sábado, 15 de junho de 2013

AS 12 FASES DA GRANDE OBRA ALQUÍMICA




Sinfonia N.6 Pastoral- 44m



AS 12 FASES DA GRANDE OBRA ALQUÍMICA 
Vitor Manuel Adrião
A Alquimia laboratorial ou metálica que opera directamente com a substância dos elementos químicos da Natureza, consiste em operar sobre a Matéria-Prima ou Substancial dos mesmos eliminando ou separando as suas impurezas físicas (morte) deixando-os purificados e reunidos (ressurreição) através do Mercúrio e do Enxofre (Alma e Espírito) agindo sobre o Sal (Corpo), fixando assim os elementos voláteis ou etéreos na matéria purificada com os quais, por doze fases graduais, vai se formando a Pedra Filosofal, sinónima de Iluminação da Matéria pela libertação do Espírito encarcerado nela.

Essas doze fases ou processos da Grande Obra alquímica interligadas entre si, de maneira sucinta para não complicar e confundir o leitor menos habituado ao pensamento e linguagem do Hermetismo, são as seguintes em três etapas distintas cada uma com quatro fases :

Nigredo, “Obra Negra” – Dissolução e putrefacção da matéria.

Calcinação – Constitui a purificação do primeiro material sólido pelo fogo, sem contudo diminuir o seu teor de água (com o nome de "orvalho") para que fique calcinado e não em cinzas. O seu símbolo é um leão, indicativo de força e luz solar, visto na iconografia alquímica junto ao operador que mantém o fogo equilibrado com a água, e também a figura do dragão em chamas.

Solução ou Dissolução
– A matéria sólida é transformada, dissolvida em líquida, desaparecendo nesse solvente assim se tornando a “dissolução filosófica” em que essa água é o próprio Mercúrio que solve ou absorve a essência do elemento químico diferenciado integrando-a ao seu estado indiferenciado original, ou seja, a Matéria-Prima ou Substância Universal. O símbolo desta etapa é um homem coroado (o Adepto da Arte Real) banhando-se num lago (as “águas mercuriais”) expressivo do mergulho dentro de si mesmo.

Separação
– Tal como o Espírito é distinto da Alma, assim também o Mercúrio como elemento externo é separado do Enxofre que ele contém, e graças a um calor adequado coagula a si mesmo por um processo secreto (Secretum Secretorum) só conhecido dos Alquimistas e que vem a ser a linha divisória entre a Alquimia e a Química. Esse processo consiste, metaforicamente, em canalizar ou capturar para o interior de um balão de vidro (chamado "ovo filosófico") um raio de Sol, condensando-o, aprisionando-o hermeticamente fechado e alimentado com o fogo da retorta. A Terra, elemento sólido, fica por baixo enquanto o Espírito sobe. Concluída correctamente esta etapa, pode-se ver a formação de uma estrela (chamada "arco-íris" ou "cauda de pavão") dentro do balão. Esta fase fica assinalada pelo símbolo da estrela resplandecente, e também pela espada de um cavaleiro iconográfico.

Putrefacção – O calor mata os corpos sólidos no fundo do vaso e a putrefacção acontece, surgindo uma cor escura, negra, motivo porque é representada por dois corvos (um indicando a calcinação e outro a putrefacção), e ainda pelo esqueleto da morte carregando a foice e também por um mouro ou só pela sua cabeça enegrecida decepada.

Albedo, “Obra Branca” – Purificação da matéria pela substância “líquida”.

Conjunção – Cientes de si mesmos, a Alma e o Espírito, o Mercúrio e o Enxofre são novamente unidos. Toda a operação é realizada no mesmo recipiente, estando o balão ou frasco hermeticamente fechado. Por representar a “Núpcia Hermética” esta fase é simbolizada por um Rei (Espírito, Sol) e uma Rainha (Alma, Lua) de mãos enlaçadas.

Coagulação ou Congelação – Nesta fase aparece uma coloração esbranquiçada no crisol aquecido por um lume brando que promove mudança da matéria. Trata-se do processo de resfriamento que leva um líquido a solidificar-se, onde o sólido dissolvido num solvente reaparece quando este é evaporado. Trata-se da devolução à Terra do seu elemento devidamente purificado, tal qual acontece na ressurreição dos corpos. Por isto, esta etapa é representada por um Rei com o seu ceptro saindo ressuscitado do seu túmulo.

Cibação – Trata-se da adicção dos elementos químicos necessários à alimentação da matéria seca no crisol. É representada por um dragão ladeado pelo Sol e a Lua.

Sublimação – Nesta fase a matéria torna-se espiritual e o espírito material, ou seja, volatiza-se o fixo e fixa-se o volátil, sendo que ambos os processos dependem um do outro sem os quais não é possível volatizar (subtilizar) nem fixar (materializar), tendo papel dominante o elemento Ar como princípio de sublimação do Espírito e da Matéria por ser a etapa em que o vapor se solidifica e se eleva a matéria seca através do calor. Relata-se que esta etapa tem uma duração de quarenta dias. A sua representação iconográfica tanto pode ser uma pomba descendo no crisol como uma águia subindo do crisol, dentre outras representações como a de um ancião deitado com uma pomba por cima e uma águia pousada no seu ventre, tendo por cima os símbolos astrológicos dos sete planetas tradicionais (Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vénus, Saturno).

Rubedo, “Obra Vermelha” – Estágio em que se fabrica a Pedra Filosofal.

Fermentação – É a reacção espontânea de um corpo orgânico à presença de um corpo que o decompõe, sendo também o processo de transformação química acompanhado de efervescência da natureza da produzida pelo fermento ou semelhante a ela. Nisto, na demanda da fábrica do alquímico, é costume adicionar-se ouro para tornar o já existente mais activo, posto que “a Natureza reproduz-se da própria Natureza”. São símbolos da fermentação as imagens do hermafrodita e do tonel de vinho que alguns substituem pela figura do deus Baco ou Dionísio.

Exaltação – É o processo semelhante à sublimação, uma espécie de ressublimação ou exaltação espiritual e também química marcada pela presença do ouro e do mercúrio. É assinalada pelas imagens do deus Júpiter com as flechas de fogo e pela sereia Melusina nisto indicando o “Mercúrio dos Filósofos”.

Multiplicação – Uma quantidade maior de energia calorífera é acrescentada nesta fase à matéria que aumenta em poder e não em quantidade. Esta matéria vem a tornar-se o “pó de projecção” necessário à transmutação dos metais impuros em ouro puro. Marca o início da aparição da Pedra Filosofal na sua forma primitiva. A Bíblia retrata esta fase no milagre da “multiplicação dos pães” por Cristo, sendo as suas alegorias iconológicas o lago com as águas da “eterna juventude” e uma cabra no cimo do monte.

Projecção – Trata-se da aplicação final da Pedra Filosofal nos seus usos normais, como o da transmutação dos corpos metálicos, lançando a Pedra ou o seu pó, “pó de projecção”, no metal básico fundido para transmutá-lo em ouro. Dotada de coloração vermelha viva, purpurada, a Pedra dos Filósofos saída do Sal Sublimado que é a Quintessência da Matéria, é representada por um Menino coroado – descendente do Rei e da Rainha, Sol e Lua, Enxofre e Mercúrio – que é o divino Delfim, ora vestido de branco imaculado, ora trajando de púrpura luminoso. Representa a revelação do Espírito na Matéria, consequentemente, a Iluminação dos Corpos pela Essência Divina, esta a derradeira meta dos verdadeiros Alquimistas. Esta fase é igualmente representada pelo ouriço-cacheiro e o Taça Sagrada que os antigos cavaleiros de demanda espiritual chamavam Santo Graal.

Tudo isso sucintamente, por os símbolos que retratam as realidades efectivas multiplicarem-se por outros tantos gerando complexidades filosóficas e químicas absolutamente dispensáveis para o leitor comum para quem estes temas são absolutamente estranhos, ainda por cima com o crivo mais que errado de não passarem de “superstições e fábulas”, mesmo sabendo-se que a Química moderna é filha directa da Alquimia cuja origem perde-se na noite dos tempos.

VMA

“Lusophia - Vitor Manuel Adrião”


(Cada Iniciação é acompanhada por música celestial, a música que Beethoven trouxe para a Terra e traduziu para os humanos nas Nove Sinfonias. Quando o ser alcança o exaltado lugar da Nona Iniciação,ele chega à mais alta fase das Iniciações. Torna-se um Adepto. Então, ele é capaz de chegar à presença do Senhor Cristo e receber  Sua suprema bênção.)
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