sábado, 27 de novembro de 2010

ÉTICA E LIBERDADE NO PENSAMENTO DE KANT




Uma análise da Obra Fundamentação da Metafísica dos costumes

Osmar Mackeivicz[1]

Na primeira parte da sua obra “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”, Kant analisa dois conceitos fundamentais da sua teoria moral, a saber: o conceito de vontade boa e o imperativo categórico. A partir desses dois conceitos surge a ética kantiana.

Os conceitos de vontade boa e de imperativo categóricos empregam duas condições de dever: o seu aspecto objetivo regulado pela lei moral; e o seu aspecto subjetivo, produzido pelo cumprimento da lei pela subjetividade livre, formando uma condição necessária do agir. O aspecto objetivo abarca um critério de correção moral e o aspecto subjetivo a condição do valor moral da ação.  Sendo assim, o conceito de dever é fundamental na ética kantiana. O conceito de dever, portanto, contém dois aspectos fundamentais da filosofia moral de Kant, ou seja, o conceito de vontade boa e o conceito de lei moral.  Acerca da vontade boa, KANT (1974, p. 204) menciona: “A vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza,… mas tão somente pelo querer, isto é, em si mesma”.

A teoria kantiana do agir moral afirma ALMEIDA (1992, p. 94), está baseada em duas teses básicas: “Que agir moralmente consiste em agir com base em regras universalizáveis, que qualquer outro ser racional possa adotar como suas; que devemos agir com base em regras universalizáveis pela simples razão que somos racionais”.

O conceito de vontade boa é condição para a formação de uma consciência de dever e consiste no respeito à lei moral, sendo sua motivação principal o agir em conformidade com a lei. O termo motivação serve para diferenciar daquilo que é empírico e ligado a fins contingentes. A ética kantiana não se baseia em princípios empíricos, pois esses princípios não possuem um valor universal e válido. Na “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”a questão da felicidade é abordada não como causa da moralidade, mas como consequência do agir moral, ou seja, é alcançada à medida em que o homem cumpre a lei, e cumprindo a lei alcança a felicidade. DUTRA (2002, p. 33) afirma que: “A pessoa deve pautar a sua ação tendo como única motivação a lei moral e, só então, poder esperar que a felicidade possa ser-lhe atribuída, ou seja, a vontade boa é colocada como condição da felicidade”.

Logo, a lei moral kantiana tem necessidade de ser absoluta, pois todo agir tem que valer como condição universal para todos os seres racionais. Nesse sentido a moralidade não pode vir da antropologia, nem da abstração de dados empíricos, mas deve-se deduzi-la de um ente racional. Somente na aplicação da lei moral é que se pode abordar questões antropológicas, e, também, o conceito de felicidade. Quando se trata da eficácia da lei para um ser racional finito, aparece novamente o conceito de felicidade. A felicidade, que é um fim perseguido por todos, é uma necessidade natural, fato que remonta a seu status de a priori, visto que a felicidade natural está presente em todos os seres racionais.

Para Kant, o conceito de vontade boa contém em si o conceito de dever. O dever é uma ação da vontade boa que não pode ser constatado empiricamente. O valor moral de uma ação consiste em executá-la por dever e não por inclinação ou interesses particulares. Fazer o bem por inclinação ou por interesse não possui nenhum valor moral, mas apenas valor contingente, mas, ao contrário, se a prática do bem é por dever a ação é valorativa. DUTRA (2002, p. 35) afirma que: “A vontade boa pode ser considerada uma condição formal do valor moral da ação, e pode ser estabelecida a priori”.

KANT (1974, p. 208) menciona:
Uma ação praticada por dever tem seu valor moral, não no propósito que com ela se quer atingir, mas na máxima que a determina: não depende, portanto da realidade do objeto da ação, mas somente do princípio do querer segundo o qual a ação, abstraindo de todos os objetos da faculdade de desejar, foi praticada [...] dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei [...] ora, se uma ação realizada por dever deve eliminar totalmente a influência dainclinação e com ela todo o objeto da vontade nada mais resta à vontade do que a possa determinar do que a lei objetivamente e subjetivamente.

O valor moral de uma ação não está no efeito que dela decorre, mas no querer e no agir conforme a lei e não por inclinação. O princípio do agir moral é que possa querer que a máxima da ação seja universal. E para saber se a ação praticada tem valor moral válido basta questionar-se se essa é possível de tornar-se universalizável.

DUTRA (2002, p. 35) expressa que: “A vontade boa é um conceito que diz respeito ao acatamento subjetivo da lei moral”. Logo, esse acatamento é que implica a moralidade da ação, onde uma ação praticada por interesse possui valor contingente e não moral. O valor moral da ação é definido pela motivação da lei e não pelo interesse empírico. Evidencia-se assim que a vontade boa é um dos elementos fundamentais do dever e que pode ser estabelecida a priori. A vontade boa é considerada o primeiro aspecto do dever.
Em sua obra “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”,(1974, p. 35), Kant ressalta que o dever possui um segundo aspecto, a lei moral: “[...] todos os conceitos morais têm sua sede e origem completamente a priori na razão; [...] que não podem ser abstraídos de nenhum conhecimento empírico e por conseguinte puramente contingente; que exatamente nessa pureza da sua origem reside a sua dignidade para nos servirem de princípios práticos supremos”.

As leis morais devem valer para todos os seres racionais, e, é também, desses seres racionais universais que deve-se deduzi-las. Trata-se então de descrever a faculdade prática da razão, partindo das regras universais até o conceito de dever.

KANT (1974, p. 217) então afirma:
Cada coisa da natureza age segundo leis. Só um ser racional tem capacidade de agir segundo a representação das leis, isto é, segundo princípios, ou: só eletem uma vontade. Como para as ações das leis é necessária à razão, a vontade não é outra coisa senão a razão prática. Se a razão determina infalivelmente à vontade, as ações de um tal ser, que são conhecidas como objetivamente necessárias, são também subjetivamente necessárias, isto é, a vontade é a faculdade de escolher só aquilo que a razão, independentemente da inclinação, reconhece como praticamente necessária, quer dizer como bom.
Logo, se a razão não determina por si a vontade, mas está sujeita a condições empíricas e se a vontade não é conforme a razão, suas ações são totalmente contingentes.

Os imperativos da razão

Os imperativos da razão podem ser hipotéticos ou categóricos. Os imperativos se exprimem pelo verbo dever (sollen), e mostram assim a relação de uma lei objetiva da razão para uma vontade. Os imperativos afirmam se seria bom ou não deixar de praticar qualquer coisa. Os imperativos hipotéticos e categóricos são distintos.

KANT (1974, p. 218) menciona em que consiste o imperativo hipotético e categórico: “Os imperativos hipotéticos representam a necessidade de uma ação possível como meio de alcançar outra coisa que se quer. O imperativo categórico seria aquele que nos representa uma ação como objetivamente necessária, por si mesma, sem relação com qualquer finalidade”.

 Os imperativos são fórmulas da determinação da ação que é necessária segundo um princípio de uma vontade boa. Se a ação é boa apenas como meio para outra coisa, então o imperativo é hipotético. Porém se ação é boa em si, e é uma vontade conforme a razão, então o imperativo é categórico. O imperativo mostra que a ação é boa em vista de qualquer intenção sendo ela possível ou real. O imperativo categórico independe de qualquer intenção, mas a ação é necessária em si, e por isso também que é válido como princípio prático.

O imperativo categórico pode também ser chamado de imperativo da moralidade, porque esse não se relaciona com a matéria da ação, mas com a forma, e também porque a ação é boa em si, na sua disposição. Para que a moralidade não seja vã, é preciso demonstrar que é necessário o imperativo categórico e a autonomia da vontade.

KANT (1974, p. 223) afirma que há apenas um imperativo categórico: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. É desse imperativo que provêm os imperativos de dever, e também a lei moral. Em todas as ações praticadas pelo homem tal imperativo deve estar presente, para assim estabelecer critérios. Se a ação praticada é possível que seja tomada como universal.  Há ações praticadas pelo homem que são contrárias as leis da razão e por isso não podem ser universalizáveis, e essas ações só são possíveis porque o homem age pela liberdade. Evidencia-se assim que o conceito de dever é um conceito que possui um significado, e contêm uma legislação para as ações do homem, exprimindo-se no imperativo categórico. Então se questiona: é possível esse imperativo categórico?

A possibilidade do imperativo categórico

A justificação do imperativo categórico está ligada à distinção de dois mundos, que são propostos por Kant. O mundo sensível, que são os fenômenos, e o mundo inteligível, que é o noumenon. KANT (1974, p. 248) ressalta: “O ser racional, como inteligência, conta-se como pertencente ao mundo inteligível, e só chama vontade sua causalidade como causa eficiente que pertence ao mundo inteligível. Por outro lado tem consciência de si mesmo como parte do mundo sensível, no qual suas ações se encontram como meros fenômenos daquela causalidade”. Logo, pode-se somente conhecer as coisas na medida em que aparecem no âmbito do espaço e tempo, ou seja, como fenômenos, e não como noumenos. A questão que se levanta com esse fato é se é possível conhecer a coisa-em-si, ou seja, o noumenon.  

Não se pode conhecer a coisa-em-si, mas ela é possível de ser pensada, pois o noumenon é o fundamento dos fenômenos. KANT (1974, p. 249) menciona:

… Porque o mundo inteligível contém o fundamento do mundo sensível, e, portanto das suas leis, sendo assim, com respeito a minha vontade, (que pertence ao mundo inteligível), imediatamente legislador e devendo também ser pensado como tal, resulta daqui que, posto por um lado me conheça como ser pertencente ao mundo sensível, terei, como inteligência, de reconhecer-me à lei do mundo inteligível, isto é, a razão, que na ideia de liberdade contém a lei desse mundo, e, portanto a autonomia da vontade; por conseguinte terei de considerar as leis do mundo inteligível como imperativos para mim e as ações conforme este princípio como deveres.

            Somente assim são possíveis os imperativos categóricos, porque a ideia de liberdade faz com que o homem seja membro do mundo inteligível.
Se não houvesse distinção entre fenômenos e noumenos, não se poderia dizer que, enquanto age-se sob as leis da natureza não se é livre, e ao mesmo tempo se a ação praticada pela lei é livre. Sendo assim, é possível pensar a liberdade como condição da moralidade dos atos. A vontade tida como fenômeno, é submetida às leis da natureza e não é livre, mas a vontade pensada como coisa-em-si, ou seja, como vontade autônoma, é livre. Então se percebe que a liberdade como ideia da razão ainda que não seja conhecida é possível ser pensada.

Enquanto o homem dá-se a si mesmo a lei moral, enquanto o homem está submetido à lei que ele mesmo criou, enquanto participante do mundo inteligível, ele é livre. Isso é autonomia da vontade. E só assim é possível o imperativo categórico. Kant mostra que a liberdade é plausível de ser pensada mesmo que não seja conhecida.

A autonomia da vontade como princípio da moralidade

A autonomia da vontade é a capacidade dela ser lei para si mesma. O princípio que norteia a autonomia da vontade é o de não escolher senão máximas que possam ser consideradas como leis universais. Portanto, esse princípio é um imperativo categórico. O conceito de autonomia é o princípio da moral. KANT (1974, p. 243) afirma: “A vontade é uma espécie de causalidade dos seres vivos, enquanto racionais, e liberdade seria a propriedade desta causalidade, pela qual ela pode ser eficiente, independente de causas estranhas que a determinem”. Conceber o conceito de liberdade como causalidade na filosofia de Kant é importante porque não é possível o conceito de causalidade desprovido de lei. 

Esse conceito de liberdade que Kant propõe é negativa, mas é desse conceitoque decorre o conceito positivo de liberdade. A liberdade é um tipo de causalidade, a qual se define positivamente, como capacidade de ser lei para si mesma, logo ela não pode agir senão por máximas universalizáveis, ou seja, leis. Se essa agisse por leis empíricas, não seria lei para si mesma.

KANT (1974, p. 243), afirma:
… O conceito de uma causalidade traz consigo o de leis segundo as quais, por meio de uma coisa que chamamos causa, tem de ser colocada outra causa que se chama efeito, assim a liberdade, [...] não é desprovida de lei, mas têm de ser causalidade segundo leis imutáveis, [...], pois de outro modo uma vontade livre seria absurdo. Ou ainda- a vontade é em todas as ações uma lei para si mesma.

Logo, isso caracteriza o princípio de não agir por máximas que não possam ser tomadas como leis universais. Isso é o imperativo categórico e o princípio da moralidade.  Assim não é plausível atribuir a liberdade à vontade do homem, se não for possível de atribuí-la a todos os seres racionais. Pois, a moralidadeserve de lei, somente para os seres racionais, então a liberdade tem de valer para todos os seres racionais. Pois a liberdade é demonstrada como propriedade dos seres racionais dotados de vontade.
KANT (1974, p. 244) ressalta:

Todo ser que não pode agir senão sob a ideia da liberdade, é por si mesmo, em sentido prático, verdadeiramente livre, quer dizer para ele valem todas as leis que estão inseparavelmente ligadas a liberdade exatamente como se a sua vontade fosse definida como livre em si mesma. [...] a todo ser racional que têm uma vontade temos que atribuir-lhe necessariamente tambéma ideia de liberdade sob a qual ele unicamente pode agir.

A vontade dos seres racionais tem que ser considerada livre em si mesma, pois não é possível que ela como autor dos seus princípios deixe-se influenciar por módulos estranhos, e a vontade desse ser racional só pode ser vontade própria sob a ideia de liberdade. Portanto, a ideia de liberdade está ligada inseparavelmente ao conceito de autonomia, e esse é o princípio da moralidade o qual está na base das ações dos seres racionais. Logo, não se pode pensar a lei moral sem a ideia da liberdade e vice-versa.

Liberdade e moral

A busca incondicionada no uso do entendimento é uma determinação natural da razão, e, também encontra-se na base do conceito transcendental de liberdade. A liberdade transcendental quando analisada sob sentido cosmológico significa independência de causas naturais. Então, faz-se necessário distinguir uma espontaneidade no sentido de busca da completude e uma espontaneidade no sentido da própria concepção das faculdades da mente, entendimento e razão. Trata-se, portanto, da espontaneidade do entendimento que se manifesta nas ideias da razão. Na espontaneidade é necessária a ideia de liberdade para que a atividade do entendimento e da razão possam dar regras à natureza e não a natureza dar as regras.

Ao estabelecer-se a lei moral,a razão torna-se a legisladora e determina a vontade. DUTRA (2002, p. 66) ressalta: “Essa lei, assim estabelecida pela razão, é expressão da própria essência da vontade de um ser racional, a saber, a liberdade, que não é nada mais do que autonomia. Sendo assim, a lei moral, nada mais exprime do que a autonomia da vontade é o único princípio a priori da razão prática pura”. 

Na concepção kantiana, liberdade e lei moral são conceitos transmutáveis, onde não há lei moral sem liberdade.
A liberdade não é o direito de fazer aquilo que se quer, e também não é fazer o que é imposto, mas a liberdade é o direito de fazer o que se deve. Quando o homem age por dever, então ele é livre. É o dever que implica a moralidade da ação. A liberdade, portanto, não é fazer qualquer coisa que se queira. 

A liberdade é, pois um poder moral, onde o dever está de forma intrínseca relacionada com uma finalidade.

A liberdade não significa independência de leis. SHEEN (1947, p. 37) afirma: “[...] a liberdade está condicionada à obediência da lei. Liberdade fora da lei não existe, só existe liberdade dentro da lei, seja ela científica natural, humana ou divina”. Pode-se citar o aviador, que só têm liberdade de voar e submeter-se a lei da gravitação, isto é, deve agir dentro da lei. SHEEN (1947, p. 38) tambémmenciona: “Somos verdadeiramente livres quando obedecemos a finalidade ou a lei que fomos criados, [...] alcance-se a real liberdade, não agindo fora da lei, mas dentro dela”.

A liberdade e a responsabilidade moral

A relação que existe entre liberdade e responsabilidade moral é uma relação de complementaridade, em que estão ligados entre si. Sendo assim, pode-se questionar sobre os atos humanos, acerca de sua moralidade e sobre a responsabilidade do homem por seus atos. LECLERQ (1967, p. 376) afirma que: “[...] os atos só têm caráter moral na medida em que nele intervém a liberdade; e seu caráter moral diminui na proporção que diminui a intervenção do livre-arbítrio”. Logo, a moralidade dos atos consiste em fazer o uso da liberdade. Quando a liberdade é privada, não há responsabilidade moral. Portanto, o homem é responsável pelos atos que pratica com liberdade.
VASQUEZ (1996, p. 91) complementa:

… Atos propriamente morais são aqueles nos quais podemos atribuir ao agente uma responsabilidade não só pelo que se propôs a fazer, mas também pelos resultados ou consequências da sua ação. Mas o problema da responsabilidade moral está estreitamente relacionado, por sua vez com o de necessidade e liberdade humanas, pois somente admitindo que o agente tenha certa liberdade de opção e decisão é que sepoderesponsabilizá-lopelos seus atos.
         

   Assim sendo, não se deve julgar determinado ato segundo uma regra sem antes analisar as condições que propiciaram certa ação. Se houve para o indivíduo possibilidade de opção, torna-se possível atribuir-lhe uma responsabilidade moral. Logo, pode-se levantar a seguinte indagação: quais as condições necessárias e suficientes para poder atribuir ao indivíduo uma responsabilidade moral pelos seus atos? VASQUEZ (1996, p. 92) evidencia duas condições fundamentais: “Que o sujeito não ignore nem as circunstâncias nem as consequências da sua ação, ou seja, que seu comportamento possua um caráter consciente. E que a causa de seus atos esteja nele próprio e não em outro agente que o force a agir de certa maneira, [...], ou seja, que sua conduta seja livre”. 

Assim o conhecimento e a liberdade é que permitem legitimar a responsabilidade moral, caso contrário, se há falta de liberdade e conhecimento, o indivíduo não possui responsabilidade moral. Pois, quem não possui consciência para agir, não pode ser responsável pelos seus atos.
É fundamental para que o indivíduo seja responsável por seus atos que ele não sofra nenhuma coação externa, isto é, que a ação praticada provenha de dentro da própria pessoa e não de fora. Pois quando o indivíduo encontra-se sob coação ou pressão, perde o controle de seus atos. O individuo é isento de responsabilidade moral quando não teve possibilidade de agir de outra maneira.

A reflexão acerca da liberdade encontra-se inclusa no Projeto da Modernidade, onde os termos autonomia, emancipação e liberdade estão relacionados entre si, e também são bases de tais reflexões. Pensar a liberdade não é possível sem fazer alusão a esse Projeto, no qual os três termos distintos determinam o mesmo sentido, a maioridade do homem. A liberdade é um pressuposto básico para que o homem seja responsável por seus atos e suas escolhas. É dentro da Modernidade que o homem busca emancipar-se, ser autônomo e livre. O período moderno é chamado também de período antropocêntrico, onde o homem é capaz de fazer suas escolhas e praticar suas ações, e é dentro da Modernidade que lhe é oferecidoa possibilidade de emancipar-se e ser autônomo, enfim, conquistar sua liberdade.

Conclusão

Portanto, evidencia-se que é livre aquele que é capaz de agir conforme as leis da razão, visto que o conhecimento se fundamenta no entendimento e na sensibilidade. A razão oferece princípios para a ação.
A condição necessária para a liberdade é que as ações do homem sejam fenômenos, pois assim são consideradas efeitos da liberdade.
A liberdade teórica é concebida como espontaneidade e a liberdade prática é compreendida como autonomia, que é o poder da vontade de ser lei para si mesma. O conceito prático da liberdade está ligado de forma intrínseca ao conceito de vontade. 

E a liberdade prática só existe na relação com a razão.
A liberdade compreendida como autonomia da vontade mostra que todo ser racional tem que dar a si mesmo a própria lei, e obedecer a essa lei criada por ele mesmo. Por isso, não há liberdade de agir contra a lei, mas de agir conforme a lei criada pelos seres racionais. O agir é a faculdade existente nos entes racionais, pois esses são capazes de agir segundo leis e princípios, ao contrário do simples atuar das coisas.

Na teoria kantiana, o agir moral baseia-se em dois princípios: “Que agir moralmente consiste em agir com base em regras universalizáveis, que qualquer outro ser racional possa adotar como suas; que devemos agir com base em regras universalizáveis pela simples razão de sermos racionais” (ALMEIDA, 1992, p. 94). A ação moral é válida quando é praticada com base no imperativo categórico: “Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípiode uma legislação universal” (KANT, 1997, p. 42).  O agir moral consiste em cumprir a lei pela razão, pois a ação praticada por interesse ou por inclinação possui valor contingente e não moral. As leis morais devem valer para todos os seres racionais e é deles que deve-se deduzi-las.
A ideia de liberdade está ligada inseparavelmente ao conceito de autonomia, e esse é o princípio da moralidade. A lei moral não existiria se não houvesse a liberdade. Logo é impossível pensar a lei moral separada da liberdade. Ser livre é ser capaz de obedecer a lei moral. A liberdade não é o direto de fazer o que se quer, mas é o direito de fazer o que se deve; agir por dever é ser livre. Então a liberdade não é a ausência de leis, mas é o agir conforme a lei.
A moralidade dos atos humanos está em fazer o uso da liberdade. Quando não há liberdade para escolher e agir, não se pode atribuir valor moral à ação. Para que o ato possua valor moral o indivíduo não pode ser coagido, ou impulsionado a agir de determinada maneira, que não seja próprio dele.
Portanto, agir racionalmente por dever e obedecer as leis é garantir a liberdade

 
[1] - Bacharel em filosofia pelo Instituto de filosofia e teologia “Mater Eclesiae”
- IFITEME- Ponta Grossa- Paraná
- Licenciando em Filosofia pela Faculdade Bagozzi
- Curitiba- Paraná.

 Fonte:
CONSCIENCIA:ORG
http://www.consciencia.org/etica-e-liberdade-no-pensamento-de-kant
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

Oração de São Francisco


Coral Gregoriano de Belo Horizonte - 19min.
Bela ... Oração similar , de Emmanuel :

Senhor,

ensina-nos a orar sem esquecer o trabalho,
 a dar sem olhar a quem, 

a servir sem perguntar até quando, 

a sofrer sem magoar seja a quem for, 

a progredir sem perder a simplicidade, 

a semear o bem sem pensar nos resultados, 

a desculpar sem condições, 

a marchar para a frente sem contar os obstáculos, 

a ver sem malícia, 

a escutar sem corromper os assuntos, 

a falar sem ferir,

a compreender o próximo sem exigir entendimento, 

a respeitar os semelhantes sem reclamar consideração, 

a dar o melhor de nós, 

além da execução do próprio dever sem cobrar taxas de reconhecimento.

Senhor,

fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos outros,
assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas próprias dificuldades.

Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo que não desejamos para nós.

Auxilia-nos sobretudo a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente aquela de cumprir os desígnios,
onde e como queiras, hoje, agora e sempre.


Emmanuel


   Mensagem psicografada por Chico Xavier 

A LENDA DE ATLÂNTIDA

A Lenda de Atlantida
O primeiro relato sobre a existência de Atlantis, vem do filósofo grego Platão, que viveu de 427 a 347 a.C. Foi o mais famoso discípulo de Sócrates (470 a 399 a.C.), muito respeitado pelo seu sistema de idéias, bem como pela postulação da imortalidade da alma humana, que exerceu influência sobre os padres da Igreja e filósofos cristãos. 

Os leigos conhecem-no pelo ensinamento do amor platônico e os entendidos pelo sistema das idéias, como, sendo um dos grandes pensadores da humanidade. Platão escreveu seus pensamentos em forma de diálogos entre o sábio e o discípulo para evitar a monotonia filosófica. 

As informações sobre Atlântida acham-se escritas nos diálogos "Timeu" que focaliza a terra de Atlântida, ao passo que o de "Crítias" caracteriza sua civilização. "Crítias" é, no diálogo, o pseudônimo do próprio Platão, que transcreve informações que recebeu do seu "avô", que por sua vez foi informado pelo filósofo Sólon, que morreu em 559 a.C., em Atenas. 

A informação revela a história de um sacerdote egípcio de Sais, sendo a seguinte: havia em épocas remotas, ou seja, cerca de 9.000 anos antes de Platão, um poderoso Império, situado numa ilha que se encontrava no Oceano Atlântico, além das Colunas de Hércules (Estreito de Gibraltar) de nome Poseidonis ou Atlantis. A ilha tinha um comprimento de 3.000 estádios de 2.000 de largura (um estádio é igual a 185 metros) o que resultaria em cerca de 200.000 quilômetros quadrados. Imaginava-se na época que a ilha era maior que a Líbia e a Ásia reunidas. 

O povo que habitava a Atlântida era governado por reis. O primeiro parece ter sido Atlas. Seu irmão Gadir governava uma outra parte da ilha, que se situava perto das Colunas de Hércules. Houve também uma guerra entre Atlântida e Atenas. Neste instante surgiu a tragédia. Durante um dia a ilha Atlântida afundou--se no mar e desapareceu. Esta história era bem conhecida e admitida pelos filósofos gregos. Quem não acreditou nela foi Aristóteles (384 a 322 a.C.). 

Os filósofos cristãos da antigüidade e da Idade Média conheciam este mito. São vários os relatos de lendas parecidas com a descrita por Platão em seus diálogos. Lendas que contavam sobre uma mesma civilização avançada como a dos atlantes, mas de origens culturais, nomes, tamanhos e até localizações diferentes. As histórias foram sobrevivendo aos movimentos sócio-culturais ao passar dos séculos e até durante a Renascença, que procurou nos mitos realidades, houve várias tentativas de explicação racional desta história. Entretanto, poucos convenceram mais que o próprio mito.
Como foi dito, as principais referências para Atlântida foram os diálogos entitulados "Timeu" e "Crítias" de Platão. Um trata do âmbito geográfico e outro do social e do político.
Havia há 9000 anos, no mesmo local onde se encontra Atenas, uma grande cidade. 

Essa surpreendente informação foi cedida ao estadista Grego Sólon (-559 a.C) por um sábio egípcio de Sais. Essa fundação foi corroborada por documentos achados em templos há 8000 anos. Estes documentos informam também que havia um vasto Império numa ilha fora das Colunas de Hércules, maior que a Líbia e a Ásia juntas (na época, só era conhecida uma faixa costeira da África e a Ásia era uma pequena faixa da Turquia, hoje conhecida por Ásia Menor). Sendo um grande e rico Império, seu poderoso exército invadiu os povos costeiros do Mar Mediterrâneo para dominá-los, mas a coragem e a arte bélica dos gregos conseguiram rechaçar esta ofensiva por um tempo. 

Como numa proteção divina para a Grécia, veio uma época em que houve terríveis terremotos e inundações, vindos num dia e numa noite horríveis, onde desapareceu todo o exército atlântico. No auge de sua civilização, Atlântida fora engolida pelo Oceano.
Em seu diálogo, Platão diz: "Houve uma guerra dos "atlantas" que habitavam uma ilha fora das Colunas de Herácles, maior que a Líbia e a Ásia, contra nosso estado de Atenas que conseguimos rechaçar. Esta ilha desapareceu mais tarde por um terremoto e imergiu no oceano". 

Na distribuição do Mundo pelos deuses, o deus Possêidon recebeu a ilha Atlântida. Casou-se com a princesa "Kleito". Para a segurança desta construiu em volta do castelo 3 anéis circulares de canais e um outro canal de 50 estádios de comprimento até o mar permitindo a navegação de trieras. O primeiro rei de Atlântida foi Atlas, filho de Possêidon (irmão de Zeus) e Kleito. A fortaleza real tinha um diâmetro de 5 estádios protegida por uma muralha de pedras. 

Dentro da fortaleza existia, além do palácio real, um templo consagrado a Possêidon cercado com um muro de ouro. Este templo tinha um estádio (185 metros) de comprimento e três pletros (92,5 metros) de largura. A altura era de tal forma escolhida visando agradar a vista. O templo era inteiramente revestido de prata, exceto as alveias que eram de ouro. A cidade (possivelmente chamada de Posseidônia) situava-se dentro de uma planície retangular de 3.000 por 2.000 estádios cercado por um canal de 10.000 estádios de comprimento e com profundidade de um pletro.
"Crítia" é maior e mais complexo do que "Timeo". Além da origem da civilização, que é descrita detalhadamente, Platão nos fornece também descrições sobre a organização social, política, sua legislação perfeita e a geografia da ilha com sua rica fauna e flora. 

A origem da Lenda de Atlântida é atribuída à Platão, mas existe em várias outras parte do mundo e em épocas diferentes, histórias que contam uma história muito parecida com a contada pelo filósofo grego. Cada uma, obedece à cultura e crenças de suas regiões, mas as semelhanças e coincidências são no mínimo inquietantes. Mas não somente lendas. Vários mapas, desenhos e documentos foram encontrados em tempos e lugares diferentes. Para muitos pesquisadores e esotéricos, essas "provas" ajudam a confirmar a existência de "Atlântida". 

A história nos conta que a Antártica não foi descoberta até 1818, mas 305 anos antes. em 1513, um grande almirante e cartógrafo turco chamado Piri Reis desenhou vários mapas, dentre esses, um mapa do Atlântico Sul englobando a costa oeste da África e oeste da América do Sul e o norte da Antártica. O Mapa foi descoberto acidentalmente em 1929 no palácio-museu de Topkapi, em Istambul. 

Em uma série de notas escritas de seu próprio punho, o almirante Piri Reis diz que não é responsável pelo mapeamento e pela cartografia original dos mapas e que esse, foi confeccionado a partir 20 mapas, desenhos e esboços, alguns de origem desconhecidas que estavam no inventário do palácio. Os mapas mostram com nitidez, centenas de pontos do globo terrestre que só seriam conhecidos, oficialmente, séculos depois com os navegadores espanhóis, portugueses, holandeses e ingleses. Eles também revelam detalhes geológicos surpreendentes. Várias ilhas e faixas de terras aparecem em vários pontos que não são visíveis hoje em dia, como por exemplo a "falta" do Estreito de Drake (entre América do Sul e a Antártica) e a ilha de Cuba ligada à península da Florida. 

As investigações continuam para se saber a origem de tais mapas e como foram feitos com um grau de precisão impressionante. Não há dúvida que o almirante Piri Reis obteve fontes da mais alta confiabilidade. Só nos resta agora saber "quem" fez esses mapas. Muitos estudiosos e cartógrafos, dentre eles o Dr. Arlington H. Mallery que fez todo o trabalho de medição e aferição dos mapas acreditam em que eles têm uma origem muito remota. Pelas pequenas diferenças tamanho e coordenadas, acredita-se em que os mapas tenham sido feitos há 9000, um pouco antes da última Era Glacial. Outro fator defendido por todos é que os mapas foram feitos por uma civilização com grande capacidade técnica e tecnológica. Juntando todos os fatos, coincidências e evidências, são poucos os pesquisadores que não pensam na palavra "Atlântica" nessa altura dos estudos. 

Não foram apenas na Grécia e na Turquia que aparecerem fatos e lendas sobre a existência de "outras civilizações" que viveram aqui há milhares de anos. Uma das mais curiosas, foi encontrada em escavações arqueológicas no Peru. Em 1960, no meio do deserto peruano de Ocucaje, perto da cidade de Ica, foram encontrados artefatos de pedra de uma antiga e perdida civilização. Esses artefatos feitos em pedra, retirados da chamada "Biblioteca de Pedra" nos mostra cenas fantásticas de uma civilização com um alto nível cultural e técnico. 

O artefato mais intrigante é o mapa-mundi de 10.000 anos de idade. Como uma civilização poderia ter mapeado todo o globo terrestre há milhares de anos? Pode-se ver sem o menor esforço, a América do Sul ligada à Antártica, o que mostra que o mapa foi feito durante a Era Glacial. Mas o ponto mais espetacular do mapa, é o aparecimento de um gigantesco continente, chamado MU, no meio do Pacífico.
Como uma civilização tão avançada assim poderia sumir sem deixar vestígios? Para muitos estudiosos, dentre eles o Dr. Javier Cabrera Darquera que é curador do museu que existe no local, não resta dúvida que essa civilização morava no continente MU e que no fim da Era Glacial, fora completamente engolido pelos mares.
Coincidência com o fato de Atlântida, segundo Platão, também ter sido engolida? 

Diante de tantos fatos curiosos, não é normal que se pense que esse mítico continente MU seja, em outra língua, o famoso Continente Atlântico, mesmo que no oceano errado?
Mas porque o mito de Atlântida é tão difundido? Porque um diálogo escrito por um filósofo grego há mais de 2000 anos conseguiu transpor os limites acadêmicos da filosofia, história e arqueologia e se tornou numa das lendas mais conhecidas de todos os tempos?
Essa pergunta é respondida com uma palavra: arte. Além de ter um conteúdo poético ou até utópico, Atlântida inspirou centenas de pintores, escritores e poetas em todo o mundo. Seduzidos pelo romantismo e vigor da história, não foi difícil para que a terra submersa se transformasse em musa para artistas do mundo todo. 

Talvez a mais famosa referência sobre o mito de Atlântida nas artes, está no livro do escritor francês Julio Verne "20.000 Léguas Submarinas". No livro, o grande Cap. Nemo comandando o magnífico submarino Nautillus encontra a mitológica Atlântida e se põe a transformá-la em seu novo lar. Essa grandiosa obra de ficção científica, escrita no século passado, influenciou muito as gerações de jovens artistas, cientistas e historiadores que vieram depois. Vários arqueólogos de renome, dentre eles o alemão Heinrich Shiliemann também se dedicou à procura de Atlântida, ajudando a popularizar o mito.
Entretanto, o sucesso e a popularidade foi tão grande, que não tardou para que aquilo que só era âmbito da arqueologia e de história, fosse para o lado das pseudos-ciências. 

Hoje existem centenas de ceitas e ramos "científicos" que consideram os "atlantes" como seres superiores e místicos. Não são poucos que consideram a própria Atlântida um lugar sagrado e que seus habitantes vivem até hoje nas profundezas dos mares graças aos seus poderes e habilidades secretas. Outra vertente, já acredita na origem extraterrena dos "atlantes". As respostas para vários fenômenos, dentre eles conhecido como "Fenômeno UFO" e o misterioso "Triângulo das Bermudas" tenham a mesma origem do Continente Submerso. Também não é descartada a ligação entre a Civilização Atlântida e o suposto "Mundo Interior".
Crenças religiosas e esotéricas a parte, é bastante comum hoje em dia, ligar novos mistérios à mistérios antigos da humanidade. Foram escritos até os nossos dias com boa aceitação quase 2.000 livros, sobre a existência de Atlântida baseados em interpretações de lendas e crônicas antigas.
Quem começou a preocupar-se seriamente sobre o fundo verdadeiro da Atlântida foi Heinrich Schliemann, o pai da arqueologia moderna. 

Schliemann era sonhador, gênio lingüístico e comercial além de autodidata. Alemão de origem, aprendeu meia dúzia de línguas, cada uma no período de alguns meses com perfeição surpreendente. Isso aconteceu, por exemplo, no estudo da língua russa. 

Schliemann nasceu em 1822, na Província de Mecklenburg ao norte da Alemanha. Com vinte e poucos anos ele já era representante de uma casa comercial denominada Schrtider, estabelecida em Amsterdã. Em conseqüência de seus conhecimentos perfeitos da língua russa, foi nomeado representante em São Petersburgo. 

Pouco mais tarde fundou sua própria firma. Tornou-se, pela primeira vez milionário, pelo comércio de índigo, azeite e chá. Em 1856 aprendeu a língua grega antiga com um sacerdote grego de nome Teocletos Vimpos. Schliemann mudou alguns anos depois para a Califórnia, durante a corrida do ouro, tornando-se pela segunda vez milionário. Voltou em seguida para São Petersburgo e tornou-se, pela terceira vez, milionário como fornecedor de mantimentos ao exército russo, durante a guerra da Criméia. 

Nessa época casou-se, teve três filhos, mas logo se separou. Em 1869, escreveu de Nova York, onde se tornou cidadão dos Estados Unidos, ao seu antigo amigo Teocletos Vimpos, para que procurasse para ele uma grega jovem, inteligente, bonita, meiga e pobre, com vista a um segundo casamento. O amigo ofereceu a Schliemann uma série de propostas, depois de um anúncio num jornal de Atenas com descrições físicas, intelectuais e fotos. Mas Teocletos tinha em vista sua própria sobrinha "Sofia" de 18 anos (Schliemann tinha naquela ocasião 45 anos). Ela era bonita, inteligente e meiga. O casamento realizou-se rapidamente.
Schliemann em breve conseguiu falar o grego moderno, clássico e arcaico e Sofia, sua esposa, resolveu com este casamento a situação financeira desastrosa de sua família. 

Schliemann leu e releu todas as histórias antigas dos historiadores, filósofos e escritores gregos. Logo realizou seu primeiro sonho: comprovar que a história de Ilíada de Homero não era uma mera lenda, mas uma realidade histórica. Depois de ter obtido do governo turco autorização para fazer escavações em Hissalik, na Ásia Menor, realizou sete campanhas de escavações de grande envergadura, comprovando assim a existência verdadeira de Tróia.
Por isso, Schliemann é denominado o pai da arqueologia moderna e admitia-se tudo o que ele dizia sobre outras informações históricas e pré-históricas, inclusive sobre Atlântida. 

As escavações em Hissalik tiveram entretanto uma interrupção abrupta, quanto Heinrich e Sofia Schliemann encontraram o chamado tesouro de Príamo. Tratava-se de uma coleção de peças de ouro maciço. Burlando a vigília turca, não resistiram à tentação de apoderarem-se daquele achado de valor incalculável e embarcaram com o roubo para a Grécia. Tornaram-se então donos particulares do que pertencia legitimamente ao governo turco. Houve intervenção diplomática séria por parte da Turquia. 

Assim Tróia ficou permanentemente proibida para os Schliemanns. Schliemann doou o tesouro mais tarde para o Museu de Berlim, cujos cientistas nunca deram muita atenção ao doador pelo simples fato de que ele não tinha carreira universitária. O tesouro de Príamo ficou assim, em Berlim até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando desapareceu definitivamente. 

A atividade de Schliemann concentrou-se em escavações na Grécia. Encontrou e escavou com êxito a cultura de Micenas, quis escavar Cnosos de Creta, mas o alto preço o desanimou. Cnosos foi escavada mais tarde pelo famoso arqueólogo Arthur Evans (1851-1911). 

Schliemann morreu em 1890 em Nápoles, deixando, no entanto, notícias vagas sobre a existência de Atlântida, mas mudou do campo científico de comprovações reais na sua interpretação dos textos de Platão sobre Atlântida para o especulativo. Foi desta maneira que despertou um interesse fora do comum no mundo inteiro, especialmente nos meios pseudo-científicos. 

Assim sendo, a Lenda de Atlândida continua fascinando a humanidade há milhares de anos. Verdade? Mito? Para muitos eruditos, pesquisadores, cientistas, esotéricos e românticos isso não importa. O importante é que os segredos e mistérios que mantemos mais escondidos, façam-nos buscar o conhecimento e viajar pela maravilhosa imaginação humana.
Fonte:
http://www.casadobruxo.com.br/textos/atlantida.htm

ALGUNS EXCERTOS DO DIÁLOGO TIMEU DE PLATÃO


ALGUNS EXCERTOS DO DIÁLOGO  TIMEU DE PLATÃO
Em primeiro lugar, é claro para toda a gente que o fogo, a terra, a água e o ar são corpos, e que todos os corpos são sólidos. Todos os corpos são limitados por superfícies e todas as superfícies retilíneas são compostas por triângulos. Há dois tipos fundamentais de triângulos, cada um deles tendo um ângulo reto e dois ângulos agudos; num deles estes dois ângulos são metade de ângulos retos, sendo subtendidos por lados iguais; no outro, são desiguais, sendo subtendidos por lados desiguais. Postulamos isto como a origem do fogo e dos outros corpos, combinando o nosso argumento a verosimilhança e a necessidade; as suas origens últimas são conhecidas dos deuses e dos homens a quem os deuses amam.

Devemos continuar a indagar quais são os quatro corpos mais perfeitos possível que, embora diferentes uns dos outros, são capazes de se transformar uns nos outros por resolução. Se conseguirmos encontrar a resposta para esta questão temos a verdade sobre a origem da terra e do fogo e dos dois termos entre eles; porque nunca admitiremos que haja corpos visíveis mais perfeitos que estes, cada um do seu tipo. Assim, devemos fazer o possível para construir quatro tipos de corpo perfeito e defender que compreendemos suficientemente a sua natureza para atingirmos o nosso objectivo. Dos dois triângulos fundamentais, portanto, o isósceles tem uma única variedade e o escaleno um número infinito. Devemos por conseguinte escolher, se vamos começar de acordo com os nossos próprios princípios, o mais perfeito deste número infinito.

Se alguém nos puder indicar uma melhor seleção de triângulo para a construção dos quatro corpos, essa sugestão será bem-vinda; mas pela nossa parte propomo-nos passar por cima de todos os restantes e selecionar um único tipo, aquele cujo par compõe um triângulo equilátero. Seria uma história demasiadamente longa explicar a razão, mas se alguém conseguir apresentar uma prova de que assim não é, essa proeza será bem recebida. Assumamos então que estes são os dois triângulos a partir dos quais o fogo e os outros corpos são construídos: um isósceles e o outro com um lado maior cujo quadrado é o triplo do menor […]. Temos que descrever seguidamente a figura geométrica de cada corpo e indicar o número dos seus componentes. Começaremos com a construção da figura mais simples e menor. A sua unidade básica é o triângulo cuja hipotenusa tem o dobro do seu lado menor.

Se se juntarem dois destes triângulos, com a hipotenusa como diâmetro da figura resultante, e se se repetir o processo três vezes, fazendo coincidir os diâmetros e os lados menores das três figuras no mesmo vértice, o resultado é um simples triângulo equilátero composto de seis unidades básicas. E se se juntarem quatro triângulos equiláteros, três dos seus ângulos planos encontram-se para formar um só ângulo sólido, aquele que aparece imediatamente a seguir ao mais obtuso dos ângulos planos; e quando quatro destes ângulos tiverem sido formados o resultado é a figura sólida mais simples, que divide a superfície da esfera, circunscrevendo-a em partes iguais e similares.

A segunda figura é composta dos mesmos triângulos básicos reunidos para formar oito triângulos equiláteros e que formam um só ângulo sólido a partir de quatro planos. A formação de seis destes ângulos sólidos completa a figura número dois.

A terceira figura é formada a partir de cento e vinte triângulos básicos e tem doze ângulos sólidos, cada um deles limitado por cinco triângulos equiláteros planos e vinte faces, cada uma das quais é um triângulo equilátero.

Depois da construção destas três figuras dispensa-se a primeira das nossas unidades básicas e utiliza-se o triângulo isósceles para a produção do quarto corpo. Quatro destes triângulos são juntos com os seus ângulos retos encontrando se num vértice para formarem um quadrado, Seis quadrados postos em conjunto completam ângulos sólidos, cada um deles composto por três ângulos retos planos. A figura do corpo resultante é o cubo, com seis faces quadradas planas.

Faltava ainda uma quinta construção que deus utilizou para organizar todas as constelações do céu.

[…]

Devemos prosseguir distribuindo as figuras cujas origens acabamos de descrever pelo fogo, terra, água e ar. Atribuamos o cubo à terra, uma vez que é o mais imóvel dos quatro corpos e o que tem a forma mais estável, sendo estas características que deve possuir a figura com as formas mais estáveis. E relativamente aos triângulos básicos assumimos que o isósceles tem uma base naturalmente mais estável do que o escaleno, e que das figuras eqüiláteras compostas por eles o quadrado é, no todo ou em partes, uma base mais firme do que o triângulo equilátero.


Mantemos assim o nosso princípio de verosimilhança atribuindo-o à terra e, de forma semelhante atribuímos à água a menos móvel das outras figuras, a mais móvel ao fogo e a intermédia ao ar. E de novo atribuímos a figura mais pequena ao fogo, a maior à água, a intermédia ao ar; a mais cortante ao fogo, a segunda mais cortante ao ar e a menos cortante à água. Resumindo, a figura que tem o menor número de faces deverá ser, pela natureza das coisas, a mais móvel, assim como a mais cortante e a mais penetrante e, finalmente, sendo composta pelo menor número de partes semelhantes, a mais leve.

A nossa segunda figura será a segunda em todas estas características, e a nossa terceira será a terceira. Deste modo, a lógica e a verosimilhança exigem que olhemos a pirâmide como a figura sólida que é a unidade básica ou a semente do fogo; e podemos olhar a segunda das figuras que construímos como a unidade básica do ar, a terceira a da água.

Fonte:
http://www.uff.br/cdme/platonicos/platonicos-html/timeu-br.html

IDÉIAS - Citações



Idéia


"Uma idéia que não é perigosa não merece ser chamada de idéia." — Oscar Wilde
*
A ideia segundo Platão, é o modelo das coisas sensíveis, eterno e imutável, objeto de contemplação pelo pensamento; também pode um termo com diferentes acepções na história da filosofia, geralmente referentes à representação mental de alguma ocorrência ou objeto concreto ou abstrato.

  • "O que a sua cabeça pensou ninguém o saberá jamais. Têm as idéias para escondê-las a caixa craniana, o couro cabeludo, a grenha: isso por cima; pela frente têm a mentira do olhar e a hipocrisia da boca. Assim entrincheiradas, elas, já de si imateriais, ficam inexpugnáveis à argúcia alheia. E vai nisso a pouca felicidade existente neste mundo sublunar. Fosse possível ler nos cérebros claros como se lê no papel e a humanidade crispar-se-ia de horror ante si própria..."
- do conto "Pollice verso" de Monteiro Lobato
  • "Não consigo entender por que as pessoas têm medo das novas idéias. Eu tenho medo das velhas."
- I can't understand why people are afraid of new ideas. I'm frightened of the old ones.
- John Cage citado em Take the Bully by the Horns: Stop Unethical, Uncooperative, Or Unpleasant ...‎ - Página 42, de Sam Horn - publicado por St. Martin's Press, 2003, ISBN 0312320221, 9780312320225 - 320 páginas
- Les maux du corps donnent l'idée de la mort, les peines de l'âme celles de l'éternité
- Marquês de Custine, in "Mémoires et voyages ou lettres écrites à diverses époques, pendant des courses en Suisse, en Calabre, en Angleterre et en Ecosse"; Por Astolphe Louis Léonard de Custine, Astolphe de Custine, Custine, Astolphe, marquis de, 1790-1857; Publicado por A. Vezard, 1830; 905 páginas
  • "Tudo o que é novo suscita na imaginação um raro prazer, porque ele enche a alma com uma agradável surpresa, gratifica sua curiosidade e lhe dá uma idéia do que antes não possuía."
- Everything that is new or uncommon raises a pleasure in the imagination, because it fills the soul with an agreeable surprise, gratifies its curiosity, and gives it an idea of which it was not before possessed.
- Joseph Addison; "The Spectator" (1711-1714); No. 412 (23 de junho de 1712)
  • "As idéias se acendem umas com as outras como sinais elétricos."
- "Die Ideen entzünden einander, wie die electrischen Funken."
- Johann Jacob Engel; Das Weihnachtsgeschenk. Aus: Schriften, Erster Band: Der Philosoph für die Welt. 1. Theil. Berlin: Myliussisch, 1801. S. 264. books.google.com
  • "Mede-se a grandeza de uma idéia pela resistência que ela provoca."
- Anaxágoras
- Das Kunstwerk hat keine Idee, sondern es ist selbst Idee
- Konrad Fiedler; "Vom Wesen der Kunst: Auswahl aus seinen Schriften"; de Konrad Fiedler, Hans Eckstein - 1942 - 219 páginas [1]

"Muitas vezes, ajudar no triunfo de uma idéia significa apenas associá-la tão fraternalmente com a estupidez, que o peso da última se torna também obrigatória a vitória da primeira." — Friedrich Nietzsche
  • "Nenhuma ideia brilhante consegue entrar em circulação se não agregando a si qualquer elemento de estupidez. O pensamento colectivo é estúpido porque é colectivo: nada passa as barreiras do colectivo sem deixar nelas, como real de água, a maior parte da inteligência que traga consigo".
- Fernando Pessoa
  • "O Universo não é uma ideia minha./ A minha ideia do Universo é que é uma ideia minha./ A noite não anoitece pelos meus olhos,/ A minha ideia da noite é que anoitece por meus olhos./ Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos,/ A noite anoitece concretamente/ E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso."
- Fernando Pessoa
  • "Eu não sou católica; mas considero a idéia cristã, que tem suas raízes no pensamento grego e no curso de séculos tem alimentado todas as nossas civilizações européias, como algo ao qual não se pode renunciar sem se tornar degradado."
- Simone Weil
  • "O trabalho que não pode separar a idéia é um trabalho contra a natureza. A idéia não existe, o que existe é o indivíduo."
- Émile-Auguste Chartier
  • "Nada é mais perigoso do que uma ideia quando se tem apenas uma."
- Émile-Auguste Chartier, in:"Propos sur la Religion"
  • "Não acredito na idéia de vanguarda, como não acredito em progresso na arte. Na ciência, essas idéias são aceitáveis, mas em arte o que vale é a obra encantar e provocar admiração, ou não".
- Ernst Hans Gombrich citado em "Arte é o que eu e você chamamos arte: 801 definições sobre arte e o sistema da arte"‎ - Página 287, de Frederico Morais - Editora Record, 2002, ISBN 8501050024, 9788501050021 - 320 páginas
  • "A arte é a expressão da sociedade em seu conjunto: crenças, idéias que faz de si e do mundo. Diz tanto quanto os textos de seu tempo, às vezes ate mais".
- Georges Duby
  • "O quadro está acabado quando apagou a ideia que o motivou".
- Georges Braque, Le Jour et la nuit, Gallimard, 1952.
  • "Se você tem uma laranja e troca com outra pessoa que também tem uma laranja, cada um fica com uma laranja. Mas se você tem uma idéia e troca com outra pessoa que também tem uma idéia, cada um fica com duas."
- Confúcio
  • "Uma idéia que não é perigosa não merece ser chamada de idéia."
- Oscar Wilde

"Nada é mais perigoso que uma ideia quando se tem apenas uma." — Émile-Auguste Chartier
  • "Quem conduz e arrasta o mundo não são as máquinas, mas as idéias."
  • "Existe uma coisa mais poderosa que todos os exércitos: uma idéia cujo tempo é chegado."
- Victor Hugo
  • "Triste não é mudar de idéia. Triste é não ter idéia para mudar."
- Francis Bacon
  • “Não era o mal que lhe dava idéia do prazer, que lhe parecia agradável; era o prazer que lhe parecia maligno.”
- Marcel Proust
  • "Muitas vezes, ajudar no triunfo de uma idéia significa apenas associá-la tão fraternalmente com a estupidez, que o peso da última se torna também obrigatória a vitória da primeira".
- Friedrich Nietzsche
  • "Se considero quanto me custa a idéia de deixar a vida, devo ter sido mais feliz do que pensava."
- Claude Aveline
  • "Quando eu vi você/ tive uma idéia brilhante/ foi como se eu olhasse/ de dentro de um diamante/ e meu olho ganhasse/ mil faces num só instante."
- Paulo Leminski; Fonte: Revista Caras, Edição 665
  • "Uma palavra que não representa uma idéia é uma coisa morta, da mesma forma que uma idéia não incorporada em palavras não passa de uma sombra".
- Lev Vygotsky
  • "A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original."
- Albert Einstein
  • "Como a mente funciona ainda é um mistério. Nós entendemos o hardware, mas não temos a menor idéia sobre o sistema operacional."
- James Watson
  • "Morrer é dolorosamente amargo, mas a idéia de ter de morrer sem ter vivido é insuportável."
- Erich Fromm

"A obra de arte não tem idéias, ela é uma idéia". — Konrad Fiedler
- Eurípedes
  • "Não tenho nem idéia do que seja um pênalti, mas vou tentar aprender".
- Shakira, cantora, convidada para cantar na abertura da Copa do Mundo; Fonte: Revista IstoÉ Edição 1908
- Lo importante en poesía, para mí, es la calidad de eternidad que pueda un poema dejar en el que lo lee sin idea de tiempo
- La corriente infinita: crítica y evocación‎ - Página 178, de Juan Ramón Jiménez, Francisco Garfias - Publicado por Aguilar, 1961 - 336 páginas
  • "A ideia de um homem não-alienado, liberto da coerção social nas suas escolhas e valores, é quase tão realista como a de uma cebola quintessencial que é o que resta quando todas as folhas tiverem sido removidas".
- Ernest Gellner; De "Contemporary thought and politics", 1974.
  • "Os maiores pensadores do mundo não têm a menor idéia de como o mercado funciona... e é precisamente por isso que ele funciona".
- Tom Peters
  • "Não há ideia mais consoladora do que esta - que eu, e tu, e aquele monte, e o Sol que, agora, se esconde são moléculas do mesmo Todo, governadas pela mesma Lei, rolando para o mesmo Fim."
- Eça de Queirós, in "Contos - Civilização"

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original." — Albert Einstein
  • "Uma idéia fixa me acompanha como o meu destino! Tenho culpa, porventura, por tal cousa, se foi vossemecê que me deu o gosto pela arte a que me dediquei e se seus esforços e sacrifícios fizeram-me ganhar ambição de glórias futuras? (...) Não me culpe pelo passo que dei hoje. [...] Nada mais lhe posso dizer nesta ocasião, mas afirmo a que as minhas intenções são puras e espero desassossegado a sua benção e o seu perdão".
- Carlos Gomes, escrevendo ao pai, aflito e cheio de remorso por tê-lo contrariado; Fonte: 20º Volume dos CDs da Coleção FOLHA de Música Clássica
- Le propre du génie est de fournir des idées aux crétins une vingtaine d'années plus tard.
- Traité du style‎ - Página 64, de Aragon - Publicado por Gallimard, 1928 - 236 páginas
- La science ne sert guère qu'à nous donner une idée de l'étendue de notre ignorance
- "Réflexions sur l'état de l'Eglise en France pendant le dix-huitième siècle et sur sa situation actuelle: suivies de Mélanges religieux et philosophiques‎" - Página 489, de Félicité Robert de Lamennais - 1821, 3. ed.
  • "É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas idéias."
- kinder Anfangs in die Schule, nicht schon in der Absicht, damit sie dort etwas lernen sollen, sondern damit sie sich daran gewöhnen mögen, still zu sitzen und pünktlich das zu beobachten, was ihnen vorgeschrieben wird, damit sie nicht in Zukunft jeden ihrer Einfälle wirklich auch und augenblicklich in Ausübung bringen mögen.
- "Ueber Padagogik" in: "I. Kant's sämmtliche werke: In chronologischer Reihenfolge", Volume 8, Parte 2‎ - Página 458, Immanuel Kant, Gustav Hartenstein, Friedrich Theodor Rink, Gottlob Benjamin Jaesche - L. Voss, 1803
Origem:
Wikiquote, a coletânea de citações livre.
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