terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

ROBERTO BURLE MARX



Artes Plásticas
Exposição exibe pinturas de Burle Marx

Consagrado como um dos grandes paisagistas modernos, a mostra tem por objetivo esclarecer outros aspectos da obra de Burle Marx, que foi também desenhista e pintor, entre outras especialidades

22 de abril de 2008

 
As pinturas são uma parte pouco conhecida da obra de Burle Marx
Obrasileiro Roberto Burle Marx é conhecido internacionalmente como um dos maiores paisagistas do século XX. No Brasil, ele é popularmente conhecido como o autor das famosas ondas do calçadão de Copacabana. 


Tendo trabalhado com arquitetos do calibre de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, seu trabalho, porém, não se limita à área de paisagismo, Burle Marx se desenvolveu também em inúmeras outras especialidades. Foi desenhista, pintor, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de objetos e também arquiteto. 

Esta exposição apresenta treze tapeçarias em grande formato executadas pelo artista entre as décadas de 1980 e 1990. A mostra "Burle Marx e o Jardim Monumental", estará aberta ao público até o dia 15 de maio, no saguão do Edifício Altino Arantes, em São Paulo. As pinturas são uma seleção feita a partir de várias coleções particulares. Todas elas de grandes dimensões, com a menor medindo 1,55 m de largura e a maior chegando a 3,53 metros.

As coloridas figuras abstratas remetem imediatamente ao inconfundível traço do artista, e faz um contraponto interessante com seu trabalho com paisagismo. Nas palavras do curador da mostra, Antonio Carlos Abdalla, "as telas se assemelham aos jardins projetados por Burle Marx: linhas curvas, sobreposições de níveis e uma harmonia de cores, que se transformou em sua marca registrada, sempre construída com a variação da flora brasileira”.
Retrato do artista
 Burle Marx, por Guignard























O sobrenome em comum não é mera coincidência, O filósofo alemão Karl Marx era primo do avô de Roberto Burle Marx. 

 Quadro presente na exposição paulistana- Nascido em São Paulo, em 1909, Roberto foi o quarto filho da pernambucana Cecília Burle e do judeu alemão Wilhelm Marx. Desde cedo o futuro paisagista teve contato tanto com as artes quanto o cultivo de plantas. Sua mãe era uma exímia pianista e cantora, e despertou nos filhos o amor pela música e pelas plantas, que cultivava diversas espécies exóticas de flores no grande jardim da residência da família. Em 1913, quando os negócios do pai começaram a ir mal, eles decidiram se mudar para o Rio de Janeiro, cidade em que Roberto Burle Marx passaria boa parte de sua vida.
Quando estava já com 19 anos, Roberto teve um problema com a visão, e a família, em busca de tratamento adequado, mudou-se para a Alemanha, onde permaneceram por dois anos, entre 1928 e 1930. Lá, o jovem Burle Marx teve a oportunidade de entrar em contato com as diversas vanguardas artísticas que despontavam na época. Na Alemanha, também, em visita ao Jardim Botânico, descobriu uma estufa onde eram cultivadas diversas plantas brasileiras, que despertaram enorme interesse no garoto. 

Nas diversas exposições que teve oportunidade de testemunhar, entre elas as de Picasso, Matisse, Klee e Van Gogh, lhe causaram um grande impacto, fato que o levou a decidir tornar-se pintor, e estuda por algum tempo no ateliê de Degner Klemn.

De volta ao Rio de Janeiro, seu amigo e vizinho, o futuro arquiteto Lucio Costa, o estimula a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes. Lá, Burle Marx tem a oportunidade de conhecer uma parte das figuras que iriam compor a famosa "Escola Carioca", primeira geração de arquitetos modernistas brasileiros, entre eles, Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa e Milton Roberto.
Jardim concebido para a cobertura de um prédio no Rio de Janeiro, projeto desenvido pelo arquiteto durante os anos 40
A Escola Carioca era um grupo de arquitetos e paisagistas liderados por Lúcio Costa que visavam a renovação completa da técnica e da expressão arquitetônicas no Brasil. O grupo se manteve unido entre 1931 e 1935, eles formaram um grupo que estudou a fundo as inovações da arquitetura européia moderna, visando traduzir essas inovações para o idioma brasileiro, formando um identidade nacional na arquitetura.


Estudaram a fundo as teorias de Walter Gropius, Mies van der Rohe, e principalmente, Le Corbusier. Esse movimento foi o reflexo na arquitetura de uma autoconsciência da necessidade de uma mudança radical que acompanhasse a industrialização e o desenvolvimento que aconteciam no Brasil da década de 1930. Tais idéias já haviam surgido nas artes plásticas, na literatura e na música com os artistas da "Semana de Arte Moderna de 1922", restava só a arquitetura despertar para o espírito da nova era. 
Esses arquitetos modernos não se limitam em produzir prédios modernos apenas no Rio de Janeiro, mas espalharam seus projetos por todas as principais capitais brasileiras, além de projetos importantes no exterior.

O primeiro projeto paisagístico de Burle Marx apareceu em 1932, em parceria com a arquitetura de Lúcio Costa e Gregori Warchavchik. A partir daí, Burle Marx passou a dedicar-se ao paisagismo como sua ocupação principal, mas paralelamente, nunca deixou de realizar seus desenhos e pinturas. O projeto foi realizado com sucesso e Burle Marx é nomeado em 1936, a assumir a diretoria dos parques e jardins do Recife, onde realiza projetos menores de praças e jardins públicos.

Seu nome é consagrado porém no projeto de paisagismo para o Edifício Gustavo Capanema, a sede do Ministério da Educação e Saúde Pública do Rio de Janeiro. O edifício é considerado um dos grandes triunfos e o estabelecimento definitivo da arquitetura moderna no Brasil. Sua equipe era composta por nomes como Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer e Affonso Eduardo Reid, entre outros. O terraço-jardim que Burle Marx foi encarregado de projetar é considerado um marco da ruptura modernista com o velho paisagismo. Caracteriza-se pela vegetação nativa e suas formas sinuosas, o jardim possuía uma configuração inédita não só no país como também no mundo, com espaços contemplativos e de estar.
Além deste, o arquiteto realizou diversos projetos importantes, como a criação do primeiro Parque Ecológico do Recife, em 1937; elaborou também o projeto de urbanismo dos jardins da Cidade Universitária da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1953; no mesmo ano, cuida do projeto do jardim do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte; e no ano seguinte é o responsável também pelo projeto paisagístico para o Parque Ibirapuera, em São Paulo; em 1955 projeta o paisagismo do MAM-RJ, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Nos anos 1960 ainda realiza seus projetos mais importantes, como a estruturação do paisagismo do eixo monumental de Brasília, e do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, além de ser o responsável, em 1968, pelo paisagismo da Embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos. Sua criação mais conhecida, provavelmente, é o calçadão da Avenida Atlântica, no Rio de janeiro. Uma calçada toda formada por pedras brancas e negras, que serpenteiam em curvas sinuosas por quatro quilômetros, acompanhando toda a orla da praia de Copacabana. 
As ondas do Calçadão de Copacabana é provavelmente o projeto mais famoso assinado por Burle Marx
Durante as décadas de 1970 e 1980, Burle Marx recebe importantes condecorações, como a "Comenda da Ordem do Rio Branco do Itamaraty em Brasília", o título "Doutor Honoris Causa da Academia Real de Belas Artes de Haia", na Holanda, e "Doutor honoris causa do Royal College of Art em Londres", na Inglaterra. 
Desde 1965 até seu falecimento, contou com a colaboração, em todos os seus trabalhos, do arquiteto Haruyoshi Ono. Roberto Burle Marx morreu em junho de 1994, no Rio de Janeiro, aos 84 anos. Sem nunca ter deixado de realizar projetos paralelos, o paisagista tem também um papel de destaque nas artes plásticas brasileiras, trabalho que é muito pouco conhecido, daí a importância desta mostra. “Burle Marx foi um amante da natureza e sempre procurou valorizar a nossa flora exuberante, deixando obras marcantes. 
É um grande prazer expor um pouco da obra desse grande artista”, comentou Sílvia Balbo Messias, gerente de relações institucionais do espaço expositivo.
Divulgação:
"Burle Marx e o Jardim Monumental"
Quando: Até 15 de maio
Onde: Edifício Altino Arantes
R. João Brícola, 24, Centro de São Paulo - Próximo à estação do Metrô São Bento
Horários: De segunda a sexta-feira, das 10h00 às 17h00.
Quanto: Entrada Gratuita
Informações: tel.- 3249-7466



 Amor
Fonte 
CausaOperária
http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=5150
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

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