terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

QUAL A CAUSA DA LOUCURA?



Qual a origem da loucura!?

Muito interessante o louco, desencantado, ou seja, com a nossa dimensão, escolher passar para outra onde se sente aliviado. Mas eu quero por mais pimenta nessa conversa, se os senhores assim me permitirem. Como seres viventes alguma energia nos mantém de pé e funcionando. Talvez essa energia possa ser traduzida por "alma vivente". Pensando dessa forma, esta fonte de energia pode falhar e transferir o defeito para os órgãos que ela faz funcionar. Assim, em vez de duas origens possíveis para a loucura não podemos ter três: orgânica, psíquica, e de energia?

Esta é uma pergunta extremamente complexa, mas podemos definir de algumas formas.

Loucura é considerado o estado alterado de comportamento em relação ao seu grupo social, ou seja, existem comportamentos diferentes em diferentes culturas, que numa primeira visão por uma pessoa de fora pode parecer um ato de loucura, mas para aquela cultura aquele habito pode ser normal.

Louco é aquele que foge dos conceitos preconizados por um determinado grupo social.

A origem pode ser orgânica ou psicológica.
As causas orgânicas podem ser várias, associadas a desequilíbrios de neurotransmissores, atividade elétrica descontrolada, desequilibrios bioquímicos diversos, traumatismos, defeitos genéticos, etc...

As causas psicológicas geralmente estão associadas a falta de capacidade de superar ou conceber uma situação na qual o indivíduo está inserido. Muitos casos de "loucura", ocorrem como consequência de um golpe emocional que a pessoa não foi capaz de superar e gerou um lapso fisiológico no funcionamento do cérebro.

Exposição à tortura ou grandes choques também podem desencadear este processo violento de negação do que ocorreu.
Um abraço!
A HISTÓRIA DA LOUCURA E OS MOVIMENTOS SOCIAIS

  A loucura ao longo da história foi encarada de várias formas: Como falha da natureza, castigo  ou dádiva dos deuses, privação da verdade, exacerbação da vontade. E percebe-se que sua história compreende a própria história do surgimento da Psiquiatria.

Segundo  Foulcalt, a incapacidade ao trabalho leva os loucos, juntamente com mendigos, criminosos, velhos, agitadores e  demais excluidos da sociedade a ocupar o lugar nos antigos leprosários; local que permaneceriam até a morte. Este período corresponde a grande internação (século XVII e XVIII).

A hospitalização não possuia função médica, mas sim de reclusão, pois tinha como objetivo salvaguardar a ordem social; não havia preocupação assistêncial com os  pacientes causando a animalização destes, que sem cuidados são reunidos   em um único espaço, o que provocará movimento de reação interna contra estes internamentos. Deste modo os loucos passam a se distinguir dos demais por sua incapacidade para seguir ritmos de vida normatizada, reforçando ainda mais a necessidade de reclusão e exclusão.

No século XVIII e início do século XIX, inicia-se um novo conceito psiquiátrico, quando os médicos Willian Tuke e Philipe Pinel (considerado o pai da Psiquiatria) empreendem a chamada "humanização dos pacientes", tirando suas correntes e introduzindo práticas terapeuticas em seu tratamento, tornando o hospital uma instituição médica. Porém esta libertação não é total, pois a busca pela cura  levará os médicos a desenvolverem novos tratamentos que acarretará o "acorrentamento mental ". 

O hospital torna-se um local de diagnóstico e classificação, um lugar onde o saber médico é o único capaz de dizer a verdade sobre as doenças  e os métodos de tratamentos a serem utilizados. Aproveitando do seu poder médico, surgem técnicas e procedimentos como: punições, isolamento, servidão entre outros, justificados como importantes na realização do tratamento e da cura.

Os primeiros movimentos de reforma psiquiátria no mundo ocorreram após a segunda guerra mundial e no Brasil, o processo é contemporâneo ao Movimento Sanitário que luta por mudanças nos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, pela defesa da saúde coletiva, pela equidade na oferta de serviço e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de novas tecnologias de cuidado.

O processo de reforma psiquiátrica no Brasil compreende três momentos distintos:

1º Momento (1978-1991): É um momento de crítica do modelo hospitalocêntrico que exclui e não trata, e de denúncia do abuso do poder médico. Em 1987, ocorre a I Conferência Nacional de Saúde Mental /RJ.

Neste período surge o 1º CAPS/Bauru/SP, a intervenção na Casa de Saúde Anchieta/SP, a implantação do NAPS 24HORAS/SP, também são criadas cooperativas e residências para os egressos do hospital e associações. Em 1988 é criado o SUS, sob o poder do controle social, exercido através dos Conselhos Comunitários de Saúde e em 1989 tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei que regulamenta os direitos dos portadores com transtornos mentais e extinção progressiva dos manicômios no pais.

2º Momento (1992-2000): É um período onde ocorre a ampliação da rede de atenção psicosocial, expanção do CAPS e NAPS e o programa de avaliação dos hospitais psiquiátricos. Em 1993 , ocorre a II Conferência de Saúde Mental (internacionalizada), com uma  participação  maior dos usuários.

3º Momento (2001-2005): Em 2001, aprova-se a Lei de Reforma Psiquiátrica ( Lei 10216/01) que garante a extinção progressiva dos manicômios. Neste contexto se realiza a III Conferência Nacional de Saúde Mental, com a consolidação do novo modelo. A desistitucionalização é impulsionada com o "Programa de Volta Prá Casa". O período caracteriza-se pela construção de  rede de atenção à saúde mental substitutiva, ao modelo centrado na internação hospitalar, fiscalização e redução progressiva e programada dos leitos psiquiátricos existentes.

Segundo Amarante, a desistitucionalização na saúde mental deve ser entendida como desconstrução de saberes, discursos e práticas psiquiátricas que sustentam a loucura reduzindo-a ao signo da doença mental e que reforçam a instituição hospitalar como a principal referência da atenção à saúde mental. Logo a desistitucionalização nos traz novos paradigmas na construção de redes substitutivas do modelo hospitalocêntrico; observa-se  novas produções no sentido de romper com o modelo anterior,  como: 

O Centro de Atenção Psicosocial (CAPS), a formação de recursos humanos multiprofissional em saúde mental, os residenciais terapêuticos, o matriciamento (entendido como uma estratégia de interlocução de rede) , as redes sonoras (rádio) que tem objetivo de recuperar a capacidade narrativa, possibilitar a auto-gestão, o controle social através da "voz de resistência" não se fechando  só na saúde, mas ampliando-se pela cidade.

Assim o trabalho em saúde exige também a desistitucionalização dos profissionais em saúde e segundo Rolnik, exige uma mudança em nosso modo de subjetivação, uma abertura para o estranho em nós, que é mais do que o simples respeito democrático pelo outro em seus direitos e deveres, pois é um desejo de se deixar afetar pelo outro, é um amor pela alteridade, pelo devir e pela incerteza criadora.
Pablo Picasso
Li
Fonte:
http://educasaude.arteblog.com.br/138504/
A-HISTORIA-DA-LOUCURA-E-OS-MOVIMENTOS-SOCIAIS/

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