Complexo de Electra
O complexo de Electra define-se como sendo uma atitude emocional que, segundo algumas doutrinas psicanalíticas, todas as meninas têm para com a sua mãe; trata-se de uma atitude que implica uma identificação tão completa com a mãe que a filha deseja, inconscientemente, eliminá-la e possuir o pai.
O complexo de Electra é, muitas vezes, incluído no complexo de Édipo, já que os princípios que se aplicam a ambos são muito semelhantes. Electra
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Electra filha de Agamemnon
Electra, segundo Frederic Leighton
Amargurada e impulsiva, Electra, levada mais pela fúria do que pela maldade, induziu seu irmão Orestes a assassinar sua mãe, vingando a morte de seu pai, arquitetada por Clitemnestra. Esse seria um ato do qual ambos se arrependeriam, pois, antes de sua morte, a rainha havia dito que amava os filhos, e que tratava-a mal para que Egisto, seu amante e também inimigo e assassino de Agamemnon, não desconfiasse de seus sentimentos pela filha, e, assim, não fizesse mal a esta.
A princesa não se deixando levar pela compaixão, a mata sangrentamente. Mais tarde, Electra desposa Pílades, amigo de Orestes e seu primo, o filho primogênito do rei Estrófio.
O termo complexo de Electra é usado na psicanálise como a contrapartida feminina do complexo de Édipo, para designar o desejo da filha pelo pai. Tal termo foi proposto por Jung, contudo, Freud, por sua vez, prefere usar complexo de Édipo tanto para o menino quanto para a menina.
Electra - Outra versão:
Electra, princesa de Micenas, é filha de Agamênon e Clitemnestra, sendo irmã de Orestes e Ifigênia. A rainha, sua mãe, atormentada pelo sacrifício de Ifigênia, une-se ao sobrinho do esposo. Esse príncipe, Egisto, fora perseguido por Agamênon e privado de seus direitos. Retornando a Micenas durante a guerra de Tróia, une-se à rainha, com quem tem um filho, Aletes.
Os dois amantes aguardam o retorno do rei para consumar a vingança. Após o assassinato do pai por Egisto e Clitemnestra, Electra é poupada pela mãe. Mas consome-se pela perda do pai, Agamênon, a quem adorava. Pedia aos deuses que lhe enviassem um meio de vingar sua morte. Suas preces serão atendidas por seu irmão Orestes, a quem salvou da morte em criança. Prevendo o que viria com a volta de Egisto, confiou-o em segredo a um velho preceptor, que o levou para longe de Micenas.
Por tudo isto, era tratada no palácio como escrava. Temendo que a enteada tivesse um filho que um dia pudesse vingar a morte de Agamênon, Egisto fê-la casar-se com um pobre camponês. O marido, todavia, respeitou-lhe a virgindade. Mas é chegado o dia do retorno de Orestes. A jovem princesa o guiará até os assassinos de seu pai. Quando, após a morte de Egisto e Clitemnestra, Orestes foi envolvido e "enlouquecido" pelas Erínias, ela colocou-se a seu lado e cuidou do irmão até o julgamento final no Areópago de Atenas.
Após ser absolvido pelo voto de Atena, Orestes e Pílades, seu amigo, partem para Táurida em busca de uma estátua de Ártemis. Lá encontrarão Ifigênia como sarcedotísa de Ártemis. Retornam todos à Micenas e, após as núpcias de Orestes com Hermíone, Electra casa-se com Pílades.
Electra filha de Atlas
Electra filha de Oceano
Complexo de Electra
Após vários pedidos, depois da exposição do Complexo de Édipo, para escrever sobre o Complexo de Electra, não posso deixar de satisfazer os pedidos sobre este assunto, aliás já o tinha prometido. O equivalente feminino do Complexo de Édipo tomou o nome de Complexo de Electra, expressão introduzida por Yung.
Segundo um mito grego Electra teria concebido da sua união com Zeus a Harmonia. Mas sobretudo a personagem de Electra é especialmente conhecida pela tragédia grega como sendo filha de Agamémnon, rei de Micenas e chefe das forças gregas contra Tróia, e de Clitemnestra, a qual era amante de Egisto. Este com a sua amante planeavam matar Agamémnon, depois do seu regresso da guerra, e usurpar o trono. Electra sente-se devorada pelo desejo de vingar o pai, a quem muito amava, fazendo com que matem sua mãe e o amante. Mas não foi ela a matá-los com as suas próprias mãos, incitou o seu irmão Orestes a realizar esse gesto e depois ajudou-o a enterrar o punhal.
Depois de uma fase de fixação afetiva na mãe, durante a primeira infância, a jovem apaixonou-se pelo pai e tem ciúmes da mãe; ou então se não for correspondida pelo pai, tenderá a virilizar-se, para seduzir a mãe, ou recusando qualquer casamento, inclinar-se-á para a homossexualidade. De qualquer das formas, Electra simboliza o Amor passional pelos pais, muito especialmente e em primeiro pelo pai, ao ponto de os reduzir à igualdade pela morte. Nesta espécie trágica dum equilíbrio fúnebre pedindo aos deuses "justiça contra a injustiça" Electra alcança o símbolo do mito ao restabelecer a Harmonia desejada!
Esta lenda mitológica serviu como tantas outras para esclarecer
com base científica muitos distúrbios humanos
tanto a nível psicológico como mental.
Assim Freud mais tarde explica, que satisfeitas as necessidades básicas da fome e da sede, e segundo este psiquiatra o Id que é uma das 3 bases arquitetónicas do psiquismo (além do Super-Ego e do Ego) é conduzido pelos impulsos sexuais e por vezes agressivos. Segundo a teoria freudiana a criança é atraída sexualmente em relação ao progenitor do sexo oposto, e de princípio rejeita e teme o do mesmo sexo.
A rapariga pode sentir uma grande atração, paixão pelo pai e rivalidade em relação à mãe. Mas o desejo relativamente ao pai é contrariado por várias condicionantes, o tabu, o proibido, o medo de ser descoberta, e isto explica psicologicamente a tendência de muitas mulheres para amores secretos e socialmente proibidos. A relação da rapariga com o pai, se este a facilita, diminui a sua autoridade, e pode a situação ser conduzida ao incesto. As proibições não são interiorizadas na rapariga da mesma maneira que no rapaz sendo a formação do Super-Ego menos marcante.
A interdição que incide no Incesto constitui para os dois sexos, a limitação mais importante da sua sexualidade. A atração sexual sentida pelo pai ou pela mãe permanece na qualidade de
primeira experiência amorosa, por vezes como modelo de todo o amor futuro.
A rapariga vive a fase fálica duma maneira diferente que no rapaz. Como foi dito, já no Complexo de Édipo, esta fase é o resultado dum conflito de desejos pulsionais e profundos recalcamentos gerados em muitas situações no decorrer da infância.
A fixação nos orgãos sexuais é obsessiva por vezes tanto no rapaz como na rapariga, e uma curiosidade premente leva a criança à descoberta do sexo oposto. Portanto a fase fálica na rapariga não é vivida da mesma forma que no rapaz. Nele gera o "complexo de castração", pois vive com mais interioridade a proibição, e sente-se castrado pelo rival, a rapariga não interiorizando tão profundamente a proibição gera o "complexo dum desejo sexual" fixando o orgão do sexo oposto. A menina é mais precoce na atividade sexual especificamente na masturbação, pois com cerca de 3 a 4 anos pode atingir orgasmos, criando uma obsessão e um isolamento para a prática do ato. Estes complexos originam mais tarde mais ou menos graves distúrbios psico-sexuais, tornando-se mais graves nos homens, assim como às neuroses e às perversões.
Na verdade a falta de cultura dos adultos, a ignorância consentida muitas vezes (torna tudo mais fácil), o medo de falar sobre assuntos tão naturais como a própria Natureza leva a desabrochar precocemente instintos básicos, primários nas crianças, que passam pela obsessão em que vivem recalcadamente a desconhecer outros valores na infinitude do leque da Vida que certamente os tornariam mais tarde adolescentes e depois adultos mais saudáveis, mais felizes!
O fato de se esconder aos jovens o papel que a sexualidade virá a desempenhar nas suas vidas conduz a uma deseducação trágica e às mais funestas perversões sexuais. Só produzem seres ansiosos profundamente inibidos no domínio afetivo e angustiosamente dependentes. As raparigas procuram frequentemente, e a nível inconsciente, nos homens o pai.
O Complexo de Electra é muito mais, pois leva muitas mulheres já casadas a continuarem a ser perseguidas pelos pais, e elas a segui-los … irresistivelmente, numa luta titânica, num conflito gerado depois de culpas oprimidas, de vergonhas recalcadas! Muitos homens tal como as mulheres fazem com os seus filhos, permitem-se dormir com as suas filhas – meninas. Eles sabem que tem importância …
Muitos distúrbios psico-sexuais seriam inexistentes, se os valores criados na mente humana elevassem o Homem à dignidade, à Verdade sem omissões nem cobardes fugas, ao Amor traduzido nas mais salutares manifestações de afetividade. Se os valores criados na mente humana elevassem o Homem à Coragem, à Justiça, à Lealdade, e à vontade indômita de adquirir conhecimentos profundos da sua não menos profunda e imensurável atividade psíquica, na humanidade reinaria mais Harmonia, mais Amor!
Outro tema insistentemente pedido, originado por problemas que afligem as mães. Mas … é importante que se relatem as raízes, os primórdios donde o Complexo de Édipo foi transportado desde a mais longa data para os angustiantes complexos humanos! Contar uma lenda grega, além de cultivar os espíritos mais ignorantes, talvez seja uma ilustração para as realidades vivenciais.
O psicólogo Carl Gustav Jung afirmou que habita no espírito inconsciente de todos nós o potencial para termos certas ideias elementares ou "Arquétipos" e sermos transformados por elas. Este "inconsciente colectivo" expressa-se por mitos que vêm sendo repetidos sob diversas formas. E as lendas são uma das formas, pois nas lendas há sempre algo de profundamente simbólico. Melhor entenderemos agora o:
Complexo de Édipo
Alguns heróis míticos enfrentam problemas profundos, por vezes insolúveis. Para os antigos gregos, as suas histórias trágicas demonstravam quanto a estrutura humana é falível e todas as suas desgraças eram originadas pela sua condição de homens.
Talvez um dos mais famosos heróis trágicos seja Édipo, em cuja história encontrou bem definido um dos mais tormentosos conflitos a que se chamou "Complexo de Édipo".
Conta a lenda grega que ao filho do rei Tebas, Édipo, um oráculo vaticinou, que um dia ele mataria o pai, o rei de Tebas, e casaria com sua mãe. Em consequência o rei mandou matar o filho, mas em segredo um criado abandonou-o vivo numa encosta de pés atados. Um pastor recolheu-o e deu-lhe um nome que significa "pés inchados". Mais tarde um rei e sua esposa, estrangeiros, adoptaram a criança e educaram-na como se fosse seu filho numa cidade distante.
Mais tarde, Édipo, já adulto, e sobre dúvidas crescentes sobre a sua origem levou-o a consultar um oráculo que lhe afirmou: "Tu matarás o teu pai e casarás com tua mãe". Édipo afastou-se então dos seus pais adoptivos para escapar a estas fatalidades. Na sua fuga travou uma violenta discussão na estrada com um desconhecido e matou-o, sem suspeitar que era o seu pai. Defrontou uma esfinge, monstro com cabeça de mulher e corpo de leão, que matava todas as pessoas que não conseguiam decifrar os seus enigmas, à qual lhe perguntou: "Qual o animal que anda com quatro patas de manhã, com duas ao meio dia e com três ao anoitecer?". E Édipo respondeu "O homem que caminha com as mãos e os pés no chão quando criança, mantém-se de pé sobre as duas pernas na sequência da Vida e precisa de apoiar-se numa bengala quando envelhece".
Édipo decifrou o enigma e o monstro lançou-se ao mar. Creonte, irmão da rainha Jocasta já viúva, que era a mãe de Édipo, tinha prometido a mão desta a quem libertasse Tebas do terror da Esfinge. Édipo entretanto viajou para Tebas, e deste modo desposou a rainha Jocasta sem saber que era a sua mãe. Posteriormente descobriu com horror que o estranho que matara era seu pai e que tinha desposado sua mãe. Jocasta enforcou-se. Édipo furou os seus próprios olhos, partindo para o exílio com sua filha Antígona.
Os grandes cientistas psicólogos recorrem aos antigos mitos para explicar muitos distúrbios humanos a nível psicológico e até mental. Sigmund Freud viu nesta lenda o modelo dum conflito fundamental do homem: a representação do desejo sexual inconsciente e universal de cada filho pela mãe e da consequente rivalidade em relação ao pai. Segundo a teoria freudiana esta lenda caracteriza uma fase do desenvolvimento psicológico infantil, mas que pode conduzir a perturbações que, caso não sejam tratadas, se traduzem mais tarde na idade adulta em perturbações neuróticas.
O que Édipo na lenda não podia saber representa na realidade psicológica o que é recalcado no inconsciente. No final do desenvolvimento da sexualidade infantil ou a Fase Fálica o desejo do rapaz em relação à mãe esbarra com a proibição que lhe advém do pai e com reais ou supostas ameaças de castração. A criança deseja expulsar o pai, mas este desejo entra em contradição com o sentimento de afectividade que sente por ele, acrescentado com a dependência da sua protecção e com o referencial que a criança tem para a sua virilidade futura. Este conflito gera o seu desejo sexual em relação à mãe, e substitui-o por uma ternura, em alguns casos por vezes demasiado insistente em abraços e carinhos aparentemente desprovidos de sexualidade.
Convém dar-vos a conhecer o que é a Fase Fálica, que é uma fase profundamente estudada e cientificamente esclarecida na Psicologia das Profundidades, que neste capítulo designa o resultado por assim dizer "congelado" de um conflito dos desejos pulsionais e os recalcamentos gerados em determinadas situações da evolução da infância.
Um dos mais típicos exemplos deste tremendo conflito é o Complexo de Édipo, pois nele se confrontam a forte atracção física pela mãe e a rivalidade pelo pai, para além das interdições que a educação e a civilização fazem entrar no jogo. As futuras relações com a mulher ficarão para sempre marcadas por esse facto, se o jovem não for submetido a psicoterapias adequadas. O complexo de Édipo e o sentimento de castração originam o estado fálico, centrado na zona genital. Esta fase fálica é interrompida pelo tempo de latência. Entre mais ou menos o quarto ano e o quinto ano de idade e a puberdade, alonga-se o tempo de latência durante o qual as pulsões sexuais parecem mais ou menos obliteradas. O amor sexual pela mãe atenua-se, transformando-se num amor menos físico. Do amor e rivalidade simultâneas pelo pai resulta um comportamento ambivalente que pode por vezes ficar em suspenso durante toda a Vida!
O complexo de Édipo pode ser resolvido e ultrapassado logo nos primórdios da infância, dependendo do processo formativo educacional e ambiental onde a criança se desloca. Por muito amor que a mãe albergue pelo seu filho não é saudável deixá-lo adormecer com as mãozinhas da criança mexendo no seu peito, e mais ainda beijá-lo na boca. Situações continuadas mesmo depois da passagem para a segunda infância:
A criança dormir assiduamente com a mãe ou com o casal. Há casos em que o rapazinho chora convulsivamente até a mãe o ir buscar para a sua cama, e é muitas vezes o pai que tem que sair da cama e ir dormir para outro lado para o menino sossegar. Quando já na segunda infância, se o pai tem trabalho por turnos, ou tem que se ausentar por noites, o menino está sempre ansioso para poder ir dormir com a mãe, o que esta permite, mais os contactos físicos de lhe mexer no peito, de a abraçar e a mãe de o beijar na boca.
Até no banho quando esse tempo podia ser aproveitado para brincar numa ludoterapia que faz feliz a criança, muitas vezes a mãe chama a atenção para o orgão sexual mexendo e remexendo no mesmo, como se fosse a brincadeira mais atractiva! É lamentável, mas acontece até que depois mais crescido já é o menino que chama a atenção mexendo ele, como se estivesse na mais alegre brincadeira! E tantas e tantas coisas congéneres que eu poderia citar que são causas fundamentais para o impedimento da ultrapassagem do complexo de Édipo na devida altura que certamente encheria páginas.
Essa ultrapassagem, essa resolução desse complexo de que se fala tão levemente seria talvez fundamental para que o homem adulto não cometesse tantos erros, até pela ignorância do que se passa dentro dele.
Há rapazinhos que nem passam pelo tempo de latência e eu na minha actividade profissional tenho trabalhado intensamente nestes tipos de problemas.
Muitas das situações são resultados de profunda ignorância, outras, em simultâneo com essa ignorância são profundas carências afectivas e angustiantes frustrações sentimentais que levam as mulheres a agarrarem-se ao filho para mitigar situações psíquicas, por vezes bem confusas que as atormentam. Quando o rapazinho é filho único e estas situações confrangedoras existem, este rapaz está marcado para toda a vida e há sempre fracassos, mesmo a nível sexual com outras mulheres. Seguramente é vítima de distúrbios psico-sexuais.
Há que habituar a criança à sua cama desde bébe, não com a rigidez de não o acolher momentaneamente com todo o carinho para a mamada, e aconchegá-lo, e com muita suavidade e doçura não lhe permitir determinados hábitos já apontados.
Mesmo que o pai não esteja, o menino tem a sua cama, que a mãe fará sentir como é agradável ter uma caminha tão bonita, saber contar-lhe histórias infantis consoante a idade, onde os sentimentos nobres começam a ter valor na mente da criança, e onde outros meninos e meninas, animais, jardins e bosques fazem parte da vivência infantil que a mãe cria com carinho, com fins didácticos e formativos, mas que aliciam a criança. Um tempo que se deve dedicar, pois antes de adormecer é o que ficará no inconsciente mais profundamente marcado.
Todos estes princípios e muitos mais que poderia citar ao longo do crescimento da criança conduz a uma educação sexual em que o complexo de Édipo é perfeitamente ultrapassado!
A infelicidade é indubitavelmente com frequência filha da ignorância mesclada com fracassos sentimentais e carências profundas de afecto, o alimento essencial a uma melhor saúde psíquica!
Irei falar no próximo artigo, no fenómeno semelhante ocorrido na menina, um complexo paralelo ao complexo de Édipo denominado Complexo de Electra.
Gia Carneiro Chaves
Tal sogro, tal genro
Estudo sugere que mulheres tendem a escolher maridos parecidos com os pais
A leitora já reparou na aparência do seu pai e marido? Pois um grupo de psicólogos húngaros e americanos não só percebeu que havia uma semelhança entre sogros e genros como resolveu testá-la em um estudo com pais e filhas adotivas. Os resultados foram publicados em 22 de março no site da revista Proceedings of the Royal Society of London B.
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O complexo de Electra foi batizado a partir de um mito grego segundo o qual Electra (esq.), para vingar o pai, Agamêmnon, incita seu irmão Orestes a matar a mãe, Clitemnestra, e seu amante Egisto, que haviam assassinado Agamêmnon (a vingança está representada à direita) |
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Estudos prévios demonstraram que animais e humanos geralmente escolhem parceiros que se parecem com eles mesmos, tendência chamada de homogamia. Cientistas da Universidade de Pécs (Hungria) e da Universidade Estadual de Wayne (EUA) acreditam que a homogamia em humanos ocorre em parte por causa de 'impressões sexuais' [sexual imprinting] causadas pelo pai na menina durante a infância.
Sob a ótica da psicanálise de tradição freudiana, o fenômeno poderia ser atribuído à atração que as mulheres sentiriam pelo pai -- o complexo de Electra, contrapartida feminina do famoso complexo de Édipo. Os autores do estudo atual, no entanto, têm uma explicação diferente daquela proposta pelos seguidores de Freud.
Os pesquisadores acreditam que a criança tende a criar um modelo mental do fenótipo do pai que é usado como parâmetro para a escolha de um parceiro. "Parece que, durante um momento crítico ou sensível da infância, um processo de 'impressão sexual' constrói um modelo do pai, que fica registrado no cérebro da menina. Algumas evidências sugerem que fatores olfativos e visuais podem estar envolvidos", disse à CH On-line o psicólogo americano Glenn E. Weisfeld, um dos autores do artigo.
Para testar essa hipótese, foram examinadas 26 famílias com filhas adotivas. O critério foi adotado para determinar se a mulher escolheria alguém parecido consigo mesma ou com seu pai e, assim, descartar qualquer possibilidade de homogamia genética.
Quase 250 voluntários participaram do estudo. Primeiramente, eles tiveram de apontar, para cada uma das participantes, qual seria seu marido, em um conjunto de quatro fotos. Em seguida, um outro grupo de voluntários deveria tentar relacionar o marido de cada uma das participantes a seu pai adotivo em um novo conjunto de quatro fotos, tiradas quando a filha tinha entre dois e oito anos. Finalmente, o mesmo foi feito com fotos da mãe adotiva.
Foi detectada uma semelhança significativa entre sogros e genros, maior ou menor em função do relacionamento entre pai e filha durante a infância. Aquelas que afirmaram ter tido uma boa relação com seus pais tendiam a ter maridos mais parecidos com eles. Estudos anteriores indicaram que um processo similar de 'impressão sexual' também ocorre com os homens, que tendem a escolher uma esposa que se pareça com sua mãe.
Os cientistas acreditam que a homogamia seria uma vantagem evolutiva para humanos e outros animais. "Indivíduos de muitas espécies escolhem parceiros um pouco parecidos com eles geneticamente. Isso parece conferir algum tipo de vantagem adaptativa", explica Weisfeld. "Casais humanos que se parecem, por exemplo, tendem a ter baixas taxas de aborto -- mas é claro que um grau de parentesco muito próximo também não é aconselhável."
Liza Albuquerque
Ciência Hoje On-line
11/05/04
.04.2006 | Teatro | Ao Vivo
Materna Doçura ou Complexo de Electra?
A Companhia Trigo Limpo Teatro Acert levou a Guimarães a adaptação de romance de Possidónio Cachapa.
Entre 6 e 8 de Abril esteve em cena no pequeno auditório do Centro Cultural de Vila Flor a peça Materna Doçura, mais uma aposta do Trigo Limpo Teatro Acert.
«Ninguém sai ileso de um grande amor.
Ou da falta dele.
Esta é uma história sem fronteiras.
E de reencontros.
Os homens têm coração de mulher.
Deixam-se amar em silêncio.
As mulheres têm a força de homens.
São elas que mais fazem avançar a ação…»
Eis o que se pode ler na contracapa do livro que provocou esta aventura teatral - a peça é uma adaptação do romance homónimo do escritor Possidónio Cachapa.
Materna Doçura
Tal sogro, tal genro
Estudo sugere que mulheres tendem a escolher maridos parecidos com os pais
A leitora já reparou na aparência do seu pai e marido? Pois um grupo de psicólogos húngaros e americanos não só percebeu que havia uma semelhança entre sogros e genros como resolveu testá-la em um estudo com pais e filhas adotivas. Os resultados foram publicados em 22 de março no site da revista Proceedings of the Royal Society of London B.
O complexo de Electra foi batizado a partir de um mito grego segundo o qual Electra (esq.), para vingar o pai, Agamêmnon, incita seu irmão Orestes a matar a mãe, Clitemnestra, e seu amante Egisto, que haviam assassinado Agamêmnon (a vingança está representada à direita)
Estudos prévios demonstraram que animais e humanos geralmente escolhem parceiros que se parecem com eles mesmos, tendência chamada de homogamia. Cientistas da Universidade de Pécs (Hungria) e da Universidade Estadual de Wayne (EUA) acreditam que a homogamia em humanos ocorre em parte por causa de 'impressões sexuais' [sexual imprinting] causadas pelo pai na menina durante a infância.
Sob a ótica da psicanálise de tradição freudiana, o fenômeno poderia ser atribuído à atração que as mulheres sentiriam pelo pai -- o complexo de Electra, contrapartida feminina do famoso complexo de Édipo. Os autores do estudo atual, no entanto, têm uma explicação diferente daquela proposta pelos seguidores de Freud.
Os pesquisadores acreditam que a criança tende a criar um modelo mental do fenótipo do pai que é usado como parâmetro para a escolha de um parceiro. "Parece que, durante um momento crítico ou sensível da infância, um processo de 'impressão sexual' constrói um modelo do pai, que fica registrado no cérebro da menina. Algumas evidências sugerem que fatores olfativos e visuais podem estar envolvidos", disse à CH On-line o psicólogo americano Glenn E. Weisfeld, um dos autores do artigo.
Para testar essa hipótese, foram examinadas 26 famílias com filhas adotivas. O critério foi adotado para determinar se a mulher escolheria alguém parecido consigo mesma ou com seu pai e, assim, descartar qualquer possibilidade de homogamia genética.
Quase 250 voluntários participaram do estudo. Primeiramente, eles tiveram de apontar, para cada uma das participantes, qual seria seu marido, em um conjunto de quatro fotos. Em seguida, um outro grupo de voluntários deveria tentar relacionar o marido de cada uma das participantes a seu pai adotivo em um novo conjunto de quatro fotos, tiradas quando a filha tinha entre dois e oito anos. Finalmente, o mesmo foi feito com fotos da mãe adotiva.
Foi detectada uma semelhança significativa entre sogros e genros, maior ou menor em função do relacionamento entre pai e filha durante a infância. Aquelas que afirmaram ter tido uma boa relação com seus pais tendiam a ter maridos mais parecidos com eles. Estudos anteriores indicaram que um processo similar de 'impressão sexual' também ocorre com os homens, que tendem a escolher uma esposa que se pareça com sua mãe.
Os cientistas acreditam que a homogamia seria uma vantagem evolutiva para humanos e outros animais. "Indivíduos de muitas espécies escolhem parceiros um pouco parecidos com eles geneticamente. Isso parece conferir algum tipo de vantagem adaptativa", explica Weisfeld. "Casais humanos que se parecem, por exemplo, tendem a ter baixas taxas de aborto -- mas é claro que um grau de parentesco muito próximo também não é aconselhável."
Liza Albuquerque
Ciência Hoje On-line
11/05/04
.04.2006 | Teatro | Ao Vivo
Materna Doçura ou Complexo de Electra?
A Companhia Trigo Limpo Teatro Acert
levou a Guimarães a adaptação de romance de Possidónio Cachapa.
Entre 6 e 8 de Abril esteve em cena no pequeno auditório do Centro Cultural de Vila Flor a peça Materna Doçura, mais uma aposta do Trigo Limpo Teatro Acert.
«Ninguém sai ileso de um grande amor.
Ou da falta dele. Esta é uma história sem fronteiras. E de reencontros. Os homens têm coração de mulher. Deixam-se amar em silêncio. As mulheres têm a força de homens. São elas que mais fazem avançar a ação…»
Eis o que se pode ler na contracapa do livro que provocou esta aventura teatral - a peça é uma adaptação do romance homónimo do escritor Possidónio Cachapa.
Materna Doçura originou uma encenação particular, lembrando o ritmo cinematográfico, que passeia de mãos dadas com a narrativa literária. A ação decorre num espaço de arquitectura cénica multifacetada, de onde se estão constantemente a abrir portas e alçapões, para a criação de um edifício teatral com capacidades múltiplas de surpresa, de funcionalidade e de magia. O jogo de luzes é mais um elemento a ajudar neste sentido.
Durante duas horas conta-se a história dos encontros de Sacha, protagonista que está preso quando a peça começa. Sacha poderia estar preso por ter morto o homem que matou a sua mãe, mas desta vez é por ter filmado um filme que retrata um ato de amor sexual entre uma mãe que perdeu o seu filho e um filho que procura a sua mãe. A peça tem músicas originais de diferentes compositores convidados, que assumem um papel relevante na encenação. Sacha viaja de Portugal para Paris em busca de uma vida diferente, e a música acompanha-o nas suas viagens: música portuguesa, francesa, africana... À volta desta personagem surgem 50 intervenientes, interpretados pelos sete atores da companhia. Para além de escritor, Possidónio Cachapa é dramaturgo e argumentista, tendo escrito, entre outros: Kiss Me, longa-metragem realizada por António da Cunha Telles e Herman Enciclopédia, com as Produções Fictícias, tendo a adaptação cinematográfica de Materna Doçura obtido o 1º lugar no concurso de Apoio à Escrita de Argumento de 2004.
A versão teatral, que está em digressão até Maio, antecipa-se à versão cinematográfica com argumento do próprio autor, sendo um trabalho de criação que sublinhará a releitura do romance, através duma abordagem de exploração de códigos teatrais a decorrerem em tempos, espaços e registos de representação diferenciados. Esta não é a primeira incursão da companhia Trigo Limpo Teatro Acert no domínio da adaptação de textos e autores literários (Mia Couto, Jorge Amado, García Márquez, Lobo Antunes, entre tantos outros). A Companhia Trigo Limpo Teatro Acert assinala em 2006 trinta anos de atividade teatral, pelo que esta nova produção surge como uma ponte de ousadia a abrir caminho para todo um programa muito especial que marcará a sua tripla década de atividade teatral.
«Contar uma história continua a ser, indubitavelmente, a grande chave da construção do edifício teatral. Não somente porque exige um olhar distanciado e, ao mesmo tempo, cúmplice com a situação que se deseja apresentar, como representa uma aventura de mergulho profundo sobre os intervenientes que a farão viver. Um teste de inteligência sobre os códigos de entendimento das emoções a viverem no espaço teatral dum faz-de-conta carregado de autenticidade inventiva.»
Amor
Fonte
Wikipédia
Gia Carneiro Chaves
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.