sábado, 22 de setembro de 2012

ZEN BUDISMO : prática na vida pessoal e coletiva



Palestra da Monja Coen sensei -
 "Zen Budismo: prática na vida pessoal e coletiva", 
proferida durante o evento "Budismo no mundo contemporâneo",
 no CEBB Caminho do Meio, Viamão - RS,
 no dia 04 de fevereiro de 2008.
Gravado por Melissa Flores.

Este e outros DVDs
 com ensinamentos budistas
 podem ser comprados no site da Alt-Vídeo em 


 Li-Sol-30
Enviado por em 30/09/2008 
 http://altvideo.com.br.
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PALESTRINA E O RENASCIMENTO - Religious music (lista de reprodução) - 58:36



The second episode in the Beeb's 4 part 
exploration of the history of sacred music
 In this episode Simon Beale (himself a former chorister)
 explores the musical world of Palestrina 
and the renaissance Catholic composers.

PALESTRINA

Giovanni Pierluigi da Palestrina



 

Nascimento........ 1525, em Palestrina (Itália)
Morte................. 2 de fevereiro de 1594, em Roma
Nacionalidade..... italiano
Ocupação............ compositor 





Giovanni Pierluigi da Palestrina (3 de fevereiro de 1525[1] 
Ele era o mais famoso no século XVI, representante da Escola romana
Palestrina teve uma grande influência sobre o desenvolvimento da música sacra 
Biografia Giovanni Pierluigi da Palestrina terá nascido, como o próprio nome indica em Palestrina (arredores de Roma), por volta do ano de 1525. Seu talento musical se manifestou no final da infância, vindo, por isso, a estudar música em 1537 como pequeno cantor na escola da Basílica de Santa Maria Maior, retornando à sua cidade natal em torno de 1544 como organista.
A terra natal  de Palestrina

Pierluigi não é um segundo nome de batismo,
 e sim a primeira parte do duplo cognome (Pierluigi, e da Palestrina).
Em 1550, o bispo de sua cidade foi eleito papa com o nome de Júlio III. Este o convidou para segui-lo em Santo Soglio em 1551, onde foi nomeado mestre da Capela Giulia e cantor da Capela Sistina.

Para seu infortúnio, um papa sucessivo, Paulo IV, constrangeu à demissão todos os cantores casados ou que houvessem composto obras de música profana(profana no sentido de que não é religiosa), e Palestrina encontrava-se nas duas categorias. Desta forma, abandonou o Vaticano, mas assumiu, imediatamente, a direção musical da Basílica de São João de Latrão em 1555 e, sucessivamente, da Basílica de Santa Maria Maior, em 1561. Em 1571, dirigiu-se para São Pedro. Foi também grande seguidor de São Felipe Neri.

Em 1580, após a morte de sua amada esposa, Lucrezia Gori, teve um momento de crise mística e resolve consagrar-se à igreja. Entretanto, sua vocação terminou rapidamente, pois, pouco depois, casou-se com uma rica viúva romana, Virginia Dormoli.

Palestrina foi um dos poucos e fortunados músicos de sua época a ostentar uma brilhante carreira pública. Sua fama foi reconhecida universalmente pelos colegas de seu tempo e seus serviços foram requisitados por diversas autoridades da Europa.

Após sua morte, em 1594, Palestrina foi enterrado na Basílica de São Pedro durante uma cerimônia fúnebre que teve a participação de grande número de musicistas e de pessoas da comunidade.

Palestrina (Italia) - Estátua dedicada ao grande mestre.

Considerações sobre o artista

Não houve compositor anterior a Bach tão prestigiado como Palestrina, nem outro cuja técnica de composição tivesse sido estruturada com maior minuciosidade. Palestrina foi denominado como "O Príncipe da Música", e suas obras foram classificadas como a "perfeição absoluta" do estilo eclesiástico. Reconheceu-se que Palestrina captou, melhor que nenhum outro compositor, a essência do aspecto sóbrio e conservador da Contra-Reforma numa polifonia de extrema pureza, apartada de qualquer sugerência profana. O estilo palestriniano pode-se verificar, com claridade nas suas Missas;a sua índole objectiva, friamente impessoal, resulta extremamente apropriada aos textos formais e rituais do Ordinário

Desde logo a base do seu estilo é o contraponto imitativo franco-flamengo; as partes vocais fluem num ritmo continuo, com um motivo melódico novo para cada frase do texto. Palestrina mostra o caráter que vem associado ao gênio: plenamente consciente das suas capacidades e forte popularidade obtidos através de suas composições, nunca foi forçado a aceitar encomendas desagradáveis para sobreviver. Pelo contrário, soube fazer-se recompensar generosamente por todos os seus protetores, de modo que o Vaticano se viu constrangido a aumentar continuamente o seu salário anual, para mantê-lo em Roma, por causa de tantas propostas que recebia.

Foi um homem volitivo, mas com fortes impulsos que o levaram a súbitas e surpreendentes escolhas, tais como o segundo casamento, celebrado após receber ordenações religiosas menores.
Compositor prolífero, publicou muito em vida, e suas obras não caíram no esquecimento; ao contrário, foram sempre apreciadas como obras-primas da polifonia.

Produção

O "corpus musicale" palestriniano foi escrito, preponderantemente, em Roma e apenas para Roma, para uso principalmente litúrgico: para a Missa e o Ofício. Uma boa parte de sua produção aconteceu no período de seu último cargo na Basílica de São Pedro no Vaticano.

O orgânico vocal da capela vaticana era, naquele tempo, mais vasto do que o de qualquer outra igreja (em 1594 era composto, ao todo, de 24 cantores), mas não se adotou o uso de instrumentos, com exceção do órgão.

A linguagem polifônica de Palestrina não se distanciou tanto da maneira tradicional dos mestres franco-flamengos (os nórdicos foram os seus primeiros mestres em Roma).

A arte contrapontística de Palestrina se desenvolveu, sobretudo, em direção à inteligibilidade da palavra e de uma sonoridade ordenada de maneira a evitar a enunciação simultânea de textos diversos.
No que se refere ao desenvolvimento das linhas melódicas, é evidente a influência do canto gregoriano. Neste sentido, podemos dizer que o compositor aplicava as regras do Concílio de Trento.
Na grande quantidade de motetos palestrinianos, destaca-se entre todos, pela sua intensa expressividade, o Salmo 137Super Flumina Babylonis

Entre os compositores do círculo romano que conservam o rigor técnico do contraponto de Palestrina, deve-se recordar de seus discípulos Giovanni Maria Nanino (1543-1607), Francisco Soriano (1548-1621) e Felice Anerio (1560-1614). Pela alta qualidade da sua produção, destaca-se, entre todos, o espanhol castelhano Tomás Luis de Victoria (1548-1611), enquanto, entre as maiores autoridades intérpretes de Palestrina, ainda hoje em vida, destacam-se os maestros Domenico Bartolucci (1917).

Obras principais

Publicações Musicais

Ver também

Referências

  1. Lockwood/O'Regan/Owens, Grove online

Ligações externas


SANTÍSSIMA TRINDADE ao som de JS BACH - Sacred Cantats BWV 101,127,95,124,Leusink - 1:16:36


Publicado em 21/09/2012 por

Santíssima Trindade  
 Domingo seguinte à festa de Pentecostes

As três pessoas
da Santíssima Trindade 
é um só Deus em Três Pessoas distintas.

 O Pai, o Filho e o Espírito Santo,
 possuem a mesma natureza divina, 
a mesma grandeza, bondade e santidade.
 
 Apesar disso, através da história, a Igreja tem observado que certas atividades são mais apropriadas a uma pessoa que a outra. A Criação do mundo é mais apropriada ao Pai, a redenção ao Filho e  a Santificação, ao Espírito Santo.  Nenhuma das Três pessoas Trinitárias exerce mais ou menos poder sobre as outras. Cada uma delas  tem toda a divindade, todo poder e toda a sabedoria. E justamente, nesta breve dissertação,  constatamos a profundidade do mistério da Santíssima Trindade, ante a complexidade em assimilar a magnitude de Três pessoas distintas formando um só Deus.  Trata-se, portanto, de um grande mistério, central da fé cristã.  As Escrituras são claras a respeito da Santíssima Tindade, desde o antigo, até o novo Testamento. 

A festa da Santíssima Trindade é um dos dias  mais importantes do ano litúrgico. Nós, como cristãos a celebramos convictos pelos ensinamentos da Igreja, que possui a plenitude das verdades reveladas por Cristo. É dogma de fé estabelecido,  a essência de um só Deus em Três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. É um mistério de difícil interpretação, impossível, de ser assimilado pelas limitações humanas. 

Há séculos a Santa Igreja ensina o mistério de Três Pessoas em um só Deus, baseada nas claras e explícitas citações bíblicas.  Mas desaconselha a investigação no sentido de decifrar tão grande mistério, dada a complexidade natural que avança e se eleva para as coisas sobrenaturais.



  Santo Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja,  tentou exaustivamente compreender este inefável mistério.  Certa vez, passeava ele pela praia,  completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse desvendar o enigma.  Até que deparou-se com uma criança brincando na areia. Fazia ela um trajeto curto, mas repetitivo.  Corria com um copo na mão até um pequeno buraco feito na areia, e ali despejava a água do mar;  sucessivamente voltava,  enchia o copo e o despejava novamente. Curioso, perguntou à criança o que ela pretendia fazer.  A criança lhe disse que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho.  No que o Santo lhe explicou ser impossível realizar o intento. Aí  a criança lhe disse: “É muito mais fácil o oceano  todo ser transferido para este buraco, do que compreender-se o mistério da Santíssima Trindade”. E a criança, que era um anjo, desapareceu...  

Santo Agostinho concluiu que a mente humana é extremante limitada para poder assimilar a dimensão de Deus e, por mais que se esforce, jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio. Só o compreenderemos plenamente, na eternidade, quando nos encontrarmos no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

 Ao participarmos da Santa Missa observamos  que, desde o início, quando nos benzemos, até o momento da bênção trinitária final,  constantemente o sacerdote invoca a Santíssima Trindade, particularmente durante a pregação eucarística.

As orações que o padre pronuncia após a consagração, que por certo são dignas de serem ouvidas com atenção e recolhimento, são dirigidas a Deus Pai, por mediação de Jesus Cristo, em unidade com o Espírito Santo. E é na missa onde o cristão logra vislumbrar, pela graça do Espírito Santo, o mistério da Santíssima Trindade.  Devemos, neste momento,  invocar a Deus Trino, que aumente nossa fé, porque sem ela, será impossível crer neste mistério, mistério de fé no sentido estrito. Mesmo sem conseguir penetrar na sua essência o cristão deverá, simplesmente, crer nele.

O mistério da  Santíssima Trindade é uma das maiores  revelações feita por Nosso Senhor Jesus Cristo.  Os judeus adoram a unicidade de Deus e desconhecem  a  pluralidade de pessoas e a sua unidade substancial.  Os demais povos adoram a multiplicidade de deuses.  O cristianismo é a única religião que, por revelação de Jesus,  prega ser Deus uno em três pessoas  distintas:

DEUS PAI
 Não foi criado e nem gerado. É o “princípio e o fim, princípio sem princípio”;  por si só, é Princípio de Vida, de quem tudo procede;  possui absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo.  Atribui-se ao Pai a Criação do mundo.
 DEUS FILHO 
Procede eternamente do Pai, por quem foi gerado, não criado. Gerado pelo Pai porque assumiu no tempo Sua natureza humana, para nossa Salvação. É Ele Eterno e consubstancial ao Pai (da mesma natureza e substância). Atribui-se ao Filho a Redenção do Mundo.

DEUS ESPÍRITO SANTO 
Procede do Pai e do Filho; é como uma expiração, sopro de amor consubstancial entre o Pai e o Filho;  pode-se dizer que Deus em sua vida íntima é amor, que se personaliza no Espírito Santo. Manifestou-se primeiramente no Batismo e na Transfiguração de Jesus;  depois no dia de Pentecostes sobre os discípulos. Habita nos corações dos fiéis com o dom da caridade. Atribui-se ao Espírito Santo a Santificação do mundo.

O Pai
 é pura Paternidade,
 o filho é pura Filiação
e o Espírito Santo, puro nexo de Amor.

 São relações subsistentes, que em virtude de  seu impulso vital, saem um ao encontro do outro em perfeita comunhão, onde a  totalidade da Pessoa está aberta à outra distintamente. Este é o paradigma supremo da sinceridade e liberdade espiritual a que devem ter as relações interpessoais humanas, num perfeito modelo transcendente, só assim, compreensível ao entendimento humano.

É desta forma que devemos conhecer a mensagem a Santíssima Trindade, mesmo sem alcançar os segredos do seu mistério.  Desta maneira, devemos nos comprometer a  adquirir certas atitudes nas nossas relações humanas.  A Igreja nos convida a “glorificar a Santíssima Trindade”, como manifestação da celebração. Não há melhor forma de fazê-lo, senão revisando as  relações com nossos irmãos, para melhorá-las e assim viver a  unidade querida por Jesus: “Que todos sejam um”.
Passagens bíbicas (Clique nos tópicos para ler) 
EVIDÊNCIAS SOBRE A SANTÍSSIMA TRINDADE
Mt 1, 18-23 Mt 28, 18-19 Lc 3, 21-38
Jo 1,32-33;  16, 3-15 Rom 8, 14-17; 15, 15s. 30 ICor 12, 3-8
IICor 1, 21-23; 13,13 Ef 4, 3-6 IPe 1, 2
DEUS PAI  -   INVISÍVEL NÃO GERADO
Jo 1, 18;  6, 40 II Cor 1,3 Col 1, 15
******* I Tim 6, 14-16 *******
DEUS FILHO  -   UNIGÊNITO DO PAI
Jo 1,18;  3, 16; 5,26 At 13, 33 I Jo 4,9
---    Salvador dos homens  ---
Jo 3, 16 Rom 5, 17-21
DEUS ESPÍRITO SANTO  -   QUE PROCEDE DO PAI E DO FILHO
Mt 10, 19-20 Lc 24, 49 Jo 14, 16; 15-26 Gál 4, 6
---    Santificador  --- 
Lc 1, 15.41.67-68 At 2,4; 9, 17;  15,8
  
 Li-Sol-30
 Fontes:
 http://www.paginaoriente.com/anoeclesiastico/trindadesanta.htm
info text translation:
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ARCANJO(s) - MIGUEL ARCANJO



ARCANJO

Arcanjo (do grego: αρχάγγελος, transl. arkhángelos) é o nome dado ao anjo que ocupa a segunda classe em sua hierarquia celestial religiosa. Arcanjos existem em diversas tradições religiosas, como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. A Bíblia cita apenas o nome de um arcanjo: Miguel

Ao contrário do que muita gente pensa Gabriel é citado e nomeado como sendo um anjo e não um arcanjo. No entanto há outras teorias a respeito em outras crenças e religiões, outros arcanjos são reconhecidos tanto pelos judeus quanto por alguns cristãos. O Livro de Tobias menciona Rafael, que também é considerado por muitos um arcanjo.  

Tobias faz parte do cânone católico da Bíblia, e da Septuaginta ortodoxa; o livro, no entanto, é considerado apócrifo pelos fieis e praticantes de outras fés. Os arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael são venerados na Igreja Católica Romana no dia 29 de setembro (Miguel, anteriormente, em 24 de março). Os arcanjos cujos nomes são mencionados na literatura do Islão são Gabriel, Miguel, Rafael e Azrael. Outras tradições identificam um grupo de Sete Arcanjos, cujos nomes variam, dependendo da fonte.  

 No judaísmo
 
Jacó Combatendo o Anjo, de Gustave Doré, 1885.
 
A Bíblia hebraica usa os termos מלאכי אלוהים (malakhi Elohim, "Anjos de Deus"),[1] מלאכי אֲדֹנָי (malakhi Adonai, "Anjos do Senhor"),[2] בני אלוהים (b'nai elohim, "filhos de Deus") e הקדושים (ha-qodeshim, "os santos") para se referir aos seres interpretados tradicionalmente como mensageiros angelicais

Outros termos são utilizados em textos posteriores, como העליונים (ha-elyonim, "os elevados"). De fato, anjos são pouco comuns, com exceção de obras posteriores, como o Livro de Daniel, embora sejam mencionados rapidamente nas histórias de Jacó (que, de acordo com diversas interpretações, teria lutando contra um anjo) e Lot, que foi avisada por um anjo da destruição iminente das cidades de Sodoma e Gomorra. Daniel é a primeira figura bíblica que se refere aos anjos individualmente, por seus nomes.[3]

Especula-se, portanto, que o interesse judaico nos anjos tenha se desenvolvido durante o cativeiro na Babilônia.[4] De acordo com o rabino Simeão ben Lakish, de Tiberíade (230 - 270 d.C.), todos os nomes específicos dos anjos teriam sido trazidos pelos judeus da Babilônia.

Não existem referências explícitas a arcanjos nos textos canônicos da Bíblia hebraica (Antigo Testamento). No judaísmo pós-bíblico certos anjos passaram a assumir uma importância particular, desenvolvendo personalidades e papéis únicos. Embora se acredite que estes arcanjos tivessem proeminência entre as hostes celestiais, nenhuma hierarquia sistematizada foi desenvolvida. Metatron é considerado o mais importante dos anjos na Merkabah e no misticismo cabalístico, e frequentemente desempenha a função de escriba.

 É mencionado brevemente no Talmude,[5] e figura com destaque nos textos místicos da Merkabah. Miguel, que atua como guerreiro e representante de Israel (Daniel, 10:13), é visto de maneira particularmente benevolente. 

Gabriel é mencionado no Livro de Daniel (Daniel, 8:15-17) e, rapidamente, no Talmude,[6] bem como em muitos textos místicos da Merkabah. As referências mais antigas aos arcanjos foram feitas na literatura dos períodos intertestamentais (por exemplo, 4 Esdras 4:36).

Dentro da tradição rabínica, na Cabala e no capítulo 20 do Livro de Enoque, e na Vida de Adão e Eva, o tradicional número de arcanjos é mencionado como sendo de pelo menos sete, que são os principais. Três arcanjos superiores também são referenciados com frequência: Miguel, Rafael e Gabriel. Existe alguma confusão acerca de um dos oito nomes a seguir, no que tange ao que é listado como não sendo realmente um arcanjo: Uriel, Sariel, Raguel e Remiel (possivelmente o Ramiel do Apocalipse de Baruque, que presidiria sobre as visões verdadeiras), Zadequiel, Jofiel, Haniel e Chamuel.[7] O filósofo judaico medieval Maimônides escreveu uma hierarquia angelical judaica.

Adicionalmente, lares que seguem as tradições judaicas costumam entoar uma canção de boas-vindas aos anjos antes do início do jantar da noite de sexta-feira (sabá), intitulada "Shalom Aleichem", que significa "a paz esteja convosco". Isto tem sua origem numa declaração atribuída ao rabino Jose ben Judah, que dois anjos acompanhariam cada fiel ao retornar a seu lar depois dos serviços das noites de sexta-feira na sinagoga,[8] anjos associados com a 'boa inclinação' (yetzir ha-tov) e a 'má inclinação' (yetzir ha-ra).[9]

No cristianismo

 

O arcanjo Miguel, de autoria de Guido Reni (na igreja dos capuchinhos de Santa Maria della Concezione, em Roma, 1636), pisa sobre Satã.
 
O Novo Testamento fala frequentemente de anjos (por exemplo, anjos trazem mensagens a Maria, José e os pastores; anjos falam com Jesus após a sua tentação no deserto, outro anjo o visita durante sua agonia, anjos são vistos na tumba do Cristo ressurrecto, e são anjos que libertam os apóstolos Pedro e Paulo da prisão); somente duas referências, no entanto, são feitas a "arcanjos": Miguel, na Epístola de Judas (1:9) e Primeira Epístola aos Tessalonicenses (4:16), onde a "voz de um arcanjo" será ouvida quando do retorno de Cristo.

Catolicismo romano

No catolicismo romano, três arcanjos são cultuado pelo nome:
São Gregório, o Grande, num sermão,[10] dá o nome de outros quatro:

Ortodoxo

A tradição ortodoxa oriental menciona "milhares de arcanjos";[11] no entanto, apenas sete arcanjos são venerados pelo nome.[12] Uriel é incluído, e os outros três mencionados com mais frequência são Selafiel, Jegudiel e Baraquiel (um oitavo, Jeremiel, é por vezes mencionado como arcanjo).[13] A Igreja Ortodoxa celebra a Sinaxe do Santo Arcanjo Miguel e todos os outros incorpóreos celestes em 8 de novembro do [[calendário litúrgico ortodoxo oriental] (para as igrejas que utilizam o calendário juliano, 8 de novembro equivale ao 21 de novembro do calendário gregoriano). Entre outros feriados em homenagem aos arcanjos estão a Sinaxe do Santo Arcanjo Gabriel, em 26 de março (8 de abril), e o Milagre do Santo Arcanjo Miguel em Colossas, em 6 de setembro (19 de setembro). Além destes, toda as segundas-feiras do ano são dedicadas aos Anjos, com uma menção especial feita nos hinos litúrgicos de Miguel e Gabriel. Na iconografia ortodoxa, cada anjo tem uma representação simbólica:[13]
 
Ícone russo do Arcanjo Jegudiel.
  • Miguel, que vem do hebraico "Quem é como Deus?" ou "Quem é igual a Deus?". São Miguel foi descrito, no cristianismo primitivo, como um comandante, que empunha em sua mão de direita uma lança com a qual ataca Lúcifer/Satã, e em sua mão esquerda um ramo verde de palmeira. No top de sua lança se encontra uma fita de linho com uma cruz vermelha. O arcanjo Miguel é considerado especificamente como um 'Guardião da Fé Ortodoxa', e um combatente contra as heresias.
  • Gabriel, que significa "Homem de Deus" ou "Poder de Deus". É o arauto dos mistérios divinos, especialmente a Encarnação de Deus e de todos os mistérios relacionados a ela. É retratado desta maneira: em sua mão direita segura uma lanterna acesa, e, na sua mão esquerda, um espelho de jaspe. O espelho simboliza a sabedoria de Deus como um mistério escondido.
  • Rafael, que significa "cura de Deus" ou "Deus, o que cura" (Tobias, 3:17 e 12:15). Rafael é retratado ao conduzir Tobias (que carrega um peixe pescado no rio Tigre) com sua mão direita, e segurando um jarro de alabastro, usado à época pelos médicos, em sua mão esquerda.
  • Uriel, que significa "Fogo de Deus", ou "Luz de Deus" (III Esdras 3:1, 5:20). É retratado empunhando uma espada contra os persas em sua mão direita, e uma chama na esquerda.
  • Sealtiel, que significa "Intercessor de Deus" III Esdras, 5:16). É retratado com seu rosto e seus olhos inclinados para baixo, com suas mãos sobre o peito, em oração.
  • Jegudiel, significa "Glorificador de Deus". É retratado com uma grinalda dourada em sua mão direita, e um chicote de três pontas na mão esquerda.
  • Baraquiel, que significa "Benção de Deus". É retratado segurando uma rosa branca em sua mão, contra seu peito.
  • Jeremiel, que significa "Exaltação de Deus". É venerado como um inspirador de pensamentos exaltados, que elevam uma pessoa a Deus (III Esdras, 4:36). Por vezes é considerado um oitavo arcanjo.
  •  
Conselho Angelical (Ангелскй Собор). Ícone ortodoxo representando os sete arcanjos. Da esquerda para a direita: Jegudiel, Gabriel, Selafiel, Miguel, Uriel, Rafael, Baraquiel. Sob a mandorla de Cristo-Emanuel estão representações de Querumbim (azul) e Serafim (vermelho).
 
A edição da Bíblia usada pelos protestantes, que exclui os apócrifos, nunca menciona qualquer "Rafael", que portanto não é reconhecido por qualquer uma destas denominações. Rafael é, no entanto, mencionado no Livro de Tobias, um dos livros deuterocanônicos. Na história, Rafael vem ao auxílio de Tobit, curando-o de sua cegueira, e de seu filho, Tobias, expulsando um demônio que o teria matado. Rafael também desempenha um papel importante no Livro de Enoque.
No cânone da Igreja Ortodoxa Etíope, especificamente em I Enoque, Saraqael é descrito como um dos anjos que supervisiona "os espíritos que pecam no espírito." (20:7, 8)

Ocorrências no texto bíblico

Na Bíblia, encontram-se apenas duas referências à palavra "arcanjo", ocorrendo ambas no singular, conforme abaixo vertidas na Bíblia de Jerusalém:
  • 1 Tessalonicenses 4:16
"Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro."
"E, no entanto, o arcanjo Miguel, quando disputava com o diabo, discutindo a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a pronunciar uma sentença injuriosa contra ele, mas limitou-se a dizer: O Senhor te repreenda!"

Miguel

A palavra arcanjo na Bíblia está diretamente relacionada com Miguel. Algumas denominações religiosas encaram Miguel como mais um entre outros arcanjos. Outras identificam-no diretamente com Jesus Cristo.

Conceito das principais religiões

Na Teologia do judaísmo, na maioria das denominações cristãs e no islamismo, os arcanjos (grego singular Αρχάγγελος, Archángelos, grego antigo (plural) Αρχάγγελοι, Archángel[o]i, hebreu Mala'achim) são uma categoria de anjos. Eles constituem, ou presidem, cada um dos nove coros ou coortes - de - anjos; sendo que as correntes cristãs, de diversas denominações, garantem que com Cristo os coros ou coortes - de - anjos aumentaram, algumas identificando o número em torno de quinze.
  • De acordo com a tradição do catolicismo, mais antiga, baseada no Antigo Testamento, identifica-se a existência de três a quatro arcanjos: Miguel, chefe da milícia celeste, Gabriel, mensageiro celeste e Raphael protetor dos viajantes (algumas vezes Uriel é incluído entre eles), como o quarto arcanjo; que, para alguns estudiosos, membros da Gnose, do livro do Apocalipse de São(para os católicos) João, identificam os arcanjos como os "Sagrados Cavaleiros, dos Sete Selos, que é aberto por Cristo, o rei ou messias, prometido por Moisés, desde o Gênesis".
  • Na doutrina das Igrejas Protestantes, a nomenclatura dos arcanjos pode obedecer aos esquemas seguintes:
  1. Miguel, Gabriel, e Lúcifer:
    1. Lúcifer perdendo sua posição por volta do ano 0 após uma disputa com Miguel.
    2. Lúcifer perdendo sua posição em algum momento da Criação por se autoproclamar Deus. Ele queria ser igual a Deus e para isso desafiou Deus dizendo que o homem conseguiria viver sem o Seu Criador. 1ª tentação, A queda do homem, Livro de Gênesis.
    3. Lúcifer perdendo sua posição em algum momento no fim dos tempos por causa de uma disputa com Miguel.
    4. Algumas correntes protestantistas afirmam que Lúcifer sempre foi o Arcanjo mais leal de todos, mas, para que a repulsa que esse nutria por algumas correntes ideológicas (planos traçados às humanidades) se dissipasse ou aumentasse, a ele foi dada a tarefa de receber em seu reino os piores homens e viver na escuridão, ou seja, "alheio à luz da realidade dos homens", "por trás", pois só assim cumpriria sua tarefa, se reaproximando da verdadeira luz, "a qual é negra como a noite e brilha como a refração das gotas do orvalho" .
  2. Miguel e Lúcifer em um dos momentos acima mencionados.
  3. Miguel e Gabriel.
  • Algumas denominações cristãs, como as Testemunhas de Jeová e a Igreja Adventista do Sétimo Dia, ensinam que existe apenas um arcanjo, designado por Miguel e o identificam com sendo o próprio Jesus Cristo. A razão apresentada prende-se com Miguel ser o único que é diretamente chamado de arcanjo e o termo "arcanjo" ser usado somente na sua forma singular na Bíblia. Muitos téologos protestantes também ensinavam assim: no Século XIX, o erudito bíblico Joseph Benson e o luterano E. W. Hengstenberg; também Spurgeon e John Gill ensinaram essa interpretação. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ensina também que existe apenas um arcanjo, Miguel, mas nega que ele seja o próprio Jesus Cristo.
  • No Islão os arcanjos são Miguel ou Mikail, Gabriel ou Jibril, Rafael ou Israfil e Azrael ou Azrail. Lúcifer era o líder de todos os anjos, apesar de ele não ser um anjo, mas perdeu sua posição durante a Criação por ter recusado a ordem de Deus de aceitar Adão (e o Homem) como um ser superior.
  • Para a gnose, os arcanjos são muitos e formam uma categoria de seres com grau de consciência superior ao dos anjos. Eles teriam sido humanos num passado muito remoto, posteriormente atingiram um grau de consciência semelhante ao dos anjos e mais recentemente foram além, tornando-se arcanjos. Cristo seria o mais evoluído de todos os arcanjos.
  • Segundo a religião cristã protestante, Deus criou 7 arcanjos: Miguel (guerreiro de Deus), Raphael(curador e exorcista de Deus), Gabriel (mensageiro de Deus), Uriel, Samuel, Jofiel e Ezequiel.
  • Segundo uma crença pagã, Deus criou 7 Arcanjos: Miguel, Rafael, Gabriel, Uriel, Samuel, Jofiel e Izacael. Dizia-se que Izacael era muito mais poderoso que Miguel, e quando Lúcifer caiu ele também caiu, mas não porque fosse desobediente e ganancioso como Lúcifer, mas por pura vontade, Ele caiu e tomou a forma humana, está escondido até hoje e Leviatã o procura assim como Miguel porque ambos querem convertê-lo ou para o bem ou para o mal; a intenção de Miguel é de que Izacael volte para o céu e a o ajude a prender Satã de novo quando ele sair do inferno. Já a intenção de Lúcifer é a vingança, o Diabo quer que Izacael destrua Miguel.
Depois que Izacael caiu, Deus criou Ezequiel, porém é o Arcanjo menos poderoso da guarnição celestial.

Referências

  1. What Are Angels? "The Hebrew word for angel is "malach," which means messenger, for the angels are G‑d's messengers to perform various missions."
  2. DEATH, ANGEL OF, "the destroying angel", "o anjo destruidor" ("mal'ak ha-mashḥit"). Jewish Encyclopedia
  3. Angels, The Jewish Encyclopedia. Página visitada em 15 de fevereiro de 2008]
  4. Judaism - HighBeam Encyclopedia, Seção "The Postexilic Period"
  5. Sanhedrin 38b e Avodah Zarah 3b.
  6. cf. Sanhedrin 95b
  7. Metzger & Coogan (1993) Oxford Companion to the Bible, p54.
  8. Tractate Shabbat 119b.
  9. Shlomo Katz, Vayeitzei, Hamaayan/The Torah Spring, Vol XIII, nº 7 (28 de novembro de 1998).
  10. [1]
  11. Anáfora, Liturgia Divina de São João Crisóstomo
  12. The World of The Angels, Igreja Russa da Santa Transfiguração, Baltimore, MD.
  13. a b Nicholai Velimirovic, 8 de novembro, Prologe From Ochrid

Bibliografia

Os Mestres Ascensionados, as Mestras Ascensionadas, os Mestres Ascensos e as Mestras Ascensas, além dos Engenheiros e Engenheiras Siderais, Filhos e Filhas Criacionais, Filhos e Filhas Paradisíacos e Divinos e Anjas e Anjos dos 144 Superuniversos hoje em dia já são considerados Arcanjos.

Etimologia

Do termo “Arcanjo”

Arcanjo, num fragmento da Epístola de Judas (Tadeu) no Codex Sinaiticus (330-350 A.D.)
 
Arcanjo tem duas raízes, “arch” e “angelos”.
O prefixo grego “arch” (ἀρχ) deriva de “arché” (ἀρχή) que se refere tanto a “começo, ponto de partida, princípio”, como “suprema substância subjacente” ou “princípio supremo indemonstrável” [2].

A partir dessa raiz “arché” temos o antepositivo “arch”, em português, com o sentido de “aquilo que está na frente, o que está no começo, na origem, ponto de partida de um entroncamento” [2], sendo traduzido “acima”, “superior” ou “mais importante” e “o que governa, que dirige, que comanda, que lidera” e ainda carregando consigo idéias de poder, autoridade, império e superioridade [3].

Quanto ao grego “angelos” (άγγελος), vertido para “anjo”, significa simplesmente “mensageiro”.

A partir dessas raízes, portanto, a palavra “Arcanjo” (αρχάγγελος) se traduz “Líder dos Mensageiros”, “Chefe dos Mensageiros” [4] "Capitão dos Anjos" [5],"Primeiro Anjo" [5], “Acima dos Anjos”, “Superior aos Anjos” [2] [6] [7] “Anjo Superior” [8] ou “Anjo Chefe” [9] [10] [11] [12], num aspecto qualitativo de liderança e substancialmente de superioridade [7], da mesma maneira que se traduz palavras com o mesmo radical, tal como “arquiteto” (chefe dos construtores), “arcebispo” (classe hierárquica superior a Bispo), “hierarquia” (poder sagrado) ou “anarquia” (falta ou ausência de poder).
Miguel em Hebraico

Do termo “Miguel”

A tradução literal para o nome Miguel é “Aquele/Quem como Deus”.
  • Mi = Aquele/Quem(?)
  • Ka = Como
  • El = Deus
Como no hebraico não existia sinais de pontuação, algumas palavras trariam consigo um significado inquisitivo. Por isso a partícula “Mi” que significa “quem” muitas vezes é traduzida sintaticamente como interrogação, ocorrendo em 350 textos do Antigo Testamento onde é mencionada[13].
Exemplo:
Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is. 6:8)
ואשׁמע את־קול אדני אמר את־מי אשׁלח ומי ילך־לנו ואמר הנני שׁלחני (Texto Original Hebraico)[14]
va'eshma et qol adonai omer et·mi esh'laj umi ielej·lanu vaomar hineni shelajeni ומי (Texto Original Transliterado)[15]
 
Dessa forma, o Talmude sugere uma interpretação inquisitiva para o nome Miguel, tendo a tradução contextual “Quem é como Deus?”[16] [16] [17] [18] [19] [20] [21] [22] [23] [24] [25] [26] [27] ou “Quem é semelhante a Deus?”[28] [29] [30]
 Este entendimento hoje não é compartilhado somente pela comunidade judaica, pois mais tarde foi incorporado pela cristandade em geral “para não colocar em causa a própria Escritura”, tanto por católicos e evangélicos, como adventistas [31], e também por outras comunidades religiosas, como as testemunhas de Jeová e os islâmicos. Mas para as cosmovisões judaica, jeovista e muçulmana, o pressuposto de não haver nenhuma outra pessoa igual a Deus (Sl. 35:10; 89:8) é literal, implicando sugestivamente a resposta “Ninguém é Igual a Deus” num entendimento retórico.

Quanto ao sufixo “El”, é também relacionado de forma regular com nomes significando afirmativamente “Deus” em todos os casos, tal como em Daniel (Deus é Juiz), Emanuel (Deus é Conosco), Ezequiel (A Força é de Deus), Samuel (Chamado pelo Nome de Deus), Gamaliel (Deus me Faz o Bem), Ananias (Deus é Clemente), João (A Graça é de Deus),Ismael (Deus Ouve), etc. Esse entendimento é compartilhado por algumas denominações cristãs trinitarianas e alguns famosos comentaristas bíblicos como Matthew Henry e até o próprio João Calvino, pai da Igreja Congregacional, da Presbiteriana e de muitas outras reformadas, trinitarianos convictos, entendendo o termo segundo a tradução literal. Para esses, diferentemente dos judeus, muçulmanos e testemunhas de Jeová, o Arcanjo Miguel não tem natureza angélica, e sim divina, sendo o próprio Cristo que veio com esse “nome de guerra” fazendo um desafio a Satanás que, desde o princípio, sempre desejou estar acima dos anjos e ser igual ao Criador (Is. 14:12–14).

Referências nas Escrituras

Bíblia Hebraica

Na Bíblia Hebraica e, portanto, no Antigo Testamento, o profeta Daniel teve uma visão após um jejum (em Daniel 10:13-21), um anjo identifica Miguel como o protetor de Israel. O profeta se refere a Miguel como "um dos primeiros príncipes"[32]. Posteriormente, em Daniel 12:1, Daniel é informado sobre o papel de Miguel durante o "tempo de tribulação" que "nunca houve desde que existiu nação até aquele tempo" e que[33]:

Nesse tempo se levantará Miguel, o grande príncipe que se levanta a favor dos filhos do teu povo; 

Assim, embora as três referências a Miguel no Livro de Daniel sejam referentes ao mesmo indivíduo que age de forma similar nos três casos, o último se coloca no "fim dos tempos", enquanto que os outros dois são na época contemporânea na Pérsia[34]. Estas são as únicas referências ao arcanjo Miguel na Bíblia Hebraica[35].

As referências ao "capitão das hordas do Senhor" que estão no Livro de Josué nos primeiros dias da campanha pela Terra Prometida (veja Josué 5:13-15) foram por vezes interpretadas como sendo referentes ao arcanjo Miguel, mas não há nenhuma base teológica para esta proposição, dado que Josué claramente adorava essa figura e os anjos não eram adorados, o que indica que a figura possa se referir ao próprio Yahweh[36][37].

Novo Testamento

O Apocalipse (Apocalipse 12:7-9) descreve uma guerra no céu na qual Miguel, sendo o mais forte, derrota Satã[38]:
Houve no céu uma guerra, pelejando Miguel e seus anjos contra o dragão. O dragão e seus anjos pelejaram, e não prevaleceram; nem o seu lugar se achou mais no céu. Foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, aquele que engana todo o mundo; sim, foi precipitado na terra, e precipitados com ele os seus anjos.
Após o conflito, Satã foi atirado à terra juntamente com os anjos caídos de onde eles ainda tentam "desviar o caminho da humanidade"[38].
Em outro trecho, na Epístola de Judas (Judas 1:9), Miguel é referido especificamente como sendo um "arcanjo" quando ele novamente confronta Satã:[39]:
Mas quando Miguel, o arcanjo, discutindo com o Diabo, altercava sobre o corpo de Moisés, não ousou fulminar-lhe sentença de blasfemo, mas disse: O Senhor te repreenda.
Uma referência a um "arcanjo" também aparece em I Tessalonicenses (I Tessalonicenses 4:16):
porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, com voz de arcanjo e com trombeta de Deus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.
Porém, o arcanjo que marca a Segunda Vinda de Cristo não é mencionado[39].

Nos apócrifos

No livro de Enoque Miguel é designado como o príncipe de Israel. No livro dos Jubileus, ele é retratado como o anjo que instruiu Moisés na Torá. Nos Manuscritos do Mar Morto é retratado lutando contra Beliel.

Cristianismo

Cristianismo primitivo

Os primeiros cristãos consideravam alguns mártires - como São Jorge e São Teodoro - como patronos militares. Porém, a São Miguel, eles entregavam bem-estar dos doentes e foi como um curador que ele era venerado na Frígia (na moderna Turquia)[40].

O mais antigo e mais famoso santuário de São Miguel no antigo Oriente Próximo era associado com suas águas medicinais. Ele era chamado de Michaelion e foi construído no início do século IV pelo imperador romano Constantino I em Calcedônia, no local de um templo anterior chamado Sosthenion[35] .

Uma pintura do Arcanjo Miguel matando uma serpente se tornou a principal no Michaelion após Constantino ter derrotado Licínio nas redondezas em 324, eventualmente tornando-a o padrão da iconografia de Miguel como um santo guerreiro, assassinando um dragão[35]. O Michaelion tinha uma magnífica igreja e ela se tornou o modelo para centenas de outras igrejas no cristianismo oriental, que espalhou a devoção ao arcanjo[41].

No século IV, a homilia de Basílio de Cesareia, De Angelis, colocou Miguel acima de todos os outros anjos. Ele foi chamado de "Arcanjo" por ser o príncipe dos outros anjos[42]. No século VI, a imagem de Miguel como curador continuava em Roma, algo visível pelo costume de os doentes, após uma epidemia, dormirem uma noite no Castel Sant'Angelo (dedicado a Miguel por ter salvo Roma), esperando a sua manifestação[42][43].

No século VI, o crescimento da devoção ao santo na Igreja Ocidental se manifestou pelas festas dedicadas a ele, como se pode ver no Sacramentário Leonino. No século VII, o Sacramentário Gelasiano incluia uma festa para "S. Michaelis Archangeli", assim como o Sacramentário Gregoriano[42]. Alguns destes documentos mencionam uma hoje inexistente Basilica Archangeli na Via Salaria, em Roma. Some of these documents refer to a no longer extant Basilica Archangeli on via Salaria in Rome.[42].

A angeologia de Pseudo-Dionísio, que era amplamente lida já no século VI, dava a Miguel uma alta posição na hierarquia celestial[42]. Posteriormente, no século XIII, outros, como Boaventura, acreditavam que ele seria o príncipe dos Serafins, a primeira das nove ordens angélicas. De acordo com Tomás de Aquino[44], ele seria o príncipe da última e mais baixa ordem, a dos anjos[42].

Catolicismo

Os católicos romanos e os ortodoxos geralmente se referem a Miguel como "São Miguel", um título honorífico cuja origem não foi uma canonização. Ele é geralmente nas litanias cristãs como "São Miguel Arcanjo". Os ortodoxos adicionalmente o chamam de "Archistrategos" (veja strategos) ou "Comandante Supremo das Hostes Celestiais"

Nos ensinamentos católicos, São Miguel tem quatro papéis principais[45]. O primeiro é como comandante do Exército de Deus e o líder das forças celestes em seu triunfo sobre os hostes infernais[46]. Ele é visto como um modelo angélico para as virtudes do "guerreiro espiritual", em guerra contra o mal, por vezes também visto como sendo a "batalha interna"[47].

O segundo e o terceiro papel de Miguel lidam com a morte. No segundo, Miguel é o anjo da morte, levando a alma de todos os falecidos para o céu. Neste papel, na hora da morte, Miguel desce e dá à alma uma chance de se redimir antes da morte, atrapalhando assim o diabo e seus asseclas. As orações católicas em geral se referem a este papel de Miguel. No terceiro papel, ele mede as almas numa balança perfeitamente equilibrada (daí o motivo de ele ser também muitas vezes representado segurando uma balança)[48]

Em seu quarto papel, São Miguel, o patrono especial do povo escolhido no Velho Testamento, é também o guardião da Igreja. Era comum o anjo ser reverenciado por ordens militares de cavaleiros durante a Idade Média. Este papel também se estende a ser o santo padroeiro de numerosas cidades e países.[49][50].

O catolicismo romano inclui ainda tradições como a Oração de São Miguel", que pede especificamente que os fiéis sejam defendidos pelo santo[51][52][53]. O Terço de São Miguel Arcanjo é composto por nove saudações, uma para cada ordem angélica[54][55].

Protestantismo primitivo

Alguns dos primeiros acadêmicos protestantes identificaram Miguel com a pré-encarnação de Cristo, baseando sua visão parcialmente na justaposição de "criança" e arcanjo no capítulo 12 do Apocalipse e também nos atributos dados a ele por Daniel[56].

Testemunhas de Jeová

As Testemunhas de Jeová acreditam que há apenas um "arcanjo" no céu e na Bíblia. Eles ensinam que o Jesus de antes da encarnação e após a ressurreição, e o Arcanjo Miguel são a mesma pessoa: "a evidência indica que o Filho de Deus era conhecido como Miguel antes de vir à Terra e é conhecido também por este nome após o seu retorno ao céu, onde ele agora está na forma do glorificado espírito Filho de Deus." Eles notam que o termo "arcanjo" na Bíblia só é usado no singular, jamais de forma clara no plural. Eles também afirmam que Miguel é o mesmo "Anjo do Senhor" que conduziu os israelitas no deserto[57][58]. Sob este ponto de vista, o espírito que leva o nome de Miguel é chamado de "um dos principais príncipes", "o grande príncipe que tem o comando de seu [de Daniel] povo" e "o arcanjo" (Daniel 10:13, Daniel 12:1; 1 9:[59].

Adventistas do Sétimo Dia

Adventistas do Sétimo Dia acreditam que Miguel era um outro nome para o Verbo Divino (como em João 1:1) antes d'Ele ter se encarnado como "Jesus". Ele seria o Verbo, não criado, por conta de quem todas as coisas são criadas. O Verbo então se fez nascer encarnado como Jesus[60].

Eles acreditam que o nome "Miguel" é importante para mostrar a sua verdadeira identidade, assim como Emanuel (que significa "Deus conosco"). Eles acreditam que o nome significa "aquele que é Deus" e que, como "Arcanjo" ou "comandante ou líder dos anjos", ele liderava os anjos e, por isso, a afirmação em Apocalipse 12:7-9 que identifica Jesus como sendo Miguel[61]. Além disso, "Miguel" seria um dos muitos títulos associados ao Filho de Deus, a segunda pessoa da Divindade. E este ponto de vista não estaria de modo algum em conflito com a crença em sua Divindade Plena, pré-existência eterna e, também de maneira nenhuma, seria uma diminuição de Sua pessoa ou obra[62].

Ainda na visão adventista, a afirmação em I Tessalonicenses 4:16 identifica claramente Jesus com Miguel[63], assim como João 5:25[63].
Nas Escrituras ele é mostrado fazendo coisas que também se aplicam a Cristo desde o início, ele é também Cristo pré-encarnado[64][65].

Mórmons

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acredita que Miguel é Adão, o Antigo de Dias (de Daniel 7), um príncipe e um patriarca da família humana e que Miguel ajudou Jehovah (a forma celeste de Jesus) na criação do mundo sob a direção de Deus Pai[66][67][68][69].

O anjo Miguel nos manuscritos do Mar Morto

 

São Miguel luta contra o dragão, por Jean Fouquet.
 
Desde a publicação, em 1991, da quase totalidade dos textos descobertos no deserto da Judeia, comumente conhecidos como os manuscritos do Mar Morto, que o estudo acerca da angeologia judaica sectária e extra-bíblica teve um grande desenvolvimento.

Nestes textos, numa perspectiva que viria a ser recuperada pelos movimentos gnósticos do Século I, Miguel é apresentado como a figura celestial de Melquisedeque exaltado, elevado aos céus. É similarmente referido como o "príncipe da luz", conforme 11Q13, que dará combate ao "príncipe das trevas", Satã, Belial ou Melkireshah (o príncipe das profundezas da Terra). Este confronto dar-se-á aquando da grande batalha celeste que antecederá o fim dos tempos e a nova vinda do fundador da comunidade essênia, o "Mestre da Justiça", como Messias escatológico.

Neste contexto, e numa descrição profundamente ambivalente, em 4Q529 e 6Q23 o triunfo definitivo da paz não lhe é atribuído, conforme alguns depreendem de Judas 1:9, acima transcrito, onde Miguel recusa a função de juiz escatológico, mas apenas é o seu arqui-estratega. Miguel recusa inclusive o título de "Senhor" e de "Salvador", ao mesmo tempo que, segundo 4Q246, aguarda que, tal como o seu modelo histórico apresentado neste texto, Antíoco Epifânio, se possa autoproclamar "um deus" e ser adorado como deus, tal como aquele em Daniel 11,36-37.

Para outros[quem?], segundo a interpretação que fazem de alguns dos manuscritos do Mar Morto, Miguel é mesmo apresentado como o grande usurpador do senhorio de Deus numa opinião que, com alguns matizes, é idêntica à de movimentos para-cristãos nascidos no Século XIX. Segundo aquela referida interpretação, Miguel louvaria o malquisto rei Sedecias, referido em 2 Reis 24:19, prometendo-lhe, inclusive, uma aliança para que este leve a bom termo os seus planos malévolos.

Em síntese, a angeologia apresentada pela interpretação destes textos não é homogénea, mas aduz um grande leque de orientações desde as menos negativas como as que consideram Miguel como Melquisedeque exaltado, mas com desejos de ser adorado, até às profundamente negativas, as que o concebem como próximo do malévolo rei Sedecias. Nos primeiros séculos da nossa era, esta literatura teve muita influência em círculos gnósticos vindos do helenismo platonizado na medida em que a sua falta de clareza e a ambiguidade esotérica, quase a roçar o paganismo (de facto, tais perspectivas jamais poderiam ser tidas como inspiradas, quer pelo judaísmo, quer pelo cristianismo), serviu plenamente os seus intuitos de estabelecerem pontes de contacto com o crescente influxo cultural do cristianismo e, assim, não perderem a sua importância religiosa.

Festas, patronato e ordens

Festas

Nas Igrejas Católica, Anglicana e Luterana, a festa do Arcanjo Miguel ocorre em 29 de setembro (no calendário ocidental), quando também se comemoram os anjos Gabriel e Rafael, chamada de "Festa de São Miguel e todos os anjos"[70]

Na Igreja Ortodoxa, a principal festa de São Miguel é em 8 de novembro (21 de novembro na maior parte das denominações ortodoxas, que ainda usam o calendário juliano), quando ele é homenageado com o resto dos "Poderes não encarnados do Céu" (os anjos) como sendo seu "comandante supremo". O "Milagre de São Miguel em Chonae" é comemorado em 6 de setembro[71][72].

Patronatos e ordens

No cristianismo medieval, Miguel, juntamente com São Jorge, se tornaram santos patronos da cavalaria medieval e é hoje considerado como o santo patrono dos oficiais de polícia e militares[50][73].

No século XV, Jean Molinet glorificou o ato de guerra do arcanjo como o "primeiro feito de cavalaria e habilidade de cavaleiro que jamais fora realizado"[74]. Assim, Miguel se tornou o patrono natural da primeira ordem de cavalaria da França, a Ordem de São Miguel, de 1469. No sistema de honras britânico, uma ordem de cavalaria fundada em 1818 também foi batizada em homenagem aos dois santos guerreiros, a Ordem de São Miguel e São Jorge[75]. A Ordem de Miguel, o Valente é a mais alta condecoração militar na Romênia.

Além de ser o patrono de guerreiros, os doentes e os aflitos também consideram o Arcanjo Miguel como seu santo padroeiro[76]. Baseando-se na lenda de sua aparição do século VIII em Mont-Saint-Michel, na França, o Arcanjo também é o santo patrono dos marinheiros em seu mais famosos santuário[42]. Após a cristianização da Alemanha, onde as montanhas eram geralmente consagradas aos deuses pagãos, os cristãos colocaram-nas sob o patronato do Arcanjo Miguel e diversas capelas ao santo foram erigidas por todo o país[42]. Ele também é o santo padroeiro de Bruxelas desde a Idade Média[77]. A cidade de Arkhangelsk, na Rússia, foi batizada em sua honra e a Ucrânia - e sua capital, Kiev - considera o Arcanjo como seu padroeiro[78].

Imagens

 








 
 Li-Sol-30
Fonte:
Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_%28arcanjo%29