sábado, 12 de dezembro de 2009

MEFISTÓFELES - GOETHIANO



Mefistofele Part 1: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Francisco Opera
http://www.youtube.com/watch?v=O0VkI9SV81s
Na revoada os anjos
trombeteiam seus favores
- volúveis, enigmáticos.

Mefistofele Part 2: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Francisco Opera
http://www.youtube.com/watch?v=6AX21grIPWk
Satã saltitante
esparrama a voz na fumaça
- determinado a vencer.

Mefistofele Part 3: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Francisco Opera
http://www.youtube.com/watch?v=1FVI9Bt7dbo
Rodeia os infernos
as sete escadas celestes
- qual demo a sobe?

Mefistofele Part 4: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Francisco Opera
http://www.youtube.com/watch?v=9hKO8QsnOFc
Rompem na'asas fortes
infantes criaturas bicolores
- na eterna luta.

Mefistofele Part 5: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Francisco Opera
http://www.youtube.com/watch?v=BQgA1G2Nqgw
Quem vai ganhar
na milenar batalha
- os puros e mansos?

Mefistofele Part 6: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Francisco Opera
http://www.youtube.com/watch?v=ELe_bUXhNZ4
Enquanto cantarolam
demos e anjos disputam
- a melhor fatia.

Mefistofele Part 6: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Francisco Opera
http://www.youtube.com/watch?v=ELe_bUXhNZ4
A ilusão qual banquete
promete toda delícia
- o sono eterno.

Mefistofele Part 7: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Francisco Opera
http://www.youtube.com/watch?v=xQTQvJoQA5Q
No apego horizontal
o rolar  sem parada
- ao fosso escuro.

Mefistofele Part 8: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Fr
http://www.youtube.com/watch?v=Sq10SaJGeGg
O demo oferece
riqueza coroa e súditos
- glórias efêmeras.

Mefistofele Part 9: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San Fr
http://www.youtube.com/watch?v=Uas4oL1oKHE
Satã brinca no mundo
 arma folguedos hilários
- conquista os tolos.

Mefistofele Part 10: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena
http://www.youtube.com/watch?v=fee-00Ezj44
Vida e morte eterna
entre promessas graciosas
- lá vai a manada.
*
Pra quê voz tão linda
se só a tristeza inspira
- o eterno lamentar?

Mefistofele Part 11: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San F
http://www.youtube.com/watch?v=Xuj0I0HsI_k
Amores fugidios
laçam em  torpes correntes
- frágeis desesperados.
*
Na mágica diabólica
qual rede  indestrutível
- nasce e morre o homem.

Mefistofele Part 12: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San F
http://www.youtube.com/watch?v=L5rj_kIdYJQ
Milhares de vidas
no teatro do mundo
- nós, diversão  dos deuses.

Mefistofele Part 13: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San F
http://www.youtube.com/watch?v=Pf1vqzPlXYE
Representar bem
a velha  cena desdita, ai...
- ao fim  dança na forca.
*
 Na peça infindável
entram e saem atores
- Putz... história amoral.
e...
E não há saída
nem rebeldia imaginária
- anjos berram: Bravo!

Mefistofele Part 14: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San F
http://www.youtube.com/watch?v=eM-8Ro_AOTM
A eterna beleza
 engananosa redenção
-leva-nos pros quintos.
*
Gente brincar de ser
infante amado inocente
- na troça dos deuses.
*
De tanta repetir
rasgar as carnes cantando
- destronamos deuses.

Mefistofele Part 15: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San F
http://www.youtube.com/watch?v=op82rnKXGqY
A nobreza humana
completa os planos divinos
- vence em semente de luz.
*
Demos, desesperados
na bandeja dão aos homens
- música, poder divino
*
E na musical batalha
além do bem e do mal
- homem desvenda o céu.

Mefistofele Part 16: Ramey, Benackova, O'Neill, Arena, San F
http://www.youtube.com/watch?v=u9_TtVxLuMI
O Satã, coitado
com medo da cruz e do homem
  - ia vagar noutros mundos


  
- MEFISTÓFELES    - 

MEFISTÓFELES - (chorus) - Arrigo Boito
http://www.youtube.com/watch?v=U6AOYgTyOxE



MEFISTÓFELES NA BÍBLIA GOETHIANA
Inúmeros místicos iluminados, como Samael Aun Weor, vêem na obra de Goethe a mão inconfundível de um Iniciado esclarecido, e percebem plenamente o grande significado cósmico nela contido.

Devemos entender que a história de Fausto é um mito tão antigo quanto a humanidade. Goethe apresentou-a envolta numa verdadeira luz mística, iluminando um dos maiores problemas da Filosofia, o Mito do Salvatur Salvandus "travestido" como O Tentador, o Insuflador da Rebeldia Interior contra o Adormecimento e a ingenuidade irresponsável da Essência humana. Esse Tentador é representado pelo Diabo, chamado nessa obra de Mefistófeles.

Na monumental e absolutamente prospectiva obra de Goethe, Mefistófeles diz a Fausto: "Com essa dose no corpo, logo vês Helena de Tróia em qualquer mulher". Fausto, I, 2603-4.
Nesse momento, Fausto estava paralisado pela fascinação da imagem de Helena refletida em um espelho. Em uma de suas cartas a C.G. Jung , Freud cita Mefistófeles, dizendo:
 "Sinto-me como aquele que vê Helena em toda mulher !" Helena de Tróia, para Goethe, o Iniciado alemão, seria a representação arquetípica de nossa Alma Gêmea, nossa Amada Imortal como a chamava Beethoven. Mas, afinal, quem seria Mefistófeles?

A história de Fausto é bem conhecida: O Dr. Fausto é um velho cientista que sacrificou toda a sua vida em nome da ciência e da pureza de sua alma.
Mefistófeles aposta com Deus que consegue atraí-lo para o seu lado. Deus permite que a experiência seja feita (JÓ ?)

. Mefistófeles conhece bem sua presa: Fausto está cansado e alquebrado, insatisfeito com as coisas que realizou e sente que, na verdade, perdeu tempo, sacrificando sua mocidade, sua saúde e sua riqueza. Provavelmente morrerá pobre e desconhecido sem nunca ter amado. Na prática, não é muito difícil aceitar um pacto proposto por Mefistófeles: este lhe dará a juventude perdida, dinheiro e o amor de uma mulher. Em troca, Fausto lhe dará sua alma. Com o pacto selado, Fausto conhece e se apaixona por Margarida, cuja alma também estará em perigo.

Fausto é a obra da vida inteira de Goethe. Começou a ser escrita em 1774, a primeira parte foi publicada em 1808; a segunda somente foi concluída em 1832, pouco antes da morte do autor. Resumo de uma época e prova da genialidade de Goethe, Fausto faz parte do patrimônio cultural da humanidade.

Enquanto o Livro de Jó designa Satã como sendo um dos Filhos de Deus, o mito de Fausto fala de Lúcifer como estando presente também na convocação que ocorre no capítulo inicial da história. Dele vem a nota salvadora de dissonância que forma um contraste na harmonia celestial e, como a luz mais brilhante provoca a sombra mais densa, a voz de Lúcifer realça a beleza do canto celestial.

"Entre pensamentos e visões noturnas, quando cai sobre os homens o sono profundo, sobrevieram-me o espanto e o temor, e todos os meus ossos estremeceram. Um espírito passou por diante de mim, e fez-me arrepiar os cabelos do corpo. Parou ele, mas não consegui discernir sua aparência. Um vulto estava diante dos meus olhos, e ouvi uma voz abafada: Pode o homem mortal ser mais justo do que Deus? Pode o homem ser mais puro do que seu criador? (Jó 33:12-18)

O Livro de Jó tem sido chamado de "poema dramático de uma história épica".
Os capítulos 1 e 2 são um prólogo que descreve o cenário da história. Satanás, o Tentador, apresenta-se ao Senhor, junto com os filhos de Deus, e desafia a piedade de Jó, dizendo:
"Porventura, teme Jó a Deus debalde?" Vai mais longe e sugere que se Jó perdesse tudo o que possuía, amaldiçoaria a Deus. Deus dá permissão a Satanás para provar a fé que tinha Jó, privando-o de sua riqueza, de sua família e, finalmente, de sua saúde. Mesmo assim, "em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios".

O que se questiona é sobre o verdadeiro significado dessa visita do Diabo a Deus. Se esse Diabo do Livro de Jó fosse o nimigo por excelência, por que Deus o receberia juntamente com os outros Anjos do Céu? Portanto, concluímos que o Tentador é um "símbolo" referente ao Diabo Tentador, reflexo da Divindade.



Goethe condena Fausto pela tragédia de Margarida, na segunda parte o redime com a realização de sua utopia burguesa. A insatisfação existencial que marca o mal du siècle, a partir do Romantismo, revelará o Fausto satânico, que se fará prometéico não pela ação, mas pela indiferença. Manfred, o Fausto byroniano, se recusa ao inferno, quer morrer na absoluta solidão, o que o leva a dizer ao Espírito do Mal:  


Tu não me tentaste, nem me podias tentar; nunca fui teu ludíbrio, nem sou tua presa... fui e serei meu próprio algoz... Retirai-vos, demônios impotentes! a mão da morte está sobre mim... mas não a vossa! [...][xxxi] 



 Fausto, para quem Goethe imaginara paraísos de utopia, encontra-se enredado em profundo pessimismo. A unidade dialética entre espírito e matéria, a fusão com o eterno feminino e a obra civilizadora e progressista, dá lugar a cisão do próprio mito. Na passagem do fim do século XIX para o século XX veremos a utopia fáustica desmoronar no terreno do ceticismo e da ironia: será o Fausto devorado pela despersonalização, de Fernado Pessoa; o Fausto agnóstico de Paul Valéry; o sifilítico por escolha própria e louco, criador da danação dodecafônica, que é Adrian Leverkühn, o Fausto de Thomas Mann. Todos são emblemas do mundo cínico, hiper-racional e imediatista da modernidade, onde a luta pela “alma” perde terreno e a problemática da superação de limites decai na impossibilidade de se distinguir uma linha de ação. Assim como Fausto, o Diabo também perdeu seu lugar no mundo: em Pessoa, nem mesmo aparece; em Valéry, é Fausto que lhe propõe o pacto; em Mann, Adrian duvida que realmente Mefistófeles tenha-lhe surgido, se não fora mais um fantasma de sua demência.

As leituras espinosanas de Goethe afetaram o cerne de sua produção literária, especialmente no que respeita a seu período clássico. Ele se inicia abordando a controvérsia sobre o espinosismo na segunda metade do século XVIII alemão, para paulatinamente atingir uma perspectiva apropriada a partir da qual se possam reavaliar certos pontos de vista normalmente aceitos sobre a relação entre Goethe e a filosofia de seu tempo. No século XIX e na primeira metade do XX não houve muitas dúvidas sobre o valor do corpus espinosano para Goethe, mas por décadas este assunto foi raramente contemplado com rigor. Assim, o presente trabalho toma como foco a afinidade entre ambos, desde a perspectiva da obra literária de Goethe.  
 



Lucifer Prometeus
- lucifer_liege_luc_viatour


“A mentira das igrejas e congregações, cegam os seus olhos, e nao conseguem ver o brilho real da estrela da manhã! a verdade absoluta não pertence a mente humana e fraca, porém ela pode ser alcançada com a plenitude da alma.”
John Milton


“Fere-lhes com tais modos os ouvidos:
Dominações, virtudes, principados,
Tronos, poderes, se são vossos inda
Estes imensos títulos pomposos,
Se acaso inda não são nomes inúteis:


Há quem, por um tirânico decreto,
Todo o poder a si vem arrogar-se
Fazendo dele horrível monopólio,
E, sob o nome de monarca ungido,
Eclipsa nossa glória e privilégios.



Toda esta marcha rápida, noturna,
Esta convocação acelerada,
Promove-as ele, a fim de vermos como,
Com que pompas nos cumpra recebê-lo
Quando vier extorquir de nós – escravos !-


- Tributo genuflexo agora imposto,
Vil prostração, que feita ante um já cansa,
Que feita a dois se torna insuportável!

E não pode outro arbítrio mais sisudo
Dar-nos mais elevados pensamentos,
Que a sacudir tal jugo nos ensinem?
Curvareis vosso colo majestoso ?
Súplice joelho dobrareis humildes ?


Decerto o não fareis, se não me engano,

Que vosso jus por vós é conhecido:
Bem sabeis que no Céu nascidos fostes,
No Céu antes de vós nunca habitado;


E, se ente vós não sois iguais de todo,
Iguais contudo sois na liberdade:
As várias gradações, as jerarquias
Da liberdade os forros não estragam,
Antes maior firmeza lhes transmitem.


Quer dentre iguais na liberdade pode
Por direito ou razão alçar um cetro
Sobre consórcios seus, posto mostraram
Menor poder em si, menos fulgores?

Não temos leis e nem por isso erramos;

E quem tais leis impor-nos pode ou deve ?
Ninguém pois pode ser monarca nosso,
Nem de nós exigir tão vil tributo
Em desprezo dos títulos excelsos,
Que atestam destinada nossa essência
Para ser dominante e não escrava.”


(MILTON, John. O paraíso perdido. 
Trad. de Antônio José de Lima Leitão. S. Paulo: Logos, p. 261-2)


http://www.gnosisonline.org/index.php
http://artecultural.wordpress.com/2009/09/29/lucifer-prometeus/


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A MÚSICA DAS ESFERAS





    * Johannes Kepler nasceu no dia 27 de dezembro de 1571 em Weil (Wurttemberg),
     na Alemanha, e morreu no dia 15 de novembro de 1630 em Ratisbona.

    * Kepler foi um dos mais importantes cientistas do seu tempo e pode-se dizer que,
     sem os seus trabalhos, a física desenvolvida posteriormente por Newton talvez não existisse.

    * Kepler era um matemático e místico, interessado principalmente nas relações numéricas
     entre os objetos do Universo. Ele descreveu a sua busca da ciência como um desejo de
     conhecer a mente de Deus.

    * Kepler foi para Praga trabalhar com Tycho Brahe e pode, assim, utilizar os seus preciosos
    dados observacionais.

As leis de Kepler
Usando as observações de alta qualidade, sem precedente, de Tycho Brahe, Kepler pode fazer cálculos altamente precisos das órbitas planetárias.
Embora Kepler pudesse ter obtido resultados quase coincidentes aos dados experimentais de Tycho Brahe se tivesse usado órbitas circulares perfeitas, era tanta a confiança que ele tinha nos dados observacionais de Brahe que ele continuou a insistir nos cálculos até conseguir igualar a precisão anteriormente obtida por Brahe.

Em 1609 Johanes Kepler publicou seu livro
Astronomia nova aitologetos um vasto volume de quase 400 páginas, onde ele apresentava uma das maiores revoluções na astronomia. Neste livro Kepler revelava ao mundo científico duas importantíssimas leis relacionadas com o movimento planetário: a lei das órbitas elípticas e a lei das áreas.
A chamada terceira lei do movimento planetário, a lei que relaciona o período orbital com as distâncias, foi publicada em outro livro de Kepler, editado em 1619 com o título Harmonice mundi.

Resumindo, Kepler desenvolveu três regras matemáticas que eram capazes de descrever as órbitas dos planetas. Segundo Kepler
          * as órbitas dos planetas são elipses onde o Sol ocupa um dos focos
          * os planetas percorrem áreas iguais da sua órbita em intervalos de tempos iguais
          * o quadrado do período orbital é proporcional ao cubo das distâncias planetárias medidas a partir do Sol
As conseqüências do trabalho de Kepler

É muito interessante verificar o que estas leis modificam na astronomia antiga.
A primeira lei de Kepler elimina o movimento circular que tinha sido aceito durante 2000 anos.

A segunda lei de Kepler substitui a idéia de que os planetas se movem com velocidades uniformes em torno de suas órbitas pela observação empírica de que os planetas se movem mais rapidamente quando estão mais próximos do Sol e mais lentamente quando estão mais afastados.
A terceira lei de Kepler é precursora da Lei da Gravitação que seria desenvolvida por Newton na parte final do século 17.

Além disso, de modo bastante óbvio, as três leis de Kepler exigem que o Sol esteja no centro do Sistema Solar, em contradição com a idéia de Aristóteles.

A astronomia muda para sempre







Mais importante do que descrever órbitas ou posições de planetas, as leis de Kepler são, na verdade, conseqüências de principios muito mais fundamentais. Quando as leis de Newton, que descrevem o movimento dos corpos e a gravitação, são aplicadas aos sistemas planetários elas se reduzem às leis de Kepler. Deste modo, a astronomia e a física passaram a ser ligadas para sempre.

Os trabalhos de Kepler iniciam uma nova era. A partir de Galileu, o uso dos telescópios foi se tornando uma necessidade cada vez maior na astronomia. Equipamentos cada vez mais poderosos passaram a revelar os mais incríveis segredos guardados há milhares de anos no céu. Com o uso dos telescópios e com a fusão entre a astronomia e a física, a astronomia nunca mais seria a mesma.

 
DESCIFRAN MISTERIO DE SUPERNOVA
http://www.youtube.com/watch?v=jS9Kz4Bl138
 
Kepler's Supernova Remnant in 60 Seconds(in HIGH DEFINITION)
http://www.youtube.com/watch?v=BSPw_1-jRtQ

 Carl Sagan: Kepler's Laws of Planetary Motion
http://www.youtube.com/watch?v=GcKiG-CuvtA

Cosmos Episodio 3 parte 7/7
http://www.youtube.com/watch?v=WgYpCHIickU

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

SOLIDARIEDADE & FRATERNIDADE - Delmar Domingos de Carvalho



Mozart: Sinfonia Concerto K. 364 part 1
http://www.youtube.com/watch?v=rJuabueEqb4

Belíssima energia
verdadeira mente restaura
- conserto  concertante

Mozart: Sinfonia Concerto K. 364 part 2
http://www.youtube.com/watch?v=j4DAcNspYHI

Ao abrir caminho
 vê desenho estampado
- no  brilho do olhar.



Delmar Carvalho <dmrosa@netvisao.pt>



Solidariedade? Não e Sim
Fraternidade? Sim 


Título do novo Livro a sair em Fevereiro 2010, com a chancela da Editorial Minerva, em que estes temas são abordados, nas suas diversas faces, no caso da solidariedade, algumas negativas e outras positivas e em que se defende, claramente, que a Fraternidade é a solução.
Tudo caminha para a Fraternidade Universal que será uma realidade daqui a pouco mais de três mil anos.
Juntamos a Prefácio do nosso querido amigo, professor, músico e poeta, Eduardo Aroso, e as notas introdutórias da nossa responsabilidade.

PREFÁCIO

Ainda que o autor tenha recorrido a diversas fontes para a elaboração desta obra, estamos em crer que ele não pretendeu fazer uma espécie de tratado ou estudo em forma de tese sobre a Solidariedade e a Fraternidade, adicionando-o aos que porventura já existam sobre o assunto. Todavia, Delmar de Carvalho fez muito mais do que isso. Diz-nos ele que “este trabalho vive há mais de 50 anos em nosso interior; muitas das vezes no silêncio interno, com os anos e experiências da vida, ele foi ganhando mais clareza (...)”. Está bem patente nesta obra que, a clareza a que se refere, é o produto das experiências da sua vida que foram depurando o profundo sentimento de solidariedade e de fraternidade com que Delmar já veio a este mundo. Mas essa flor – a mais bela flor, a do aroma da rosa – não podia (pode) viver sozinha, apesar da sua beleza. É bem verdade que ninguém vive só para si, e já na expressão aristotélica que nos fala do homem como ser sociável, encontramos a raiz da fraternidade e da solidariedade. E, pela maravilhosa filosofia rosacruz, dada ao mundo pelos Irmãos Maiores a Max Heindel, sabemos que como espíritos virginais somos unos com Deus. Daí a solidariedade e sobretudo a fraternidade serem “destino fatal” do ser humano, ou como alguém disse “o homem está condenado a amar o seu irmão”.

O leitor, provavelmente antes de chegar ao fim da leitura deste livro, sentirá que as palavras do autor são antes de mais um imperativo do coração que foi construindo uma ponte certeira com a razão, pelo estudo e vivência dos ensinamentos rosacruzes. Assim, consciente do actual estado do mundo, Delmar de Carvalho sabe que é possível, desejável e que, por fim, será atingida a verdadeira solidariedade e fraternidade. Um dos traços deste livro é o da clara destrinça entre a “solidariedadezinha” e a verdadeira solidariedade. A primeira surge mais ou menos em todo o lado, animada por emoções fugazes, por interesses de pouco alcance, quantas vezes com a anulação da liberdade individual, sendo uma manifestação típica da Era de Peixes; a segunda é uma tarefa hercúlea que demanda esforço sábio e organizado, bem como conhecimento oculto sobre a constituição física, emocional, mental e espiritual do Homem. A dádiva, sem o dador, poderá ter algum alcance nos outros, consoante cada caso, mas, do ponto de vista evolutivo, tudo fica na mesma.
A verdadeira solidariedade assenta no estudo do passado do Homem, na análise das condições presentes e no conhecimento oculto sobre a sua futura evolução. Este conhecimento deve tomar uma forma organizada na acção que devemos empreender neste mundo; nunca é demais insistir que a filosofia rosacruz está particularmente indicada para os discípulos ocidentais, que deverão levar a cabo a tarefa do Espírito Santo, enquanto canais de energia organizadora e criadora no plano mais denso.

O autor, elaborando este livro numa linguagem clara e directa, vai burilando conceitos de solidariedade, fraternidade, misericórdia, mutualismo, humanitarismo, sem que se confundam, embora muitos se cruzem entre si na maravilhosa e amorosa tapeçaria dos sentimentos.

Solidariedade e justiça. Conceitos que só aparentemente não se podem coadunar. A figura de olhos vendados, que tem funcionado como símbolo da justiça, é uma espada de dois gumes: se por um lado representa a melhor condição para não se ser afectado por diferenças de cor, credo ou condição social perante a justiça, por outro lado pode ser a cegueira interior a outros elementos necessários para não cair no paradigma do “olho por olho, dente por dente”. A menos que os olhos do coração (não do coraçãozinho) estejam bem abertos, vigilantes! Parece-nos que a verdadeira justiça deverá ser, simultaneamente, rigorosa e fraternal, modelo da entrante Era de Aquário. E nisto está a dificuldade gigantesca, mas que pode ser vencida. Um novo desafio do homem! Ver-se-á que a verdadeira solidariedade (baseada na responsabilidade e interiorização espiritual do beneficiado) evitando cada vez mais situações de “punição cega”, típicas do Velho Testamento, fará surgir um sentido mais alargado de justeza em vez de justiça.

Por último, cremos que as palavras deste livro brotaram mais facilmente da pena de Delmar Domingos de Carvalho, também pelo facto de sua esposa Maria Amélia, comungando os mesmos ideais, ter, em jeito de diapasão do mesmo tom, uma vivência em comum que, por certo, muito tem ajudado a dar aroma a estes capítulos sobre solidariedade e fraternidade. Que estes anseios - que já vivem plenamente no coração de quem os escreveu – possam florescer aos olhos de todos, como a beleza de uma rosa deslumbra a quantos a contemplam.
Coimbra, 18 de Novembro de 2009

Eduardo Aroso
(Professor de Música e Escritor)

Notas Introdutórias



Na realidade somos todos irmãos.
Só que o egoísmo, o orgulho e o individualismo
nos cristalizou e cristaliza, a tal ponto
que é mais ou menos desdenhado todo
o que defende a Fraternidade Universal.
Como esta coloca ponto final
na exploração dum ser humano
por outro, seu irmão ou irmã,
porque encerra sentimentos de igualdade e de liberdade
não tolerados por muitas mentes e instituições,
embora, algumas, demagogicamente,
falem e escrevam sobre essa trindade,
Ela, tal como os seus seguidores e defensores,
são alvo de ostracismo.
Por isso, cada vez mais se fala em solidariedade,
a caridadezinha laica e religiosa da actualidade.

Delmar Domingos de Carvalho




Perde-se na noite dos tempos os sentimentos e as acções de solidariedade, como de fraternidade.
Quando analisarmos a Memória da Natureza onde tudo está escrito, relacionado com a nossa actividade, a Verdade Histórica será muito mais perfeita e profunda, e, em alguns casos, totalmente diferente da que, hoje, é apregoada aos quatro ventos.

Nas antigas culturas desde a egípcia, à judaica, até às mais orientais, da suméria à hindu e à chinesa, há menções, há actos que encerram o espírito de solidariedade.

Tudo isso tem evoluído, com a civilização greco-romana, com as que foram criadas após Cristo, na Idade-Média até ao século XXI, onde cada vez mais se fala e se procura praticar a solidariedade.
Há alguns séculos, foram criadas Instituições que fomentaram a actividade da caridade, religiosa e laica, como um certo espírito de Irmandade; algumas com leis muito avançadas em altruísmo e justiça.

Contudo, ela era restrita, por vezes, apenas para os que pensavam do mesmo modo, somente era exercida para os membros da sua Associação, do seu feudo, da sua raça. Tais factos dependiam do carácter de cada qual, como em tudo.

Actualmente, assistimos à criação de Cooperativas, de Associações, nas mais diversas áreas socioeconómicas, cívicas, religiosas, culturais, políticas e noutras, em que o solidário é a nota principal.
Por todo o lado, fala-se em solidariedade, nos órgãos de comunicação social até aos sindicatos. Podemos afirmar mesmo que o seu uso se vulgarizou, e, nesse campo, o Solidarsc, polaco, de Lech Walesa, mais tarde seria Presidente deste País da U.E., teve um papel fundamental na sua divulgação.

Ao mesmo tempo, a palavra Fraternidade e tudo o que ela encerra é, em grande parte, colocado em segundo plano, muito embora, tenham sido criadas várias Associações com o nome de Fraternidade desde a Fraternidade Rosacruz de Max Heindel, em 1909; até à Grande Fraternidade Universal, à Fraternidade de S. Francisco de Assis e muitas outras.

Face ao estado evolutivo da Humanidade, entendemos as razões porque é muito mais fácil falar sobre Solidariedade, do que falar e viver a Fraternidade Universal com um âmbito muito mais vasto e profundo.
Sabemos que muitas pessoas, incluindo sacerdotes cristãos que consideram, como utopia, a criação da Fraternidade Universal; é que esta exige uma profunda renovação de cada ser humano e uma incomensurável transformação em todas as estruturas existentes, desde as leis, às mudanças socioeconómicas, às relações entre pessoas individual e colectivamente, entre povos, de tal modo que as nações irão perdendo parte das suas competências e soberanias, para lentamente passarem para Organismos Supranacionais (Continentais e Mundiais) para uma eficaz solução dos problemas ambientais, de saúde, de segurança, da droga, dos crimes económicos, do tráfico de menores e mulheres e outros, até vivermos sob um Governo Mundial, como um Parlamento Mundial e assim por diante, estruturas que já foram idealizadas pelo Rosacruz, João Amós Coménio, no século XVII, como por Bertrand Russell, no século XX.
  
Tudo tem o seu tempo, até lá pratiquemos a solidariedade, e dentro das nossas capacidades, exercitemos a amizade fraterna em obras e nas Instituições, sejam quais forem os credos ou condições sociais de cada qual, de modo a que, no mais curto espaço de tempo, vivamos na Harmonia, na Justiça, na Sabedoria, no Amor, na Paz da Fraternidade Universal.

Em Portugal, na Primeira República, a correspondência oficial terminava em Saúde e Fraternidade; depois, com o salazarismo, A Bem da Nação; após 25 de Abril de 1974, Com os melhores cumprimentos.
Acerca destas mutações, cada qual pode fazer as suas análises, extraindo as suas conclusões, como contribuir para a renovação libertadora na comunicação entre os Serviços e as pessoas.

Tempos virão, mais breves do que muitos pensam, em que a palavra Fraternidade e a dinâmica fraterna, serão cada vez mais generalizadas, e a seu tempo, universalizadas, com uma força e uma actividade que substituirão, definitivamente, a Solidariedade.

Até lá, solidariedade, sim, para resolvermos alguns casos pontuais, nesta fase evolutiva em que a Fraternidade Universal ainda está para além do lugar, é utopia; e não, na sua generalização ou em assuntos em que o amor fraterno devia ser a nota principal, já devia ser topia, isto é, já devia ser colocada no seu lugar, do grego, topos, local.

Fraternidade, sim, porque a Humanidade só pode estar bem, no seu todo, se cada uma das suas partes o estiver. E isto exige amor constante, que dá sem nada pedir, nem sequer um obrigado, que dá de si mesmo, e não daquilo que é dos outros, uso real e efectivo da liberdade em todos os aspectos, justiça perfeita, sem haver direitos e honras especiais seja de quem for; plena igualdade na diversidade, sem superioridade ou inferioridade.

Na Fraternidade todas as actividades são valiosas, respeitadas, e não havendo líderes, mas trabalho de grupo, cada qual, cheio de amor fraternal em seu coração, ajudará a que cada ser humano se liberte por si, unindo-se na Vida Una e Única, no todo, sem perder a sua individualidade singular.

Temos consciência que tudo tem o seu tempo e que Roma e Pavia não se fizeram num só dia.
Este trabalho vive há mais de 50 anos em nosso interior; muitas das vezes no silêncio interno, com os anos e a experiência da vida, ele foi ganhando mais clareza, de um pequeno arquétipo mental, ia aumentando, subindo até mundos mais subtis, graças ao estudo da filosofia rosacruz e de leituras de obras universais de outros que venceram a Lei da Morte, como devido à nossa experiência interna e às mutações no nosso interior.

Por diversos motivos, teve de aguardar o seu tempo, incluindo, profissionais, depois, o nosso programa sobre a prioridade dos trabalhos, até que chegou a Hora. Não está como desejávamos, mas do ideal à prática vai um longo caminho, do nosso canal espiritual até ao mental, vai um trajecto em que este fica algo ofuscado e não permite a comunicação de mensagens mais elevadas, mais claras, para a solução dos nossos problemas.

Sucede o mesmo no caminho do amor, como expressão emocional, que tem o seu assento no nosso corpo de desejos, veículo das emoções, até chegarmos ao Amor, como expressão do Espírito de Vida que está intimamente ligado ao nosso coração. Quando Ele dominar a circulação do sangue, nesse caso, teremos não só o domínio de nós mesmos, como amamos em Verdade. O Amor elevado, eterno, viverá em nosso coração e, nesse caso, a Fraternidade é vivida em cada momento, eternamente.

Todos, uns mais do que outros, temos sido actores e actrizes neste grande palco que é a Terra, a Vida. Todos uns mais do que outros temos participado em determinados acontecimentos que marcam a História da evolução da Humanidade, no sentido de se criar uma civilização mais livre, mais fraterna, mais justa.
Quantos marcos já passámos? Contudo, onde está a Fraternidade Universal?

O problema é que vivemos as questões, os momentos, pelo amor, expressão emocional e não com o Amor,
expressão do Espírito de Vida, onde a Unidade da Vida é uma realidade, o veículo mais inferior de Cristo.

Por isso, acaba por se diluir, e passado algum tempo, o nosso egoísmo, o nosso orgulho, o nosso materialismo, os nossos credos separatistas, acabam por fazer esquecer essa fraternidade que se viveu em determinado momento, como na queda do muro de Berlim, em que segundo testemunhos de pessoas que o viveram, havia um sentimento de Fraternidade, de abraços cheios de alegria, de amor, só que, passado um ano, esse sentimento tinha murchado! E isso porque voltou, ao de cima, toda a nossa realidade interna.

Enquanto não vencermos em nosso interior, os diversos muros desde a intolerância, o egoísmo, a insegurança, por vezes, o ódio, a inveja, o ciúme, a vaidade, o orgulho, jamais haverá fraternidade vivida para sempre. Vão continuar a existirem diversos muros a separar-nos, e infelizmente, vamos criar mais muros, mais leis separatistas, como, agora, está sucedendo em diversas zonas, de novo, separando povos, irmãos e irmãs!

Face a esta realidade, falar em solidariedade é hipocrisia; falar em Fraternidade, então, é melhor não sermos tão mentirosos.

Em 1995, seis anos depois da queda do muro em Berlim, fomos visitar a antiga Alemanha Oriental, que abrangia diversos Estados desde o de Brandeburgo, como o de Berlim no Centro, uma cidade única e ímpar, a Saxónia Anhalt, a Saxónia, a Turíngia. Em relação à parte Ocidental havia muita diferença. A zona Leste é mais rural, a zona Leste de Berlim, estava ainda em obras, havia casas sem janelas, etc, etc.

Ouvimos um irmão nosso, um português que ia connosco e que tinha vivido o dantesco panorama da destruição de Berlim no final da II Grande Guerra. Era jovem funcionário da Embaixada de Portugal, em Berlim. São testemunhos que deviam ter sido ouvidos e devidamente registados. Os nazis, que também existiam em outros países, fizeram sofrer muito, imenso, foi uma guerra monstruosa, mas muitos milhões de alemães também sofreram e de que maneira, como os austríacos, quantos não lutaram contra o nazismo, dando as suas vidas. Vejam o Museu da Liberdade em Viena, Áustria; leiam a luta dos estudantes alemães com o seu símbolo da Rosa Branca, etc, etc. E o que sucedeu na antiga URSS? O que sofreu este povo russo e o que sofreram os povos por ela dominados?

De tudo isto, uma pergunta veio ao nosso interior: até quando continuamos com guerras? Até quando haverá indústrias de armamento, até quando haverá pessoas monstruosas, guerreiras, por vezes, paranóicos terroristas, suicidas, até quando temos ditadores, demagogos, vendilhões dos Templos?

A conclusão a que chegarmos é que há muito a mudar, no nosso interior, nas Instituições, tem de haver mais justiça social a nível mundial e isso exige Instituições Supranacionais com mais meios, com maior capacidade para intervir a nível universal, mais fraternidade real.

A Liberdade é uma flor que devemos dar muito alimento, e se não houver o pão de cada dia, para todos os seres humanos, como está sucedendo em todos os países, adeus Liberdade, e muito menos Fraternidade porque esta é que engloba aquela, é a sua base e o seu corpo.

Aprendamos com a História.     
É tempo.

Delmar Domingos de Carvalho