Diferente dos animais, o homem pode
pensar, raciocinar, usar a sua mente para mudar a si mesmo e a realidade
em sua volta, já um animal ele fica a mercê da natureza. Alguns humanos são como animais, a mercê da natureza selvagem imposta por outros humanos. Viver
de luz é uma realidade, estou postando este vídeo não para que as
pessoas passem a viver de luz, mas para que revejam seus conceitos e
passem a comer menos e de forma mais saudável. E que possam excluir a
carne de sua dieta. Este é o primeiro passo para uma vida mais saudável e
consciência tranqüila.
Por Jasmuheen A Bondade é o único investimento que nunca falha.
Henry David Thoreau – escritor e naturalista
Se você deseja passar pelo processo dos 21 dias, já pesquisou tudo que pode sobre o assunto e leu meu livro Viver de Luz(também intitulado Alimentação Prânica), então o próximo passo é perguntar-se:
Você está fisicamente pronto?
Você
consegue fazer pelo menos uma hora inteira de exercício
diariamente sem problema? Recomendo um programa de treinamento
múltiplo para força, graça, flexibilidade e energia como:
levantamento de peso
caminhada
yoga
exercícios isométricos
natação
dança
artes marciais, etc.
Você tem sido vegetariano por pelo menos alguns anos?
Antes
do processo você está preparado para se tornar vegetariano por 6
meses, depois apenas alimentos crus, depois líquidos por mais 6
meses antes de começar o processo dos 21 dias?
Já fez tudo que pode para desintoxicar-se?
Aprendeu sobre jejum e jejuou tomando apenas sucos ou água por 7 dias antes?
Com o passar dos anos aprendeu a ouvir a voz do seu corpo e a tratá-lo como um templo?
Você está emocionalmente preparado?
Você
tem um relacionamento positivo com a família e com os amigos,
sente-se contente com a vida e feliz com quem você é?
Você já realizou o que queria e agora deseja apenas servir e fazer da sua vida aqui algo de positivo para o planeta?
Você já parou e se perguntou por que você deseja fazer isto?
Já examinou seu apego à comida?
Você é suficientemente disciplinado para lentamente eliminar tudo da sua dieta, exceto alimentos crus?
Se positivo, você é disciplinado o suficiente para eliminar tudo exceto frutas?
E tudo, exceto líquidos?
E depois talvez mesmo os líquidos?
Você tem idéia do impacto que isto causará na sua vida social?
E isto importa?
Você está mentalmente preparado?
Você sabe e tem a experiência de que você cria a sua realidade?
Você
exercita o controle da mente e assim sente os benefícios da
aplicação dos pensamentos positivos e da programação na
manifestação?
Você tem uma forte conexão mente/corpo?
Você escuta a orientação dada pelo seu corpo?
Você está espiritualmente preparado?
Você
vem meditando regularmente o suficiente para sentir a presença do
Eu Divino (DOW) e experimentar os benefícios da meditação diária na
sua vida?
Você aprendeu a ouvir e a confiar na orientação do seu Eu Divino?
Você
está preparado para ser flexível e aberto e experimentar este novo
estilo de vida sem se importar com o que os outros pensem?
Você
está preparado para fazer isto até estar convencido de que você é
livre da necessidade de se alimentar com comida? Mesmo que isto
leve meses?
Você
sabe que o processo dos 21 dias não vai solucionar todos os seus
problemas e que o contrário pode ocorrer ficando seus problemas
mais evidentes e podendo parecer piores?
Finalmente,
o seu coração foi mesmo tocado quando você soube deste processo –
ao ponto de você saber que ele era para você?
A
menos que você responda sim a todas as perguntas, nós recomendamos que
você espere para passar pelo processo dos 21 dias. Lembre-se de que é
uma iniciação de alto nível e de que o sucesso de ser nutrido
continuamente pelo prana depois do processo é totalmente dependente das
questões acima. A continuidade neste estilo de vida exige disciplina
diária, compromisso e coragem.
Nos
últimos 5 anos de pesquisa ouvi muitas histórias de indivíduos que
estavam fisicamente preparados através de exercícios, alimentos crus,
etc., mas que não conseguiram ser alimentados pelo prana mesmo seguindo o
processo exatamente como descrito neste livro.
Encontrei também muitos que estavam bem preparados espiritualmente e
tinham uma longa história de meditação mas que encontraram muitas
dificuldades por não estarem fisicamente preparados. Encontrei muitos
que estavam fisicamente preparados e que meditavam há muitos anos mas
que não utilizavam o controle mental em suas vidas e assim não estavam
convencidos de que criam sua própria realidade.
Apenas
em alguns casos as pessoas que não estão preparadas em todos os níveis
passam por cura surpreendente ao se submeterem ao processo, e enquanto
alguns foram curados, outros vivenciaram o agravamento dos seus
problemas. Porque isto funciona para alguns e não para outros parece ser
uma questão de graça divina.
Embora
nós entendamos que o tipo de pessoa atraída por isto seja habitualmente
muito forte e não o tipo que precisa que lhe digam o que fazer, nós
insistimos para que todos que passarem por isto tenham bom senso e
cautela e ouçam seu corpo e seu Eu Divino a cada passo do caminho. Daí
nós oferecermos as perguntas acima para assegurar que você esteja bem
preparado e possa desfrutar desta jornada sem problemas desnecessários.
Mais sobre nossa pesquisa estará no nosso novo livro “Embaixadores da
Luz – Viver de Luz.”
“Existem apenas dois caminhos para viver sua vida.Um é como se nada fosse um milagre. O outro é como se tudo fosse um milagre.”
Albert Einstein
Processo dos 21 Dias - por Evelyn Levy Torrence
Muitos
estão questionando sobre o caminho mais correto de realizar o processo
dos 21 dias sem alimentação, e também sobre a veracidade desta
experiência humana tão fora dos padrões vitais conhecidos por nossa
civilização.
Para esclarecer melhor todos os pontos, vamos explicar o processo passo a passo, começando pela decisão em realizá-lo para si.
Esse
processo não é e nem pode ser considerado como uma “nova dieta de
emagrecimento”. Essa nunca foi a proposta do trabalho, que visa única e
exclusivamente a desintoxicação orgânica humana e reconexão interna com o
Eu Superior.
Para
se tomar a decisão de parar de alimentar-se de elementos sólidos, é
preciso muita consciência e visão, para que o processo possa ser
realizado com absoluto êxito.
O
alimento é hoje o causador de 90% dos casos de morte por doenças,
velhice e esgotamento físico. Os seres humanos estão a cada dia
ingerindo mais e mais venenos químicos, sem ter consciência do que estão
fazendo com seu próprio corpo e consequentemente com a própria vida.
O
Processo dos 21 dias foi elaborado pela australiana Jasmuheen, há cerca
de 10 anos . Jasmuheen, depois de pesquisar e estudar a influência dos
alimentos na vida humana, recebeu a autorização espiritual para ensinar
às pessoas mais conscientes, como se reconectar com seu Eu Superior
através de uma reprogramação física, energética, mental e espiritual.
Hoje,
está mais simples e mais fácil de se realizar o processo não alimentar,
devido ao grande número de pessoas no mundo que já passaram por essa
incrível experiência, e estão auxiliando com seus relatos. Há dez anos
atrás, Jasmuheen estava praticamente sozinha neste trabalho e por isso,
ela decidiu por colocar alguns obstáculos que impedissem que pessoas
física e emocionalmente despreparadas tentassem realizar a reprogramação
sem ter consciência do que isso significa em termos de futuro e de vida
pessoal.
Fazer
o processo atualmente é apenas uma questão da pessoa interessada
informar-se corretamente. As informações necessárias para essa
experiência pessoal, já estão disponíveis de diversas formas, inclusive
através da mídia alternativa (no site vivendodaluz.com existem várias
matérias sobre o tema).
Esse
processo de reprogramação alimentar foi dividido em 3 grupos de 7 dias,
totalizando um programa de 21 dias, que começa com a decisão interna de
parar de comer.
Essa decisão pode ser tomada de diversas diferentes maneiras:
Ir parando aos poucos (quando a pessoa gradativamente reduz a alimentação, cortando os alimentos mais pesados)
Aplicando
jejuns alternados (conforme indicado no artigo chamado Jejum
Racional escrito por Serena Harris, que esta no link artigos do
site vivendodaluz.com).
Entrando
numa dieta à base de frutas ( dieta liberada de frutas, castanhas e
sementes de frutas, frutas secas e sucos, sem horários de
refeições).
Parando
completamente a alimentação com uma data marcada (neste caso a
pessoa precisa estar 100% consciente de sua decisão radical).
Seja
qual for a forma que a pessoa realize a sua preparação pessoal para a
desintoxicação, ao entrar no processo ela deve estar completamente
segura de si, munida de informações e conectada com o seu Eu Superior.
Aconselhamos a leitura do livro Viver de Luz - Editora Aquariana - Jasmuheen e o estudo de todo o site Vivendodaluz.com
É fundamental
que a pessoa saiba
que estará realizando uma diferente,
estranha e muitas vezes dolorosa experiência física.
Estamos
falando de uma reprogramação orgânica, onde um sistema (sistema
digestivo) será em parte desativado e outro sistema (endócrino) será
ativado.
O
objetivo do processo é fazer com que a pessoa se torne apta a viver da
captação da energia cósmica, ao invés de viver da ingestão de elementos
sólidos (comida).
O PROCESSO
Tomada
a decisão consciente de realizar o processo dos 21 dias, a pessoa deve
então marcar uma data para o início da sua reprogramação. Aconselhamos
que seja dedicada toda atenção e energia para os primeiros 7 dias do
processo, que são os mais difíceis de serem superados.
PRIMEIRA SEMANA - 7 DIAS
Nesta primeira semana,
a pessoa retira de seu organismo
a entrada de QUALQUER tipo de elemento externo,
incluindo todo tipo de líquido,
inclusive água.
Chamamos a primeira semana de
TRAVESSIA DO DESERTO INTERNO.
Nestes
7 dias iniciais, a desintoxicação começa com uma parada radical do
sistema digestivo, forçando, em nível mental e energético, a maior
atividade das glândulas pineal e pituitária.
Nesta
primeira semana, a pessoa normalmente se sente fraca, poderá ter dores
de cabeça e sensações físicas desagradáveis. Não se esqueça de que
estamos tratando de uma desintoxicação orgânica alimentar e por isso as
reações físicas podem ser diversas, dependendo do nível e do grau de
toxinas que estiverem acumuladas em seu organismo.
Aconselhamos paz,
tranqüilidade, silencio, controle mental e físico,
consciência e sabedoria para administrar
o corpo e a mente, durante essa primeira semana.
Procure
meditar, tomar muitos banhos, ler livros iniciatórios (aconselhamos
alguns no link literatura do site vivendodaluz.com), fale com alguém
somente o extremamente necessário. Evite assistir televisão e nem leia
jornais. Quanto mais afastado estiver do estresse do mundo, melhor será
essa travessia interna.
Caso
a pessoa decida fazer o processo mantendo o ritmo normal de trabalho,
estudo ou afazeres domésticos, esta deve ter consciência de que será
mais difícil e complicado atravessar o deserto da sede, porem não
impossível, podendo ser feito se a pessoa assim determinar.
Pode ser que aconteçam projeções astrais,
revelações em sonhos, sensações físicas estranhas
e sentimentos mentais fora do comum.
O
contato com o eu Superior ajudará na decisão de prosseguir ou não com o
processo da travessia do deserto. Se o nível de dificuldades for muito
grande e a pessoa não se sentir apta em continuar, bastará beber água,
para que tudo volte imediatamente ao normal.
Muitos
realizaram essa primeira fase em apenas 3, 4, 5, ou 6 dias. Essa
decisão não invalidará o restante do processo, se a pessoa continuar sem
ingerir alimentos sólidos.
SEGUNDA SEMANA - 7 DIAS
Superada a fase
mais difícil do processo,
na segunda semana a pessoa encontra
o Oásis da Vida que é a água.
Quando
a água e os líquidos voltam para o organismo, esses agora assumem a
função de ajudar na limpeza orgânica... quanto mais água e sucos
diluídos a pessoa beber, melhor será para a eliminação das toxinas do
corpo.
Aconselhamos
no mínimo 1 litro e meio de líquidos (água, água de coco e sucos
naturais diluídos), quantas vezes a pessoa sentir vontade.
Nesta
segunda semana, o organismo ainda estará um pouco enfraquecido devido a
mudança orgânica que está sendo feita, e por isso alguns cuidados
físicos serão de grande valor. Aconselhamos : caminhadas ao ar livre
pela manhã ou final de tarde (em locais onde o ar seja menos poluído),
exercícios respiratórios (os que melhor lhe convierem), captação da
energia solar (tirando os óculos escuros e deixando que a luz do sol
entre em seu cérebro através do canal da visão), exercícios de yoga (ou
outro exercício físico energético que melhor lhe convier), vídeos de
comédia (para distrair a mente) , e paz interior e muita meditação
durante o maior tempo possível.
Nesta
segunda fase, o corpo ainda estará se readaptando ao novo sistema vital
que foi reativado na primeira semana e por isso as sensações mentais,
energéticas, físicas e espirituais ainda poderão ser estranhas e algumas
vezes assustadoras. Mantenha o amor no topo de sua energia e a
confiança acima de sua mente para que o medo, a insegurança e a opinião
alheia não tenham poder para interromper o seu processo.
TERCEIRA SEMANA - 7 DIAS
Na
terceira semana, a sensação de fome e de fraqueza praticamente não
existirão mais para você. Você começará a se sentir bem e seus sentidos
(olfato, tato, visão, audição e fala) estarão mais apurados e
purificados. Seu sangue agora estará livre de praticamente todas as
toxinas químicas e maléficas que foram causadas pelos alimentos, e a sua
mente estará mais desperta, livre e raciocinando com mais velocidade e
inteligência. Os líquidos continuam liberados e podem ser bebidos
quantas vezes a pessoa quiser durante esta última semana, mas agora os
sucos de frutas podem ser mais concentrados.
O líquido
continuará funcionando
como um limpador sanguíneo
e diluidor dos tóxicos no organismo.
Ao
terminar essa terceira e última semana do processo, a pessoa estará
totalmente livre dos conceitos sociais e médicos sobre a necessidade da
comida na vida no ser humano. Após entender na prática que esta
informação de nossa civilização está equivocada em todos os aspectos, a
pessoa que passou pelo processo dos 21 dias e já reprogramou seu
organismo para viver dos elementos cósmicos (luz, água e ar), saberá que
está livre para não mais depender de comida para ter uma vida saudável,
próspera e feliz.
Ao
terminar o processo dos 21 dias, essa pessoa, agora reprogramada,
poderá ingerir os elementos externos que quiser, e somente se quiser e
quando quiser, pois não é mais escrava da necessidade de ter que comer
para viver.
A comida então,
antes uma necessidade vital,
agora muda de sentido e passa a ser apenas
e simplesmente um prazer bucal e mental
e não mais uma obrigação vital orgânica.
Muitos
que passam pelo processo, decidem por voltar a ingerir “coisinhas”
esporadicamente, mas aprendem a realizar todo o processo de digestão na
boca (usando a mastigação e a salivação), e não mais no estômago como
fazia antes do processo. Nenhuma volta a se entupir de venenos novamente
ou a ter uma rotina alimentar de 4 refeições diárias. Com o processo o
habito alimentar é completamente quebrado.
Ingerir prazeres externos
não é crime, mas envenenar-se
inconscientemente 4 vezes por dia
(ou mais) é fatal!
Morremos por que assassinamos
as nossas células com a imensa quantidade
de veneno
que ingerimos todos os dias
por anos e anos e anos de nossas vidas.
Aconselhamos
para as pessoas que estão interessadas em estudar mais sobre essa
estranha mas real e verdadeira realidade de vida, que comecem
esclarecendo as questões que ainda estão pendentes, estudando o site
vivendodaluz.com - link pessoas.
No link Evelyn, existe uma série de perguntas e respostas, onde você encontrará o esclarecimento de muitas questões importantes.
Lembre-se
conscientemente que você e apenas você pode ser responsável por suas
decisões na vida e por suas realizações pessoais. Sua VIDA pertence
somente a você e a mais ninguém, por isso somente VOCE pode saber o que é
melhor para você mesmo.
Sua conexão
com o seu Eu Superior é fundamental
na decisão de realizar essa reprogramação pessoal.
Estamos
mudando de dimensão... desintenssificando a carne e livrando a mente e o
corpo de tantas dependências físicas e vícios de vida que nossa
sociedade vem nos impondo, desde quando nascemos.
Para
os estudiosos mais afincos, aconselhamos a participação no fórum que
foi aberto para que as pessoas possam trocar informações e relatar suas
experiências no processo (site vivendodaluz), e também abrimos uma sala
de aula virtual para que os grupos de estudos possam se relacionar mais
diretamente entre si e debater com positivismo e grandiosidade o tema
VIVER DE LUZ (nos escreva se quiser participar da sala).
Todos
são capazes de realizar esse processo, mas somente os seres conscientes
irão realizar essa reprogramação com o êxito de quem sabe que é um ser
divino ,e por isso esta apto a viver da luz e dos elementos naturais que
a luz condensa na Terra para nos humano.
Depois
do processo descobrimos que somos livres para viver sem dependências
externas e isso traz paz interior, alegria interna e muita felicidade
social.
Saúde, Paz e Luz,
Evelyn
Fonte:
http://www.vivendodaluz.com/ Licença padrão do YouTube
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Uma data importante na história
moderna, quinta-feira 26 de abril de 1986 que esse documentário retrata
e analisa, quando um dos reatores da central nuclear de Chernobyl no
norte da Ucrânia, explodiu. Foi o fracasso reator mais significativo na
história da energia nuclear, a máxima credível Acidentes (MCA). A
planta, apenas a 20 km do centro da cidade, foi composta por quatro
reactores de cada um gerando uma produção de 1.000 megawatts. O reator
em questão explodiu devido a erros operacionais e medidas de segurança
inadequadas eo colapso era diretamente ligado à atual rotina de
geradores da unidade reator da turbina.
Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia
têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e
cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com
precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido
às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer de tireoide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente.2 O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Segue um trecho do pronunciamento do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:
Boa tarde, meus camaradas. Todos vocês sabem que houve um
inacreditável erro – o acidente na usina nuclear de Chernobil. Ele
afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional.
Pela primeira vez, nós confrontamos a força real da energia nuclear, fora de controle.
A Usina nuclear de Chernobil está situada no assentamento de Pripyat, Ucrânia, 18 km a noroeste da cidade de Chernobil, 16 quilômetros da fronteira com a Bielorrússia, e cerca de 110 km a norte de Kiev. A usina era composta por quatro reatores, cada um capaz de produzir um gigawatt de energia elétrica
(3,2 gigawatts de energia térmica). Em conjunto, os quatro reatores
produziam cerca de 10% da energia elétrica utilizada pela Ucrânia na
época do acidente.
A construção da instalação começou na década de 1970,
com o reator nº 1 comissionado em 1977, seguido pelo nº 2 (1978), nº 3
(1981), e nº 4 (1983). Dois reatores adicionais (nº 5 e nº 6, também
capazes de produzir um gigawatt cada) estavam em construção na época do
acidente. As quatro unidades geradoras usavam um tipo de reator chamado RBMK-1000.3
Sábado, 26 de abril de 1986, à 1:23:58 a.m. hora local, o quarto reator da usina de Chernobil - conhecido como Chernobil-4 - sofreu uma catastrófica explosão de vapor que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e um derretimento nuclear.
Causas
Há duas teorias oficiais, mas contraditórias, sobre a causa do
acidente. A primeira foi publicada em agosto de 1986, e atribuiu a
culpa, exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi
publicada em 1991 e atribuiu o acidente a defeitos no projeto do reator
RBMK, especificamente nas hastes de controle.
Ambas teorias foram fortemente apoiadas por diferentes grupos,
inclusive os projetistas dos reatores, pessoal da usina de Chernobil, e o
governo. Alguns especialistas independentes agora acreditam que nenhuma
teoria estava completamente certa. Na realidade o que aconteceu foi uma
conjunção das duas, sendo que a possibilidade de defeito no reator foi
exponencialmente agravado pelo erro humano.
Porém o fator mais importante foi que Anatoly Dyatlov, engenheiro
chefe responsável pela realização de testes nos reatores, mesmo sabendo
que o reator era perigoso em algumas condições e contra os parâmetros de
segurança dispostos no manual de operação, levou a efeito
intencionalmente a realização de um teste de redução de potência que
resultou no desastre. A gerência da instalação era composta em grande
parte de pessoal não qualificado em RBMK: o diretor, V.P. Bryukhanov,
tinha experiência e treinamento em usina termoelétrica a carvão. Seu
engenheiro chefe, Nikolai Fomin, também veio de uma usina convencional. O
próprio Anatoli Dyatlov, ex-engenheiro chefe dos Reatores 3 e 4,
somente tinha "alguma experiência com pequenos reatores nucleares".
Em particular:
O reator tinha um fração de vazio
positivo perigosamente alto. Dito de forma simples, isto significa que
se bolhas de vapor se formam na água de resfriamento, a reação nuclear
se acelera, levando à sobrevelocidade se não houver intervenção. Pior,
com carga baixa, este coeficiente a vazio não era compensado por outros
fatores, os quais tornavam o reator instável e perigoso. Os operadores
não tinham conhecimento deste perigo e isto não era intuitivo para um
operador não treinado.
Um defeito mais significativo do reator era o projeto das hastes de
controle. Num reator nuclear, hastes de controle são inseridas no reator
para diminuir a reação. Entretanto, no projeto do reator RBMK, as
pontas das hastes de controle eram feitas de grafite e os extensores (as
áreas finais das hastes de controle acima das pontas, medindo um metro
de comprimento) eram ocas e cheias de água, enquanto o resto da haste - a
parte realmente funcional que absorve os nêutrons e portanto pára a
reação - era feita de carbono-boro. Com este projeto, quando as hastes
eram inseridas no reator, as pontas de grafite deslocavam uma quantidade
do resfriador (água). Isto aumenta a taxa de fissão nuclear,
uma vez que o grafite é um moderador de nêutrons mais potente. Então
nos primeiros segundos após a ativação das hastes de controle, a
potência do reator aumenta, em vez de diminuir, como desejado. Este
comportamento do equipamento não é intuitivo (ao contrário, o esperado
seria que a potência começasse a baixar imediatamente), e,
principalmente, não era de conhecimento dos operadores.
Os operadores violaram procedimentos, possivelmente porque eles
ignoravam os defeitos de projeto do reator. Também muitos procedimentos
irregulares contribuíram para causar o acidente. Um deles foi a
comunicação ineficiente entre os escritórios de segurança (na capital, Kiev) e os operadores encarregados do experimento conduzido naquela noite.
É importante notar que os operadores desligaram muitos dos sistemas
de proteção do reator, o que era proibido pelos guias técnicos
publicados, a menos que houvesse mau funcionamento.
De acordo com o relatório da Comissão do Governo, publicado em agosto
de 1986, os operadores removeram pelo menos 204 hastes de controle do
núcleo do reator (de um total de 211 deste modelo de reator). O mesmo
guia (citado acima) proibia a operação do RBMK-1000 com menos de 15
hastes dentro da zona do núcleo.
Dia 25 de abril de 1986, o reator da Unidade 4 estava programado para
ser desligado para manutenção de rotina. Foi decidido usar esta
oportunidade para testar a capacidade do gerador do reator para gerar
energia suficiente para manter seus sistemas de segurança (em
particular, as bombas de água) no caso de perda do suprimento externo de
energia. Reatores como o de Chernobil têm um par de geradores diesel
disponível como reserva, mas eles não são ativados instantaneamente – o
reator é portanto usado para partir a turbina, a um certo ponto a
turbina seria desconectada do reator e deixada a rodar sob a força de
sua inércia rotacional, e o objetivo do teste era determinar se as
turbinas, na sua fase de queda de rotação, poderiam alimentar as bombas
enquanto o gerador estivesse partindo. O teste foi realizado com sucesso
previamente em outra unidade (com as medidas de proteção ativas) e o
resultado foi negativo (isto é, as turbinas não geravam suficiente
energia, na fase de queda de rotação, para alimentar as bombas), mas
melhorias adicionais foram feitas nas turbinas, o que levou à
necessidade de repetir os testes.
A potência de saída do reator 4 devia ser reduzida de sua capacidade nominal de 3,2 GW para 700 MW
a fim de realizar o teste com baixa potência, mais segura. Porém,
devido à demora em começar a experiência, os operadores do reator
reduziram a geração muito rapidamente, e a saída real foi de somente 30
MW. Como resultado, a concentração de nêutrons absorvendo o produto da fissão, xenon-135,
aumentou (este produto é tipicamente consumido num reator em baixa
carga). Embora a escala de queda de potência estivesse próxima ao máximo
permitido pelos regulamentos de segurança, a gerência dos operadores
decidiu não desligar o reator e continuar o teste. Ademais, foi decidido
abreviar o experimento e aumentar a potência para apenas 200 MW. A fim
de superar a absorção de neutrons do excesso de xenon-135, as hastes de
controle foram puxadas para fora do reator mais rapidamente que o
permitido pelos regulamentos de segurança. Como parte do experimento, à
1:05 de 26 de abril, as bombas que foram alimentadas pelo gerador da
turbina foram ligadas; o fluxo de água gerado por essa ação excedeu o
especificado pelos regulamentos de segurança. O fluxo de água aumentou a
1:19 – uma vez que a água também absorve nêutrons. Este adicional
incremento no fluxo de água requeria a remoção manual das hastes de
controle, produzindo uma condição de operação altamente instável e
perigosa.
À 1:23, o teste começou. A situação instável do reator não se
refletia, de nenhuma maneira, no painel de controle, e não parece que
algum dos operadores estivesse totalmente consciente do perigo. A
energia para as bombas de água foi cortada, e como elas foram conduzidas
pela inércia do gerador da turbina, o fluxo de água decresceu. A
turbina foi desconectada do reator, aumentando o nível de vapor no
núcleo do reator. À medida que o líquido resfriador aquecia, bolsas de
vapor se formavam nas linhas de resfriamento. O projeto peculiar do
reator moderado a grafite RBMK
em Chernobil tem um grande coeficiente de vazio positivo, o que
significa que a potência do reator aumenta rapidamente na ausência da
absorção de nêutrons da água, e nesse caso a operação do reator torna-se
progressivamente menos estável e mais perigosa.
À 1:23 os operadores pressionaram o botão AZ-5 (Defesa Rápida de
Emergência 5) que ordenou uma inserção total de todas as hastes de
controle, incluindo as hastes de controle manual que previamente haviam
sido retiradas sem cautela. Não está claro se isso foi feito como medida
de emergência, ou como uma simples método de rotina para desligar
totalmente o reator após a conclusão do experimento (o reator estava
programado para ser desligado para manutenção de rotina). É usualmente
sugerido que a parada total foi ordenada como resposta à inesperada
subida rápida de potência. Por outro lado Anatoly Syatlov, engenheiro chefe da usina Nuclear de Chernobil na época do acidente, escreveu em seu livro:
Antes de 01:23, os sistemas do controle central... não registravam
nenhuma mudança de parâmetros que pudessem justificar a parada total. A
Comissão...juntou e analisou grande quantidade de material, e declarou
em seu relatório que falhou em determinar a razão pela qual a parada
total foi ordenada. Não havia necessidade de procurar pela razão. O
reator simplesmente foi desligado após a conclusão do experimento.
Devido à baixa velocidade do mecanismo de inserção das hastes de
controle (20 segundos para completar), as partes ocas das hastes e o
deslocamento temporário do resfriador, a parada total provocou o aumento
da velocidade da reação. O aumento da energia de saída causou a
deformação dos canais das hastes de controle. As hastes travaram após
serem inseridas somente um terço do caminho, e foram portanto incapazes
de conter a reação. Por volta de 1:23:47, o a potência do reator
aumentou para cerca de 30GW, dez vezes a potência normal de saída. As
hastes de combustível começaram a derreter e a pressão de vapor
rapidamente aumentou causando uma grande explosão de vapor, deslocando e destruindo a cobertura do reator, rompendo os tubos de resfriamento e então abrindo um buraco no teto.
Para reduzir custos, e devido a seu grande tamanho, o reator foi
construído com somente contenção parcial. Isto permitiu que os
contaminantes radioativos escapassem para a atmosfera depois que a
explosão de vapor queimou os vasos de pressão primários. Depois que
parte do teto explodiu, a entrada de oxigênio – combinada com a
temperatura extremamente alta do combustível do reator e do grafite
moderador – produziu um incêndio da grafite. Este incêndio contribuiu
para espalhar o material radioativo e contaminar as áreas vizinhas.
Há alguma controvérsia sobre a exata sequência de eventos após
1:22:30 (hora local) devido a inconsistências entre declaração das
testemunhas e os registros da central. A versão mais comumente aceita é
descrita a seguir. De acordo a esta teoria, a primeira explosão
aconteceu aproximadamente à 1:23:47, sete segundos após o operador
ordenar a parada total. É algumas vezes afirmado que a explosão
aconteceu antes ou imediatamente em seguida à parada total (esta é a
versão do Comitê Soviético que estudou o acidente). Esta distinção é
importante porque, se o reator tornou-se crítico vários segundos após a
ordem de parada total, esta falha seria atribuída ao projeto das hastes
de controle, enquanto a explosão simultânea à ordem de parada total
seria atribuída à ação dos operadores. De fato, um fraco evento sísmico
foi registrado na área de Chernobil à 1:23:39. Este evento poderia ter
sido causado pela explosão ou poderia ser coincidente. A situação é
complicada pelo fato de que o botão de parada total foi pressionado mais
de uma vez, e a pessoa que o pressionou morreu duas semanas após o
acidente, envenenada pela radiação.
Sequência de eventos
Mapa mostrando o avanço da radiação após o acidente.
26 de abril de 1986
- Acidente no reator 4, da Central Elétrica Nuclear de Chernobil.
Aconteceu à noite, entre 25 e 26 de abril de 1986, durante um teste. A
equipe operacional planejou testar se as turbinas poderiam produzir
energia suficiente para manter as bombas do líquido de refrigeração
funcionando, no caso de uma perda de potência, até que o gerador de
emergência, a óleo diesel,
fosse ativado. Para prevenir o bom andamento do teste do reator, foram
desligados os sistemas de segurança. Para o teste, o reator teve que ter
sua capacidade operacional reduzida para 25%. Este procedimento não
saiu de acordo com planejado. Por razões desconhecidas, o nível de
potência de reator caiu para menos de 1% e por isso a potência teve que
ser aumentada. Mas 30 segundos depois do começo do teste, houve um
aumento de potência repentina e inesperada. O sistema de segurança do
reator, que deveria ter parado a reação de cadeia, falhou.
Em frações de
segundo, o nível de potência e temperatura subiram em demasia. O reator
ficou descontrolado. Houve uma explosão violenta. A cobertura de
proteção, de 1000 toneladas, não resistiu. A temperatura de mais de 2000°C,
derreteu as hastes de controle. A grafite que cobria o reator
incendiou-se. Material radiativo começou a ser lançado na atmosfera.
de 26 de abril até 4 de maio de 1986 - a maior parte da radiação
foi emitida nos primeiros dez dias. Inicialmente houve predominância de
ventos norte e noroeste. No final de abril o vento mudou para sul e
sudeste. As chuvas locais frequentes fizeram com que a radiação fosse
distribuída local e regionalmente.
de 27 de abril a 5 de maio de 1986 - aproximadamente 1800 helicópteros jogaram cerca de 5000 toneladas de material extintor, como areia e chumbo, sobre o reator que ainda queimava.
27 de abril de 1986 - os habitantes da cidade de Pripyat foram evacuados.
28 de abril de 1986, 23 horas - um laboratório de pesquisas nucleares da Dinamarca anunciou a ocorrência do acidente nuclear em Chernobil.
29 de abril de 1986 - o acidente nuclear de Chernobil foi divulgado como notícia pela primeira vez, na Alemanha.
até 5 de maio 1986 - durante os 10 dias após o acidente, 130 mil pessoas foram evacuadas.
6 de maio de 1986 - cessou a emissão radioativa.
de 15 de maio a 16 de maio de 1986 - novos focos de incêndio e emissão radioativa.
23 de maio de 1986 - o governo soviético ordenou a distribuição de solução de iodo à população.
Novembro de 1986 - o "sarcófago" que abriga o reator foi concluído. Ele destina-se a absorver a radiação e conter o combustível
remanescente. Considerado uma medida provisória e construído para durar
de 20 a 30 anos, seu maior problema é a falta de estabilidade, pois,
como foi construído às pressas, há risco de ferrugem nas vigas.
1989 - o governo russo embargou a construção dos reatores 5 e 6 da usina.
12 de dezembro de 2000 - depois de várias negociações internacionais, a usina de Chernobil foi desativada.
Chernobyl: a luta contra um inimigo ‘invisível’
Conheça os detalhes sobre
a radioatividade e suas
consequências no maior
acidente nuclear da história.
EMILIANO CHEMELLO
chemelloe@yahoo.com.br
Ao assistir um documentário sobre o acidente de Chernobyl, o que mais chamou
a minha atenção foi a declaração de uma das vítimas, um senhor que havia lutado na
segunda guerra mundial. Na entrevista, ele disse que preferia estar novamente na guerra
que participou ao invés de enfrentar o acidente de Chernobyl pois, diferentemente da
situação que passou, em que via o inimigo, os tanques, os mísseis, no desastre de Chernobyl
o inimigo demonstrava-se „invisível‟.
O que foi o acidente de
Chernobyl? Como ocorreu?
Quais foram/são suas consequências?
Este artigo irá esclarecer
estas e outras questões
fundamentais sobre o maior
desastre nuclear da história.
A fim de tornar compreensível
este acidente, são necessários
alguns conhecimentos
fundamentais. Para isto, é
importante saber o que é a radioatividade,
como funciona
uma usina nuclear, para posteriormente
compreendermos o
que aconteceu em Chernobyl e
quais as consequências para a
humanidade.
***
O que é radioatividade?
A radioatividade é um
fenômeno que ocorre nos átomos,
mais especificamente no
núcleo de alguns tipos de átomos.
Estes „tipos de átomos‟
que tem seu centro instável são
átomos geralmente ditos „pesados‟
(com um grande número
de prótons no núcleo e, consequentemente,
elevada massa –
daí a expressão „pesados‟). O
fenômeno da radioatividade
emitida pelo urânio, tório, actínio,
polônio e rádio foi descoberto
e estudado por grandes
nomes da ciência, como Roentgen,
Becquerel, Marie e Pierre
Curie (estes dois últimos, marido
e mulher), entre o final e
início dos séculos IX e XX.
Desde então, o homem
dedica-se aplicando este conhecimento
para fins nobres e
para outros não tão nobres
assim. Surgiram usinas nucleares,
que produzem energia
elétrica. Há também aplicações
na medicina. Porém, também
existiram as duas bombas nucleares
na segunda guerra
mundial e a guerra fria que nos
deixou com um grande medo
de uma possível guerra nuclear
entre EUA e URSS. Felizmente
ela não ocorreu.
Voltando ao átomo, esta
„instabilidade nuclear‟ citada
anteriormente se deve, em
grande parte, a uma „competição
entre a força de repulsão
próton x próton (papo de cientista:
força de repulsão de Coulomb)
com a interação nuclear
chamada „força forte‟, que faz
com que as partículas do núcleo
estejam „coladas‟ umas nas
outras. Esta competição de
forças é ganha pela força de
atração (força forte) quando há
poucos prótons no núcleo, tornando
o átomo estável. Mas, a
medida que o número de prótons
aumenta, a força de repulsão
(interação de Coulomb)
também aumenta, tornando o
átomo instável.
Todos os átomos acima
de 82 prótons no núcleo são
instáveis (radioativos). Esta
instabilidade é aliviada pela
emissão de, essencialmente,
três tipos de radiação: (alfa),
(beta) e (gama). Vejamos os
detalhes de cada uma destas
radiações.
A radiação (núcleos de hélio) é emitida e proporciona ao átomo emissor (no exemplo, o
urânio) transformar-se em outro átomo (tório) com um número atômico (que é igual ao
número de prótons) duas unidades menor e com uma massa atômica (que é a somo dos prótons
e nêutrons) quatro unidades menor.
A radiação , ao contrário das
radiações e , não é constituída
de matéria, mas sim uma
onda eletromagnética com
grande frequência. Como tal,
não altera o número de prótons
e neutrons do átomo produto
em relação ao átomo emissor.
Trata-se de uma espécie de
„acomodação‟ das partículas.
Esta radiação ocorre no átomo
de bário, conforme o exemplo,
quando este é resultado da
emissão de radiação do átomo
de césio 137.
Cs Ba 137m
56
0
1
137
55
Este bário, metaestável
(137mBa), adquire estabilidade
emitindo radiação . Perceba,
portanto, que o bário emite
radiação devido a uma instabilidade
adquirida em uma
transformação radioativa (papo
de cientista: transmutação),
que tem como origem o isótopo
radioativo do elemento césio, já
tratado nesta série quando falou-
se do acidente com 137Cs
em Goiânia, Brasil.
Esta emissão do bário é
utilizada, por exemplo, em tratamentos
contra o câncer. Mas,
quando nos submetemos a este
tipo de radiação de forma indevida,
como veremos mais adiante,
as consequências podem
ser fatais.
*** O que é fissão nuclear?
Em 1938, dois cientistas
alemães, Otto Hahn e Fritz Strassmann, descobriram acidentalmente que o urânio, ao
ser bombardeado com nêutrons, dava origem a átomos com metade de sua massa, 1 Há também a possibilidade de um próton transformar-se num nêutron, emitindo uma partícula denominada pósitron, constituindo a radiação +. como o bário. Surgia, então, a descoberta que iria transformar
o mundo: a fissão nuclear.
Como vimos anteriormente, há uma „competição de forças‟ das partículas que existem
no núcleo (papo de cientista: núcleons). Geralmente a força forte vence (talvez seja
por isto que chamam ela de „forte‟), mas há casos que há um equilíbrio tênue. É o caso
do urânio 235 (235U), um tipo de átomo (papo de cientista: isótopo) do elemento urânio que possui potencial de fissão.
Quando ele é bombardeado com um nêutron, este causa uma desestabilização no núcleo,
como se fosse o „empurrão‟ necessário para que um núcleo, já instável, se desintegre.
Na fissão, temos a força de repulsão vencendo a força de atração. Mas, como isto ocorre?
Acompanhe a explicação com base na figura a seguir:
O núcleo do 235U e o nêutron absorvido (a) formam o „núcleo composto‟ (b), que constitui o estado excitado e com energia de excitação colocada em modos coletivos de vibração. Estes modos de vibração são capazes de „esticar‟ o núcleo. Caso a energia de excitação é suficientemente
grande, em uma dessas vibrações coletivas, o núcleo composto pode assumir uma forma
com dois blocos de núcleons separados por uma estreita ponte (c).
Caso, entre esses blocos, a repulsão de Coulomb de longo alcance entre os prótons
for mais intensa do que a interação nuclear atrativa de curto alcance, o núcleo composto
se fragmenta (d). Até aqui você pode estar se perguntando onde esta história de quebrar átomos vai
chegar.
O que tem de interessante em quebrar átomos?
Bem, isto em particular não é útil (interessante para alguns, mas útil para poucos). O mais
fantástico nesta história de destruição de átomos é a energia que a fissão nuclear proporciona.
Isto sim é útil!
Para você poder ter uma ideia, apenas dez gramas de 235U fornecem a mesma energia produzida na explosão de 300 toneladas de TNT! Isto é muito útil em tempos modernos em que a demanda de energia é cada vez maior.
O 235U é um isótopo com
uma abundância de 0,7 %, ou
seja, uma parte em 140 partes
de urânio natural em média é o
de massa 235 (veja Figura 1).
Então, para tornar uma amostra de urânio um combustível nuclear, é necessário realizar
um procedimento chamado „enriquecimento de urânio‟.
Esta etapa consiste basicamente e aumentar a concentração de 235U para um valor adequa-
do para que este seja utilizável na fissão. Na seção „para saber mais‟ há detalhes destes processo e não vamos aqui detalhá-lo.
O problema da fissão é que, uma vez que os átomos são partidos, novos nêutrons são formados e outros átomos são partidos, e assim por dian-te, fazendo disso uma reação em cadeia. Quando a fissão ocorre de forma desenfreada, temos a bomba atômica! Mas, quando controlamos este processo, temos o que chamamos de usina nuclear.
A fissão nuclear essencialmente tem duas aplicações: armas nucleares e usinas nucleares. Nas armas, deseja-se uma reação em cadeia, a qual necessita de uma concentração grande de 235U. Já a usina nu-clear não necessita de uma alta concentração de 235U. Mesmo assim, com baixa concentra-ção, as energias envolvidas no processo em uma usina nuclear são grandes. Será que uma usina pode explodir como uma bomba? Vejamos o próximo capítulo deste artigo para respondermos a esta pergunta.
***
Como funciona uma usina nuclear?
O esquema simplificado de uma usina nuclear está ilus-trado na Figura 2. Em essên-cia, a fissão nuclear libera energia. Esta, por sua vez, aquece a água líquida que transforma-se em vapor. Este vapor gira a turbina que possui a capacidade de gerar eletrici-dade, a qual é transportada por uma série de etapas intermedi-árias até chegar na sua casa. As barras de controle ficam próximas ao combustível nu-clear, evitando que o processo de fissão ocorra desenfreada-mente. Estas barras são geral-mente feitas de boro ou cád-mio, elementos que absorvem nêutrons e impedem que estes promovam a fissão de outros átomos de 235U.
Como vimos anterior-mente, o urânio extraído da natureza tem apenas 0,7 % de 235U, o qual é potencialmente fissível. Então, se faz necessá-ria o enriquecimento do urânio para que ele seja aplicado a em reatores nucleares. Este enri-quecimento nada mais é que aumentar a concentração de 235U para um valor em torno de 3 %. Já para se fazer uma bomba atômica, a concentração de 235U deve ser em torno de 90 %, logo, em tese, é pouco pro-vável uma explosão atômica no funcionamento de uma usina nuclear. Mas, como tratamos com vapor em altas temperatu-ras, se algo na operação der errado, acidentes podem acon-tecer. E aconteceram. O de Chernobyl é o exemplo mais trágico, mas outros acidentes ocorreram (como o de Three Mile Island, em 1979 nos EUA).
Além do combustível e das barras moderadoras, temos uma peça fundamental que é o agente refletor. Um refletor possível é o grafite (no reator utilizado em Chernobyl). Ele desacelera os nêutrons oriundo da fissão de um átomo de 235U, que sai a aproximadamente 1600 km/s, velocidade que é reduzida a 1,6 km/s, a qual é mais eficaz para quebrar o pró-ximo átomo de 235U.
***
O que houve de errado em Chernobyl?
Ainda hoje o acidente de Chernobyl causa desconfiança quando falamos das usinas nucleares para geração de energia elétrica. Sabe-se que é uma fonte de energia limpa, pelo menos quando comparada com os combustíveis fósseis, com sistemas de segurança avançados (hoje), mas o aciden-te de 1986 faz com que fique-mos „com um pé atrás‟ quando falamos em usinas nucleares. Vejamos o que aconteceu e, ao final desta exposição, pondera-remos a respeito da racionali-dade deste „medo‟.
Na madrugada do dia 26 Abril de 1986, operadores estavam testando o reator qua-tro da estação nuclear de Chernobyl, Ucrânia, na época pertencente a URSS. Esta usi-na era responsável por 10 % da geração de energia elétrica uti-lizada na Ucrânia naquele ano. Desejava-se realizar testes as-sociados a uma das maiores e mais recentes conquistas do regime comunista. Documentá-rios e relatórios oficiais dizem que houve falha humana ao
Figura 2 – Diagrama do funcionamento simplificado de uma usina nuclear.
4
realizar os testes em uma po-ência baixa (< 700 MW), fato previsto como perigoso nos manuais de procedimentos. O teste foi exigido do comitê estatal para o uso de energia atô-mica. Os governantes temiam a necessidade de utilizar o reator em caso de ataques por causa da guerra fria. No entanto, o engenheiro chefe (Anatoly Syat-lov) desejava realizar o teste a 200 MW, a fim de preservar a água para resfriamento do rea-tor. Por erros de operação, o reator teve sua potência abai-xada até zero. Impaciente, o engenheiro chefe toma uma decisão fatal: o reator seria reativo sem que os sistemas de segurança (barras de controle) estivessem ativados (veja Figu-ra 3). Estas barras de controle funcionam como se fossem os aceleradores e os freios do rea-tor. A presença ou não delas faz o reator funcionar com me-nor ou maior potência. No reator de Chernobyl, eram 211 barras feitas de boro que en-contravam-se espalhadas entre as barras de urânio, o combus-tível nuclear.
Diante da situação de perigo, os operadores alertaram o engenheiro chefe, o qual prosseguiu com a operação. Sem as barras de controle, a potência aumentou mais rapi-damente, conforme o engenhei-ro chefe desejava. No entanto, esta mudança nos parâmetros de operação iria revelar falhas no projeto de construção do reator.
A usina de Chernobyl utilizava reatores do tipo RBMK (em russo, “Reator de Alta Po-tência no Canal”), atualmente obsoletos, que apresentavam instabilidade e usavam como combustível urânio não enri-quecido. A tecnologia, em uso desde a década de 1950, utiliza a própria água que resfriava o reator para formar o vapor para mover as turbinas, num circuito unificado. Já nos rea-tores do modelo PWR, os mais utilizados no ocidente, como nas usinas de Angra 1 e 2 aqui no Brasil, existem três circuitos independentes, sendo que o líquido radioativo circula em um circuito independente e isolado.
O modelo soviético, em-bora menos seguro, foi adotado por ser mais barato tanto na construção quanto no abaste-cimento por combustível de baixo enriquecimento. Havia, ainda, um fator estratégico: a grande quantidade de plutônio formada pelo funcionamento do reator RBMK poderia ser usada na fabricação de armas nuclea-res. Devemos lembrar o contex-to histórico do acidente: guerra fria entre URSS e EUA. Alias, há quem diga que acidente tenha sido o primeiro passo para a queda do regime comu-nista.
É importante salientar as implicações políticas que rodeavam o funcionamento dos reatores em Chernobyl. A ex-pansão nuclear era um dos grandes objetivos do regime comunista. Para tanto, priori-zou-se a implantação mais rá-pida dos reatores, sem no en-tanto dar a devida atenção aos aspectos de segurança. Houve um apressamento na inaugu-ração do reator número quatro em Chernobyl por questões políticas. A segurança ficou em segundo plano. Alias, o teste aqui narrado deveria ter sido feito antes que o reator fosse inaugurado. Mas não foi (infe-lizmente) o que aconteceu.
Devido ao pequeno nú-mero de barras de controle, a radiatividade concentrou-se na parte inferior do reator. O teste consistia em desligar as turbi-nas que alimentavam água, a fim de testar os geradores de emergência a diesel. Se algo desse errado, a água no reator seria insuficiente para capturar o calor gerado pelo reator e um acidente era possível. Ao serem desligadas as turbinas, menos água foi enviada ao reator e, consequentemente, mais vapor se formou. De forma repentina, a potência do reator começou a aumentar rapidamente. Para freá-la, acionou-se as barras de controle. O problema é que as barras de boro possuíam car-bono grafite em suas pontas. No instante em que entraram no reator, o grafite causou au-mento na potência (centenas de vezes), não uma redução como era de se esperar das barras de controle. Elas nunca deveriam ter sido retiradas durante a operação do reator.
Houve uma série de fa-lhas humanas e do reator que resultaram na explosão do mesmo, conforme já relatado (veja Figura 4). Antecipamos que não houve, neste trágico episódio, uma explosão nucle-ar, como as que ocorreram nas bombas atômicas da segunda guerra, mas somente uma ex-plosão não nuclear resultante da alta pressão de vapor de
Figura 3 – Detalhes das partes principais que constituem um reator nuclear.
Figura 4 – Foto aérea dos destroços da explosão do reator número quatro da usina de Chernobyl, Ucrânia.
5
água existente no reator. A radioatividade deriva do mate-rial radioativo que saiu do rea-tor e foi arremessado para fora. Este material radioativo, por sua vez, foi levado pelo vento para boa parte da Europa.
Algumas parte do reator (varetas que dão suporte ao combustível nuclear) são feitas de uma liga de zircônio (zirca-loy). Da mesma forma que o alumínio, o zircônio forma uma fina camada de óxido de zircô-nio que o protege contra a oxi-dação. Porém, em temperatu-ras elevadas, esta camada de óxido se decompõe, possibili-tando a seguinte reação:
Zr(s) + 2 H2O(v)
ZrO2(s) + 2 H2(g)
Gás hidrogênio é extremamente explosivo. Na usina de Three Mile Island, nos EUA, em 1979, formou-se 1000 m³ de gás hi-drogênio no reator. Felizmente neste caso, o hidrogênio pode ser removido antes de uma possível explosão.
Ainda contribuindo para a grande explosão em Cher-nobyl, temos a água que, na temperatura em que foi aqueci-da (em torno de 1000 ºC) e sob pressão, reage com o carbono grafite formando uma mistura explosiva conhecida como gás d‟água, conforme a equação abaixo:
C(graf.) + H2O(v) H2(g) +CO(g)
Esta mistura de gases junta-mente com a pressão de vapor de água que estava sendo gera-da, foi responsável pela grande explosão que espedaçou a tam-pa do reator que tinha uma massa de mil e duzentas tone-ladas! O grafite do reator, quando aquecido, pega fogo, o que gerou um grande incêndio. E pior: 50 toneladas de com-bustível nuclear foram lança-dos na atmosfera, dez vezes mais que a bomba de Hiroshi-ma! As consequências disto, como veremos a seguir, são catastróficas.
***
Quais as consequências da radiação?
Todos conhecem o incrí-vel Hulk, certo? Bem, na even-tual hipótese de alguém não conhecer este herói da ficção, vamos a um pequeno resumo de sua história.
Um físico nuclear, em um experimento que dá errado (como o de Chernobyl), é bom-bardeado por radiação gama. Após este evento, ele passa a adquirir super poderes, oriun-dos da mutação genética que a radiação gama gerou, que in-cluem uma força fora do co-mum, com músculos que ras-gam as roupas do físico duran-te a sua transformação no In-crível Hulk, nome como ficou conhecido o monstro da cor verde que lhe caracteriza. O que há de verdade e de mentira nesta fantasiosa história de ficção? Vejamos neste último capítulo do artigo os efeitos da radioatividade no ser humano.
A radioatividade está em todo lugar e somos afetados por ela desde o momento que so-mos concebidos até a nossa morte. O ar que você respira, o chão que você pisa, a água que você bebe, o lugar que você vive, essencialmente, todo o ambiente ao seu redor contém a radioatividade. A medicina usa a radioatividade em alguns exames e tratamentos (confor-me mostra a Tabela 1). Será a radioatividade benéfica ou vilã? Vejamos algumas considera-ções.
A radiação que estamos expostos por toda a nossa vida compreende o que é chamado de „radiação de fundo‟. A maior parte dessa radiação é natural e surge a partir de três fontes. Radiação que se origina a par-tir do sol e do espaço é chama-da „radiação cósmica‟. A radia-ção cosmogênica é aquela que vem de radioisótopos forma-dos/presentes na atmosfera, que podem surgir a partir da interação da radiação cósmica com as substâncias e elemen-tos presentes. A terceira fonte de radiação natural é proveni-ente de radionuclídeos primor-diais (elementos radioativos, que sempre estiveram presen-tes na terra) e é chamada de radiação terrestre (veja Tabela 2). Dos 340 isótopos encon-trados na natureza, apenas cerca de 70 são radioativos, incluindo todos os isótopos com números atômicos maiores que 83. Muitos destes radionu-clídeos não contribuem signifi-cativamente para a nossa ex-posição à radiação devido a sua baixa abundância.
Um RBE de 20 para partículas pode levar a con-clusão de que estas constituem a maior ameaça à saúde quan-do falamos em radioatividade. Mas isto não é verdade, pois as partículas são tão grandes que têm pouco poder de pene-tração. Elas são interrompidas por uma folha de papel, a sua roupa, ou mesmo uma camada de pele morta. Por outro lado, se você ingerir ou respirar um emissor de radiação , os da-nos no tecido podem ser gra-ves, porque as partículas , pesada, não precisa viajar mui-to longe para causar dano celu-lar. Raios são considerados a forma mais perigosa de radia-ção que emana de uma fonte fora do corpo, porque eles têm o maior poder de penetração entre as principais formas de radiação, conforme ilustra a Figura 6.
Os moradores do assen-tamento de Pripyat, onde esta-va localizada a usina de Cher-nobyl, começaram a ser retira-dos do local somente no dia seguinte, as 14 h (cerca de 36 horas após o acidente). Foi pre-ciso uma semana para retirar os 135 mil habitantes e criar uma zona de exclusão de 30 km da usina. Este tempo, no entanto, foi mais do que sufici-ente para contaminar boa parte da população desinformada.
Estima-se que a explo-são da usina liberou para a atmosfera cerca de 200 vezes mais radioatividade que as bombas atômicas de Hiroshima e Na-gasaki juntas. Muitos dos bombeiros e trabalhadores da usina foram expostos a mais de 1 Sv de radiação. Pelo menos 30 deles morreram nas sema-nas após o acidente. Muitos dos mais de 600.000 trabalhadores que limparam a área ao redor do reator apresentaram sintomas de „doença da radia-ção‟, e cerca de 5 milhões de pessoas na Ucrânia, Bielorrús-sia e Rússia foram expostas à precipitação nos dias seguintes ao acidente. A nuvem de radio-atividade libertada por Cher-nobyl espalhou-se rapidamente por toda a Europa do Norte (veja Figura 7). Dentro de duas semanas, o aumento dos níveis de radioatividade foram detectados ao longo de todo o He-misfério Norte. O acidente produziu um aumento global da exposição à radiações ionizan-tes estimada entre 0,05 e 0,5 mSv / ano. Considerando que a exposição anual natural a radi-atividade fica em uma faixa de 1,5 a 6 mSv/ano, trata-se de uma fração significativa.
Estudos dos efeitos bio-lógicos da radiação do acidente de Chernobyl indicou um au-mento de 200 vezes no incidência de câncer de tireóide em crianças.
Os nascidos nesta região oito anos após o acidente
tinham o dobro do número de mutações em seu DNA.
Os números oficiais di-zem que 4000 pessoas deverão morrer de câncer devido a ex-posição à radiação. Porém, há outros cientistas que dizem que o acidente pode ser responsável por 25 mil casos em todo o mundo, 10 mil só na Rússia, num período de 70 anos. Mui-tos soldados, na tentativa de evitar mais contaminação, fo-ram expostos a altas doses de radiação (veja Figura 8)
Novamente temos lados positivos nesta história. De lá para cá, não houve nenhum acidente nuclear significativo, graças talvez as cinco conven-ções internacionais de segu-rança que foram realizadas nestes quase vinte e cinco anos após Chernobyl. Hoje, os reato-res nucleares possuem regras mais rígidas de segurança, mas o risco nunca é zero.
O Emiliano Che-mello é licenciado em química pela Universidade de Caxias do Sul e Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais pela mesma instituição. Leciona em escolas de ensino médio e pré-vestibular na Serra Gaúcha.
Visite o site: www.quimica.net/emiliano
Figura 8 - Liquidatários (ou „bio-robôs‟ como assim ficaram sendo conhecidos) limpando o teto do reator. No início, as autoridades tentaram limpar os restos radioativos usando robôs japoneses e russos, mas eles não funcionaram adequadamente com a extrema radiação. Por isto, as autoridades decidiram utilizar seres huma-nos para o trabalho. Os soldados não podiam ficar geralmente mais de 40 segundos cada vez que subiam no teto do reator, tama-nha era a radioatividade naquele local. Muitos já morreram ou sofrem de problemas de saúde graves. Observem as „nuvens bran-cas‟ intercaladas na foto, resultado da radiação no local
Para o acidente nuclear de Chernobyl, existem duas teorias oficiais: a primeira foi publicada emagostode1986, e atribuiu a culpa, exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi publicada em1991,
e atribuiu o acidente a defeitos no projeto das hastes de controle do
reator. Ambas teorias foram fortemente apoiadas por diferentes grupos e ogoverno.
Mas a realidade é que aconteceu a conjunção das duas, sendo que a
possibilidade de defeito no reator foi exponencialmente agravado pelo
erro humano.
O
fator mais importante foi que engenheiro chefe, sabia que os reatores
eram perigosos quando submetidos a algumas condições e não observando os
parâmetros de segurança dispostos no manual de operação. A negligência
levou á realização de um teste de redução de potência que resultou no
desastre. Os funcionários envolvidos no episódio interromperam a
circulação do sistema hidráulico que controlava as temperaturas do
reator. Com isso, mesmo operando com uma capacidade inferior, o reator
entrou em um processo de superaquecimento incapaz de ser revertido. Em
poucos instantes a formação de uma imensa bola de fogo, que anunciava a
explosão do reator rico em Césio-137, elemento químico de grande poder
radioativo.A gerência da instalação era composta em grande parte por um pessoal não qualificado em radioatividade.
Com
o ocorrido, a usina de Chernobyl liberou uma quantidade letal de
material radioativo que contaminou toda região atmosférica. Em termos
comparativos, o material radioativo disseminado naquela ocasião era
assustadoramente quatrocentas vezes maior que o das bombas utilizadas no
bombardeio às cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki, no fim da Segunda
Guerra Mundial. Por fim, uma nuvem de material radioativo tomava conta
da cidade ucraniana de Pripyat.
A
nuvem de radioatividade que surgiu depois da explosão na usina,
contaminou os solos e águas de 137 mil quilômetros quadrados de
territórios na Ucrânia, Bielorússia e Rússia. Chernobyl inutilizou ainda
114 mil hectares de terra e 492 mil hectares de floresta, forçando 400
mil pessoas a abandonarem as suas habitações.Mas o maior legado pelo
vazamento da radiação em Chernobyl foi mesmo a morte de aproximadamente 4
mil pessoas, segundo dados da Organização das Nações Unidas, a ONU.
Atualmente, a radioatividade libertada é associada a aproximadamente
dois mil casos de câncer na tiróide. Cientistas israelitas e ucranianos
também descobriram evidências de que pequenas doses de radiação podem
provocar mudanças no DNA humano e que estas passam para futuras
gerações. As análises a crianças, que nasceram depois da explosão de
Chernobyl - descendentes de pais que limparam o reator da central
nuclear russa - registraram um grande aumento de mutações, que poderão
ser de longa duração, revelou o estudo.
O
mesmo estudo também aponta que mais de 500 mil pessoas nas próximas
gerações podem continuar a ser afetadas pelo maior acidente do gênero da
história da humanidade.