O primeiro relato sobre a existência de Atlantis, vem do filósofo grego  Platão, que viveu de 427 a 347 a.C. Foi o mais famoso discípulo de Sócrates  (470 a 399 a.C.), muito respeitado pelo seu sistema de idéias, bem como pela  postulação da imortalidade da alma humana, que exerceu influência sobre os  padres da Igreja e filósofos cristãos. 
Os leigos conhecem-no pelo ensinamento do amor platônico e os entendidos  pelo sistema das idéias, como, sendo um dos grandes pensadores da  humanidade. Platão escreveu seus pensamentos em forma de diálogos entre o  sábio e o discípulo para evitar a monotonia filosófica. 
As informações sobre Atlântida acham-se escritas nos diálogos "Timeu" que  focaliza a terra de Atlântida, ao passo que o de "Crítias" caracteriza sua  civilização. "Crítias" é, no diálogo, o pseudônimo do próprio Platão, que  transcreve informações que recebeu do seu "avô", que por sua vez foi  informado pelo filósofo Sólon, que morreu em 559 a.C., em Atenas. 
A informação revela a história de um sacerdote egípcio de Sais, sendo a  seguinte: havia em épocas remotas, ou seja, cerca de 9.000 anos antes de  Platão, um poderoso Império, situado numa ilha que se encontrava no Oceano  Atlântico, além das Colunas de Hércules (Estreito de Gibraltar) de nome  Poseidonis ou Atlantis. A ilha tinha um comprimento de 3.000 estádios de  2.000 de largura (um estádio é igual a 185 metros) o que resultaria em cerca  de 200.000 quilômetros quadrados. Imaginava-se na época que a ilha era maior  que a Líbia e a Ásia reunidas. 
O povo que habitava a Atlântida era governado por reis. O primeiro parece  ter sido Atlas. Seu irmão Gadir governava uma outra parte da ilha, que se  situava perto das Colunas de Hércules. Houve também uma guerra entre  Atlântida e Atenas. Neste instante surgiu a tragédia. Durante um dia a ilha  Atlântida afundou--se no mar e desapareceu. Esta história era bem conhecida  e admitida pelos filósofos gregos. Quem não acreditou nela foi Aristóteles  (384 a 322 a.C.). 
Os filósofos cristãos da antigüidade e da Idade Média conheciam este mito.  São vários os relatos de lendas parecidas com a descrita por Platão em seus  diálogos. Lendas que contavam sobre uma mesma civilização avançada como a  dos atlantes, mas de origens culturais, nomes, tamanhos e até localizações  diferentes. As histórias foram sobrevivendo aos movimentos sócio-culturais  ao passar dos séculos e até durante a Renascença, que procurou nos mitos  realidades, houve várias tentativas de explicação racional desta história.  Entretanto, poucos convenceram mais que o próprio mito.  
Como foi dito, as principais referências para Atlântida foram os diálogos  entitulados "Timeu" e "Crítias" de Platão. Um trata do âmbito geográfico e  outro do social e do político.  
Havia há 9000 anos, no mesmo local onde se encontra Atenas, uma grande  cidade. 
Essa surpreendente informação foi cedida ao estadista Grego Sólon  (-559 a.C) por um sábio egípcio de Sais. Essa fundação foi corroborada por  documentos achados em templos há 8000 anos. Estes documentos informam também  que havia um vasto Império numa ilha fora das Colunas de Hércules, maior que  a Líbia e a Ásia juntas (na época, só era conhecida uma faixa costeira da  África e a Ásia era uma pequena faixa da Turquia, hoje conhecida por Ásia  Menor). Sendo um grande e rico Império, seu poderoso exército invadiu os  povos costeiros do Mar Mediterrâneo para dominá-los, mas a coragem e a arte  bélica dos gregos conseguiram rechaçar esta ofensiva por um tempo. 
Como numa proteção divina para a Grécia, veio uma época em que houve  terríveis terremotos e inundações, vindos num dia e numa noite horríveis,  onde desapareceu todo o exército atlântico. No auge de sua civilização,  Atlântida fora engolida pelo Oceano.  
Em seu diálogo, Platão diz: "Houve uma guerra dos "atlantas" que habitavam  uma ilha fora das Colunas de Herácles, maior que a Líbia e a Ásia, contra  nosso estado de Atenas que conseguimos rechaçar. Esta ilha desapareceu mais  tarde por um terremoto e imergiu no oceano". 
Na distribuição do Mundo pelos deuses, o deus Possêidon recebeu a ilha  Atlântida. Casou-se com a princesa "Kleito". Para a segurança desta  construiu em volta do castelo 3 anéis circulares de canais e um outro canal  de 50 estádios de comprimento até o mar permitindo a navegação de trieras. O primeiro rei de Atlântida foi Atlas, filho de Possêidon (irmão de Zeus) e  Kleito. A fortaleza real tinha um diâmetro de 5 estádios protegida por uma  muralha de pedras. 
Dentro da fortaleza existia, além do palácio real, um  templo consagrado a Possêidon cercado com um muro de ouro. Este templo tinha  um estádio (185 metros) de comprimento e três pletros (92,5 metros) de  largura. A altura era de tal forma escolhida visando agradar a vista. O  templo era inteiramente revestido de prata, exceto as alveias que eram de  ouro. A cidade (possivelmente chamada de Posseidônia) situava-se dentro de  uma planície retangular de 3.000 por 2.000 estádios cercado por um canal de  10.000 estádios de comprimento e com profundidade de um pletro.  
"Crítia" é maior e mais complexo do que "Timeo". Além da origem da  civilização, que é descrita detalhadamente, Platão nos fornece também  descrições sobre a organização social, política, sua legislação perfeita e a  geografia da ilha com sua rica fauna e flora. 
A origem da Lenda de Atlântida é atribuída à Platão, mas existe em várias  outras parte do mundo e em épocas diferentes, histórias que contam uma  história muito parecida com a contada pelo filósofo grego. Cada uma, obedece  à cultura e crenças de suas regiões, mas as semelhanças e coincidências são  no mínimo inquietantes. Mas não somente lendas. Vários mapas, desenhos e  documentos foram encontrados em tempos e lugares diferentes. Para muitos  pesquisadores e esotéricos, essas "provas" ajudam a confirmar a existência  de "Atlântida". 
A história nos conta que a Antártica não foi descoberta até 1818, mas 305  anos antes. em 1513, um grande almirante e cartógrafo turco chamado Piri  Reis desenhou vários mapas, dentre esses, um mapa do Atlântico Sul  englobando a costa oeste da África e oeste da América do Sul e o norte da  Antártica. O Mapa foi descoberto acidentalmente em 1929 no palácio-museu de  Topkapi, em Istambul. 
Em uma série de notas escritas de seu próprio punho, o almirante Piri Reis  diz que não é responsável pelo mapeamento e pela cartografia original dos  mapas e que esse, foi confeccionado a partir 20 mapas, desenhos e esboços,  alguns de origem desconhecidas que estavam no inventário do palácio. Os mapas mostram com nitidez, centenas de pontos do globo terrestre que só  seriam conhecidos, oficialmente, séculos depois com os navegadores  espanhóis, portugueses, holandeses e ingleses. Eles também revelam detalhes  geológicos surpreendentes. Várias ilhas e faixas de terras aparecem em  vários pontos que não são visíveis hoje em dia, como por exemplo a "falta"  do Estreito de Drake (entre América do Sul e a Antártica) e a ilha de Cuba  ligada à península da Florida. 
As investigações continuam para se saber a origem de tais mapas e como foram  feitos com um grau de precisão impressionante. Não há dúvida que o almirante  Piri Reis obteve fontes da mais alta confiabilidade. Só nos resta agora  saber "quem" fez esses mapas. Muitos estudiosos e cartógrafos, dentre eles o  Dr. Arlington H. Mallery que fez todo o trabalho de medição e aferição dos  mapas acreditam em que eles têm uma origem muito remota. Pelas pequenas  diferenças tamanho e coordenadas, acredita-se em que os mapas tenham sido  feitos há 9000, um pouco antes da última Era Glacial. Outro fator defendido  por todos é que os mapas foram feitos por uma civilização com grande  capacidade técnica e tecnológica. Juntando todos os fatos, coincidências e  evidências, são poucos os pesquisadores que não pensam na palavra  "Atlântica" nessa altura dos estudos. 
Não foram apenas na Grécia e na Turquia que aparecerem fatos e lendas sobre  a existência de "outras civilizações" que viveram aqui há milhares de anos. Uma das mais curiosas, foi encontrada em escavações arqueológicas no Peru.  Em 1960, no meio do deserto peruano de Ocucaje, perto da cidade de Ica,  foram encontrados artefatos de pedra de uma antiga e perdida civilização.  Esses artefatos feitos em pedra, retirados da chamada "Biblioteca de Pedra"  nos mostra cenas fantásticas de uma civilização com um alto nível cultural e  técnico. 
O artefato mais intrigante é o mapa-mundi de 10.000 anos de idade. Como uma  civilização poderia ter mapeado todo o globo terrestre há milhares de anos?  Pode-se ver sem o menor esforço, a América do Sul ligada à Antártica, o que  mostra que o mapa foi feito durante a Era Glacial. Mas o ponto mais  espetacular do mapa, é o aparecimento de um gigantesco continente, chamado  MU, no meio do Pacífico.  
Como uma civilização tão avançada assim poderia sumir sem deixar vestígios?  Para muitos estudiosos, dentre eles o Dr. Javier Cabrera Darquera que é  curador do museu que existe no local, não resta dúvida que essa civilização  morava no continente MU e que no fim da Era Glacial, fora completamente  engolido pelos mares.  
Coincidência com o fato de Atlântida, segundo Platão, também ter sido  engolida? 
Diante de tantos fatos curiosos, não é normal que se pense que  esse mítico continente MU seja, em outra língua, o famoso Continente  Atlântico, mesmo que no oceano errado?  
Mas porque o mito de Atlântida é tão difundido? Porque um diálogo escrito  por um filósofo grego há mais de 2000 anos conseguiu transpor os limites  acadêmicos da filosofia, história e arqueologia e se tornou numa das lendas  mais conhecidas de todos os tempos?  
Essa pergunta é respondida com uma palavra: arte. Além de ter um conteúdo  poético ou até utópico, Atlântida inspirou centenas de pintores, escritores  e poetas em todo o mundo. Seduzidos pelo romantismo e vigor da história, não  foi difícil para que a terra submersa se transformasse em musa para artistas  do mundo todo. 
Talvez a mais famosa referência sobre o mito de Atlântida nas artes, está no  livro do escritor francês Julio Verne "20.000 Léguas Submarinas". No livro,  o grande Cap. Nemo comandando o magnífico submarino Nautillus encontra a  mitológica Atlântida e se põe a transformá-la em seu novo lar. Essa  grandiosa obra de ficção científica, escrita no século passado, influenciou  muito as gerações de jovens artistas, cientistas e historiadores que vieram  depois. Vários arqueólogos de renome, dentre eles o alemão Heinrich  Shiliemann também se dedicou à procura de Atlântida, ajudando a popularizar  o mito.  
Entretanto, o sucesso e a popularidade foi tão grande, que não tardou para  que aquilo que só era âmbito da arqueologia e de história, fosse para o lado  das pseudos-ciências. 
Hoje existem centenas de ceitas e ramos "científicos" que consideram os  "atlantes" como seres superiores e místicos. Não são poucos que consideram a  própria Atlântida um lugar sagrado e que seus habitantes vivem até hoje nas  profundezas dos mares graças aos seus poderes e habilidades secretas. Outra vertente, já acredita na origem extraterrena dos "atlantes". As  respostas para vários fenômenos, dentre eles conhecido como "Fenômeno UFO" e  o misterioso "Triângulo das Bermudas" tenham a mesma origem do Continente  Submerso. Também não é descartada a ligação entre a Civilização Atlântida e  o suposto "Mundo Interior".  
Crenças religiosas e esotéricas a parte, é bastante comum hoje em dia, ligar  novos mistérios à mistérios antigos da humanidade. Foram escritos até os  nossos dias com boa aceitação quase 2.000 livros, sobre a existência de  Atlântida baseados em interpretações de lendas e crônicas antigas.  
Quem começou a preocupar-se seriamente sobre o fundo verdadeiro da Atlântida  foi Heinrich Schliemann, o pai da arqueologia moderna. 
Schliemann era sonhador, gênio lingüístico e comercial além de autodidata.  Alemão de origem, aprendeu meia dúzia de línguas, cada uma no período de  alguns meses com perfeição surpreendente. Isso aconteceu, por exemplo, no  estudo da língua russa. 
Schliemann nasceu em 1822, na Província de Mecklenburg ao norte da Alemanha.  Com vinte e poucos anos ele já era representante de uma casa comercial  denominada Schrtider, estabelecida em Amsterdã. Em conseqüência de seus  conhecimentos perfeitos da língua russa, foi nomeado representante em São  Petersburgo. 
Pouco mais tarde fundou sua própria firma. Tornou-se, pela primeira vez  milionário, pelo comércio de índigo, azeite e chá. Em 1856 aprendeu a língua  grega antiga com um sacerdote grego de nome Teocletos Vimpos. Schliemann mudou alguns anos depois para a Califórnia, durante a corrida do  ouro, tornando-se pela segunda vez milionário. Voltou em seguida para São  Petersburgo e tornou-se, pela terceira vez, milionário como fornecedor de  mantimentos ao exército russo, durante a guerra da Criméia. 
Nessa época  casou-se, teve três filhos, mas logo se separou. Em 1869, escreveu de Nova  York, onde se tornou cidadão dos Estados Unidos, ao seu antigo amigo  Teocletos Vimpos, para que procurasse para ele uma grega jovem, inteligente,  bonita, meiga e pobre, com vista a um segundo casamento. O amigo ofereceu a  Schliemann uma série de propostas, depois de um anúncio num jornal de Atenas  com descrições físicas, intelectuais e fotos. Mas Teocletos tinha em vista  sua própria sobrinha "Sofia" de 18 anos (Schliemann tinha naquela ocasião 45  anos). Ela era bonita, inteligente e meiga. O casamento realizou-se  rapidamente.  
Schliemann em breve conseguiu falar o grego moderno, clássico e arcaico e  Sofia, sua esposa, resolveu com este casamento a situação financeira  desastrosa de sua família. 
Schliemann leu e releu todas as histórias antigas dos historiadores,  filósofos e escritores gregos. Logo realizou seu primeiro sonho: comprovar  que a história de Ilíada de Homero não era uma mera lenda, mas uma realidade  histórica. Depois de ter obtido do governo turco autorização para fazer  escavações em Hissalik, na Ásia Menor, realizou sete campanhas de escavações  de grande envergadura, comprovando assim a existência verdadeira de Tróia.   
Por isso, Schliemann é denominado o pai da arqueologia moderna e admitia-se  tudo o que ele dizia sobre outras informações históricas e pré-históricas,  inclusive sobre Atlântida. 
As escavações em Hissalik tiveram entretanto uma interrupção abrupta, quanto  Heinrich e Sofia Schliemann encontraram o chamado tesouro de Príamo.  Tratava-se de uma coleção de peças de ouro maciço. Burlando a vigília turca,  não resistiram à tentação de apoderarem-se daquele achado de valor  incalculável e embarcaram com o roubo para a Grécia. Tornaram-se então donos  particulares do que pertencia legitimamente ao governo turco. Houve  intervenção diplomática séria por parte da Turquia. 
Assim Tróia ficou permanentemente proibida para os Schliemanns. Schliemann  doou o tesouro mais tarde para o Museu de Berlim, cujos cientistas nunca  deram muita atenção ao doador pelo simples fato de que ele não tinha  carreira universitária. O tesouro de Príamo ficou assim, em Berlim até o fim  da Segunda Guerra Mundial, quando desapareceu definitivamente. 
A atividade de Schliemann concentrou-se em escavações na Grécia. Encontrou e  escavou com êxito a cultura de Micenas, quis escavar Cnosos de Creta, mas o  alto preço o desanimou. Cnosos foi escavada mais tarde pelo famoso  arqueólogo Arthur Evans (1851-1911). 
Schliemann morreu em 1890 em Nápoles, deixando, no entanto, notícias vagas  sobre a existência de Atlântida, mas mudou do campo científico de  comprovações reais na sua interpretação dos textos de Platão sobre Atlântida  para o especulativo. Foi desta maneira que despertou um interesse fora do  comum no mundo inteiro, especialmente nos meios pseudo-científicos. 
Assim sendo, a Lenda de Atlândida continua fascinando a humanidade há  milhares de anos. Verdade? Mito? Para muitos eruditos, pesquisadores,  cientistas, esotéricos e românticos isso não importa. O importante é que os  segredos e mistérios que mantemos mais escondidos, façam-nos buscar o  conhecimento e viajar pela maravilhosa imaginação humana.

Fonte:
http://www.casadobruxo.com.br/textos/atlantida.htm 

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