Guerra e Genocídios no Séc XIX e XX - 23 min.
Antecedentes da Guerra Fria - 9 min.
Revolução Industrial - 22 min.
Um Século de Guerras - 51 min.
A Tempestade do Século - 257 min. (Filme)
Primeira Guerra Mundial - dublado - 93 min.
Segunda Guerra Mundial - 45 min.
Escravidão e Guerra de Secessão - 91 min.
Graaz : A guerra da Maconha -
Guerra do Vietnã - 9 min.
Independência dos EUA - - 18 min.
EUA no Século XIX - 15 min.
GUERRAS DOS EUA NO SÉCULO XX
Temos de quebrar o silêncio: contra a guerra dos EUA
QUARTA-FEIRA, 14 DE MAIO DE 2014
“Fora EUA!”
“Não à guerra dos EUA!”
14/5/2014, [*] John Pilger, Asia Times Online
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Harold Pinter (1930 - 2008) |
Por que toleramos a ameaça de mais uma guerra mundial, em nosso nome? Por que permitimos todas as mentiras que justificam esse risco? A escala em que somos doutrinados, escreveu Harold Pinter é:
(...) “brilhante, inteligente, se se pode dizer, uma encenação muito bem sucedida de hipnose coletiva”, como se “os fatos jamais tivessem acontecido, mesmo que estivessem acontecendo à nossa vista”.
William Blum |
Todos os anos, o historiador norte-americano William Blum publica seu “sumário atualizado dos feitos da política externa dos EUA”, que mostra que, desde 1945, os EUA já tentaram derrubar mais de 50 governos, muitos dos quais democraticamente eleitos; interferiram pesadamente em eleições em 30 países; bombardearam populações civis em 30 países; usaram armas químicas e biológicas; e tentaram assassinar líderes estrangeiros.
Em muitos casos, a Grã-Bretanha trabalhou ao lado dos EUA, como colaboradora. O grau de sofrimento humano, para nem falar da criminalidade, é apagado no Ocidente, apesar de aí estarem ativos os sistemas mais avançados de comunicações e, supostamente, o jornalismo mais “livre” do planeta. É absolutamente proibido noticiar que o maior número de vítimas de ações terroristas não são “ocidentais”, mas, sim, muçulmanos.
Esse jihadismo extremo, que levou ao 11/9, foi nutrido como arma de política anglo-norte-americana (“Operação Ciclone” no Afeganistão). Em abril, o Departamento de Estado observou que, depois da campanha da Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, em 2011, “a Líbia foi convertida em paraíso seguro para terroristas”.
Mossadeq |
O nome do “nosso” inimigo mudou ao longo dos anos: de comunismo, para islamismo, mas, em geral, qualquer sociedade independente da potência ocidental, que ocupe território considerado estrategicamente relevante ou rico em recursos a saquear, é “inimigo” dos EUA e da Grã-Bretanha. Os líderes dessas nações obstrutivas são em geral varridos do mundo em ação criminosa, como os democratas Muhammad Mossadeq, no Irã e Salvador Allende, no Chile; ou são assassinados como Patrice Lumumba no Congo. E todos somos submetidos a uma campanha, conduzida mediante as estruturas do jornalismo da imprensa-empresa que conhecemos, para caricaturar e vilificar o homem da hora, seja quem for: Fidel Castro, Hugo Chavez; agora, como se vê, Vladimir Putin.
O papel de Washington na Ucrânia só é diferente nas implicações que tem para o resto do mundo. Pela primeira vez, desde os anos Reagan, os EUA estão ameaçando arrastar o mundo à guerra. Com o leste da Europa e os Bálcãs agora convertidos em entrepostos militares da OTAN, o último estado “tampão” junto às fronteiras russas está sendo detonado. Nós – o “ocidente”, tão orgulhoso de sua “civilização” e dos seus valores – estamos apoiando neonazistas, num país onde os nazistas ucranianos apoiaram Hitler.
Tendo cerebrado o golpe de fevereiro contra o governo democraticamente eleito em Kiev, Washington planejou tomar para ela a base naval russa de águas temperadas, legítima e histórica, na Crimeia. Mas o plano fracassou. Os russos defenderam-se – como sempre se defenderam contra todas as ameaças e invasões do ocidente, sempre, há quase um século. Mas o cerco militar que a OTAN tenta foi acelerado, combinado a ataques orquestrados pela CIA e pelo FBI-EUA contra russos étnicos na Ucrânia.
Vladimir Putin em 17/12/2013 |
Se conseguirem arrastar Putin para uma guerra provocada, em defesa daqueles russos, essa função de “estado pária” será utilizada como pretexto para desencadear uma guerra de guerrilhas que a OTAN fará crescer enquanto puder, até que respingue no próprio território russo.
Putin, contudo, pôs o partido da guerra a andar em círculos, feito peru bêbado, ao procurar acomodação e acordo com Washington e com a União Europeia; e retirou seus soldados da fronteira ucraniana, conclamando os russos étnicos no leste da Ucrânia a desistir do referendo planejado, interpretado como ação de provocação. Esses falantes de russo e bilíngues – um terço da população da Ucrânia – há muito tempo procuram organizar uma federação democrática que reflita a diversidade étnica do país e que seja, simultaneamente, autônoma e independente de Moscou. A maioria deles não são nem “separatistas” nem “rebeldes”, mas cidadãos que aspiram a viver em paz e segurança na própria terra.
Como as ruínas hoje do Iraque e do Afeganistão, a Ucrânia também foi transformada em parque temático da CIA – comandado pelo diretor John Brennan em Kiev, com “unidades especiais” de CIA e FBI montando a “estrutura de segurança” que supervisiona os ataques mais selvagens contra os que se opõem, lá, ao golpe de fevereiro.
ASSISTAM AOS VÍDEOS (legendados em inglês), leiam os relatos de primeira-mão de testemunhas do massacre em Odessa, há poucos dias.
Bandidos fascistas queimaram o prédio da sede do sindicato, matado 41 pessoas que foram presas lá dentro, enquanto o prédio era incendiado. Assistam ao que fez a Polícia, parada, assistindo ao “espetáculo”. Um médico contou que tentou desesperadamente tirar as pessoas presas no prédio, “mas fui impedido por radicais nazistas ucranianos. Um deles empurrou-me com violência, gritando que, em breve, outros judeus de Odessa teriam também o mesmo destino... Não entendo por que o mundo inteiro continua em silêncio!”
Os ucranianos falantes de russo estão lutando pela vida. Quando Putin anunciou a retirada dos soldados russos da fronteira, o secretário de “defesa” da junta neonazista de Kiev – e membro fundador do partido fascista Svoboda – pôs-se a esbravejar que os “insurgentes” não arredariam pé. Em seu típico estilo orwelliano, a propaganda ocidental inverteu tudo e “noticiou” que “Moscou tenta orquestrar novos conflitos e provocações” – foram as palavras do secretário britânico de Relações Exteriores, o lastimável William Hague. Foi cinismo só comparável às grotescas “congratulações” que Obama enviou à junta neonazista, pela “notável contenção” que manifestou... depois do massacre de Odessa!
Henry Kissinger |
É junta ilegal e dominada por fascistas. Para Obama, foi “devidamente eleita”. O que conta – como Henry Kissinger disse certa vez, não é a verdade, mas o que alguém supõe que seja a verdade.
Nos veículos da imprensa-empresa norte-americana, a atrocidade de Odessa foi descrita como “triste” e “feia” e “uma tragédia” na qual “nacionalistas (de fato, são neonazistas) atacaram “separatistas” (de fato, eram pessoas que recolhiam assinaturas a favor de um referendo a favor da federalização da Ucrânia).
O Wall Street Journal de Rupert Murdoch culpou as vítimas: “Deadly Ukraine Fire Likely Sparked by Rebels, Government Says” [“Fogo mortal iniciado pelos rebeldes, diz o governo”
[“Coquetéis molotovs caíram acidentalmente sobre manifestantes”].
Na Alemanha, a propaganda foi pura guerra fria, com o Frankfurter Allgemeine Zeitung alertando os leitores contra “a guerra russa não declarada”. Para os alemães, é apenas ironia histórica que Putin seja o único líder em todo o planeta a condenar o ressurgimento do fascismo na Europa do século XXI.
Há quem repita que “o mundo mudou depois do 11/9”. Mas... o que mudou? Segundo o grande alertador-vazador Daniel Ellsberg, houve um golpe silencioso em Washington e, depois daquele dia, o país é governado por militarismo rampante. O Pentágono só faz comandar “operações especiais” – guerras secretas – em 124 países.
Em casa (nos EUA), o que se vê é miséria crescente e a morte da liberdade por hemorragia – duas consequências históricas de um estado em guerra perpétua. Acrescente-se o risco real de guerra nuclear, e a questão se impõe: por que nós, cidadãos do mundo, toleramos os EUA?
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[*] John Pilger - nasceu em Bondi na área metropolitana de Sydney, Austrália, 9 de outubro 1939. A carreira de Pilger como repórter começou em 1958; ao longo dos anos tornou-se famoso pelos artigos, livros e documentários que escreveu e/ou produziu. Apesar das tentativas de setores conservadores de desvalorizar Pilger, o seu jornalismo investigativo já mereceu vários galardões, tais como a atribuição, por duas vezes, do prêmio de Britain’s Journalist of the Year Award na área dos dos Direitos Humanos. No Reino Unido é mais conhecido pelos seus documentários, particularmente os que foram rodados no Camboja e no Timor-Leste. Trabalhou ainda como correspondente de guerra em vários conflitos, como na Guerra do Vietnam, no Camboja, no Egito, na Índia, em Bangladesh e em Biafra. Atualmente reside em Londres.
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Cronologia das intervenções americanas
e guerras das quais os Estados Unidos participaram no século 20
1899-1902
Guerra EUA-Filipinas.
As Filipinas lutam pela independência do país, dominado pelos EUA
1913
Durante a Revolução mexicana, os Estados Unidos bloqueiam as fronteiras mexicanas em apoio aos revolucionários.
1915
Tropas americanas desembarcam no Haiti, em 28 de julho, e transformam o país num virtual protetorado americano.
1916
Os EUA estabelecem um governo militar na República Dominicana, em 29 de novembro.
1927
Cerca de mil "marines" desembarcam na China durante a guerra civil local.
1914-1918
Primeira Guerra Mundial. Em 6 de abril de 1917, declaram guerra à Alemanha.
1939-1945
Segunda Guerra Mundial
O ataque japonês à base militar norte-americana de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, ocasiona a entrada do país na guerra
jun.1950
Início do conflito entre a República Democrática da Coréia (Norte) e República da Coréia (Sul), na qual cerca de 3 milhões de pessoas morreram. Os Estados Unidos são um dos principais participantes, através das Nações Unidas, ao lado dos sul-coreanos. A guerra termina em julho de 1953 sem vencedores e com dois estados polarizados: comunistas ao norte e um governo pró-ocidente ao sul.
1955-1975
Guerra do Vietnã. Aliados aos sul-vietnamitas, os americanos tentam impedir, sem sucesso, a formação de um estado comunista, unindo o sul e o norte do país. Inicialmente, participação americana se restringe a ajuda econômica e militar (conselheiros e material bélico). Em agosto de 1964, após ataques norte-vietnamitas ao destróier americano Maddox, o congresso americano autoriza o presidente a lançar os EUA em guerra.
1961
Exilados cubanos anticastristas, apoiados pelo governo norte-americano de John Kennedy, invadem a baía dos Porcos, em Cuba, em uma tentativa fracassada de derrubar o governo de Fidel Castro.
1980
Uma operação -resgate dos reféns na embaixada americana em Teerã, capturados por estudantes muçulmanos, fracassa
out.1983
Em meio a uma onda de intervenções em países da América Central, como a Nicarágua, Honduras, El Salvador e Guatemala, numa luta de forças entre a esquerda e a direita, na qual os Estados Unidos insistem em se envolver militarmente, o presidente Ronald Reagan envia tropas à ilha caribenha de Granada, em outubro, com o objetivo de impedir a expansão do comunismo na América Latina. Os EUA derrotam com facilidade a resistência cubana na ilha, derrubando o governo local.
mar.1986
Aviões americanos atacam uma base aérea Líbia em Sirte, cidade de Muammar Gaddafi, líder líbio
abr.1986
Washington adota represálias contra Gaddafi, acusado de liderar o terrorismo internacional. Bases militares, em Trípoli e Bengasi, são atacadas, mas civis também são atingidos
dez.1986
Em dezembro, no Panamá, após fracassadas tentativas de depor Manuel Noriega, o presidente dos EUA, George Bush, envia 24 mil soldados para invadir o país, derruba o governo e empossa Guillermo Endara, eleito em pleito anulado por Noriega
1990-1991
Após a invasão do Iraque ao Kuwait, em 2 de agosto de 1990, a OTAN e os Estados Unidos decidem impor um embargo econômico ao país, seguido de uma coalizão anti-Iraque (reunindo além dos países europeus membros da Otan, o Egito e outros países árabes) que ganhou o título de "Operação Tempestade no Deserto". As hostilidades começaram em 16 de janeiro de 1991, um dia depois do fim do prazo dado ao Iraque para retirar tropas do Kuait.
1992
Em dezembro, forças militares norte-americanas chegam a Somália para intervir numa guerra entre as facções do então presidente Ali Mahdi Muhammad e tropas do general rebelde Farah Aidib
jun.1993
No início do governo Clinton, é lançado um ataque contra instalações militares iraquianas, em retaliação a um suposto atentado, não concretizado, contra o ex-presidente Bush, em visita ao Kuwait.
Set.1994
Tropas norte-americanas fortemente armadas chegam ao Haiti por ar e mar e, com um acordo firmado de última hora, o general Raoul Cédras promete deixar o governo. Assim, o presidente eleito, o exilado Jean-Bertrand Aristide, poderá tomar posse.
1995
Os EUA enviam tropas militares para Tuzla (norte da Bósnia), com o objetivo de garantir a assinatura formal do acordo de paz entre Sérvia, Croácia e Bósnia
Fontes
http://www.miniweb.com.br/historia/artigos/i_contemporanea/guerras_eua.html
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/05/temos-de-quebrar-o-silencio-contra.html
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
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