sexta-feira, 9 de agosto de 2013

DA PESSOA À DOENÇA EXISTENCIAL


 Maria Antonieta - 85min
Santo Agostinho 
- A Queda do Império Romano - 102min
A Ciência como Ciência do Sagrado - 35min.


Do ser da pessoa à doença existencial

A vida é um verdadeiro mistério! Quando pensamos em todas as condições necessárias para o seu aparecimento na terra, quando tentamos evocar as probabilidades da sua eclosão e do seu desenvolvimento, permanecemos sonhadores. Mas a vida é apenas um dos múltiplos fenómenos que nos fazem perder o pé, se de repente a nossa atenção se vira para a consciência de si que caracteriza o ser humano

O ensaísta Bill Bryson, no seu livro A Short History of Nearly Everything, começa a sua análise ao sublinhar a remotíssima probabilidade do surgimento do eu, no termo de uma evolução de que o espírito humano não consegue representar a duração; com efeito, a quantidade de zeros que constituem os milhões de anos da existência da vida na terra deixou longe atrás de si as capacidades da imaginação, para ceder o passo a um conhecimento meramente racional. 

E se logo a seguir pensamos na fugacidade da existência de cada um de nós, o contraste entre os milhões de anos da vida na terra e os setenta, oitenta ou, na melhor das hipóteses, noventa anos que nos são reservados, tornam ainda mais impressionantes a série desses contrastes. 

O filósofo hegeliano francês Pierre-Jean Labarriere deu por título a um livro de poesia que escreveu «Mille ans comme un jour», retomando parcialmente o verso de um salmo bíblico (para o Senhor, mil anos são como um dia, e um dia como mil anos). E após o contraste entre a vida na terra e a consciência humana, temos ainda o mistério do espírito humano, com todas as suas realizações que se elevam por cima das necessidades mais básicas da sobrevivência. 

Do ponto de vista da sua duração, as realizações objetivas, materiais e civilizacionais do espírito desafiam os séculos, mas será que daqui a cem mil anos ainda restará qualquer coisa das mais belas catedrais, basílicas e palácios, das mais extraordinárias obras de arte e dos livros mais universais das nossas mais preservadas bibliotecas? Perante o oceano do futuro desconhecido, a nossa atenção prefere voltar-se para a nossa existência singular, por mais limitada que seja; porque é nossa, e é, no fim de contas, a única na qual se joga hoje, para cada um de nós, o futuro da humanidade e na qual mergulham as raízes da nossa presença, tanto corpórea como pessoal.

1. Do ser da pessoa...
o olhar que tenta cingir-se à sua existência descobre rapidamente uma camada de estratos sedimentados nos alicerces da própria vida. É aqui que podemos, seguindo uma sugestão da magnífica meditação de Pierre Teilhard de Chardin, no seu livro O meio divino, descobrir, mesmo fora de todo o seu contexto religioso, que o ser humano é feito de um entrelaçamento de atividades e de passividades.
As atividades que nos constroem provêm dos nossos projetos que conseguimos realizar, das iniciativas que contribuem para a edificação de um mundo mais humano. Mas não há atividades sem passividades e, se olharmos com atenção, o campo das passividades é consideravelmente mais extenso do que o reino das atividades. 

As passividades abrangem tudo aquilo que nos constitui sem a nossa intervenção e que recebemos, não à maneira de um sofrimento, mas como base involuntária da nossa identidade. «De facto, as duas partes, ativa e passiva, das nossas vidas são extraordinariamente desiguais. Nas nossas perspetivas, a primeira ocupa o primeiro lugar, porque nos é mais agradável e mais percetível. Mas na realidade das coisas, a segunda é, sem dúvida, a mais extensa e a mais profunda» (pp. 72-73). 

No seio das passividades, isto é, tanto na matéria do nosso corpo como nas condições físicas da nossa identidade mental e psíquica, encontram-se dois grupos distintos, as passividades de crescimento e as passividades de diminuição. Cada um de nós que esteja atento a este olhar interior sobre si mesmo pode compreender que o crescimento físico, psicológico, assim como espiritual, é só possível porque recebemos predisposições que descobrimos à medida que se nos apresentam em virtude dos frutos do nosso agir. 

Ouvimos dizer que as passividades de crescimento provêm dos dons da natureza, desta natureza pródiga que nos providencia tudo aquilo que permite a construção progressiva da nossa identidade pessoal. Mas na outra vertente, simétrica, surgem as «passividades de diminuição», que já fisicamente contribuem para o meu declínio irremediável, irreversível e que desemboca na morte, com o meu regresso aos elementos isolados e constitutivos da matéria universal. 

Assim, diz Teilhard de Chardin, «recebo-me muito mais do que me faço. (...) Em último lugar, a vida profunda, a vida «fontal», a vida nascente, escapam-nos absolutamente» (p, 76). «Humanamente falando, as passividades de diminuição internas formam o resíduo mais negro e mais desesperadamente inutilizável dos nossos anos» (p. 83). 

Contudo, a nossa liberdade existe, não a podemos negar, e o seu campo de intervenção é total no ângulo agudo das suas possibilidades limitadas. Ou, para o dizer de outra maneira, a liberdade é finita, enraizando-se num mundo inescrutável de condições passivamente recebidas e que solicitam a nossa livre adesão. Eis o momento importante: a nossa adesão, o nosso consentimento às limitações é imprescindível, mas livre e não obrigatório; se não lha damos, nada muda objetivamente, mas subjetivamente a existência corre o risco de se nos manifestar como absurda. É por isso que o exercício saudável da liberdade exige o consentimento aos seus próprios limites. 

 Blaise Pascal

Na sua obra filosófica de 1990, Paul Ricoeur propôs como centro da sua reflexão sobre o ser humano a expressão: «o homem simultaneamente agente e sofrente», ativo e sofredor. Poder-se-ia confrontar esta ideia com o famoso texto de Pascal, escrito à volta de 1659, três anos antes da sua morte. «o que é o homem na natureza? Um nada relativamente ao infinito, um tudo relativamente ao nada, um meio entre nada e tudo. Infinitamente afastado de compreender os extremos, o fim das coisas e o seu princípio são para ele invencivelmente escondidos num segredo impenetrável, igualmente incapaz de ver o nada de onde foi tirado, e o infinito no qual está mergulhado» (Pensées, em Oeuvres completes, La Pléiade, p. 1107). 

Apesar dos extraordinários progressos da medicina, realizados principalmente neste último meio século, esta afirmação de Pascal ainda está plenamente atual. Talvez toda a reflexão sobre o ser humano que sofre de uma doença grave sinta mais do que nós o sentido deste pensamento, que Paul Ricoeur incorporou em 1960 no primeiro capítulo de um dos seus livros (L'homme faillible), capítulo intitulado: «O patético da "miséria"» e longamente comentado do ponto de vista filosófico.

2. ... À doença existencial
Para nós, «o patético da miséria» está no horizonte de toda a reflexão sobre o sofrimento humano. Mas quem poderá ter as palavras mais justas quando se trata do sofrimento? A este propósito, vale a pena introduzir uma breve anotação prévia. A filosofia tenta refletir sobre a experiência vivida, mas, para este efeito, ela tem que adotar uma certa distância relativamente à realidade. 

Com efeito, quando queremos ter uma visão global de uma paisagem, o nosso olhar não pode aproximar-se excessivamente de um detalhe particular, sob pena de perder o sentido das relações entre as suas diferentes partes. Do mesmo modo, a filosofia convida-nos a não fixar uma experiência única e particular, mas a recuar para perceber melhor o sentido conceptual que subjaz a esta experiência que procuramos compreender. 

Em contrapartida, com esta distanciação a filosofia afasta-se do caráter único, vivo, das experiências concretamente vividas. Encontro um exemplo deste relacionamento na maneira de falar do sofrimento da doença grave nas palavras do Cardeal Pierre Veuillot, arcebispo de Paris de 1966 a 1968, e que nesse ano morreu de leucemia. Durante a sua doença, teve com os Padres o discurso seguinte:
«Nós sabemos fazer belas frases sobre o sofrimento. Eu próprio falei dele com entusiasmo. Digam aos Padres para não dizer nada sobre ele: ignoramos o que ele é e chorei com ele» Com esta frase ele quis em primeiro lugar exprimir a diferença abissal que há entre a vivência pessoal do drama da doença e a linguagem teórica a seu respeito. 

Mas será que o sofrimento é absurdo, que proíbe deste modo toda a espécie de linguagem e obriga ao silêncio? Apesar de termos consciência da diferença abissal inerente ao diálogo entre o doente e os seus acompanhantes, podemos dizer que não poderíamos de modo nenhum ir em auxílio dos que sofrem se nos mantivéssemos totalmente silenciosos ao seu lado. 

Com efeito, entre os seres humanos, a palavra é ativa, pode ser e é criadora de luz e de relação. As grandes feridas morais vêm muitas vezes de palavras que cortam, mas as grandes alegrias ou reconciliações surgem também de palavras que têm a arte de criar vida, de ser portadoras de afeto e de abrir novos caminhos para o futuro. Neste sentido, também os doentes são ávidos de palavras de compreensão, em todos os sentidos do termo, desde que essas palavras não sejam dadas do alto de uma verdade teórica e meramente abstrata. Com efeito, apenas a linguagem que consegue uma aproximação respeitadora, marcada pelo signo da empatia, deve ter a capacidade de alcançar o coração do doente aquém, dentro e além do seu sofrimento. Mas qual será esta linguagem? 

A questão que volta inevitavelmente à superfície gira entorno ao sentido; por exemplo, terá o cancro sentido, além do sentido óbvio de destabilizar física, psíquica, existencial e emotivamente o doente? 

 Pierre Teilhard de Chardin

A primeira resposta a dar é que, em si, o sofrimento não tem senão um sentido negativo; ele é, na linguagem de Teilhard de Chardin, uma passividade de diminuição. Contudo, não estamos longe de compreender que a questão deve ser posta de outro modo. Não adianta muito tentar saber qual é, a priori, o sentido do sofrimento, mas mais adequadamente como é que o vamos encarar, qual será a resposta existencial e concreta que lhe vamos opor. Como é que é vivido? A esse respeito, quem se lembra do pequeno livro Oscar e a Senhora cor de rosa, de Éric-Emmanuel Schmitt, percebe imediatamente a diferença entre uma linguagem meramente teórica que fala da doença e o diálogo capaz de pôr vida onde não se está à espera de a ver surgir.

3. As reações possíveis
A perspetiva inverteu-se; em vez de perguntar abstratamente se a doença grave tem sentido, é a nossa capacidade de resposta que constitui o desafio principal. E a questão existencial é precisamente essa: como é que reagimos, não apenas ao anúncio de uma má notícia, mas durante as fases ulteriores em que no decurso da doença estamos submetidos a tratamentos. 

O problema complica-se aqui porque cada pessoa terá a sua maneira de viver a doença; não há regras que mandam nesses casos eminentemente singulares. Os conselhos podem ser dados, mas quem os recebe irá necessariamente ou rejeitá-los liminarmente ou deixar-se à sua maneira inspirar por eles.
Contudo, autores como Elisabeth Kübler-Ross conseguiram discernir padrões psicológicos das reações existenciais. Não é preciso lembrar em pormenor as cinco fases que discerniu no seu estudo Death and Dying, ao analisar as reações dos doentes do foro oncológico: a negação («não é verdade, não pode ser!»), a revolta «porquê precisamente eu, o que é que fiz para ter esta doença», a negociação («se fizer regime e seguir os tratamentos, vai correr bem. Vou rezar e devo curar-me!»), a prostração e depressão («não há nada a fazer; acabou-se tudo»), a aceitação («não vale a pena irritar-se, é mesmo assim e é melhor aproveitar o tempo que resta!»). 

Ela sublinha que nem todos os doentes atravessam todas as fases e que não é raro saltar uma ou várias dessas fases ou imobilizar-se numa delas. No que me diz pessoalmente respeito, penso que passaria efetivamente por cada uma dessas fases. Mas queria aqui permanecer no âmbito do contraste entre a segunda e a última fase, entre a revolta interior e a aceitação. Com efeito, do ponto de vista não apenas psicológico mas existencial, são esses os desafios mais agudos da reação na doença oncológica. 

A revolta é sempre possível e há situações que, vistas de fora, nos aparecem tão trágicas que suscitam em nós uma rebelião, assim como uma aversão contra todas as teorias que nos falam do sentido e da grandeza da existência humana. E este sentimento de absurdo não é vivido apenas por pessoas que assistem passivamente ao desenvolvimento da doença, mas dos que põem todas as suas forças para a combater: médicos, enfermeiros, outros agentes de saúde, bem como familiares e acompanhantes. 

La peste de Albert Camus é, de certeza, um dos exemplos de revolta contra o absurdo mais paradigmáticos que a literatura nos ofereceu. Reciprocamente, a pura «aceitação » está longe de se identificar com a expressão de uma resignação meramente passiva diante da doença. Com efeito, tanto a revolta como a aceitação são atitudes profundamente espirituais, no sentido em que comprometem a dimensão espiritual do ser humano. O animal pode sofrer e defender-se, mas a sua reação não chega ao nível da espiritualidade. Aliás, esta dimensão espiritual vivida quer pelos doentes quer pelos agentes da saúde é atualmente objeto de estudos cada vez mais diversificados nas teses de ética e bioética no seio das instituições académicas portuguesas. 

O que é a espiritualidade?, poder-se-á perguntar. Já tive a oportunidade de apresentar em outros contextos elementos de resposta a esta difícil questão, mas queria aqui limitar-me a comentar uma afirmação de natureza geral. 

A aceitação consciente e lúcida das «passividades .. e a sua integração subjetiva é talvez um dos momentos de maior atividade interior da existência humana. Esta verdade vale não apenas quando as passividades são superáveis, por exemplo quando boas perspetivas de cura se perfilam no horizonte da doença, mas talvez sobretudo quando se torna mais premente a consciência da iminência da morte. 

Neste sentido, aceitar a própria morte quando se está confrontado com ela é a maior atividade interior no seio da maior «passividade de diminuição», Esta aceitação pode então assumir várias formas; uma delas é a compreensão, que podemos caracterizar como altruísta, da morte: se não morresse, se ninguém dos vivos desaparecesse, a terra acabaria por não poder tomar conta de novas vidas humanas.

Assim, a nossa morte é também um serviço em proveito das gerações futuras, serviço que, espiritualmente, somos chamados cedo ou tarde a integrar na nossa compreensão da existência. Isso, com certeza, não «explica» adequadamente o sofrimento que precede a morte. E será que existe uma explicação para este sofrimento? De todo o modo, não é em poucas linhas que se pode levantar esta temível questão, mesmo se longas análises acabam quase sempre por exprimir uma grande perplexidade ou dúvida diante das respostas que se queriam convincentes.

Que me seja permitido, contudo, no termo desta comunicação, evocar de modo brevíssimo a interpretação religiosa e especificamente cristã do sofrimento e da morte. Lembremos, entre parênteses, que o que se entende por espiritualidade é muito mais vasto que o campo da religião; isso não impede que a fé vivida de modo consciente e autêntico se integre genuinamente no campo do «espiritual» em geral. Aliás, numerosos estudos já mostraram que, de facto, a abordagem da morte é muitas vezes mais pacífica e pacificadora quando é vivida no ambiente de uma fé religiosa, qualquer que ela seja. 

Lembremos previamente um dado importante; a fé cristã nunca é uma evidência, não é um projetor que ilumina todo o caminho aquém e além da morte, mas é a luz suficiente para que se possa dar, até à morte, o passo seguinte para a frente. Por outro lado, a fé cristã enraíza-se na confiança num Deus que é Amor, que entra em diálogo com o ser humano, deixando-lhe contudo a sua liberdade. 

É tão verdade que o Deus da revelação cristã admite que o crente se queixe contra ele, lhe suplique para ter uma explicação, como se pode já ler no extraordinário livro de Job, do Antigo Testamento, no qual Job exige entrar numa disputa quase jurídica com Deus, antes de aceitar finalmente, face à manifestação da transcendência divina, que não tem a capacidade de compreender o «porquê» do sofrimento. 

No fim de contas, a resposta da fé cristã à questão do sofrimento e da morte é predominantemente prática e não teórica: esta resposta é o Cristo na cruz. Se a existência terrestre de Jesus Cristo é a mais genuína revelação daquilo que Deus é e do modo como se comporta com o ser humano, então a conclusão impõe-se: o nosso sofrimento e a nossa morte mergulham no próprio mistério da transcendência divina. 

É aquilo que, depois da morte de Cristo, São Paulo e os apóstolos perceberam, não ao exaltar o sofrimento pelo sofrimento, o sacrifício pelo sacrifício, mas ao propor que a «aceitação» ativa do sofrimento e da morte é também uma maneira de entrar mais profundamente no mistério de um Deus que é Amor. 

Um Deus amor, replicaram outros! Como é que um Deus amor pode permitir tantas catástrofes e tantos sofrimentos singulares e coletivos? O crente também não tem nem recebe uma resposta teórica; contudo, a especificidade da sua resposta é que ele mantém viva a sua confiança em Deus, apesar de todo o mal e de todo o sofrimento do mundo. Esta resposta acredita que Deus tem outros trunfos e outros meios que nos superam totalmente. Por isso, o crente espera que, na própria morte, ele chegue a perceber por que motivo não podia perceber. 

Num sentido novo e mais denso ainda, uma afirmação acima expressa mostra toda a sua pertinência: a aceitação da máxima passividade torna-se a máxima atividade interior. Nela, com efeito, o crente oferece a Deus a única coisa que este não lhe pode impor, isto é: fazer o dom da plena confiança, além de todas as aparências e até dentro da sua angústia de morrer. Não deve ser fácil aceder a este nível de fé, mas felizes os que o alcançam - e feliz seria eu se, na eventual e devida altura, o conseguisse. Esta fé, que para os não-crentes não pode aparecer senão como autossugestão ou mera projeção de uma mente humana pacificadora, é vivida e interpretada pelo crente como o dom de uma iniciativa que o supera. 

E termino com as palavras do início: a existência humana, nas suas facetas visíveis e invisíveis, é mesmo um verdadeiro mistério...

Michel Renaud
 
 

Professor catedrático de Filosofia (jubilado) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa


Fontes:
 http://www.snpcultura.org/do_ser_da_pessoa_a_doenca_existencial.html
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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A HISTÓRIA DOS ROTHSCHILD



Los Rothschild - 97min.

 
 Holocausto foi planejado pelos judeus sionistas -8min.


Dinastia Rothschild - 30min


A história dos Rothschild – Parte 8

 

Os Rothschilds controlam o mundo há muito tempo.Os seus tentáculos atingem diversos aspectos da nossa vida diária, conforme documentado na seguinte linha de tempo.

Embora se afirmem Judeus, na verdade são cazares.  Oriundos de um país chamado Cazária, que ocupou a terra entre o mar Negro e o mar Cáspio, hoje  predominantemente ocupada pela Geórgia.
A razão pela qual os Rothschilds afirmam ser judeus é que os cazares, sob ordens  do rei, converterem-se à fé judaica em 740 D.C., mas é claro que isso não incluiu converter seus genes mongol-asiáticos em genes do povo judeu.

Nos dias de hoje, cerca de 90% das pessoas do mundo que se intitulam de Judeus são realmente Cazares, ou como gostam de ser conhecidos, judeus Ashkenazi. Estas pessoas alegam que a terra de Israel é deles por direito de primogenitura, quando na verdade, a sua pátria verdadeira está a cerca de mais 800 quilómetros de distância. Então, da próxima vez se ouça um primeiro-ministro israelita “balir” sobre a chamada perseguição dos judeus, considere que cada primeiro-ministro de Israel foi um judeu de Ashkenazi.

A linhagem mais rica do mundo e líder dos judeus Ashkenazi no mundo de hoje, é a família Rothschild. Como poderá ver na linha do tempo mais a baixo, os Rothschilds têm obtido esta posição através de mentiras, manipulação e assassinatos.  A sua linhagem também se estende às famílias reais da Europa e aos seguintes nomes de famílias: Astor; Bundy; Collins; duPont; Freeman; Kennedy; Morgan; Oppenheimer; Rockefeller; Sassoon; Schiff; Taft; and Van Duyn. 

Não pense automaticamente que alguém que tenha o nome Rothschild ou qualquer um dos nomes listados acima façam parte da rede criminosa dos Rothschild. A maioria dos judeus Ashkenazi são inocentes e não fazem parte dela. Este artigo destina-se a informar às pessoas quem é o inimigo, não pessoas de uma determinada raça ou pessoas com determinado sobrenome, que nada têm a ver com esta rede de criminosos.

Continuação da linha do tempo:(1902)

1902: Nasce Philippe de Rothschild.
1905: Um grupo Rothschild apoiado por judeus sionistas liderados por Georgi Apollonovich Gapon, tenta derrubar o Czar da Rússia num golpe de estado comunista. Falham e são obrigados a fugir da Rússia para a Alemanha, única a dar-lhes refúgio.
Na Enciclopédia Judaica (Vol. 2, p.497), pode-se ler:
“Não deixa de ser um tanto curiosa a tentativa de se criar um concorrente católico para os Rothschilds, quando neste momento são os  guardiões do tesouro papal.” 
1906: Os Rothschilds vendem a sua companhia de petróleo do Mar Cáspio e  Mar Negro à Royal Dutch e Shell, alegando a crescente instabilidade na região e o aumento da concorrência Rockefeller (a família Rockefeller é descendente de Rothschild através de uma linhagem feminina), donos da Standard Oil. Este é outro exemplo de como os Rothschilds tentam esconder a sua verdadeira riqueza. 
1907: Jacob Schiff Rothschild, chefe da Kuhn, Loeb and co., adverte num discurso que deu na Câmara de Comércio de Nova York:
“A menos que tenhamos um Banco Central com um adequado controle dos recursos ao crédito, este país vai viver a mais grave situação financeira de toda a sua história.”
De repente a América encontra-se no meio de outra crise financeira, típico remoinho engendrado pelos Rothschilds, o qual como de costume, arruína a vida de milhões de pessoas inocentes por toda a América e angaria bilhões para os Rothschilds.
1909: Jacob Schiff funda o National Advancement for the Association of the Colored People (NAACP). Esta associação destina-se a incitar o povo negro a saquear e a outras formas de desordem, com o fim de causar uma brecha entre as comunidades pretas e brancas. O historiador judeu, Howard Sachar, afirma o seguinte no seu livro, “The History of the Jews in America / A história dos judeus na América”:
“Em 1914, o professor Joel Spingarn  da Universidade de Columbia tornou-se presidente da NAACP e recrutou para o seu Conselho líderes judaicos como Jacob Schiff, Jacob Billikopf e rabino Stephen Wise.”
Outros co-fundadores judeus Ashkenazi, incluíam Julius Rosenthal, Lillian Wald e rabino Emil G. Hirsch. A NAACP, em 1920 nomeou o seu primeiro presidente negro, James Weldon Johnson.
Maurice de Rothschild casa com Noémie Halphen, judia Ashkenazi.
1911: Werner Sombart, no seu livro, ” The Jews and Modern Capitalism / Os judeus e o capitalismo moderno,” declarou que a partir de 1820, se vivia a:
“Era Rothschild,” e concluiu que havia, “apenas um poder na Europa e esse poder é Rothschild.”
1912: Na edição de Dezembro da revista “Truth”,  George R. Conroy afirma que o banqueiro Jacob Schiff,
“é o chefe do grande banco privado, Kuhn, Loeb, and co, o qual representa os interesses de Rothschild deste lado do Atlântico. Ele tem sido descrito como um estratega financeiro e tem sido há anos o ministro financeiro do grande poder impessoal conhecido como Standard Oil. Jacob Schiff, tem estado de mãos dadas com os Harrimans, os Goulds e Rockefellers em todas as suas empresas de caminhos de ferro e tornou-se um poder dominante em ferrovias e no poder financeiro da América”.
 1913: A 4 de Março, Woodrow Wilson é eleito o 28º Presidente dos Estados Unidos.
Pouco tempo depois é visitado por um judeu Ashkenazi, Samuel Untermyer, do escritório de advocacia Guggenheim, Untermyer and Marshall. Samuel faz chantagem com o Presidente em US $40.000, devido a uma relação amorosa que Wilson tinha tido quando  professor na Universidade de Princeton, com a esposa de um colega. 

O Presidente Wilson não tem esse dinheiro. Então Untermyer voluntaria-se para pagar os $40.000 do seu próprio bolso à mulher do romance  do presidente, na condição de este prometer nomear, na primeira vaga do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, um candidato recomendado ao Presidente Wilson pelo escritório de advocacia, Untermyer. Wilson concorda com isso.
Jacob Schiff forma o Anti Defamation League (ADL) nos Estados Unidos. Esta organização tem como objectivo difamar quem questione ou desafie a conspiração global Rothschild como “anti-semita”.
Estranhamente, no mesmo ano também criam o seu último e actual Banco Central nos Estados Unidos, Federal Reserve (Reserva Federal).  O congressista Charles Lindbergh declarou na sequência da aprovação em 23 de Dezembro:
“A lei estabelece a mais gigantesca confiança que existe ao cima da terra. Quando o presidente a assinar, o governo invisível do poder monetário irá ser legalizado….O maior crime de todos os tempos vai ser perpetuado por esta lei.” (1)
É importante notar que a Reserva Federal é uma empresa privada, nem Federal é nem tem reservas. Estima-se que os seus lucros sejam superiores a US $150 bilhões por ano. A Federal Reserve nunca publicou  a sua contabilidade.
1914: Dá-se o início da Primeira Guerra Mundial. Nesta guerra, os Rothschilds da Alemanha emprestam dinheiro aos alemães, os Rothschilds britânicos emprestam dinheiro aos britânicos e os Rothschilds franceses emprestam dinheiro aos franceses. Os Rothschilds tem o controlo das três maiores agências de notícias europeias, Wolff na Alemanha,  Reuters na Inglaterra e Havas na França. A agência Wolff é usada para manipular o povo alemão para o fervor da guerra.
De volta a esse tempo, os Rothschilds são raramente relatados nos meios de comunicação, sendo eles os próprios donos dos meios de comunicação.
1916: A 4 de Junho, o judeu Ashkenazi, Louis Dembitz Brandeis é nomeado para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos pelo Presidente Wilson, como pagamento acordado pela chantagem de Samuel Untermyer, cerca de três anos atrás. Justice Brandeis é também  líder eleito do Comité Executivo para Assuntos Sionistas, cargo que detém desde 1914.
Está-se a  meio da Primeira Guerra Mundial.  A Alemanha estava a ganhá-la, pois estava a ser mais  financiada pelos Rothschilds do que a França, Itália e Inglaterra. Os Rothschilds, não querem  apoiar o Czar da Rússia e este estava do mesmo lado que a França, Itália e Inglaterra.
Ocorre então um evento significativo.  A Alemanha, embora estivesse a ganhar a guerra sem um soldado estrangeiro ter  colocado seus pés no seu solo, oferece o armistício à Grã-Bretanha sem necessidade de reparações. Os Rothschilds  ansiosos para se certificarem que tal não tinha acontecido e como tinham planeado ganhar muito dinheiro  com esta guerra, tiram uma carta da manga.
Enquanto os britânicos estavam a considerar a oferta da Alemanha, Louis Brandeis, agente  Rothschild, envia uma delegação sionista da América à Grã-Bretanha a promete trazer a América para o lado britânico, desde que os britânicos concordam em dar a terra da Palestina aos Rothschilds.
Os Rothschilds queriam a Palestina pelo seguinte motivo. Eles tinham grandes interesses comerciais no Extremo Oriente. Desejavam ter o seu próprio estado nessa área juntamente com suas próprias forças armadas, que poderiam ser usadas como força agressora a qualquer Estado que ameaçasse os seus interesses.
Os britânicos concordam posteriormente com o negócio da Palestina e os Sionistas em Londres, entram em contacto com seus homólogos nos Estados Unidos a informá-los dessa decisão. De repente, todos os principais jornais da América, que tinham sido pró-Alemanha, começam a publicar peças de propaganda, tais como: soldados alemães matam enfermeiras da Cruz Vermelha; Soldados alemães cortam mãos de bebés, com o fim de manipular o público americano contra os alemães. (2)
Neste mesmo ano, o Presidente Woodrow Wilson, corre uma campanha de reeleição, sob o lema “reeleger o homem que manterá vossos filhos fora da guerra.”
A 12 de Dezembro, a Alemanha e seus aliados oferecem termos de paz para pôr fim à guerra.
1917: Como resultado da oferta de paz da Alemanha, a máquina de guerra Rothschild entra em marcha acelerada na América.  Espalha propaganda que obriga o Presidente Wilson sob as instruções do líder sionista americano e líder do Supremo Tribunal de Justiça, Louis Dembitz Brandeis, a renegar a promessa feita ao seu eleitorado e no dia 6 de Abril a América entra na 1ª guerra mundial.  (3)
De acordo com a promessa do sionista Rothschild aos britânicos, que consistia em levar a América para a guerra, os primeiros decidiram querer que os britânicos por escrito provassem que iriam manter a sua parte do acordo. O secretário britânico dos negócios estrangeiros, Arthur James Balfour, redige então uma carta que é comumente conhecida como a “Declaração Balfour”, reproduzida a seguir:
2 de Novembro de 1917
 Prezado Lord Rothschild,
Tenho muito prazer em transmitir-lhe, em nome do governo de sua Majestade, a seguinte declaração de simpatia com as aspirações judaico sionista, apresentado e aprovada, pelo Conselho de Ministros.
O Governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o povo judeu e irá usar os seus melhores esforços para facilitar a realização deste objecto, que seja claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das Comunidades não-judaicas na Palestina, ou os direitos e estatuto político usufruídos pelos judeus em qualquer outro país.
Agradeceria se levasse esta declaração ao conhecimento da Federação Sionista.
Seu sinceramente,
Arthur James Balfour
Os Rothschilds ordenam aos bolcheviques que controlam, a execução do Czar Nicolau II e toda a sua família na Rússia, ainda que o czar tivesse abdicado a 2 de Março.  Esta execução pretende obter o controlo do país mas é também um acto de vingança pelo bloqueio de Czar Alexandre I ao plano Rothschild de governação mundial em 1815 no Congresso de Viena,  e pela aliança de Czar Alexandre II com o presidente Abraham Lincoln em 1864.  É extremamente importante para os Rothschilds abaterem toda a família do Czar, incluindo mulheres e crianças, como forma de fazer jus à promessa feita por Nathan Mayer Rothschild em 1815. Ele é projectado para mostrar ao mundo o que acontece quando se tenta atravessar à frentes dos Rothschilds.

O congressista Oscar Callaway,  informa o Congresso que o banco J. P. Morgan é uma frente Rothschild e que já tomou o controlo da indústria dos meios de comunicação americanos. Afirma:
“Em Março de 1915, os interesses de JP Morgan – aço, construção naval  e suas organizações subsidiárias, reuniram com 12 homens de topo do mundo da comunicação e empregaram-nos para seleccionar os jornais mais influentes nos Estados Unidos e em número suficiente para poderem controlar globalmente a política da imprensa diária. Descobriram ser apenas necessário adquirir o controlo de 25 dos maiores  jornais. O acordo foi alcançado. A política dos jornais foi comprada,  paga mensalmente, um editor foi fornecido para cada jornal, para adequadamente supervisionar e editar as informações sobre as questões de preparação, militarismo, condições financeiras e outras coisas de natureza, nacional e internacional, considerada vital para os interesses dos seus clientes compradores” (4)


Fonte: 

Meus comentários:
 (1) – Ups! Governo Invisível! Cheira-me a teoria de conspiração.
 (2) – Não vos lembra nada?  Iraque, Síria, Líbia…!
 (3) – Dinheiro e Sexo. Armas sobejamente usadas também nos nosso dias, para a gestão de interesses. A classe política sem ideais é assim manipulada e “aprisionada”. A vida para alguns passa-lhes mesmo ao lado, pois nada aprendem.
 (4) -Técnica altamente aperfeiçoada ao longo do tempo. Torna-se fácil de ver a relação directa entre os  agentes de comunicação e a vida de uma sociedade como um todo e também de ver porque é tão importante destruir a Internet como meio de comunicação livre que é. 

 http://artedeomissao.wordpress.com/2012/06/23/a-historia-dos-rothschild-parte-8/
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terça-feira, 6 de agosto de 2013

ESPAÇO-TEMPO NÃO É O MESMO PARA TODOS


Além do Cosmos - Mecânica Quântica - 45min.
 
 Gravidade Quântica - 10min

Espaço-tempo não é o mesmo para todos

Com informações da Universidade de Varsóvia - 31/07/2013
Espaço-tempo não é o mesmo para todos
Neste modelo, o espaço-tempo clássico - esse em que vivemos - é criado pela interação da matéria com a gravidade quântica, de forma semelhante a que a estrutura atômica do gelo se forma a partir da água.[Imagem: Faculty of Physics/University of Warsaw

 Fiat Quantum

Antes do Big Bang, o espaço-tempo como nós o conhecemos não existia. Então, como ele nasceu
O processo de criação do espaço-tempo que conhecemos a partir de um estado anterior, dominado pela gravidade quântica, tem sido estudado há anos por teóricos do mundo todo.
Agora, novas análises feitas por físicos da Universidade de Varsóvia, na Polônia, sugerem uma conclusão surpreendente: nem todas as partículas elementares estão sujeitas ao mesmo espaço-tempo.
Vários bilhões de anos atrás, imediatamente após o Big Bang, o Universo era tão denso e tão quente que as partículas elementares sofriam a ação da gravidade muito fortemente.
Por décadas, os físicos de todo o mundo têm tentado descobrir as leis da gravidade quântica que descrevem esta fase da evolução do Universo.

O grupo do professor Jerzy Lewandowski propôs seu próprio modelo do universo quântico. E estudos recentes de suas propriedades surpreenderam os pesquisadores.
As análises feitas por Lewandowski e Andrea Dapor mostram que as diferentes partículas elementares "experienciam" a existência de espaços-tempos diferentes.

Gravidade Quântica
Uma das tentativas para descrever a gravidade quântica é chamada de Teoria da Gravidade Quântica em Circuito Fechado, ou modelo LQG, do inglês Loop Quantum Gravity.
Esta teoria assume que o espaço-tempo é estruturalmente bastante semelhante a um tecido, sendo constituído por um grande número de pequenas fibras emaranhadas em anéis. Uma área de um centímetro quadrado pode conter um milhão de trilhões de trilhões de trilhões de trilhões de trilhões (1066) dessas fibras.

Foi o próprio grupo do prof. Lewandowski que desenvolveu um modelo matemático consistente da LQG que combina a mecânica quântica com a relatividade geral.
O modelo pressupõe a existência de dois campos de interação.
Um deles é um campo gravitacional, que pode ser identificado com um espaço, uma vez que, de acordo com a Teoria Geral da Relatividade, a gravidade curva o espaço-tempo, e este espaço-tempo curvo dá origem a efeitos gravitacionais.

O segundo campo no modelo é um campo escalar que atribui um número a cada ponto do espaço. Este campo é interpretado como o elemento mais simples da matéria.
A imagem da realidade nesse modelo é quântica, tendo características muito diferentes das do mundo que experimentamos todos os dias.
Espaço-tempo não é o mesmo para todos
Há muito tempos os físicos tentam desvendar o que aconteceu na noite anterior ao Big Bang. [Imagem: Martin Bojowald]
Do espaço-tempo quântico ao espaço-tempo clássico
Faltava então alinhavar o período quântico com o período clássico que vivemos.
"Nesta situação, parecia natural perguntar: Como é que o espaço-tempo que todos nós conhecemos emerge dos estados primários da gravidade quântica? E, como o espaço-tempo normal nasceria como resultado da interação entre a matéria e a gravidade quântica, poderíamos estar certos de que cada tipo de matéria definitivamente interage com um espaço-tempo que tem as mesmas propriedades?" disse o professor Lewandowski.

Para encontrar respostas para estas perguntas, a equipe primeiro derivou padrões de interação entre a matéria e os efeitos da gravidade quântica para os dois casos matematicamente mais simples: para partículas de massa zero em repouso e para partículas simples (escalares) de massa não-zero em repouso.

No Modelo Padrão, que descreve as partículas elementares e suas interações, as partículas sem massa relevantes seriam os fótons, e partículas escalares com massa seriam o famoso bóson de Higgs, responsável pela massa das outras partículas: quarks e elétrons, múons, taus e seus neutrinos associados.
Depois de derivar as equações que representam o comportamento das partículas de acordo com as leis do modelo da gravidade quântica, os físicos começaram a verificar se equaçõe

Espaço-tempo não é o mesmo para todos
Outra discussão relacionada a esta é se o próprio tempo é real ou é uma ilusão. [Imagem: FQXi]
 
Isotropia
A tarefa se mostrou possível para as partículas sem massa. O procurado espaço-tempo era isotrópico, ou seja, tinha as mesmas propriedades em todas as direções.
"De acordo com o modelo simplificado que pesquisamos, independentemente de o fóton ter momento maior ou menor, mais ou menos energia, o espaço-tempo aparece para ele como sendo o mesmo em todas as direções," explica o Prof Lewandowski.

Para as partículas com massa a situação foi diferente, com a existência de massa impondo uma condição adicional específica sobre a teoria.

Os físicos demonstraram que um espaço-tempo clássico que satisfaça simultaneamente a condição de massa e tenha as mesmas propriedades em todas as direções não pode ser calculado.
O espaço-tempo apropriado poderia ser encontrado apenas entre espaços-tempos anisotrópicos - a direção preferencial desses espaços-tempos seria a direção do movimento da partícula.
"Partículas com massa não só experienciam diferentes espaços-tempos do que os fótons, mas cada uma vê a sua própria versão particular de espaço-tempo, dependendo da direção em que ela se move. Esta descoberta realmente nos pegou de surpresa," conta Andrea Dapor.
Assim, o espaço-tempo clássico emergiria da interação entre a matéria e a gravidade quântica de forma semelhante a que a estrutura atômica do gelo se forma a partir do congelamento da água líquida e seus átomos desordenados.

Espaço-tempo não é o mesmo para todos
Embora seja difícil comprovar esta nova teoria, dados recentes desafiam a "física pós-Einstein". [Imagem: ESA/SPI Team/ECF]
 
Comprovação difícil
Será que isto significa que o Universo das partículas com massa não é isotrópico? Tal afirmação seria de enorme importância experimental e observacional. No entanto, a resposta é não, já que o Universo não parece ter uma direção preferencial.
Como observadores que estudam o comportamento das partículas elementares, nós somos clássicos, e não quânticos, e, em certo sentido, estamos "fora" do mundo das partículas.
Assim, não seria relevante que cada partícula "experiencie" seu próprio espaço-tempo - ainda que isto seja real.
Além disso, independentemente da direção do seu movimento, todas as partículas observadas em laboratório têm exatamente as mesmas características.
Por esta razão, confirmar experimentalmente as previsões teóricas da equipe polonesa não será uma tarefa trivial.

Foi esta a conclusão a que chegou a comunidade física que discutiu esses resultados durante a 20ª Conferência Internacional sobre Relatividade Geral e Gravitação, que terminou no último sábado.


 Fontes:
 http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?
artigo=espaco-tempo-nao-mesmo-todos&id=010130130731
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domingo, 4 de agosto de 2013

TEILHARD DE CHARDIN: A NATUREZA COMO CAMINHO PARA DEUS - Mozart Great Mass in C minor K 427



Mozart Great Mass in C minor K 427


Maestrina - Laurence Equilbey!   Isn't she astounding!?
Soprano Julie Fuchs
Mezzo-Soprano Ann Hallenberg
Tenor Benjamin Hulett
Baryton Markus Werba

Orchestera Insula Orchestra

1.Kyrie (andante moderato) 2. Gloria Gloria in excelsis deo (allegro vivace) : 7'38 Laudamus te (allegro aperto) : 10'11 Gratias agimus tibi (adagio) :15'05 Domine Deus (allegro moderato) : 16'10 Qui tollis (largo) : 19'20 Quoniam tu solus (allegro) : 24'50 Jesu Christe : 29'20 Cum Sancto Spiritu : 30'00 3.Credo Credo in unum deum (allegro maestoso) : 33'39 et incarnatus est (andante) : 37'20 4.Sanctus Sanctus (largo) : 46'20 Hosanna : 48'00 Benedictus (allegro commodo) : 50'00

Teilhard de Chardin: 

a natureza como um caminho para Deus

Na visão de Paul Schweitzer, a maior contribuição de Teilhard de Chardin 

foi a visão integradora de ciência empírica e fé cristã

Por: Graziela Wolfart, Gilda Carvalho e Eliana Yunes

“Para Teilhard, a natureza e as suas leis retratam a presença e a ação de Deus. Ele não somente tem uma confiança forte na compatibilidade entre a ciência correta e a fé cristã, mas vê que uma contribui para a outra. A ordem extraordinária do mundo natural reflete a sabedoria e a bondade de Deus”. A descrição é do professor e padre jesuíta Paul Schweitzer, na entrevista que concedeu, por e-mail, para a IHU On-Line. E ele completa, afirmando que “a evolução, segundo a visão teilhardeana, não é totalmente cega, mas, segundo a lei dos grandes números, ela tem uma flecha, uma direção, que Teilhard chama de ortogênese. Ele vê a progressão do universo tendendo para a plenitude no Cristo”. Para Paul Schweitzer, “a visão de Teilhard oferece uma maneira de encarar o universo como criação de Deus, em total concórdia com a ciência atual. Aliás, a visão que ele oferece é bem mais digna e mais adequada, porque integra a ciência e a fé numa união mutuamente benéfica. O universo, nas suas maravilhas e belezas, revela-se e brilha como obra prima de Deus”.

Paul Alexander Schweitzer é um padre jesuíta americano, naturalizado brasileiro, que vive há mais de 35 anos no Brasil. Atualmente, é professor de matemática na PUC-Rio. Membro da Academia Brasileira de Ciências, é graduado em Teologia e Matemática, mestre em Filosofia e doutor em Matemática pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Confira a entrevista.

IHU On-Line - Sabemos que as proposições do pesquisador Teilhard de Chardin provocaram reações contundentes por parte da Filosofia e da Teologia, até então habituadas de alguma forma a uma posição hegemônica na produção do conhecimento científico.  No tocante à produção de conhecimento das Ciências ditas Exatas, qual a(s) contribuição(ões) efetiva(s) de Chardin? 
Paul Schweitzer - Desde criança, Pierre Teilhard de Chardin tinha um interesse forte pela natureza. Colecionava pedras e fósseis. Ainda jovem, descobriu fósseis de várias épocas geológicas, inclusive algumas de espécies novas, e uma delas recebeu o nome “Teilhardi” em sua honra. Ele se entusiasmou pela evolução refletida na progressão dos fósseis de uma época a outra. Na sua carreira de pesquisador, chegou a publicar muitos trabalhos científicos sobre a geologia e a paleontologia. Teilhard trabalhou na China durante muitos anos. Fez parte da equipe que descobriu o “homem de Pekin”, fósseis de Homo erectus de cerca de 700 mil anos atrás, parte do “elo perdido” na evolução do homem de hoje. Podemos dizer que foi um cientista devoto, competente e produtivo. Seu destaque como cientista eminente foi reconhecido quando convidado a ser professor no Collège de France, a posição do mais alto nível no ensino na França. A maior contribuição de Teilhard, no entanto, foi a visão integradora de ciência empírica e fé cristã. Ele foi profundamente influenciado pelas ideias de São Paulo sobre a atuação do Cristo no universo. Viu na evolução a obra do Cristo aperfeiçoando a natureza que criou. Tudo converge para o ponto Omega, a plenitude de toda a criação no Cristo.

IHU On-Line - Teilhard de Chardin foi um autor produtivo ao expor uma cosmovisão original e ousada, fortemente marcada pela teoria da evolução e que lhe valeu vários dissabores no seu relacionamento com a Igreja. Em que aspectos, especificamente, sua visão científica confrontava com a da Igreja de sua época?
Paul Schweitzer - Teilhard via, na evolução, o dedo de Deus Criador, aperfeiçoando a sua obra enquanto alguns católicos consideravam a teoria de evolução como incompatível com a fé. O pensamento de Teilhard encarou a evolução como a estratégia que Deus adotou na criação do universo, subindo desde as formas mais primitivas da vida para chegar ao ser humano, no processo que ele chamou de “hominização”. Para ele, a evolução não era uma teoria contrária aos relatos bíblicos. Ao contrário, mostrou a presença de Deus na natureza. A integração da evolução no pensamento teológico de Teilhard contribuiu muito para a aceitação da evolução pela Igreja. Foi evitada uma condenação da teoria da evolução pelo Magistério, uma condenação que poderia ter causado tantos danos à Igreja como o caso de Galileu.

No conceito do “Cristo cósmico”, Teilhard recuperou aspectos da teologia cristã antiga, especialmente da Igreja Oriental. Enquanto a Igreja Católica no ocidente dava enorme ênfase ao Pecado Original, que desfigura e enfraquece o ser humano, levando à Paixão e Morte do Cristo para a salvação da humanidade, vários teólogos orientais patrísticos viam a Encarnação mais como parte do plano de Deus de elevar o ser humano a uma participação na própria vida divina. Nessa concepção, não foi o pecado de Adão (“felix culpa”) que levou à Encarnação, mas foi o plano eterno de Deus Pai. Teilhard não negava o Pecado Original, mas olhava mais a vontade do Pai de elevar o ser humano. Alguns escritores criticavam Teilhard e achavam que o seu pensamento não era ortodoxo nesse detalhes, e isso é compartilhado por vários padres da Igreja.

Devemos lembrar que Teilhard viu uma direção que guiava a evolução, direção essa que chamava de “ortogênese”. Para ele, a evolução não era cega, mas avançava a níveis cada vez mais altos, passando pela biogênese até chegar à hominização na “noosfera”. Tudo tende ao ponto Omega, à plenitude em Cristo. “Tudo que sobe converge.” Essa posição tem sido criticada e rejeitada por muitos biólogos, mas essa rejeição é um preconceito, não uma conclusão científica.

IHU On-Line - E hoje? Essas divergências persistem? Como o senhor percebe que a figura do pesquisador Teilhard de Chardin é atualmente considerada pela Igreja Católica?
Paul Schweitzer - Logo após a morte de Teilhard no domingo da Páscoa, em 1955, quando as suas obras começavam a ser publicadas pela sua secretária Jeanne-Marie Mortier, muitos católicos ficaram entusiasmados pela visão teilhardeana. Eu me lembro do prazer com o qual líamos as obras dele. Esse grande interesse no pensamento de Teilhard foi diminuindo com o tempo, mas agora há um interesse renovado nele. Hoje em dia, há uma aceitação e um entendimento cada vez maior de Teilhard. O eminente teólogo jesuíta Henri de Lubac,  um amigo de Teilhard, escreveu vários livros sobre ele, mostrando a ortodoxia de seu pensamento. De Lubac também passou por críticas, mas foi um dos teólogos mais importantes no Concílio Vaticano II,  e foi feito cardeal na sua velhice como prêmio pelas grandes contribuições que fez à Igreja. Durante a sua vida, Teilhard circulava seus escritos num grupo pequeno de amigos, entre eles o Pe. de Lubac, para receber sugestões e comentários. Foi uma pena enorme a proibição da publicação das obras de Teilhard durante a sua vida, porque teria permitido um diálogo com outros intelectuais, e esse diálogo teria enriquecido as ideias e esclarecido alguns pontos escuros. Teilhard, sempre fiel à Igreja e à fé cristã, poderia ter explicado melhor suas ideias e evitado a suspeita de faltas contra a ortodoxia. As interpretações erradas e a falta de compreensão de certas ideias de Teilhard poderiam ter sido evitadas. Hoje em dia, felizmente, já são quase totalmente superadas.

IHU On-Line - Que contribuições os embates e aproximações entre Teilhard de Chardin e a Igreja trouxeram ao diálogo entre a fé e a ciência?
Paul Schweitzer - Para Teilhard, a natureza e as suas leis retratam a presença e a ação de Deus. Ele não somente tem uma confiança forte na compatibilidade entre a ciência correta e a fé cristã, mas vê que uma contribui para a outra. A ordem extraordinária do mundo natural reflete a sabedoria e a bondade de Deus. A fé no Criador ajuda a crer que toda a pré-história e história do universo, desde o Big Bang há uns 13,7 bilhões de anos até hoje, tem um sentido, e que ela vai convergindo para a plenitude no Cristo. Conforme o Prólogo do Evangelho, segundo João, “Tudo foi feito por meio dele, e sem ele nada se fez do que foi feito” [Jo 1,3]. Na Carta aos Efésios, Paulo prevê o que Teilhard chama o ponto Omega: “levar os tempos à sua plenitude: reunir o universo inteiro sob um só chefe, Cristo! [Ef 1,10]. Essa visão do “Cristo cósmico” une a fé cristã e o estudo do universo pela ciência.

Outra contribuição importante de Teilhard é de atribuir consciência a tudo que existe no universo, embora numa forma somente em potência. A consciência somente se revela, segundo a Lei de Complexidade-Consciência de Teilhard, na medida em que haja uma organização material que possa sustentá-la. Essa visão fenomenológica supera a cisão cartesiana tão problemática entre matéria e mente. A evolução, segundo a visão teilhardeana, não é totalmente cega, mas, segundo a lei dos grandes números, ela tem uma flecha, uma direção, que Teilhard chama de ortogênese. Ele vê a progressão do universo tendendo para a plenitude no Cristo.

IHU On-Line - A vida de Teilhard de Chardin desde a sua adolescência, como nos contam os biógrafos, foi uma vida movida pelo desejo de procurar um Deus sempre maior, um Deus para além daquilo que aos olhos dos cristãos já mostrava a presença de Deus. Quais são os traços mais característicos desse seu encontro pessoal com Deus presentes na sua produção científica?
Paul Schweitzer - Teilhard tinha uma convicção profunda que o Deus cristão que encontramos na fé, na oração e nos sacramentos, revela-se igualmente na natureza. Ele contemplava essa presença divina na sua oração e no seu trabalho científico. A natureza foi, para ele, um caminho para Deus. Na tradição inaciana que ele recebeu como jesuíta, aprendeu a ver todas as coisas em Deus, e Deus em todas as coisas. A oração diária e a contemplação da presença de Deus em tudo, prática constante ao longo da vida de Teilhard, foi uma fonte da sua cosmovisão. Ele não somente estudava a natureza, mas também contemplava a ela e a Deus nela.

IHU On-Line - Como podemos estabelecer uma relação entre o pensamento teológico de Teilhard de Chardin e o creacionismo que vem sendo retomado com força por uma corrente de pensamento anglo-saxônica?
Paul Schweitzer - As pessoas que defendem o criacionismo e o “desígnio inteligente” são cristãs sérias e têm fé, mas, geralmente, esta é uma fé primária e simplista. Ignoram os avanços nos estudos bíblicos dos últimos dois séculos. Sem entender como Deus inspirou os autores sagrados, interpretam as palavras da Bíblia literalmente, e essa interpretação entra em choque com os avanços da ciência empírica dos últimos quatro séculos. (Podemos lembrar também que há textos bíblicos atribuindo a Deus mãos, olhos, etc., textos que evidentemente não admitem uma interpretação literal). A cosmovisão de Teilhard oferece uma resolução desse choque, porque vê a presença e a ação de Deus nas leis da natureza. Santo Agostinho, no seu comentário sobre os primeiros capítulos do livro do Gênesis, escreveu que não se devia insistir numa interpretação literal dos textos da Bíblia, porque poderia acontecer que a ciência mostraria que as coisas não eram assim, e, dessa forma, causaria desprezo pela fé cristã. E de fato isso aconteceu. Galileu, na carta que escreveu à Grã-Duquesa Cristina, durante o conflito sobre os seus escritos, citou os textos de Santo Agostinho, mas muitas pessoas não lhes deram atenção. A visão de Teilhard oferece uma maneira de encarar o universo como criação de Deus, em total concórdia com a ciência atual. Aliás, a visão que ele oferece é bem mais digna e mais adequada, porque integra a ciência e a fé numa união mutuamente benéfica. O universo, nas suas maravilhas e belezas, revela-se e brilha como obra prima de Deus.

IHU On-Line - Poderíamos, então, dizer que Teilhard de Chardin viveu efetivamente o ideal inaciano de ser um homem “contemplativo na ação”?
Paul Schweitzer - Sem dúvida! Teilhard é um modelo excelente da maneira de ser contemplativo na ação, especialmente para hoje. Foi exatamente pela sua oração e reflexão — a dimensão contemplativa na sua vida — que chegou a formular a sua cosmovisão. Podemos lembrar a “Missa sobre o Mundo”, quando Teilhard estava no Deserto Ordos, na China, sem pão nem vinho para celebrar a Eucaristia. Na sua oração, ele ofereceu o novo dia que se iniciava com o sol que se levantava, com todas as obras do mundo todo naquele dia, como hóstia consagrada a Deus. A presença do Cristo Ressuscitado impregna todo o universo com uma força divina que o vai aperfeiçoando. Podemos terminar com a palavra inspirada de Teilhard: “Tudo que sobe converge!” — a convergência de toda a criação para a plenitude que o seu Criador preparou para ela.
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>> Paul Schweitzer já concedeu outras entrevistas à IHU On-Line:
* A dimensão espiritual do cosmos – publicada na IHU On-Line número 142, de 23-05-2005.


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Publicado em 27/12/2012-Licença padrão do YouTube