quinta-feira, 15 de março de 2012

OS MISTÉRIOS DE ELÊUSIS



Os Mistérios de Elêusis
 (também conhecidos como mistérios eleusinos)
eram ritos de iniciação ao culto das deusas agrícolas
 Demeter e Perséfone, que se celebravam em Elêusis,
 localidade da Grécia próxima a Atenas.
 Eram considerados os de maior importância entre todos os que se celebravam na antiguidade. Estes mitos e mistérios se transferiram ao Império Romano e sinais dele podem ser notados em práticas iniciáticas modernas. Os ritos e crenças eram guardados em segredo, só transmitidos a novos iniciados.

Deméter e sua filha, Perséfone, (Ceres e Proserpina para os romanos), presidiam aos pequenos e aos grandes mistérios. Daí seu prestígio. Muitos desses mistérios ainda não foram totalmente desvendados; no entanto, no grande complexo de templos de Elêusis, notadamente no grande Templo de Deméter, o Telesterion, os estudiosos têm descoberto esculturas e pinturas em vasos que representam alguns desses ritos.

Os mistérios eleusinos celebravam o regresso de Perséfone, visto que era também o regresso das plantas e da vida à terra, depois do inverno. As sementes que ela trazia significavam o renascimento de toda a vida vegetal na primavera.

Se o povo reverenciava em Deméter a terra-mãe e a deusa da agricultura, os iniciados viam nela a luz celeste, mãe das almas e a Inteligência Divina, mãe dos deuses cosmogônicos. Os sacerdotes de Elêusis ensinaram sempre a grande doutrina esotérica que lhes veio do Egito. Esses sacerdotes, porém, no decorrer do tempo, revestiram essa doutrina com o encanto de uma mitologia plástica, repleta de beleza.

A doutrina da vida universal

Vaso que ilustra alguns aspectos do culto, Altes Museum, Berlim
O ritual dos Mistérios de Elêusis encontrava expressão na lenda da deusa Deméter e sua filha Perséfone, raptada por Hades (Plutão), rei do Mundo Inferior, quando colhia flores com suas amigas, as Oceânidas, no vale de Nisa. Deméter, ao tomar conhecimento do rapto, ficou tão amargurada que deixou de cuidar das plantações dos homens aos quais havia ensinado a agricultura.

 Os homens morriam de fome, até que Zeus (Júpiter), que havia permitido a seu irmão Hades raptar Perséfone, resolveu encontrar uma forma de reparar o mal cometido. Decidiu, então, que Perséfone deveria voltar à Terra durante seis meses para visitar sua mãe e outros seis meses passaria com Hades.

O mito simboliza o lançar sementes à terra e o brotar de novas colheitas, uma espécie de morte e ressurreição. No seu sentido íntimo, é a representação simbólica da história da alma, de sua descida na matéria, de seus sofrimentos nas trevas do esquecimento e depois sua re-ascensão e volta à vida divina.
O mito de Elêusis ainda se encontra vivo hoje nas diversas escolas Iniciáticas que ainda persistem:

 É a Doutrina da vida Universal, 
que se encerra no simbólico grão de trigo de Elêusis, 
que deve morrer e ser sepultado nas entranhas da terra, 
para que possa renascer como planta, à luz do dia,
depois de abrir caminho através da escuridão em que germina.

Deméter ou Demetra (em em grego: Δημήτηρ, "deusa mãe" ou talvez "mãe da distribuição") é uma deusa grega, filha de Cronos e Réia[1], deusa da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano. É propiciadora do trigo, planta símbolo da civilização. Na qualidade de deusa da agricultura, fez várias e longas viagens com Dionísio ensinando os homens a cuidarem da terra e das plantações.

Em Roma, onde se chamava Ceres, seu festival era chamado Cerélia e celebrado na primavera.
Com Zeus, seu irmão[1], ela teve uma filha, Perséfone ("a de braços brancos")[2]. Ela é uma das deusas que tiveram filhos com mortais, e teve com o herói cretense Iásio o deus Pluto[3]. Um fragmento do Catálogo de Mulheres, de Hesíodo, sugere que Deméter teve um outro amante mortal, Eetion, que foi fulminado por um raio de Zeus[4]. Alguns críticos consideram que Iásio e Eetion são a mesma pessoa[5].

Quando Hades raptou Perséfone
  e a levou para seu reino subterrâneo, Deméter ficou desesperada, saiu como louca Terra afora sem comer e nem descansar. 

Decidiu não voltar para o Olimpo enquanto sua filha não lhe fosse devolvida, e culpando a terra por ter aberto a passagem para Hades levar sua amada filha, ela disse:
– Ingrato solo, que tornei fértil e cobri de ervas e grãos nutritivos, não mais gozará de meus favores!
Durante o tempo em que Deméter ficou fora do Olimpo a terra tornou-se estéril, o gado morreu, o arado quebrou, os grãos não germinaram. Sem comida a população sofria de fome e doenças. A fonte Aretusa (em outras versões, a ninfa Ciana, metarmofoseada em um rio) então contou que a terra abriu-se de má vontade, obedecendo às ordens de Hades e que Perséfone estava no Érebo, triste mas com pose de rainha, como esposa do monarca do mundo dos mortos.
Com a situação caótica em que estava a terra estéril, Zeus pediu a Hades que devolvesse Perséfone. Ele concordou, porém antes, fê-la comer um bago de romã e assim a prendeu para sempre aos infernos, pois quem comesse qualquer alimento nessa região ficava obrigado a retornar.
Com isso, ficou estabelecido que Perséfone passaria um período do ano com a mãe, e outro com Hades, quando é chamada Proserpina. O primeiro período corresponde à primavera, em que os grãos brotam, saindo da terra assim como Proserpina. Neste período Perséfone é chamada Core, a moça. O segundo é o da semeadura de outono, quando os grãos são enterrados, da mesma forma que Perséfone volta a ser Proserpina no reino do seu marido.
Os Mistérios de Elêusis, celebrados no culto à deusa, na Grécia, interpretam essa lenda como um símbolo contínuo de morte e ressurreição.
Deméter pode ser representada:
  • sentada, com tochas ou uma serpente. Seus atributos são a espiga e o narciso, seu pássaro é a grou.
  • tendo em uma das mãos uma foice e na outra um punhado de espigas e papoulas, trazendo na cabeça, uma coroa com esses mesmos elementos.

Referências

  1. a b Hesíodo, Teogonia, Filhos de Cronos, 453
  2. Hesíodo, Teogonia, Os Deuses Olímpicos, 913
  3. Hesíodo, Teogonia, Sobre Deusas e Homens, 969
  4. Hesíodo, Catálogo de Mulheres, Fragmento 102, Dardano, Eetion, Ganimedes, Jacinto
  5. Iasion, site www.mythindex.com
Divindades gregas


as Erínias
Deuses primordiais
Deuses olímpicos
Titãs
Divindades aquáticas
Musas
Outras divindades


O Retorno de Perséfone de Frederic Leighton (1891).
Perséfone e Deméter.
Na mitologia grega, Perséfone ou Koré corresponde à deusa romana Proserpina ou Cora. Era filha de Zeus e da deusa Deméter, da agricultura, tendo nascido antes do casamento de seu pai com Hera.

 O mito

Os deuses, Hermes, Ares, Apolo e Hefestos todos cortejaram-na. Deméter rejeitou todos os seus dons e escondeu a filha longe da companhia dos deuses.[1],

    
“    Todos os que habitavam em Olimpo    
 foram enfeitiçados por esta menina (Perséfone), 
rivais no amor a menina casar, 
e Hermes ofereceu seus dotes para uma noiva.
E ele ofereceu a sua vara como dom para decorar seu quarto
 (como preço da noiva para a mão dela em casamento,
 mas todas as ofertas foram recusadas por sua mãe Deméter). 




Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades que a pediu em casamento. Zeus, sem sequer consultar Deméter, aquiesceu ao pedido de seu irmão.

 Hades, impaciente, emergiu da terra e raptou-a enquanto ela colhia flores com as ninfas, entre elas Leucipe e Ciana, ou segundo os hinos Homeroicos, a deusa estava também junto de suas irmãs Atena e Artemis. Hades levou-a para seus domínios (o mundo subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha.

Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos, e Perséfone recusou-se a ingerir qualquer alimento e começou a definhar. Ninguém queria lhe contar o que havia acontecido com sua filha, mas Deméter depois de muito procurar finalmente descobriu através de Hécate (mitologia) e Helios que a jovem deusa havia sido levada para o mundo dos mortos, e junto com Hermes, foi buscá-la no reino de Hades (ou segundo outras fontes, Zeus ordenou que Hades devolvesse a sua filha). 

Como entretanto Perséfone tinha comido algo (uma semente de romã) concluiu-se que não tinha rejeitado inteiramente Hades. Assim, estabeleceu-se um acordo, ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Koré, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone. Este mito justifica o ciclo anual das colheitas.

A rainha

Perséfone é descrita como uma mulher de olhos escuros por Oppiano,[2] , possuidora de uma beleza estonteante, pela qual muitos homens se apaixonaram, entre eles, Pírito e Adônis. Foi por causa deste último que Perséfone se tornou rival de Afrodite, pois ambas disputavam o amor do jovem, mas também outro motivo era porque Afrodite tinha inveja da beleza de Perséfone.

 Embora Adônis fosse seu amante, o amor que Perséfone sentia por Hades era bem maior. Os dois tinham uma relação calma e amorosa. As brigas eram raras, com exceção de quando Hades se sentiu atraído por uma ninfa chamada Menthe, e Perséfone, tomada de ciúmes, transformou a ninfa numa planta, destinada a vegetar nas entradas das cavernas, ou, em outra versão, na porta de entrada do reino dos mortos.[3]

Persefone interferia nas decisões de Hades, sempre intercedendo a favor dos heróis e mortais, e sempre estava disposta a receber e atender os mortais que visitavam o reino dos mortos a procura de ajuda. Apesar disso, os gregos a temiam e salvo exceções, no dia a dia evitavam falar seu nome (Perséfone) chamando-a de Hera infernal.[4]

O culto

Entre muitos rituais atribuídos à entidade, cita-se que ninguém poderia morrer sem que a rainha do mundo dos mortos lhe cortasse o fio de cabelo que o ligava à vida. O culto de Perséfone foi muito desenvolvido na Sicília, ela presidia aos funerais. Os amigos ou parentes do morto cortavam os cabelos e os jogavam numa fogueira em honra à deusa infernal. A ela, eram imolados cães, e os gregos acreditavam que Perséfone fazia reencontrar objetos perdidos. .[5]

Descendencia e consortes

Nos cultos órficos, Dionisio era também amante de Persefone, o deus passava intervalos de tempo na casa da rainha dos mortos, e junto com ela era cultuado nos mistérios orficos como símbolo do renascimento. Conta-se, ainda, que Zeus, o pai da Perséfone, teve amor com a própria filha, sob a forma de uma serpente. Preciosas informações retiradas de antigos textos gregos, citam que Perséfone teve um filho e uma filha com Zeus: Sabázio e Melinoe era de uma habilidade notável, e foi quem coseu Baco na coxa de seu pai. 

Com Heracles, 
(Algumas versões citam Zeus ou até mesmo Hades) 
teve Zagreus, que seria a primeira reencarnação de Dionisio . 
Perséfone, com Hades, é mãe de Macária,
 deusa de boa morte.

Outras relações

Apesar de Perséfone ter vários irmãos por parte de seu pai Zeus, tais como Ares, Hermes, Dionísio, Atena, Hebe, Apolo, entre outros, por parte de sua mãe Deméter, tinha um irmão, Pluto, um deus secundário que presidia às riquezas. É um deus pouco conhecido, e muito confundido como Plutão, o deus romano que corresponde a Hades. Tinha também como irmã, filha de sua mãe, uma deusa chamada Despina, que foi abandonada pela mãe de ambas ao nascer. Por isso ela tinha inveja da deusa do mundo dos mortos, até porque Demeter se excedia em atenções para a rainha. Em resposta, a filha rejeitada destruia tudo que Perséfone e sua mãe amavam, o que resultaria no inverno. .[6]

Representação

A rainha é representada ao lado de seu esposo, num trono de ébano, segurando um facho com fumos negros. 

A papoula 
foi-lhe dedicada por ter servido de lenitivo 
à sua mãe na ocasião de seu rapto. 

O narciso
 também lhe é dedicado,
 pois estava colhendo esta flor
 quando foi surpreendida e raptada por Hades.

A ela também eram associadas as serpentes.

Epitetos e nome

Perséfone antes de ser raptada pro Hades se chamava Koré (Cora ou Coré em sua forma latinizada). E, outros dialetos, ela é conhecida por vários nomes: Persefassa (Περσεφάσσα), Persefatta (Περσεφάττα), Persefoneia (Περσεφονεία), Pherefafa (Φερέπαφα). Seu nome infernal significa "Aquela que destrói a luz", enquanto Koré significa "moça virgem". Em Roma ela tinha vários títulos entre os quais Juno (Hera) Inferna. Perséfone tem muitos Epitetos, entre eles estão:[7]
  • Despoina, significa senhora
  • Karpophoros, significa frutifera
  • Ctonica, significa do submundo
  • Leptynis, significa destruidora
  • Megala Thea, significa grande deusa
  • Prôtogonê, significa primogenita
  • Sôteira, significa salvadora
  • Hagne, significa sagrada
  • Daeira, significa sábia
  • Praxidikê, executora da justiça
  • Epaine, significa temivel  
  •  

Ver também

Lilith


Lilith, em gravura de John Collier (1892).
Estátua babilônica em terracota atribuída a Lilith de 1.500-2000a.C
Lilith como serpente em pintura de Michelangelo em 1510 d.C
Lilith (ou Lilit) (em hebraico: לילית) é um demônio feminino da mitologia Babilônica que habitava lugares desertos. Esta é referida em diversos textos antigos sendo o mais notável o Antigo Testamento.

Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai 81: 455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. Esta afirmação, no entanto, surge apenas, pela primeira vez, no Talmude Babilónico composto por volta do Século VI, sendo que nunca antes havido existido esta conexão a Adão e Eva nem tão pouco à Criação.

Mais recentemente, esta história, tem sido cada vez mais adotada sendo até discutida se é ou não contada na Bíblia. Porém, além da passagem referida abaixo, esta não é mais referida. 

 Na Bíblia

Lilith como a serpente em pintura de Rafael Sanzio em 1508 d.C

Lilith como serpente na fachada da Catedral de Notre-Dame de Paris (1163 d.C)
No primeiro capítulo do Livro de Gênesis, versículo 27, está escrito que: "Deus criou o homem à sua imagem e semelhança; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher." porém no segundo capítulo versículo 18: '"O Senhor Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada." e é apenas no versículo 22 do segundo capítulo que Eva é criada: "E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem.".[1]

É possível que no primeiro capítulo a mulher criada seja Lilith e levando em consideração o versículo 23: "Disse então o homem: Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada." podemos verificar na expressão de Adão "...esta sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!..." a afirmativa de existência de outra criatura que não era qualificada como mulher e que não se podia se submeter a ele pois era independente, estava no mesmo nível de criação, a mesma altura de Adão.

 Em algumas traduções o texto "esta sim..." aparece como "agora sim, esta ..." o que não parece ser um erro de tradução mas uma evidência da afirmação na narrativa.

Lilith pode ter sido retirada da Bíblia durante algum dos Concílio de Trento, a interesse da Igreja Católica, para reforçar o papel das mulheres como devendo ser submissas, e não iguais, ao homem. [carece de fontes] Porém muitas pinturas e esculturas a retratam como a serpente que tentou Eva a comer o pomo do conhecimento.

Uma interpretação possível é de que ela seja a mulher que Caim encontrou depois de ser expulso e, portanto, tendo com ele seu primeiro filho, Enoque e fundando uma cidade de mesmo nome.

Em Isaías

Nas bíblias atuais seu nome aparece uma única vez, em Isaías 34:14: "E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e Lilith pousará ali, e achará lugar de repouso para si." Nas traduções recentes da Bíblia a palavra Lilite é substituída por demônio ou bruxa do deserto. Fantasma, na Revista e Atualizada.
Judit Blair (2009) demonstra que todos as oito criaturas, que são mencionadas, são animais naturais.[2]

Talvez dada a sua longa associação à noite, surge sem quaisquer precedentes a denominação screech owl, ou seja, como coruja, na famosa tradução inglesa da bíblia, na Versão da Bíblia do Rei James. Ali está escrito, em Isaías 34:14 que … the screech owl also shall rest there (a coruja também deve descansar lá).

 É preciso salientar, comparativamente, que em uma renomada versão em língua portuguesa da bíblia, traduzida por João Ferreira de Almeida, esta passagem relata que … os animais noturnos ali pousarão, não havendo menção da coruja, como é frequentemente, muito embora erroneamente, citado no Brasil (tratando-se de um claro exemplo da forte influência da cultura anglo-saxã no mundo lusófono atual).

Alfabeto de Ben-Sira


Lady Lilith por Dante Gabriel Rossetti (1828-1882)
No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira mulher criada por Deus junto com Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, passando depois a ser descrita como um demônio.

De acordo a interpretação da criação humana no Gênesis feita no Alfabeto de Ben-Sira, entre 600 e 1000 d.C, Lilith foi criada por Deus com a mesma matéria prima de Adão, porém ela recusava-se a "ficar sempre por baixo durante as suas relações sexuais". Na modernidade, isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal e a primeira feminista.

Segundo este manuscrito milenar, Ben Sira conta a história de Lilith para Nabucodonosor:
Depois que Deus criou Adão, que estava sozinho, Ele disse: 'Não é bom que o homem esteja só "(Gênesis 2:18). Ele então criou a mulher para Adão, da terra, como Ele havia criado o próprio Adão, e chamou-a de Lilith. Adão e Lilith imediatamente começaram a brigar.

 Lilith disse: "Por que devo deitar-me embaixo de ti?
Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti?"
 Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual." Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou:

 "Eu não vou me deitar abaixo de você, apenas por cima. Pois você está apta apenas para estar na posição inferior, enquanto eu sou um ser superior."
 Lilith respondeu:

"Nós somos iguais um ao outro, considerando que ambos fomos criados a partir da terra".

 Mas eles não deram ouvidos um ao outro. Quando Lilith percebeu isso, ela pronunciou o Nome Inefável e voou para o ar. Adão permaneceu em oração diante do seu Criador:

"Soberano do universo!
  A mulher que você me deu fugiu!".
 Ao mesmo tempo Deus enviou três anjos
 para trazê-la de volta.
Os três anjos foram insistiram que ela voltasse e ameaçaram afogá-la, porém ela se recusou a voltar, sendo assim condenada por Deus a perder cem filhos por dia. Desde então, para proteger os recém-nascidos da influência de Lilith, seria necessário colocar amuletos com o nome dos 3 anjos (Snvi, Snsvi, and Smnglof), lembrando-a de sua promessa.

Eva teria então sido criada a partir de Adão. Como outra interpretação diz que ela (Lilith) juntou-se aos anjos caídos quando se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Desde então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu marido ela não aceitava sua segunda mulher. Ela então passou a perseguir os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar. Outras histórias referem-se a ela como surgida das trevas ou como um demônio do mar e não como igual ao homem.

Infere-se pelos textos e por amuletos medievais que ela era uma superstição comum entre os camponeses. Deixar esculturas dos 3 anjos que a perseguiram para fora do Éden, Sanvi, Sansavi e Samangelaf, protegeria os bebês recém-nascidos (uma proteção necessária por 8 dias para homens e 20 dias para mulheres) e impediria que seus maridos fossem seduzidos por Lilith a cometer adultério.

Mitologia Suméria

A imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente representando uma categoria de demônios ou espíritos de ventos e tormentas na Suméria por volta de 3000 A.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de 700 A.C.

Na Suméria e na Babilônia ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Alguns estudiosos assimilam ela a várias deusas da fertilidade, assim como deusas cruéis devido ao sincretismo com outras culturas.

Mitologia Mesopotâmica

Ela é também associada a um demônio feminino da noite que originou na antiga Mesopotâmia. Era associada ao vento e, pensava-se, por isso, que ela era portadora de mal-estares, doenças e mesmo da morte. Porém algumas vezes ela se utilizaria da água como uma espécie de portal para o seu mundo. Também nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash) ela é referida como uma espécie de demônio.

Mitologia Hebraica

A imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que vissem Lilith como um símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio. Assim surgiu as lendas vampíricas: Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou simplesmente lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no ato sexual e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por uma súcubus, dificilmente um homem saía com vida.

Há certas particularidades interessantes nos ataques de Lilith, como o aperto esmagador sobre o peito, uma vingança por ter sido obrigada a ficar por baixo de Adão, e sua habilidade de cortar o pênis com sua vagina segundo os relatos católicos medievais. Ao mesmo tempo que ela representa a liberdade sexual feminina, também representa a castração masculina.

Pensa-se que o Relevo Burney (ver alusões à coruja na reprodução do Relêvo de Burney, nesta página), um relevo sumério, represente Lilith; muitos acreditam também que há uma relação entre Lilith e Inanna, deusa suméria da guerra e do prazer sexual.

Mitologia grega

Algumas vezes Lilith é associada com a Deusa grega Hécate, "A mulher escarlate", uma Deusa que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Hécate, assim como Lilith, representa na cultura grega a vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem.

Era contemporânea

Nos dois últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma notável transformação em certos círculos intelectuais seculares europeus, por exemplo, na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora de Lilith (ver a reprodução do quadro Lilith de John Collier, pintada em 1892), e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos, em um contraste radical à sua tradicional imagem demoníaca, noturna, devoradora de crianças, causadora de homossexualidade e vampirismo (ver texto gnóstico na seção de links externos). Podendo ser citados também os nomes de Johann Wolfgang von Goethe, John Keats, Robert Browning, Dante Gabriel Rossetti, John Collier, etc…Lilith também é considerda um dos Arquidemônios símbolo da vaidade.

Referências

  1. http://www.bibliacatolica.com.br/01/1/1.php
  2. Judit M. Blair De-Demonising the Old Testament - An Investigation of Azazel, Lilith, Deber, Qeteb and Reshef in the Hebrew Bible. Forschungen zum Alten Testament 2 Reihe, Mohr Siebeck 2009 ISBN 3-16-150131-4

Ver também - Vampiro  -Sexualidade

Ligações externas


Pablo Picasso
Li-SOL-30
 Fonte:
Wikipédia
 

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