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Fotografias em que aparecem pessoas rodeadas por uma aura luminescente são mais comuns do que se pensa. Se a imagem é recente diremos logo que é uma manipulação feita com photoshop. Porém se é mais antiga, anterior à era da fotografia digital, os espíritos mais religiosos erguem-se clamando estar perante provas da existência da aura humana, esquecendo-se que os efeitos fotográficos existem desde os primórdios da fotografia. Neste caso a aura é produzida por um efeito muito simples denominado Kirlian.
Este fenómeno é antigo e deve o seu nome ao inventor russo Semyon Davidovich Kirlian, que o tornou conhecido em 1939. O princípio técnico é muito simples. Resumidamente, consiste em aplicar um campo eléctrico de alta voltagem próximo da chapa fotográfica que, como resultado, provoca o aparecimento de uma luminescência radiante em redor do objeto fotografado.
O mais extraordinário é que, não obstante o fenómeno ser conhecido também pelo nome de bioelectrografia, ocorre tanto com seres vivos como com objetos inanimados, o que refuta as teorias místicas que defendem a existência de uma aura humana que pode ser fotografada.
Misticismos à parte, o que é certo é que as fotografias produzidas por este processo são espectaculares e não deixam de convocar a nossa imaginação e o nosso lado mais espiritual.
A ironia no meio disto tudo é que Kirlian, diz-se, descobriu o processo por mero acaso no meio das suas experiências com eletricidade e não lhe soube descobrir aplicação prática imediata para além da curiosidade científica. No entanto, cabendo-lhe os louros da descoberta, não lhe cabe o pioneirismo.
Há registos de que, no início do século XX, o padre e inventor Roberto Landel de Moura desenvolveu experiências fotográficas deste tipo onde captou pela primeira vez estes efeitos que, na altura, se acreditou corresponderem à aura humana.
A polêmica das suas descobertas e a pressão da Igreja levaram-no a abandonar as suas experiências. Só a sua vida daria um livro...
As fotografias apresentadas, realizadas com a técnica Kirlian, são da autoria do fotógrafo americano Roberto Buelteman.
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