segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA


 Biblioteca de Alexandria - 47min.

Biblioteca de Alexandria

A Biblioteca Real de Alexandria ou Antiga Biblioteca de Alexandria foi uma das maiores bibliotecas do mundo antigo. Ela floresceu sob o patrocínio da dinastia ptolemaica e existiu até a Idade Média, quando foi totalmente (ou quase) destruída por um incêndio casual.

Acredita-se que aquela biblioteca foi fundada no início do século III a.C., concebida e aberta durante o reinado do faraó Ptolemeu I Sóter ou durante o de seu filho Ptolomeu II. Plutarco (46 d.C.–120) escreveu que, durante sua visita a Alexandria em 48 a.C., Júlio César queimou acidentalmente a biblioteca quando ele incendiou seus próprios navios para frustrar a tentativa de Achillas de limitar a sua capacidade de comunicação por via marítima. De acordo com Plutarco, o incêndio se espalhou para as docas e daí à biblioteca.

No entanto, esta versão dos acontecimentos não é confirmada na contemporaneidade. Atualmente, tem sido estabelecido que a biblioteca, ou pelo menos segmentos de sua coleção, foram destruídos em várias ocasiões, antes e após o século I a.C..

Destinada como uma comemoração, homenagem e cópia da biblioteca original, a Bibliotheca Alexandrina foi inaugurada em 2002 próximo ao local da antiga biblioteca.

 História
Inscrição de Tiberius Claudius Balbilus confirmando a existência da biblioteca no século I a.C., tal como afirmam as fontes clássicas
Fragmento da Septuaginta, traduzida do hebraico para o grego koiné, entre os séculos III a.C. e I a.C. em Alexandria

Considera-se que tenha sido fundada no início do século III a.C., durante o reinado de Ptolomeu II, após seu pai ter construído o Templo das Musas (Museum). É atribuída a Demétrio de Falero sua organização inicial. Uma nova biblioteca foi inaugurada em 2002 próximo ao sítio da antiga.

Estima-se que a biblioteca tenha armazenado mais de 400.000 rolos de papiro, podendo ter chegado a 1.000.000. Foi destruída parcialmente inúmeras vezes, até que em 646 d.C. foi destruída por um incêndio acidental (acreditou-se durante toda a Idade Média que tal incêndio houvesse sido causado pelos árabes).

Conta-se que um dos incêndios da histórica biblioteca foi provocado por César. Em caçada a Pompeu, o seu inimigo de Triunvirato (formado por Pompeu, Crasso e ele), César deparou-se com a cidade de Alexandria, governada na época por Ptolomeu XII, irmão de Cleópatra.

Pompeu foi decapitado por um dos tutores do jovem Ptolomeu, e sua cabeça foi entregue a César juntamente com o seu anel. Diz-se que ao ver a cabeça do inimigo César pôs-se a chorar. Apaixonando-se perdidamente por Cleópatra, César conseguiu colocá-la no poder através da força. Os tutores do jovem faraó foram mortos, mas um conseguiu escapar. Temendo que o homem pudesse escapar de navio mandou incendiar todos, inclusive os seus. O incêndio alastrou-se e atingiu uma parte da famosa biblioteca.

A instituição da antiga biblioteca de Alexandria tinha como o principal objetivo preservar e divulgar a cultura nacional. Continha livros que foram levados de Atenas. Existia também matemáticos ligados à biblioteca, como por exemplo Euclides de Alexandria. Ela se tornou um grande centro de comércio e fabricação de papiros.

A lista dos grandes pensadores que frequentaram a biblioteca e o museu de Alexandria inclui nomes de grandes gênios do passado. Importantes obras sobre geometria, trigonometria e astronomia, bem como sobre idiomas, literatura e medicina, são creditados a eruditos de Alexandria. Segundo a tradição, foi ali que 72 eruditos judeus traduziram as Escrituras Hebraicas para o grego, produzindo assim a famosa Septuaginta.

 Os grandes nomes da Alexandria antiga

   Euclides: matemático do século IV a.C.. O pai da geometria e o pioneiro no estudo da óptica. Sua obra Os Elementos foi usada como padrão da geometria até o século XIX.

   Aristarco de Samos: astrônomo do século III a.C.. O primeiro a presumir que os planetas giram em torno do Sol. Usou a trigonometria na tentativa de calcular a distância do Sol e da Lua, e o tamanho deles.

    Arquimedes: matemático e inventor do século III a.C.. Realizou diversas descobertas e fez os primeiros esforços científicos para determinar o valor do pi (π).

   Calímaco (c. 305–c. 240 a.C.): poeta e bibliotecário grego, compilou o primeiro catálogo da Biblioteca de Alexandria, um marco na história do controle bibliográfico, o que possibilitou a criação da relação oficial (cânon) da literatura grega clássica. Seu catálogo ocupava 120 rolos de papiro.

   Eratóstenes: polímata (conhecedor de muitas ciências) e um dos primeiros bibliotecários de Alexandria, do terceiro século a.C.. Calculou a circunferência da Terra com razoável exatidão.

   Galeno: médico do século II d.C.. Seus 15 livros sobre a ciência da medicina tornaram-se padrão por mais de 12 séculos.

    Herófilo: médico, considerado o fundador do método científico, o primeiro a sugerir que a inteligência e as emoções faziam parte do cérebro e não do coração.

   Hipátia: astrônoma, matemática e filósofa do século III d.C.. Uma das maiores matemáticas, diretora da Biblioteca de Alexandria; por ser pagã, foi assassinada durante um motim de cristãos.[2]

   Ptolomeu: astrônomo do século II d.C.. Os escritos geográficos e astronômicos eram aceitos como padrão.


O edifício da atual da biblioteca de Alexandria

A Bibliotheca Alexandrina, integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências e um de caligrafia e uma sala de congresso e de exposições. A instituição pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do mundo assim com sua antecessora.

O projecto da biblioteca é da autoria de uma firma de arquitectos noruegueses, a Snohetta. A construção demorou sete anos, mas a ideia nasceu em 1974. Os principais financiadores da instituição foram a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o governo egípcio e o custo total da obra rondou os 200 milhões de euros.

Inicialmente, a ideia era dotar a biblioteca de oito milhões de livros, mas como foi impossível angariar essa quantidade ficou pela metade. Assim, foi dada prioridade à criação de uma biblioteca cibernética. No local estão ainda guardados dez mil livros raros, cem mil manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil cassetes áudio e 50 mil vídeo.

No total podem trabalhar na Biblioteca de Alexandria cerca de 3500 investigadores, que têm ao dispor 200 salas de estudo.

Aristarco de Samos
Aristarco de Samos, astrônomo grego (310 a.C. - 230 a.C.) foi o primeiro cientista a propor que a Terra gira em torno do Sol (sistema heliocêntrico). Por tal afirmação, foi acusado de impiedade por Cleanto, o Estóico.
Apenas uma obra sua é conhecida: Sobre os tamanhos e distâncias entre o Sol e a Lua. Neste tratado, Aristarco realizou cálculos geométricos das dimensões e distância do Sol e da Lua.

Todavia, a afirmação heliocêntrica não aparece neste trabalho. Na verdade, ela é conhecida através de uma referência feita por Arquimedes no seu Arenarius. A teoria heliocêntrica somente ganharia reconhecimento e validade mais de mil anos depois, com Copérnico.

Euclides
Euclides de Alexandria (360 a.C. — 295 a.C.) foi um professor, matemático platónico e escritor de origem desconhecida, criador da famosa geometria euclidiana: o espaço euclidiano, imutável, simétrico e geométrico, metáfora do saber na antiguidade clássica, que se manteve incólume no pensamento matemático medieval e renascentista, pois somente nos tempos modernos puderam ser construídos modelos de geometrias não-euclidianas. Teria sido educado em Atenas e freqüentado a Academia de Platão, em pleno florescimento da cultura helenística.

Convidado por Ptolomeu I para compor o quadro de professores da recém fundada Academia, que tornaria Alexandria no centro do saber da época, tornou-se o mais importante autor de matemática da Antiguidade greco-romana e talvez de todos os tempos, com seu monumental Stoichia (Os elementos, 300 a.C.), no estilo livro de texto, uma obra em treze volumes, sendo cinco sobre geometria plana, três sobre números, um sobre a teoria das proporções, um sobre incomensuráveis e os três últimos sobre geometria no espaço. Escrita em grego, a obra cobria toda a aritmética, a álgebra e a geometria conhecidas até então no mundo grego, reunindo o trabalho de seus predecessores, como Hipócrates e Eudóxio, e sistematizava todo o conhecimento geométrico dos antigos e intercalava os teoremas já conhecidos então com a demonstração de muitos outros, que completavam lacunas e davam coerência e encadeamento lógico ao sistema por ele criado. Após sua primeira edição foi copiado e recopiado inúmeras vezes e, vertido para o árabe (774), tornou-se o mais influente texto científico de todos os tempos e um dos com maior número de publicações ao longo da história. Depois da queda do Império Romano, os seus livros foram recuperados para a sociedade européia pelos estudiosos muçulmanos da península Ibérica. Escreveu ainda Óptica (295 a.C.), sobre a óptica da visão e sobre astrologia, astronomia, música e mecânica, além de outros livros sobre matemática. Entre eles citam-se Lugares de superfície, Pseudaria, Porismas e mais algumas outras.

Algumas das suas obras como Os elementos, Os dados, outro livro de texto, uma espécie de manual de tabelas de uso interno na Academia e complemento dos seis primeiros volumes de Os Elementos, Divisão de figuras, sobre a divisão geométrica de figuras planas, Os Fenômenos, sobre astronomia, e Óptica, sobre a visão, sobreviveram parcialmente e hoje são, depois de A Esfera de Autólico, os mais antigos tratados científicos gregos existentes. Pela sua maneira de expor nos escritos deduz-se que tenha sido um habilíssimo professor.

Arquimedes 
Arquimedes (em grego Ἀρχιμήδης) foi um matemático, físico e inventor grego. Foi um dos mais importantes cientistas e matemáticos da Antiguidade e um dos maiores de todos os tempos. Ele fez descobertas importantes em geometria e matemática, como por exemplo um método para calcular o número π (razão entre o perímetro de uma circunferência e seu diâmetro) utilizando séries. Este resultado constitui também o primeiro caso conhecido do cálculo da soma de uma série infinita. Ele inventou ainda vários tipos de máquinas, quer para uso militar, quer para uso civil. No campo da Física, ele contribuiu para a fundação da Hidrostática, tendo feito, entre outras descobertas, o famoso princípio que leva o seu nome. Ele descobriu ainda o princípio da alavanca e a ele é atribuída a citação: "Dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo".

Hoje conhecemos muito pouco sobre a vida de Arquimedes e sobre a sua obra, já que muitos dos documentos originais foram destruídos. No entanto os romanos tinham muita admiração por ele e alguns historiadores deixaram textos em que descreviam aquilo que na sua época ainda se conhecia sobre a sua vida e obra. Apesar de que muitos desses textos são sobretudo lendas, o pouco que se sabe sobre Arquimedes teve uma importância decisiva no surgimento da ciência moderna, tendo influenciado, entre outros, Galileu Galilei e Isaac Newton.

Calímaco
Calímaco (Grego: Καλλίμαχος), foi um poeta e gramático grego, que viveu entre 310 a.C. e 240 a.C.

 Biografia
Alguns dos mais importantes poetas e gramáticos gregos foram alunos de Calímaco em sua escola situada nos arredores de Alexandria. Calímaco foi também chefe da Biblioteca de Alexandria, cargo no qual permaneceu até a morte. Escreveu um catálogo da biblioteca que pode ser considerado o fundamento da história da literatura grega.

Seus poemas elegíacos foram mais tarde elogiados e utilizados como fonte de inspiração por gregos e até mesmo romanos. Seus epigramas estão entre as grandes criações do gênero antigüidade. Mas, de suas oitocentas obras, apenas seis hinos, 64 epigramas e fragmentos chegaram até nós.

Eratóstenes
Eratóstenes (do grego Ερατοσθένης) (285 - 194 a.C.) foi um matemático, bibliotecário e astrônomo grego. Nasceu em Cirene,Grécia, e morreu em Alexandria. Estudou em Cirene, em Atenas e em Alexandria. Os contemporâneos chamavam-no de "Beta[carece de fontes?]" porque o consideravam o segundo melhor do mundo em vários aspectos.

O sábio passou boa parte da vida em Alexandria. Em 255 a.C., criou a esfera armilar; calculou com bastante precisão para a época a distância da Terra ao Sol. Em 236 a.C., foi escolhido como director da famosa Biblioteca de Alexandria. Acredita-se que Eratóstenes tenha ficado cego em 194 a.C. e, um ano depois, tenha morrido por inanição, propositadamente deixando de se alimentar.

Consta que Eratóstenes tenha criado um catálogo com 675 estrelas fixas, mediu a inclinação da eclíptica e criou a esfera armilar. O historiador, geógrafo, matemático, astrónomo, filósofo e poeta e crítico de teatro tratou com igual profundidade todas as ciências do tempo, pois as obras tratam desde A Libertação da dor até a Astronomia.

Eratóstenes suspeitou que a Terra era esférica e, com auxílio da trigonometria, mediu com engenhosidade e relativa precisão o perímetro da circunferência máxima.

Num dos rolos de papiro da Biblioteca de Alexandria, encontrou a informação de que na cidade de Syene (hoje Assuã), ao meio-dia do solstício de verão (o dia mais longo do ano, 21 de junho, no Hemisfério Norte), o Sol se situava a prumo, pois iluminava as águas profundas de um poço, sem ocasionar uma sombra. Entretanto, o geômetra observou que, no mesmo horário e dia, as colunas verticais da cidade de Alexandria projetavam uma sombra diferente. Conforme concluiu, este fato só poderia ser possível se a Terra fosse esférica.[1] Aguardou o dia 21 de junho do ano seguinte e determinou que se instalasse uma grande estaca em Alexandria. Ao meio-dia, enquanto o Sol iluminava as profundezas do poço em Syene (fazia ângulo de 90º com a superfície da Terra,uma sombra), Eratóstenes mediu, em Alexandria, o ângulo da sombra era de 7º12', ou seja, aproximadamente 1/50 dos 360º de uma circunferência. Portanto, o comprimento do meridiano terrestre deveria ser 50 vezes a distância entre Alexandria e Syene.

Para medir esta distancia, Eratóstenes organizou uma equipe de instrutores com os camelos e escravos a pé seguissem em linha reta, percorrendo desertos, aclives, declives e tendo que, inclusive, atravessar o rio Nilo. A distância mensurada foi de 5.000 estádios. Assim, multiplicando 5.000 estádios por 50, concluiu que o perímetro da circunferência máxima da Terra deveria ser de 250.000 estádios. Não se sabe ao certo a equivalência de estádio (usado por Eratóstenes) e metros, pois obras distintas relatam diferentes conversões, mas Gulbekian [2] sugere que um estádio seria equivalente a 166,7 metros.


Galeno
Cláudio Galeno, em latim Claudius Galenus e grego Κλαύδιος Γαληνός, (Pérgamo, c. 131 - provavelmente Sicília, c. 200) foi um médico grego.

Galeno iniciou seus estudos em filosofia e medicina por volta de 146 D.C. em Pérgamo, sua cidade natal. Após dois anos, achou que nada mais tinha a aprender e partiu para outros centros como Esmirna, Corinto e Alexandria a fim de se aperfeiçoar. Voltou para Pérgamo em 157, julgando terminada sua instrução. Passou, então, a ocupar o cargo de médico da escola de gladiadores, especializando-se em cirurgia e dietética.

Sendo Roma o centro do mundo àquela época, Galeno partiu para aquela cidade em 162. Galeno, que já havia ganho fama ao curar um milionário de nome Eudemo, torna-se ainda mais famoso. Tão famoso que se tornou médico particular do imperador romano Marco Aurélio. Suas conferências sobre medicina e higiene eram tão concorridas que Galeno as apresentava em um teatro. As aulas práticas que conduzia contemplavam vivissecção e necropsia. Permaneceu em Roma até 192, se afastando da cidade apenas por um curto período em que esteve no Oriente Médio. Ao fim da vida, retornou para Pérgamo.

A maioria de suas obras e seus estudos se perderam. Sabe-se, contudo, que Galeno investigou anatomia, fisiologia, patologia, sintomatologia e terapêutica. Foi o mais destacado médico de seu tempo e o primeiro que conduziu pesquisas fisiológicas.

Por volta de 170, Galeno realizou uma experiência que iria mudar o curso da medicina: demonstrou pela primeira vez que as artérias conduzem sangue e não ar, como até então se acreditava. No campo da anatomia, Galeno distinguiu os ossos com e sem cavidade medular. Descreveu a caixa craniana e o sistema muscular. Pesquisou os nervos do crânio e reconheceu os raquidianos, os cervicais, os recorrentes e uma parte do sistema simpático. Galeno também foi o primeiro a demonstrar (baseado em experiências) que o rim é um órgão excretor de urina. Farmacologia também interessava Galeno.

Entre suas obras destacam-se:

    * Comentários a Hipócrates
    * Sobre as seitas
    * Sobre a melhor doutrina
    * Sobre a medicina empírica
    * De anatomicis administrationibus (em quinze volumes)
    * De usu partium corporis humani
    * Método terapêutico

Em vista das limitações técnicas (em especial limitações ópticas), Galeno inevitavelmente acabou cometendo erros. Não era possível ver o que se passava no interior dos órgãos. Seus dois maiores erros ocorreram em sua teoria da circulação e na sua idéia de que cada órgão realiza sua função própria devido a uma ação de forças que atuavam sobre os órgãos. Segundo Galeno, o sangue circulava devido ao impulso ou força atrativa cuja origem era a própria parede da artéria. Tal concepção foi estendida para todos os órgãos. O respeito pelas teorias de Galeno era tão grande que levou mais de quinze séculos para que sua teoria das forças fosse contestada (já que os médicos consideravam suas teorias infalíveis).

Foi graças à difusão da medicina árabe e ao médico inglês William Harvey que os erros de Galeno neste assunto foram corrigidos.

Viviseccção Animal
Apesar dos estudos de seus terem trazido um grande progresso à comunidade científica, Carlos Galeno é também um precursor da prática da Vivissecção Animal, tendo baseado grande parte de suas descobertas em experimentações que envolviam exemplares de primatas e outros animais.

Herófilo

Herófilo (Calcedônia, 335 a.C. - 280 a.C.) - em grego Herophilos - foi um médico grego, nascido em Chalkedon, na Ásia Menor. Ele é conhecido como o primeiro anatomista da história. Junto com Erasístrato fundou a famosa Escola de Medicina de Alexandria. Foi um dos primeiros a basear suas conclusões na dissecção humana. Ele estudou o cérebro, reconhecendo este órgão como o centro do sistema nervoso e da inteligência. Dissecou e descreveu sete pares de nervos cranianos. Também distinguiu nervos de vasos sanguíneos e os nervos motores dos sensitivos. Outros objetos de estudo foram os olhos, fígado, pâncreas e o trato alimentar, assim como os genitais.

Seus trabalhos se perderam, mas Galeno o citava muito, no segundo século d.C.

Acredita-se que Herófilo tenha sido um dos fundadores do Método Científico. Ele introduziu o método experimental na medicina e considerava-o essencial para o conhecimento. Por isso, foi criticado por Galeno, para quem o método experimental contrariava o raciocínio.

Herófilo também introduziu muitos dos termos científicos usados até hoje para descrever fenômenos anatômicos. Foi o primeiro a utilizar terminologia convencional, em vez de "nomes naturais", utilizando termos que criou para descrever seus objetos de estudo, nomeando-os pela primeira vez, por exemplo denominou o primeiro troço do intestino delgado Duodeno dado medir doze dedos.



Hipatia

Hipátia de Alexandria - Provável gravura de Gasparo

Hipátia (ou Hipácia) de Alexandria (em grego: Υπατία), matemática e filósofa neoplatônica, nascida aproximadamente em 370 e assassinada em 415.

 
Biblioteca de Alexandria  - 36min.
História de Hipatia 



Biografia
Hipátia era filha de Theon, um renomado filósofo, astrônomo, matemático, autor de diversas obras e professor em Alexandria.

Criada em um ambiente de idéias e filosofia, tinha uma forte ligação com o pai, que lhe transmitiu, além de conhecimentos, a forte paixão pela busca de respostas para o desconhecido. Diz-se que ela, sob tutela e orientação paternas, submetia-se a uma rigorosa disciplina física, para atingir o ideal helênico de ter a mente sã em um corpo são.

Hipátia estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. A oratória e a retórica também não foram descuidadas.

No tocante à religião, buscou e obteve informações sobre todos os principais sistemas religiosos da época, tendo sempre o cuidado de não permitir que essas crenças limitassem ou deturpassem a busca de conhecimento.

Quando adolescente, viajou para Atenas, para completar a educação na Academia Neoplatônica, onde não demorou a se destacar pelos esforços para unificar a matemática de Diofanto com o neoplatonismo de Amónio e Plotino, isto é, aplicando o raciocínio matemático ao conceito neoplatônico do Uno (mônada das mônadas).[1] Ao retornar, já havia um emprego esperando por ela em Alexandria: seria professora na Academia onde fizera a maior parte dos estudos, ocupando a cadeira que fora de Plotino. Aos 30 anos já era diretora da Academia, sendo muitas as obras que escreveu nesse período.

A maioria dessas obras não chegou até nós, tendo sido destruída junto com a Biblioteca ou quando o templo de Serápis foi saqueado [2] O que sobrou provém, principalmente, de correspondências que ela trocava com outros professores e com os alunos. Um desses alunos foi o notável filósofo Sinésio de Cirene (370 - 413), que lhe escrevia freqüentemente, pedindo-lhe conselhos. Através destas cartas, sabemos que Hipátia inventou alguns instrumentos usados na Física e na Astronomia, tais como o astrolábio, o planisfério e um hidrômetro[carece de fontes?].

Sabemos também que desenvolveu estudos sobre a Álgebra de Diofanto ("Sobre o Cânon Astronômico de Diofanto"), tendo escrito um tratado sobre o assunto, além de comentários sobre os matemáticos clássicos, incluindo Ptolomeu. Em parceria com o pai, escreveu um tratado sobre Euclides.

Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Matemáticos confusos, com algum problema em especial, escreviam-lhe pedindo uma solução. E ela raramente os desapontava. Obcecada pelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavam porque jamais se casara, respondia que já era casada com a verdade. [3]

A tragédia de Hipátia foi ter vivido numa época de luta aguda entre o Paganismo declinante e o Cristianismo triunfante, que se impunha no mundo greco-romano. Ela era neoplatônica e defensora intransigente da liberdade de pensamento, o que a tornava má vista por aqueles que pretendiam encarcerar o pensamento nas celas da ortodoxia religiosa.
Hipátia por Rafael

O fim trágico se desenhou a partir de 390, quando Cirilo foi nomeado bispo de Alexandria, com a missão de destruir o Paganismo em todas as formas e manifestações. Ele era um cristão intransigente, que lutou toda a vida defendendo a ortodoxia da Igreja e combatendo as heresias, sobretudo o Nestorianismo. Acredita-se que tenha sido o principal responsável pela morte de Hipátia, ainda que não haja nenhuma prova inequívoca disso.

Por ensinar que o Universo era regido por leis matemáticas, Hipátia foi considerada herética, passando a ser vigiada pelos chefes cristãos. Por algum tempo, a admiração do prefeito romano Orestes (que fora aluno) a protegeu. Mas quando, em 412, Cirilo tornou-se Patriarca [4] de Alexandria, a sorte foi selada.
[editar] Intolerância e fanatismo

O reinado de Teodósio (379-392) marca o auge de um processo de transformação do Cristianismo, da condição de religião intolerada para religião intolerante. Em 391, atendendo pedido do então Patriarca de Alexandria, Teófilo, ele autorizou a destruição de todas as instituições não-cristãs existentes no Egito: Sinagogas, Biblioteca de Alexandria, Templo de Serápis e outros monumentos.

Embora a legislação de 393 procurasse coibir distúrbios, surtos de violência popular contra judeus e pagãos tornaram-se frequentes em Alexandria, principalmente após a ascensão de Cirilo ao Patriarcado, cuja oratória raivosa criava o clima propício a esses excessos. Bairros judeus foram atacados e a população massacrada por fanáticos cristãos, enquanto preciosos monumentos do Helenismo eram sumariamente destruídos.

O resultado dessa política foi a migração dos sábios alexandrinos para Babilônia e outras cidades fora dos domínios do Império Romano. Alexandria jamais voltou a ser o que fora: a capital cultural do mundo antigo.

Numa tarde de março de 415, quando regressava do Museu, Hipátia foi atacada em plena rua por uma turba de cristãos enfurecidos. Ela foi golpeada, desnudada e arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja. No interior do templo, foi cruelmente torturada até a morte, tendo o corpo dilacerado por conchas de ostras (ou cacos de cerâmica, segundo outra versão). Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira.

O prefeito Orestes denunciou o crime a Roma e pediu uma investigação, que jamais progrediu por "falta de testemunhas"[carece de fontes?]. Ele acabou sendo afastado do cargo.

No século VII, o bispo João, de Nikiu, nos escritos,[5] justificou o massacre de judeus e o assassinato de Hipátia, ocorridos naquele ano, alegando tratar-se de medidas necessárias para a sobrevivência e o fortalecimento da Igreja. É através dos escritos que conhecemos os detalhes da morte daquela que viria a ser chamada de Mártir do Paganismo.

A morte trágica de Hipátia foi determinante para o fim da gloriosa fase da matemática alexandrina, de toda matemática grega e da matemática na Europa Ocidental. Após seu desaparecimento, nada mais seria produzido por um período mil anos e, por cerca de doze séculos, nenhum nome de mulher matemática foi registrado.[6]
[editar] Citações sobre Hipátia

  Sócrates, o Escolástico (em ' História Eclesiástica')
    "Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos da época. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber os ensinamentos."

   Descrição da morte de Hipátia, pelo historiador Edward Gibbon:
    "Num dia fatal, na estação sagrada da Quaresma, Hipácia foi arrancada da carruagem, teve as roupas rasgadas e foi arrastada nua para a igreja. Lá foi desumanamente massacrada pelas mãos de Pedro, o Leitor, e a horda de fanáticos selvagens. A carne foi esfolada dos ossos com ostras afiadas, e os membros, ainda palpitantes, foram atirados às chamas".

   Carl Sagan, em "Cosmos"
    "Há cerca de 2000 anos, emergiu uma civilização científica esplêndida na nossa história, e a base era em Alexandria. Apesar das grandes chances de florescer, ela decaiu. A última cientista foi uma mulher, considerada pagã. O nome era Hipácia. Com uma sociedade conservadora a respeito do trabalho da mulher e do papel, com o aumento progressivo do poder da Igreja, formadora de opiniões e conservadora quanto à ciência, e devido a Alexandria estar sob domínio romano, após o assassinato de Hipácia, em 415, essa biblioteca foi destruída. Milhares dos preciosos documentos dessa biblioteca foram em grande parte queimados e perdidos para sempre, e com ela todo o progresso científico e filosófico da época."

   Hesíquio, o hebreu, aluno de Hipátia:
    "Vestida com o manto dos filósofos, abrindo caminho no meio da cidade, explicava publicamente os escritos de Platão e de Aristóteles, ou de qualquer filósofo a todos os que quisessem ouvi-la… Os magistrados costumavam consultá-la em primeiro lugar para administração dos assuntos da cidade".

  Trecho de uma carta de Senésio de Cirene , aluno de Hipátia:
    "Meu coração deseja a presença de vosso divino espírito que mais do que tudo poderia adoçar minha amarga sorte. Oh minha mãe, minha irmã, mestre e benfeitora minha! Minha alma está triste. Mata-me a lembrança de meus filhos perdidos… Quando receber notícias tuas e souber, como espero, que estás mais feliz do que eu, aliviar-se-ão pelo menos a metade de minhas dores".

Ptolemeu
Claudius Ptolemaeus (em grego: Κλαύδιος Πτολεμαῖος; em português dito Cláudio Ptolomeu ou Ptolemeu; 90 – 168), foi um cientista grego que viveu em Alexandria, uma cidade do Egito. Ele é reconhecido pelos seus trabalhos em matemática, astrologia, astronomia, geografia e cartografia. Realizou também trabalhos importantes em óptica e teoria musical.

A sua obra mais conhecida é o Almagesto (que significa "O grande tratado"), um tratado de astronomia. Esta obra é uma das mais importantes e influentes da Antiguidade Clássica. Nela está descrito todo o conhecimento astronómico babilónico e grego e nela se basearam as astronomias de Árabes, Indianos e Europeus até o aparecimento da teoria heliocêntrica de Copérnico. No Almagesto, Ptolomeu apresenta um sistema cosmológico geocêntrico, isto é a Terra está no centro do Universo e os outros corpos celestes, planetas e estrelas, descrevem órbitas ao seu redor. Estas órbitas eram relativamente complicadas resultando de um sistema de epiciclos, ou seja círculos com centro em outros círculos. Ptolomeu foi considerado o primeiro "cientista celeste". No entanto, Ptolomeu foi duramente criticado por alguns cientistas, como Tycho Brahe e Isaac Newton, sendo acusado de não ter realizado nenhuma observação astronómica, mas apenas plagiado dados de Hiparco, entre outras acusações.

A sua obra mais extensa é "Geographia" que, em oito volumes, contém todo o conhecimento geográfico greco-romano. Esta inclui coordenadas de latitude e longitude para os lugares mais importantes. Naturalmente, os dados da época tinham bastante erro e o mapa nesta apresentado está bastante deformado, sobretudo nas zonas exteriores ao Império Romano.

Outra obra importante é o Tetrabiblos, um livro de astrologia baseado em escritos e documentos mais antigos babilônicos, egípcios e gregos.

Ptolomeu é também autor do tratado "Óptica", um conjunto de cinco volumes sobre este tema, em que estuda reflexão, refracção, cor, e espelhos de diferentes formas. Escreveu também "Harmónica" um tratado sobre teoria matemática da música.



 Carl Sagan - Eratóstenes - 12min.


 
 
A Biblioteca de Alexandria -  12min.
 
 
 
Carl Sagan
A Biblioteca de Alexandria - 11min.
 

A Destruição da Biblioteca de Alexandria - 12min.


Documentário
A Biblioteca de Alexandria - 47min.


Fonte:
Wikipédia? - Vou confirmar !
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