sábado, 14 de maio de 2011

REFLEXÕES FILOSÓFICAS - Benedictus Spinoza

Benedictus de Spinoza
Reflexões Filosóficas
 
Rodolfo Domenico Pizzinga
7 Grau do Faraó


Quando a experiência me ensinou que os acontecimentos ordinários da vida são fúteis e vãos, e quando também me apercebi de que tudo que era para mim causa ou objeto de receio não tendo em si mesmo nada de bom ou de mau, a não ser na medida da comoção que excita na Alma, resolvi, finalmente, indagar se existia um Bem Verdadeiro e suscetível de se comunicar, qualquer coisa, enfim, cuja descoberta e posse me trouxessem, para sempre, um júbilo contínuo e soberano...

O que nos ocupa mais freqüentemente na vida e que os homens, como se pode concluir dos seus atos, consideram ser o Bem Supremo pode se reduzir a três coisas: riqueza, fama e prazer dos sentidos. Ora, cada um deles distrai o Espírito de tal modo que Ele mal pode pensar em outro bem...

Pelo prazer sensual, a Alma se detém como se repousasse em um bem verdadeiro, o que a impede, em absoluto, de pensar em outra coisa; após o prazer vem a extrema tristeza, que, se não suspende o pensamento, perturba e embota. A busca da fama e a busca da riqueza não absorvem menos o Espírito, sobretudo quando a riqueza é desejada por si mesma, conferindo-lhe, então, a categoria de Bem Supremo. Mas a fama absorve o Espírito de maneira muito mais exclusiva ainda, porque sempre é considerada como bem em si mesma e como fim derradeiro para a qual tudo converge.
Além disso, a fama e a riqueza não contêm em si próprias o castigo como o prazer; ao contrário, quanto mais se tem uma ou outra, mais cresce a alegria experimentada, de onde a conseqüência de sermos cada vez mais incitados a acrescentá-las. Se, pelo contrário, em alguma ocasião somos iludidos na nossa esperança, ficamos profundamente tristes.
A fama, por derradeiro, é ainda um grande estorvo, porque para a alcançar temos de orientar necessariamente a vida em conformidade com a maneira de ver e de viver dos homens, quer dizer, evitar o que eles comumente evitam e buscar o que eles usualmente buscam...

Limitar-me-ei a dizer aqui brevemente o que entendo por um verdadeiro Bem e também o que é o Bem Supremo. Para o entender com retidão, devemos notar que bom e mau se dizem em um sentido puramente relativo, a ponto de uma só e mesma coisa ser tida por boa ou por má, segundo os aspectos que consideramos; o mesmo sucede com o perfeito e o imperfeito.
Coisa alguma, efetivamente, pode ser dita de natureza perfeita ou imperfeita, sobretudo quando se perceba que tudo quanto acontece se produz de acordo com uma Ordem Eterna e com Leis determinadas da Natureza... (Grifo meu).

Entretanto, como o homem, na sua fraqueza, não abarca esta Ordem pelo pensamento e concebe alguma natureza humana muito superior à sua, e, ao mesmo tempo, não vê impedimento na aquisição de uma semelhante, é levado a procurar meios que o conduzam a essa perfeição: tudo o que servir de meio a lá chegar é denominado verdadeiro bem.
E o Supremo Bem consiste em chegar a fruir, com outros indivíduos se possível, dessa Natureza Superior. E o que é essa Natureza? É o conhecimento da união do Espírito com a Natureza inteira.
Tal é, pois, o fim a que tendo: alcançar essa Natureza Superior e fazer quanto puder para que outros a alcancem comigo, porque é ainda uma parte da minha felicidade trabalhar para que muitos conheçam claramente o que é claro para mim, de maneira que o seu entendimento e o seu desejo se harmonizem plenamente com o meu próprio entendimento e o meu próprio desejo.
Para lograr esse fim, é necessário ter da Natureza um conhecimento que baste à aquisição dessa tal natureza humana e, também, formar uma sociedade apropriada a que o maior número possível de homens alcancem o fim tão fácil e seguramente quanto puder ser.

Tratado da Reforma e do Entendimento
Benedictus de Spinoza (1632 – 1677)




Rodolfo Domenico Pizzinga



Breve Biografia

Benedictus de Spinoza (Amsterdã, 24 de novembro de 1632 – Haia, 20 de fevereiro de 1677), forma latinizada de Baruch de Spinoza, também conhecido por Bento de Espinosa (português europeu) ou Benedito de Espinosa (português brasileiro) foi um dos grandes racionalistas do século XVII no âmbito da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz.
Nasceu nos Países Baixos em uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.

Spinoza nasceu em Amsterdã no seio de uma família judaica de portugueses foragidos da perseguição pela Inquisição. Foi profundo estudioso da Bíblia, do Talmude e de obras de pensadores judeus, como Maimônides, Ben Gherson, Ibn Reza, Hasdai Crescas, Ibn Gebirol, Moisés de Córdoba e outros.
Também se dedicou ao estudo de Sócrates, de Platão, de Aristóteles, de Demócrito, de Epicuro, de Lucrécio e de Giordano Bruno. Ganhou fama e foi perseguido pelas suas posições monísticas e panteísticas (pois considerava todos os objetos e elementos da Natureza redutíveis à Unidade Oniabarcante de um Princípio Divino, isto é, Deus como Natureza Naturante), e ainda devido ao fato da sua Ética ter sido escrita sob a forma de postulados e de definições, como se fosse um tratado de Geometria.

No verão de 1656, foi excomungado na Sinagoga Portuguesa de Amsterdã pelos seus postulados a respeito de Deus em sua obra, pois defendia que Deus é o mecanismo imanente da Natureza e do Universo, e a Bíblia uma obra tão-somente metafórico-alegórica que não pede leitura racional e que não exprime a verdade sobre Deus.
Conforme explica Will Durant, sua excomunhão pelos judeus de Amsterdã, tal como ocorrera com as atitudes que levaram à retração e ao posterior suicídio de Uriel da Costa, em 1647, fora como que um gesto de gratidão por parte dos judeus com o povo holandês. Embora os pensamentos de Spinoza e da Costa não fossem totalmente estranhos ao Judaísmo, vinham contra os pilares da crença cristã.
Os judeus, na época perseguidos por toda Europa, haviam recebido abrigo, proteção e tolerância dos protestantes dos Países Baixos, e, assim, não poderiam permitir no seio de sua comunidade um pensador tido como herege.
Após a sua excomunhão, Spinoza adotou o nome Benedictus como seu primeiro nome.

Spinoza defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a saber, a única Substância em que consiste o Universo e do qual todas as entidades menores constituem modalidades ou modificações.
Ele afirmou que Deus era um Ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão (sob o conceito atual de matéria) e o pensamento eram apenas dois conhecidos por nós.

A sua visão da natureza da realidade, então, fez tratar os mundos físicos e mentais como dois mundos diferentes ou submundos paralelos que nem se sobrepõem nem interagem, mas que coexistem em uma coisa só – que é a Substância.
Esta formulação é uma solução pampsíquica (a matéria possui uma essência espiritual ou anímica, isto é, um fundamento psíquico inextenso subjacente aos atributos espaciais ou tridimensionais) relacionada à particular concepção panteísta de Spinoza.

Enfim, entre tantos outros, foram influenciados pelo pensamento de Spinoza Leibniz, Diderot, Kant, Schelling, Fichte, Hegel, Goethe, Karl Marx, Schopenhauer, Nietzsche, Walter Benjamin, Bergson, Albert Einstein, Deleuze e Antonio Negri.
Particularmente, Nietzsche escreveu:
Quando eu penso em minha genealogia filosófica, sinto-me em comunhão com o movimento antiteleológico1 de nosso tempo, isto é, spinoziano, mas, com a diferença de que eu também tomo 'a finalidade' e 'a vontade' em nós por uma ilusão; do mesmo modo com o movimento mecanicista (recondução de todo problema moral e estético ao fisiológico, de todo fisiológico ao químico, de todo químico ao mecânico), mas, com a diferença que eu não acredito na 'matéria', e tenho Boscovich por um grande ponto de virada, como Copérnico; que eu tenho por infrutífero todo auto-espelhamento do Espírito e que sem o fio condutor do corpo eu não acredito em nenhuma boa investigação.
Não uma Filosofia como dogma, mas como antecipação regulativa da investigação. Mas, Ludwig Feuerbach, por outro lado, não agasalhou o pensamento spinoziano, dizendo:
O mundo de Spinoza é uma transparência incolor da Divindade, ao passo que o mundo de Leibniz é um cristal que reflete a sua Luz em uma riqueza infinita de cores.

Por último, conforme ponderam Giovanni Reale e Dario Antiseri na obra História da Filosofia (volume II), na realização do ideal moral que brota das premissas metafísicas e gnosiológicas spinozianas quatro etapas principais tornam-se evidentes:
1ª) reinterpretação despreconceituosa e lúcida das paixões humanas;
2ª) esvaziamento dos conceitos de perfeição/imperfeição, valor/desvalor e bem/mal dos seus tradicionais significados;
3ª) redução da progressão da vida moral à progressão do conhecimento; e 4ª) identificação na visão intelectiva da realidade (o Ideal Supremo do homem), e, nessa dimensão, é enfatizado o amor a Deus.

Spinoza morreu em um domingo, 20 de fevereiro de 1677, aos quarenta e quatro anos, vitimado pela tuberculose.


Objetivo do Estudo

Como muito bem explica Matheus Boni Bittencourt, a Ética de Spinoza é um tratado de moral escrito em estilo euclidiano, o que significa que o autor parte de alguns axiomas e de algumas definições dos quais deduz proposições cada vez mais complexas, e que contêm, além da Ética, uma Filosofia da Natureza, uma Filosofia da mente humana e algumas passagens de outros assuntos que são desenvolvidos por Spinoza em outras obras em maiores pormenores, como a Filosofia da Religião, a Filosofia Política e a Teoria do Conhecimento.

O próprio Spinoza explicou como construiu seu pensamento filosófico: Tendo-me ensinado a experiência que os fatos comuns da vida corrente são vãos e fúteis, e tendo visto que todos os objetos de meu desejo e de meu temor não tinham neles mesmos nada de bom nem de mal, salvo na medida em que afetavam o Espírito, decidi, finalmente, investigar se não existia alguma coisa verdadeiramente boa e comunicável ao homem, pelo que, somente seu Espírito, com exclusão de todo o resto, possa ser afetado, e se existia alguma coisa por cujo descobrimento e por cuja aquisição eu pudesse gozar para sempre de um bem-estar contínuo e perfeito.


Resumidamente, para Spinoza a Substância não possui causa-fora-de-si; ela é uma causa não-causada, ou seja, uma causa-em-si. Ela é singular a ponto de não poder ser concebida por outra coisa que não ela mesma.
Por não ser causada por nada, a Substância é totalmente independente, livre de qualquer outra coisa, pois sua existência basta-se em si-mesma.
Ou seja: a Substância, para que o entendimento possa formar seu conceito, não precisa do conceito de outra coisa.
A Substância é absolutamente ilimitada, pois se não o fosse, precisaria ser limitada por outra Substância da mesma natureza.
Assim, sendo da natureza da Substância um absoluto e ilimitado existir e não podendo ser dividida, ela é única, ou seja, só há uma única Substância absolutamente ilimitada ou Deus.
Disto, entendeu Spinoza: a Substância e os atributos constituem a Natura Naturans.
Da Natura Naturans (Deus) procede o mundo das coisas, isto é, os modos.
Eles são modificações dos atributos, e Spinoza chamou-os natura naturata (o mundo).
Os modos distinguem-se em primitivos e derivados. Os modos primitivos representam as determinações mais imediatas e universais dos atributos e são eternos e infinitos: por exemplo, o intellectus infinitus é um modo primitivo do atributo do pensamento, e o motus infinitus é um modo primitivo do atributo extensão.
 
Enfim, este despretensioso estudo – apresentado sob a forma de fragmentos editados – é, basicamente, um breve resumo de diversos artigos filosóficos disponibilizados na Internet sobre o pensamento ético-filosófico de Spinoza, direcionado mais para pessoas de boa vontade e espiritualistas em geral, servindo muito pouco para filósofos e estudantes de Filosofia. Todas as Páginas da Internet consultadas estão listadas ao final.

Reflexões Spinozianas

Tenho me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las.

Quem quer vingar suas ofensas com um ódio recíproco vive seguramente miserável. Quem, ao contrário, procura combater vitoriosamente o ódio com o amor combate, decerto, na alegria e na segurança...

Se os homens pudessem, em todas as circunstâncias, decidir pelo seguro ou se a fortuna lhes mostrasse sempre favorável, jamais seriam vítimas da superstição.


Quanto menos liberdade de opinião se concede aos homens, mais nos afastamos do Estado... e mais violento é o poder.

Quanto mais as ações de um corpo só dependem dele mesmo e quanto menos outros corpos concorrem com ele nessas ações, tanto mais a sua mente se torna adequada a conhecer distintamente.

Por causa de si ('Causa Sui') entendo aquilo cuja essência envolve a existência. Ou isto: aquilo cuja natureza não pode ser concebida senão como existente.

A Substância é 'Causa Sui' – aquilo que é em-si e é concebida por-si-mesma.

Por Substância entendo aquilo que existe em-si e por-si é concebido. Isto é: aquilo cujo conceito não tem necessidade do conceito de outra coisa do qual deva ser formado.

Por atributo entendo o que o intelecto percebe da Substância como constituindo a essência dela.

Por modo entendo as afecções ('affectiones') da Substância, isto é, o que existe noutra coisa ('in alio') pela qual é também concebido.

Se tiver todos os fatos, o seu juízo será correto; se não tiver todos os fatos, seu juízo não poderá ser correto.

Não chore; não se revolte. Compreenda.

Todos têm direito de se enganar nas suas opiniões. Mas ninguém tem o direito de se enganar nos fatos.

A felicidade é a compreensão lógica do mundo e da vida.2

A felicidade não é a recompensa da virtude, mas a própria virtude. Não nos deliciamos com a felicidade pelo fato de refrearmos nossos apetites sensuais, mas, pelo contrário, por nos deliciarmos com ela, somos capazes de refreá-los.

Sendo todas as coisas iguais, o desejo que nasce da alegria é mais forte do que o desejo que nasce da tristeza.

Sentimos e experimentamos que somos eternos.

Nenhuma razão me compele a sustentar que o corpo só morre quando se transforma em um cadáver.

Todo ser é potência, e a potencialidade de cada um se desenvolve na relação.

Se houvesse outro objeto da Alma ademais de um corpo, dado que nada existe de que não se siga um efeito, deveria haver, necessariamente, em nossa Alma uma idéia deste efeito. Todavia, não há idéia alguma dele. Por conseguinte, o objeto de nossa Alma é um corpo existente, e não outra coisa.

É livre a pessoa se pode avançar abertamente sem ter de utilizar artimanhas.


O esforço mais elevado da mente e a sua maior virtude é compreender coisas por intuição.


Quem vive dirigido pela razão, se esforça, tanto quanto pode, por compensar pelo amor e pela generosidade o ódio e o desprezo que outrem tem por ele.

O ódio é a tristeza acompanhada da idéia de uma causa exterior.

Não é uma ação que vence uma paixão. É uma paixão mais forte que vence outra mais fraca.

A paz não é a ausência de guerra; é um estado da mente – uma disposição para a benevolência, para a confiança e para a justiça.

As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas temos um conhecimento parcial, e somos completamente ignorantes quanto à ordem e à coerência da natureza como um todo.
 Não sabemos com certeza que alguma coisa é boa ou má senão enquanto leva realmente ao conhecimento ou pode impedir o nosso conhecimento.


Clarifica tuas idéias que deixarás de ser escravo das paixões.

Saber as coisas em Deus é saber a si-mesmo em Deus.

O Amor Intelectual da Mente de Deus é o próprio Amor de Deus, com o qual Deus ama a Si-mesmo, não enquanto Infinito, mas enquanto pode ser explicado através da essência da mente humana, considerado sob a espécie da eternidade. Em outras palavras: o Amor Intelectual da Mente de Deus é uma parte do Amor Infinito com o qual Deus ama a Si-mesmo.

Vontade e intelecto são uma só e a mesma coisa.

Ser é conservar-se: o esforço para se conservar a si mesmo é o primeiro e único fundamento da virtude.

As coisas notáveis são tão raras quanto difíceis.

Os homens pensam que são livres porque têm consciência de suas volições e de seus desejos, mas ignoram as causas pelas quais são levados a querer ou a desejar.

Se a Alma, quando imagina como presentes coisas que não existem soubesse, ao mesmo tempo, que essas coisas não existem na realidade, atribuiria, certamente, esse poder de imaginar a uma virtude de sua natureza, e não a um vício, sobretudo se essa faculdade de imaginar dependesse apenas de sua natureza.

Todas as coisas, quanto delas depende, esforçam-se em persistir em suas próprias naturezas; e o esforço com o qual uma coisa procura persistir em seu próprio ser nada mais é do que a verdadeira essência daquela coisa.

As decisões da mente são apenas desejos que variam conforme as disposições.

Diz-se livre o que existe exclusivamente pela necessidade da sua natureza e por si só é determinado a agir.

As coisas são de natureza contrária, isto é, não podem coexistir no mesmo sujeito, na medida em que uma pode destruir a outra.

Na mente não existe uma vontade absoluta ou livre; a mente é levada a querer isto ou aquilo por uma causa, que, por sua vez, é determinada por outra causa, e esta por outra e assim por diante, até o infinito.

Na solidão, ninguém é forte bastante para se defender e obter todas as coisas necessárias à vida.(DISCORDO **)

Ser o que somos e vir-a-ser o que somos capazes de ser são os únicos objetivos da vida.

A tranqüilidade interior é, na realidade, o Bem Supremo que podemos almejar.

O caráter inconstante da multidão... é governado unicamente pelas emoções, não pela razão.

A Filosofia é um caminho árduo e difícil, mas pode ser percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade.

É precisamente aquele verdadeiro que interessa mais do que qualquer outro à vida humana; aquele verdadeiro que se busca para dele desfrutar e em cujo desfrute se realiza o cumprimento e a perfeição da existência, e, portanto, a felicidade.

O Espírito, quando desfruta do prazer, fica de tal modo tomado que nele mergulha inteiramente, não podendo mais se ocupar de outras coisas.

Na verdade, as coisas perseguidas pelo vulgo não contribuem em nada para a conservação do nosso ser, mas, ao contrário, são nocivas, tanto que, freqüentemente, ocasionam a morte daqueles que a possuem, se assim se pode dizer, e, ademais, sempre levam à morte daqueles que por elas são possuídos... Toda felicidade ou infelicidade depende somente da natureza do objeto ao qual nos apegamos com nosso amor... O amor por aquilo que é eterno e infinito enche o Espírito de pura alegria, ... o que se constitui em um bem a desejar e buscar com todas as nossas forças.

A busca do dinheiro, o amor pelos prazeres e o desejo de glória só constituem obstáculos quando alguém os busca por si mesmos e não como meio para outras coisas. No entanto, buscados como meio, são passíveis de medida, não constituindo mais obstáculos; ao contrário, podem ser de grande utilidade para o fim pelo qual são buscados.

Aquele que pretende igualdade entre desiguais pretende uma coisa absurda.3

A eterna Sabedoria de Deus... mostrou-se em todas as coisas, mas particularmente na mente do homem e principalmente em Jesus Cristo... Cristo foi enviado para ensinar não só aos judeus, mas a toda a raça humana.

Quem ama a Deus não pode se esforçar para que Ele o ame em troca.

A idéia de finalidade e a idéia de liberdade aplicadas a Deus constituem um absurdo, pois se Deus atua com vistas a um fim, tal significa, necessariamente, que Ele deseja qualquer coisa que não possui. Logo, se assim fosse, Ele não seria um Ser Perfeito...

Quanto mais compreendermos as coisas singulares, mais compreenderemos Deus...

Deus ['Causa Sui'] é necessidade absoluta de ser.

Uns partem das coisas criadas, outros do Espírito humano. Eu parto de Deus.

Está na natureza mesma das coisas que o bem produza o bem.

Nada é dado em a Natureza além da Substância e de suas sensações.

É aos escravos e não aos homens livres que se dá um prêmio para os recompensar por se terem comportado bem.

Toda Substância é necessariamente infinita... e, afora Deus, não pode ser dada nem concebida nenhuma Substância.

Tudo aquilo que existe, existe em Deus; nada pode existir nem ser concebido sem Deus.4

Em Deus, dá-se necessariamente a idéia tanto da Sua Essência quanto de todas as coisas que procedem necessariamente da Sua Essência.

Toda idéia que é absoluta em nós, ou seja, que é adequada e perfeita, é verdadeira.

A mente humana é uma parte do Intelecto Infinito de Deus. Portanto, quando dizemos que a mente humana percebe esta ou aquela coisa, outra coisa não estamos dizendo senão que Deus, não mais enquanto infinito, mas enquanto manifestado através da mente humana, isto é, enquanto constitui a Essência da mente humana, tem esta ou aquela idéia.

As coisas singulares não podem ser concebidas sem Deus.(?)

É próprio da natureza da razão considerar as coisas como necessárias e não como contingentes... Mas esta necessidade... é a mesma necessidade da Natureza Eterna de Deus.


Admiro-me, com freqüência, de que pessoas que se ufanam de professar a religião cristã – ou seja, a religião do amor, da alegria, da paz, da temperança e da caridade para com todos os homens briguem tão rancorosamente e manifestem um ódio tão amargo umas para com as outras. Esquecem que isso, mais do que as virtudes que professam, oferece um critério decisivo para o julgamento de sua fé.

Cristo derramou as coisas de modo verdadeiramente adequado, porque não foi tanto um profeta, mas, muito mais, a própria Boca de Deus.

A Título de Conclusão

Para Spinoza, Deus existe, é único, onipresente e detém o direito e o domínio supremo de tudo. Mas, apesar de fatalmente o homem cair no pecado, Deus perdoa as violações de quem sinceramente se arrepende. A certeza do perdão, no pensamento spinoziano, está alicerçada no fato de que Deus é ilimitadamente misericordioso.

A prevalecer este pensamento, mais religioso-teológico do que místico-filosófico, não há há transgressão, por pior de seja, que não possa ser perdoada, se o arrependimento for vero e sincero, ainda que o próprio arrependimento dependa de uma compreensão oposta àquela que gerou a transgressão.

Ora bem, considerando que isto presumidamente seja assim, apenas para produzir um ligeiro raciocínio, a excomunhão católica, por exemplo, tal qual está definida no Direito Canônico é, no mínimo, bolorenta, ignorante e absurda. Isto é muito simples de ser entendido: se agimos e reagimos de acordo com o entendimento relativo (temporal, provisório e com ou sem malícia) que temos do fato, cometem um absurdo, bolorento e ignorante tanto o transgressor passível de ser teologicamente excomungado (segundo o Direito Canônico) como quem inquisitorialmente e purpuradamente excomunga, pois, sem qualquer justificativa plausível, o purpurado excomungador se coloca na posição de Deus (que se existe da forma como pensou Spinoza, não pune, já que, ao cabo de contas, é ilimitadamente misericordioso).

Misticamente, atos que supostamente sejam excomungáveis acabam por ser sopesados igualmente à própria desfraterna excomunhão. Possíveis atos que recomendem autoritárias e truculentas excomunhões são derivados tão-somente da ignorância absurda e bolorenta das Leis Universais, e a ignorância absurda e bolorenta das Leis Universais não merece ser punida, mas deve ser educada. Agora, quem pode afirmar com segurança e exatidão o que possa ser exatamente ignorância absurda e bolorenta? Mas que a excomunhão católica, tal qual está definida no Direito Canônico é, no mínimo, bolorenta, ignorante e absurda, isto ela é.

Enfim, se eu tivesse que escolher o mais interessante fragmento que garimpei nos trabalhos que examinei, escolheria este: A idéia de finalidade e a idéia de liberdade aplicadas a Deus constituem um absurdo, pois se Deus atua com vistas a um fim, tal significa, necessariamente, que Ele deseja qualquer coisa que não possui. Logo, se assim fosse, Ele não seria um Ser Perfeito...

Seja como for, não devemos nos esquecer jamais de que todas as categorias, adjetivos e qualidades que imaginamos e deferimos a Deus, nada mais são do que categorias, adjetivos e qualidades humanas que antropomorficamente imaginamos e deferimos a Deus. Este entendimento vale igualmente para íncubos, súcubos, anjos, arcanjos etc.

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Notas:
1. A Teleologia é doutrina que identifica a presença de metas, fins ou objetivos últimos guiando a Natureza e a Humanidade, considerando a finalidade como o princípio explicativo fundamental na organização e nas transformações de todos os seres da realidade. No hegelianismo, é explicável como um trajeto em direção a uma finalidade que é a realização plena e exeqüível do Espírito humano.
Já no aristotelismo e nos seus desdobramentos, fundamenta a idéia de que tanto os múltiplos seres existentes quanto o Universo como um todo se direcionam, em última instância, a uma finalidade que, por transcender a realidade material, é inalcançável de maneira plena ou permanente.
O termo originou-se na Grécia Antiga. Foi lá que Aristóteles caracterizou as quatro classes de causas existentes: Causa Material – aquilo que compõe o objeto Causa Formal – aquilo que dá o ser a um objeto Causa Eficiente – aquilo que produziu o objeto Causa Final – aquilo para o quê existe o objeto. Tanto para Aristóteles quanto para outros escritores antigos, a Causa Final era a mais importante no que diz respeito à Filosofia prática, ainda que todas as quatro causas sejam igualmente necessárias para a explicação completa do Universo.
Depois de o Concílio de Nicea (século IV) ter estruturado o Cristianismo tal como o conhecemos hoje, a explicação por Causas Finais passou a ser considerada a única explicação conveniente para os mistérios divinos. Isso resultou da introdução da Filosofia clássica nos contextos filosóficos e teológicos (praticamente indistintos naquele período), principalmente a introdução de Platão e, posteriormente, de Aristóteles.
Este movimento de inserção da Filosofia clássica no pensamento medieval é o que hoje se conhece por Escolástica, que procurava compreender a revelação divina mediante o uso dos conceitos herdados daquele período anterior. Na Idade Moderna, verificou-se uma mudança de tendências: considerava-se que a explicação teleológica era antropomórfica, pois o fato de o ser humano atribuir Causas Finais ao Universo não significa que o Universo, de fato, possua alguma Causa Final. Essa mudança fez com que surgisse um movimento chamado Mecanicismo, que tentará explicar o mundo por meio de Causas Eficientes, e não mais por meio de Causas Finais. Este movimento é que possibilitará o nascimento da ciência moderna.
2. Sedulo curavi humanas actiones non ridere, non lugere, neque detestari, sed intellegere. (Procurei cuidadosamente não ridicularizar as coisas humanas, nem lamentá-las, nem desprezá-las, mas compreendê-las). Espinoza, Tractatus Politicus I.
3. Em conhecida reflexão de 1920, Rui Barbosa (1849-1923) escreveu: A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente os desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade... Tratar com desigualdade a iguais, ou desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real. ... atribuir o mesmo a todos, como se todos se equivalessem ... [é] blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a humanidade, é a filosofia da miséria, proclamada em nome dos direitos do Trabalho; e executada, não faria senão inaugurar, em vez da supremacia do Trabalho, a organização da miséria. Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as suas desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança. Tal a missão do Trabalho. (BARBOSA, Rui. Oração aos moços. Ed. popular anotada por Adriano da Gama Kury, 2ª ed. rev. Rio de Janeiro: FCRB, 1985, p. 21.)
4. Spinoza denominou Deus de Natura Naturans e o mundo de natura naturata. A Natura Naturans é a causa, ao passo que a natura naturata é o efeito daquela causa, que, porém, não está fora da causa, mas é tal que mantém a causa dentro de si. Pode-se dizer que, no pensamento spinoziano, a causa é imanente ao objeto e também, vice-versa, que o objeto é imanente à sua causa, com base no princípio de que tudo está em Deus.

Páginas da Internet consultadas:
 Da postagem original:http://paxprofundis.org/livros/baruch/spinoza.htm
Fundo musical:
Love Is a Many-Splendored Thing
Compositores: Alfred Newman & Sammy Fain


 ** -  "Artista, a tua força está na solidão!"
  Leonardo da Vinci 

Uma filosofia contra todas as formas de superstição


“A força da filosofia de Espinosa está em ter entristecido a alegria dos tiranos e teólogos.”
A frase de André Scala mostra bem porque, em seu tempo, o judeu Baruch Espinosa (1632-1677) – um “cartesiano imoderado”, segundo Leibniz – foi o ateu, o ímpio, o infame; porque, acusado de horríveis heresias e atos monstruosos, foi excomungado pela comunidade de seu povo; e porque, apesar da excomunhão judaica, as portas cristãs não se abriram para ele. 

Os poderosos não gostam que se lhes anuvie o riso, diz o mesmo Scala, “as religiões sempre se reconciliam pelas costas daqueles que uma delas baniu”.
Este livro, dividido em capítulos que são verdadeiras introduções a cada grande obra de Espinosa (Tratado da emenda do intelecto, Princípios da filosofia de René Descartes, Tratado teológico-político e Ética), mostra como o filho de um comerciante de Amsterdã se tornou filósofo e de que forma ele fez filosofia, apesar de todos os obstáculos: pregando a completa liberdade de pensamento e de prática religiosa, atacando a superstição, desvelando os artifícios do poder para conseguir a servidão e a obediência, e defendendo a idéia de que nosso principal objetivo é levar uma vida terrena plena e prazerosa.


Sobre Espinosa
“Ser um seguidor de Espinosa é o começo de toda filosofia.”
Hegel

“Todos os filósofos têm duas filosofias: a sua e a de Espinosa.”
Henri Bergson


“[A filosofia de Espinosa] talvez seja o mais destacado exemplo de construção sistemática na história da filosofia.”
Bertrand Russell


“A filosofia de Espinosa é uma crítica da superstição em todas as suas formas: religiosa, política e filosófica.”
Marilena Chaui

Fonte:
Pax Profundis
http://paxprofundis.org/livros/baruch/spinoza.htm
http://www.estacaoliberdade.com.br/releases/espi.htm
Sejam felizes todos os seres  Vivam em paz todos os seres
Sejam abençoados todos os seres

Aula de Claudio Ulpiano sobre Spinoza_chunk_1.mp4

Enviado por em 05/09/2010
Aula sobre Espinoza -- outono de 1988
Claudio Ulpiano (1932 -- 1999) foi um filósofo brasileiro, nascido em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, especialista no pensamento de Gilles Deleuze, que ensinava em aulas magistrais nas Universidades do Estado do Rio de Janeiro e Federal Fluminense e em grupos de estudos, frequentados por estudantes de filosofia, cientistas, músicos, artistas plásticos e todo tipo de público.
Esta entrevista foi realizada em 8 de julho de 1995 na casa do Claudio, em Laranjeiras. O entrevistador era Rodolfo Treitel Paschoal, um aluno, que pedira a ele uma entrevista sobre suas leituras, para ser publicada num livro com outras entrevistas sobre o mesmo tema. O livro acabou não saindo. Logo após a morte de Claudio, em 1999, Rodolfo cedeu gentilmente o texto a Silvia Ulpiano.
www.claudioulpiano.org.br
Clgeorge - Deus sive nature - sagu-pro@hotmail.com

Categoria:Pessoas e blogs

Palavras-chave:

Aula de Claudio Ulpiano sobre Spinoza_chunk_2.mp4

Enviado por em 05/09/2010
Aula sobre Espinoza -- outono de 1988
Claudio Ulpiano (1932 -- 1999) foi um filósofo brasileiro, nascido em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, especialista no pensamento de Gilles Deleuze, que ensinava em aulas magistrais nas Universidades do Estado do Rio de Janeiro e Federal Fluminense e em grupos de estudos, frequentados por estudantes de filosofia, cientistas, músicos, artistas plásticos e todo tipo de público.

Esta entrevista foi realizada em 8 de julho de 1995 na casa do Claudio, em Laranjeiras.

Palavras-chave:

Aula de Claudio Ulpiano sobre Spinoza_chunk_10.mp4


Enviado por em 05/09/2010
Aula sobre Espinoza -- outono de 1988
Claudio Ulpiano (1932 -- 1999) foi um filósofo brasileiro, nascido em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, especialista no pensamento de Gilles Deleuze, www.claudioulpiano.org.br
Clgeorge - Deus sive nature - sagu-pro@hotmail.com

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Aula de Claudio Ulpiano sobre Spinoza_chunk_9.mp4

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Aula sobre Espinoza -- outono de 1988

Claudio Ulpiano (1932 -- 1999) foi um filósofo brasileiro, nascido em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, especialista no pensamento de Gilles Deleuze, que ensinava em aulas magistrais nas Universidades do Estado do Rio de Janeiro e Federal Fluminense e em grupos de estudos, frequentados por estudantes de filosofia, cientistas, músicos, artistas plásticos e todo tipo de público.

Esta entrevista foi realizada em 8 de julho de 1995 na casa do Claudio, em Laranjeiras. O entrevistador era Rodolfo Treitel Paschoal, um aluno, que pedira a ele uma entrevista sobre suas leituras, para ser publicada num livro com outras entrevistas sobre o mesmo tema. O livro acabou não saindo. Logo após a morte de Claudio, em 1999, Rodolfo cedeu gentilmente o texto a Silvia Ulpiano.

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Aula de Claudio Ulpiano sobre Spinoza_chunk_7.mp4


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Aula de Claudio Ulpiano sobre Spinoza_chunk_6.mp4


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Aula sobre Espinoza -- outono de 1988
Claudio Ulpiano (1932 -- 1999) foi um filósofo brasileiro, nascido em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, especialista no pensamento de Gilles Deleuze, que ensinava em aulas magistrais nas Universidades do Estado do Rio de Janeiro e Federal Fluminense e em grupos de estudos, frequentados por estudantes de filosofia, cientistas, músicos, artistas plásticos e todo tipo de público.

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Claudio Ulpiano (1932 -- 1999) foi um filósofo brasileiro, nascido em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, especialista no pensamento de Gilles Deleuze, 
. Logo após a morte de Claudio, em 1999, Rodolfo cedeu gentilmente o texto a Silvia Ulpiano.
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Claudio Ulpiano (1932 -- 1999) foi um filósofo brasileiro, nascido em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, 

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Aula sobre Espinoza -- outono de 1988
Claudio Ulpiano (1932 -- 1999) foi um filósofo brasileiro, nascido em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, especialista no pensamento de Gilles Deleuze, que ensinava em aulas magistrais nas Universidades do Estado do Rio de Janeiro e Federal Fluminense e em grupos de estudos, frequentados por estudantes de filosofia, cientistas, músicos, artistas plásticos e todo tipo de público.

Esta entrevista foi realizada em 8 de julho de 1995 na casa do Claudio, em Laranjeiras. O entrevistador era Rodolfo Treitel Paschoal, um aluno, que pedira a ele uma entrevista sobre suas leituras, para ser publicada num livro com outras entrevistas sobre o mesmo tema.

O livro acabou não saindo. Logo após a morte de Claudio, em 1999, Rodolfo cedeu gentilmente o texto a Silvia Ulpiano.

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Pensamento e Liberdade em Espinosa - parte 2

Enviado por em 12/04/2008

sobre Pensamento liberdade em Espinosa pelo profº filósofo Cláudio Ulpiano

Categoria:Educação

Pensamento e Liberdade em Espinosa - parte 1

Enviado por em 14/04/2008

Pensamento e Liberdade em Espinosa - parte 1

Categoria:Educação

Cláudio Ulpiano - Sobre a estética da existência

Enviado por em 13/04/2008

Cláudio Ulpiano - Sobre a estética da existência