já foi observado em vários países em todo o mundo, começando pela Inglaterra na década de 1970. No Brasil, tal fenômeno vem acontecendo principalmente no interior dos estados de São Paulo e Santa Catarina. Foram sugeridas várias explicações que envolvem causas discrepantes como acontecimentos naturais, fraude e visitas de extra-terrestres, mas não se chegou a nenhuma conclusão. O fato é que a maioria destes círculos acaba repetindo padrões que nos remetem mais uma vez ao Cubo de Metraton.
Atualmente muitos artistas têm se inspirado no Cubo de Metraton
e suas variações e criado belas obras de arte sobre seu
simbolismo.