A morte de Bin Laden
e o triunfo do CRIMINOSO“Co-mandante Obama”
A morte de Bin Laden ocorre alguns meses antes de se completarem dez anos do atentado que destruiu as Torres Gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001.
Obama sublinhou a palavra “eu” quando disse que ele mesmo deu a ordem de lançar o ataque contra o santuário onde Bin Laden estava refugiado no Paquistão.
Ele transformou-se no presidente que liquidou o inimigo número um da superpotência. Na madrugada desta segunda-feira, conservadores e liberais, direitistas e progressistas dos EUA, festejavam nas ruas a vitória do “comandante Obama” que conquistou um grande trunfo para sua reeleição em 2012. O artigo é de Martín Granovsky.
Martín Granovsky -
O novo diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), que acaba de ser proposto por Barack Obama, o general David Petraeus, será confirmado pelos senadores. Se restava alguma dúvida, seu último posto foi o chefe das forças da OTAN no Afeganistão. Assumirá como diretor da CIA com o troféu de Osama Bin Laden morto e as mãos livres para reforçar as operações militares encobertas.
Petraeus foi o arquiteto das operações de George Bush no Iraque e, nos últimos anos, apoiou os ataques contra bases da Al Qaeda não só no Afeganistão, mas também no Paquistão, onde Bin Laden foi morto. A morte de Bin Laden ocorre alguns meses antes de se completarem dez anos do atentado que destruiu as Torres Gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001. Em termos práticos e simbólicos, a operação da CIA confirma que Washington se aproxima do ponto de deixar o lugar de primeira potência econômica nas mãos da China, mas segue sendo a primeira, longe de qualquer outra, em capacidade de uso da força, incluindo aí operações de contrainsurgência.
Por isso, Obama, no discurso realizado na noite de domingo, lembrou que o ataque foi dirigido contra as Torres Gêmeas e também contra o Pentágono, na primeira agressão externa contra território norteamericano em sua história. Por isso, também, recordou que deus instruções a Leon Panetta definindo que a missão principal da CIA era encontrar Bin Laden vivo ou morto. Uma mensagem de gratificação e, ao mesmo tempo, de respaldo: Panetta foi designado e está por assumir como ministro da Defesa, onde deverá diminuir brutalmente o gasto militar e reorientá-lo.
Petraeus foi o arquiteto das operações de George Bush no Iraque e, nos últimos anos, apoiou os ataques contra bases da Al Qaeda não só no Afeganistão, mas também no Paquistão, onde Bin Laden foi morto. A morte de Bin Laden ocorre alguns meses antes de se completarem dez anos do atentado que destruiu as Torres Gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001. Em termos práticos e simbólicos, a operação da CIA confirma que Washington se aproxima do ponto de deixar o lugar de primeira potência econômica nas mãos da China, mas segue sendo a primeira, longe de qualquer outra, em capacidade de uso da força, incluindo aí operações de contrainsurgência.
Por isso, Obama, no discurso realizado na noite de domingo, lembrou que o ataque foi dirigido contra as Torres Gêmeas e também contra o Pentágono, na primeira agressão externa contra território norteamericano em sua história. Por isso, também, recordou que deus instruções a Leon Panetta definindo que a missão principal da CIA era encontrar Bin Laden vivo ou morto. Uma mensagem de gratificação e, ao mesmo tempo, de respaldo: Panetta foi designado e está por assumir como ministro da Defesa, onde deverá diminuir brutalmente o gasto militar e reorientá-lo.
Também é chave no discurso a menção aos oficiais encarregados de operações encobertas: “Ninguém conhece seus nomes, mas o povo norteamericano deve estar agradecido a eles”, disse o presidente que assumiu no dia 20 de janeiro de 2009, e no final do ano que vem lutará para ser reeleito e iniciar outro mandato em 2013.
Obama sublinhou a palavra “eu” quando disse que ele mesmo deu a ordem de lançar o ataque contra o santuário onde Bin Laden estava refugiado no Paquistão. Ele transformou-se no presidente que liquidou o inimigo número um da superpotência.
O Washington Post anunciou, antes da notícia do assassinato de Bin Laden e ao comentar a nomeação de Petraeus, o começo de um período com “uma CIA cada vez mais militarizada”. Petraeus dirigiu a guerra do Iraque, um país governador pela tirania de Saddam Hussein que não era albergue de terroristas nem defendia o fundamentalismo islâmico. Logo em seguida, dirigiu a guerra do Afeganistão.
Obama sublinhou a palavra “eu” quando disse que ele mesmo deu a ordem de lançar o ataque contra o santuário onde Bin Laden estava refugiado no Paquistão. Ele transformou-se no presidente que liquidou o inimigo número um da superpotência.
“Não vamos tolerar que nossa segurança
seja ameaçada”, disse Obama.
O Washington Post anunciou, antes da notícia do assassinato de Bin Laden e ao comentar a nomeação de Petraeus, o começo de um período com “uma CIA cada vez mais militarizada”. Petraeus dirigiu a guerra do Iraque, um país governador pela tirania de Saddam Hussein que não era albergue de terroristas nem defendia o fundamentalismo islâmico. Logo em seguida, dirigiu a guerra do Afeganistão.
O Washington Post assinalou que ser diretor da CIA significa, para Obama, liderar a terceira guerra: o combate, mediante operações encobertas ou dirigidas contra alvos específicos no Paquistão.
Desde que o atual presidente assumiu,
houve 192 ataques com mísseis em solo paquistanês,
com um registro de 1890 terroristas
ou suspeitos de sê-lo mortos.
Uma volta da história parece ir se completando. Obama acaba de anunciar o
Tradução: Katarina Peixoto
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Após a morte de Bin Laden, o temor de represáliasOs aliados dos Estados Unidos reagiram com um generalizado otimismo pela morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, mas se mostraram preocupados pelos possíveis atentados em represália. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, alertou que “a luta contra o crime deve continuar sem pausa”, enquanto o primeiro ministro britânico, David Cameron, lembrou que a notícia “não significa o fim da ameaça do terror extremista”.O presidente da França considerou que a morte de Bin Laden significa uma “derrota histórica” do terrorismo. “Como principal responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001, Bin Laden foi o iniciador de uma ideologia do ódio e o líder de uma organização terrorista que causou milhares de vítimas em todo o mundo, sobretudo nos países islâmicos”, afirmou Sarkozy em um comunicado. Ao mesmo tempo, advertiu que a rede Al Qaeda não foi derrotada. “A luta contra o crime (...) deve continuar sem pausa e unir a todos os Estados vítimas desses crimes”, comentou o presidente francês. O chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, manifestou-se no mesmo sentido, felicitando Obama pela operação e expressando sua satisfação pela morte de Bin Laden como “um passo decisivo na luta contra o terrorismo internacional”. A Espanha foi cenário de um dos maiores atentados atribuídos à Al Qaeda, em março de 2004, na capital Madri, com um saldo de 191 mortos. O primeiro ministro britânico, David Cameron, que também sofreu em seu país a violência da Al Qaeda com os atentados de Londres, em julho de 2005, celebrou a notícia dizendo que “é muito bem vinda em nosso país”. Cameron também ressaltou que a morte de Bin Laden “não significa o fim da ameaça do terror extremista”. O Reino Unido deverá estar alerta nas próximas semanas”, adevertiu. A chanceler alemã, Angela Merkel, falou de um “golpe decisivo contra a Al Qaeda”, por meio de seu porta-voz, mas também insistiu na necessidade de permanecer alerta em função de possíveis represálias. A União Europeia assegurou que, com a morte de Bin Laden no Paquistão, “o mundo é um lugar mais seguro”. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também felicitou Obama pela operação e falou de um avanço para a paz no mundo. No entanto, diversos especialistas manifestaram seus temores por represálias. “Creio que não devemos valorizar demais o ocorrido”, assinalou o especialista em segurança britânico John Gearson, do Instituto de Estudos do Terrorismo, do Kings College, de Londres. O secretário geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, reiterou que a aliança seguirá seu trabalho no Afeganistão para consolidar esse êxito. Suécia, Noruega e Dinamarca também destacaram o duro golpe para a Al Qaeda. Israel felicitou os EUA pela captura e morte de Bin Laden, qualificando o acontecimento como uma “grande vitória” e afirmando que “o mundo será melhor sem ele”, apesar de reconhecer que isso não significa o fim do terrorismo. No mundo árabe, o Paquistão celebrou a notícia como um grande êxito contra o terrorismo e confirmou que foi uma operação das tropas estadunidenses, seguindo a política dos EUA de matar o líder da Al Qaeda onde quer que se encontrasse. A morte do líder terrorista reflete “a resolução da comunidade internacional, incluindo o Paquistão, de combater e eliminar o terrorismo”, disse o porta-voz do Ministério do Exterior paquistanês, Tehmina Janjua. O presidente afegão, Hamid Karzai, considerou a morte de Bin Laden uma condenação por seus atos e chamou os talibãs a refletir e aprender a lição da morte de seu líder, comprometendo-se com a paz e o processo de reconciliação no país. Tradução: Katarina Peixoto A tribo do norte branco e negro, assassinos CRONOLOGIA-Vida de Osama bin Laden(Reuters) - O líder da Al Qaeda Osama bin Laden foi morto por forças norte-americanas no Paquistão na noite de domingo, anunciou o presidente dos EUA, Barack Obama. Veja algumas datas importantes na vida de Bin Laden. 1957 - Osama bin Mohammad bin Awad bin Laden nasce em Riad, um de mais de 50 filhos de um empresário milionário. Há informações conflitantes sobre a data exata de seu nascimento. 1976 - Estuda administração e economia numa universidade de Jidá. 26 de dezembro de 1979 - A União Soviética invade o Afeganistão. A partir de 1984, Bin Laden se envolve no Departamento de Serviços em Peshawar para apoiar voluntários árabes que buscam combater as forças soviéticas. 1986 - Bin Laden se muda para Peshawar, começa a importar armas e forma sua própria pequena brigada de combatentes voluntários. 1988 - A Al Qaeda (A Base) é estabelecida como um ímã para muçulmanos radicais buscando uma forma mais fundamentalista de governo em seus países de origem, unidos por um ódio comum contra os Estados Unidos, Israel e governos muçulmanos aliados aos EUA. 1991 - Bin Laden deixa a Arábia Saudita e vai viver no exílio, depois de se opor à aliança entre o reinado e os Estados Unidos contra o Iraque. Junho de 1993 - A família de Bin Laden tenta retirar Osama do controle dos negócios familiares, que têm foco no setor de construção civil. 9 de abril de 1994 - A Arábia Saudita, irritada com a propaganda de Bin Laden contra seus líderes, revoga sua cidadania. Maio de 1996 - Bin Laden é obrigado a deixar o Sudão depois da pressão norte-americana sobre o governo do país, e se muda para o Afeganistão. Agosto de 1996 - Bin Laden emite um fatwa, ou decreto religioso, determinando que militares norte-americanos devem ser mortos. Outubro de 1996 - Estados Unidos declaram Bin Laden o principal suspeito de duas explosões na Arábia Saudita que mataram 24 soldados norte-americanos e dois indianos. 7 de agosto de 1998 - Caminhões-bomba explodem em embaixadas dos Estados Unidos em Nairóbi e em Dar es Salaam, matando 224 pessoas, incluindo 12 norte-americanos. 20 de agosto de 1998 - Presidente dos EUA, Bill Clinton, coloca Bin Laden como inimigo número um dos EUA e o acusa de ser responsável pelos ataques em Nairóbi e Dar es Salaam. EUA lançam ataques com mísseis contra o que Clinton chama de bases terroristas no Afeganistão e Sudão. Um míssil destrói um laboratório farmacêutico em Cartum, cujo dono nega ligação com Bin Laden. 12 de outubro de 2000 - A Al Qaeda ataca o destróier norte-americano USS Cole, ancorado no porto iemenita de Aden. Dezessete marinheiros morrem. 11 de setembro de 2001 - Três aviões sequestrados são lançados contra símbolos norte-americanos, destruindo o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, um Washington. Um quarto avião cai na Pensilvânia. Quase 3 mil pessoas morrem. Em um vídeo divulgado posteriormente, Bin Laden diz que a queda das torres foi além das expectativas da Al Qaeda. 17 de setembro de 2001 - Presidente norte-americano George W. Bush diz que Bin Laden é "Procurado: Vivo ou Morto". 7 de outubro de 2001 - Estados Unidos atacam Afeganistão, governado pelo Taliban, onde estaria Bin Laden e a Al Qaeda. 6 de dezembro de 2001 - Forças anti-Taliban capturam principal base de Bin Laden nas montanhas de Tora Bora, no leste do Afeganistão. 10 de setembro de 2002 - Al Jazeera transmite o que diz ser a voz de Bin Laden elogiando os sequestradores de 11 de Setembro. Diz que foram homens que "mudaram o curso da história". Novembro de 2002 - Al Qaeda assume responsabilidade por três ataques suicidas com carros-bomba no Quênia que explodiram o hotel Mombasa Paradise, muito frequentado por israelenses, matando 15 pessoas e ferindo outras 80. Outubro de 2004 - Bin Laden surge na campanha presidencial dos Estados Unidos em sua primeira mensagem de vídeo em quase um ano para ridicularizar Bush. Janeiro de 2006 - Em primeira mensagem pública em quase um ano, Bin Laden tenta mostrar que ainda está no comando da Al Qaeda. Setembro de 2006 - Bush promete a Bin Laden: "América vai te encontrar". Setembro de 2007 - Bin Laden divulga primeiro novo vídeo em quase três anos, afirmando que os Estados Unidos são vulneráveis apesar de seu poder. 18 de maio de 2008 - Bin Laden pede aos muçulmanos que rompam o bloqueio liderado por Israel na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e enfrentem os governos árabes que negociam com Israel. 24 de janeiro de 2010 - Em uma fita de áudio, Bin Laden assume responsabilidade pela tentativa frustrada em 25 de dezembro de 2009 de explodir um avião que viajava rumo aos EUA, e promete continuar os ataques contra os EUA. 25 de março de 2010 - Bin Laden diz que Al Qaeda vai matar qualquer norte-americano que conseguir prender se o acusado pelo atentado de 11 de Setembro Khalid Sheikh Mohammed, detido pelos EUA, for morto, segundo fita de áudio transmitida na TV Al Jazeera. 21 de janeiro de 2011 - Bin Laden diz em gravação de áudio que a libertação de reféns franceses mantidos no Níger pela Al Qaeda depende da saída de soldados franceses de terras muçulmanas. 2 de maio de 2011 - Osama bin Laden é morto em complexo milionário no resort de férias de Abbottabad, 60 quilômetros ao norte da capital paquistanesa, Islamabad. Fontes: Reuters; informações públicas; Steve Coll: "The Bin Ladens" Americanos vão às ruas para comemorar o assassinato de Osama Bin Laden - RIDÍCULA !!! WASHINGTON/NOVA YORK (Reuters) - Milhares de pessoas foram às ruas nas proximidades da Casa Branca e em Nova York na madrugada desta segunda-feira acenando bandeiras dos EUA, cantando e buzinando para comemorar a morte de Osama Bin Laden. Veja também: Morte de Bin Laden não calará chamado da Jihad, dizem islâmicos Fotos: Americanos comemoram morte de Bin Laden Otan diz que morte de Osama é um "sucesso" para a segurança Israel e Autoridade Palestina elogiam morte de Bin Laden Morte de Bin Laden é recebida com silêncio por países árabes Quase dez anos após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington que mataram aproximadamente 3 mil pessoas, os norte-americanos viram a morte do arquiteto do plano como motivo para festejar e encerrar um ciclo. Para muitos, foi um momento histórico e longamente aguardado. "Nunca imaginei que ficaria empolgado com a morte de alguém. Demorou para acontecer", disse o bombeiro Michael Carroll, de 27 anos, cujo pai também bombeiro morreu no dia dos ataques, em Nova York. "Finalmente chegou... é uma boa sensação". Vídeo: Com Bin Laden morto, o perigo aumenta? (em espanhol) No Marco Zero, onde ficavam as Torres Gêmeas do World Trade Center, milhares entoaram o hino norte-americano, estouraram champanhe, beberam garrafas de cerveja e atiraram rolos de papel higiênico para o alto. Outra grande multidão se juntou na Times Square, também em Nova York. "Após toda a tristeza ao nosso redor, precisávamos disso. O mal foi extirpado do mundo", disse Guy Madsen, de 49 anos, um vendedor de Clifton, Nova Jersey, que foi de carro a Manhattan com seu filho de 14 anos. Muitos presentes na Times Square relembraram os milhares de nova-iorquinos mortos naquela terça-feira de setembro quase uma década atrás. Algumas pessoas levavam fotos de entes queridos que morreram na ocasião. Em Washington, as pessoas se reuniram do lado de fora da Casa Branca pouco depois dos primeiros relatos de que Bin Laden havia sido morto no Paquistão por forças dos EUA e até mesmo antes de o presidente Barack Obama anunciar a notícia. A multidão esfuziante chegou aos milhares e entoou gritos de "USA, USA, USA". "Meu Deus!" "Tínhamos que estar aqui para comemorar com todos os outros. Estou muito feliz com o resultado das notícias de hoje", disse Stephen Kelley, veterano da guerra do Golfo e ex-fuzileiro dos EUA, que afirmou ter corrido para a Casa Branca depois que sua esposa lhe contou a novidade. Estudantes universitários que eram crianças quando os atentados ocorreram compareceram em grande número, como Jennifer Raymond, de 18 anos, envolta em uma bandeira dos Estados Unidos do lado de fora da Casa Branca. "Estávamos todos no dormitório e o Facebook de todo mundo estava bombando", disse. "Foi algo do tipo 'Meu Deus! Osama Bin Laden morreu'. Todo mundo no dormitório gritava. Todo mundo decidiu vir para Casa Branca." A comemoração pode ter representado a maior multidão a se reunir espontaneamente nas imediações da residência presidencial desde a eleição de Obama em novembro de 2008. Galeria de fotos no Flickr mostra comemoração: Na cidade de Nova York, o prefeito Michael Bloomberg disse em um comunicado: "Os nova-iorquinos esperaram quase 10 anos por esta notícia. Tenho esperança de que isto traga conforto e encerre um ciclo para todos aqueles que perderam entes queridos no 11 de setembro de 2001." Os bombeiros ocupam um lugar especial nas lembranças dos nova-iorquinos daquele dia, quando centenas deles morreram no desmoronamento das Torres Gêmeas enquanto corriam pelos lances de escada para resgatar pessoas presas nos andares superiores. "Este é um momento espetacular, e espero que nos una, não importa se você é muçulmano ou cristão ou seja lá o que for", disse Patrice McLeod, bombeiro de uniforme. "Jamais vamos desistir." (Reportagem adicional de Zachary Goelman, Mark Egan e Daniel Trotta em Nova York, e Toby Zakaria em Washington) | |||||||||||||
CARTA MAIOR | |||||||||||||
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17746&editoria_id=6 | |||||||||||||
O Dalai larga o Tibet na Lama e posa de lider,
ResponderExcluirvendendo livros-cartilhas do beabá pra ingênuos carentes de ralas idéias transcendentais.
Ele se revelou digno do sobrenome.
Carta de um Nobel da Paz a Barack Obama
ResponderExcluirQuando te outorgaram o Prêmio Nobel da Paz, do qual somos depositários, te enviei uma carta que dizia: “Barack, me surpreendeu muito que tenham te outorgado o Nobel da Paz, mas agora que o recebeu deve colocá-lo a serviço da paz entre os povos; tens toda a possibilidade de fazê-lo, de terminar as guerras e começar a reverter a situação que viveu teu país e o mundo”. No entanto, ao invés disso, você incrementou o ódio e traiu os princípios assumidos na campanha eleitoral frente ao teu povo, como terminar com as guerras no Afeganistão e no Iraque e fechar as prisões em Guantánamo e Abu Graib no Iraque. O artigo é de Adolfo Pérez Esquivel.
Adolfo Pérez Esquivel
ResponderExcluirEstimado Barack, ao dirigir-te esta carta o faço fraternalmente para, ao mesmo tempo, expressar-te a preocupação e indignação de ver como a destruição e a morte semeada em vários países, em nome da “liberdade e da democracia”, duas palavras prostituídas e esvaziadas de conteúdo, termina justificando o assassinato e é festejada como se tratasse de um acontecimento desportivo.
Indignação pela atitude de setores da população dos Estados Unidos, de chefes de Estado europeus e de outros países que saíram a apoiar o assassinato de Bin Laden, ordenado por teu governo e tua complacência em nome de uma suposta justiça. Não procuraram detê-lo e julgá-lo pelos crimes supostamente cometidos, o que gera maior dúvida: o objetivo foi assassiná-lo.
Os mortos não falam e o medo do justiçado, que poderia dizer coisas inconvenientes para os EUA, resultou no assassinato e na tentativa de assegurar que “morto o cão, terminou a raiva”, sem levar em conta que não fazem outra coisa que incrementá-la.
Quando te outorgaram o Prêmio Nobel da Paz, do qual somos depositários, te enviei uma carta que dizia: “Barack, me surpreendeu muito que tenham te outorgado o Nobel da Paz, mas agora que o recebeu deve colocá-lo a serviço da paz entre os povos; tens toda a possibilidade de fazê-lo, de terminar as guerras e começar a reverter a situação que viveu teu país e o mundo”.
No entanto, ao invés disso, você incrementou o ódio e traiu os princípios assumidos na campanha eleitoral frente ao teu povo, como terminar com as guerras no Afeganistão e no Iraque e fechar as prisões em Guantánamo e Abu Graib no Iraque. Não fez nada disso. Pelo contrário, decidiu começar outra guerra contra a Líbia, apoiada pela OTAM e por uma vergonhosa resolução das Nações Unidas. Esse alto organismo, apequenado e sem pensamento próprio, perdeu o rumo e está submetido às veleidades e interesses das potências dominantes.
A base fundacional da ONU é a defesa e promoção da paz e da dignidade entre os povos. Seu preâmbulo diz: “Nós os povos do mundo...”, hoje ausentes deste alto organismo.
ResponderExcluirQuero recordar um místico e mestre que tem uma grande influência em minha vida, o monge trapense da Abadia de Getsemani, em Kentucky, Tomás Merton, que diz: “a maior necessidade de nosso tempo é limpar a enorme massa de lixo mental e emocional que entope nossas mentes e converte toda vida política e social em uma enfermidade de massas. Sem essa limpeza doméstica não podemos começar a ver. E se não vemos não podemos pensar”.
Você era muito jovem, Barack, durante a guerra do Vietnã e talvez não lembre a luta do povo norteamericano para opor-se à guerra. Os mortos, feridos e mutilados no Vietnã até o dia de hoje sofrem as consequências dessa guerra.
Tomás Merton dizia, frente a um carimbo do Correio que acabava de chegar, “The U.S. Army, key to Peace” (O Exército dos EUA, chave da paz): “Nenhum exército é chave da paz. Nenhuma nação tem a chave de nada que não seja a guerra. O poder não tem nada a ver com paz. Quanto mais os homens aumentam o poder militar, mais violam e destroem a paz”.
Acompanhei e compartilhei com os veteranos da guerra do Vietnã, em particular Brian Wilson e seus companheiros que foram vítimas dessa guerra e de todas as guerras.
A vida tem esse não sei o quê do imprevisto e surpreendente fragrância e beleza que Deus nos deu para toda a humanidade e que devemos proteger para deixar às gerações futuras uma vida mais justa e fraterna, reestabelecendo o equilíbrio com a Mãe Terra.
Se não reagirmos para mudar a situação atual de soberba suicida que está arrastando os povos a abismos profundos onde morre a esperança, será difícil sair e ver a luz; a humanidade merece um destino melhor. Você sabe que a esperança é como o lótus que cresce no barro e floresce em todo seu esplendor mostrando sua beleza.
Leopoldo Marechal, esse grande escritor argentino, dizia que: “do labirinto, se sai por cima”.
E creio, Barack, que depois de seguir tua rota errando caminhos, você se encontra em um labirinto sem poder encontrar a saída e te enterra cada vez mais na violência, na incerteza, devorado pelo poder da dominação, arrastado pelas grandes corporações, pelo complexo industrial militar, e acredita ter todo o poder e que o mundo está aos pés dos EUA porque impõem a força das armas e invade países com total impunidade. É uma realidade dolorosa, mas também existe a resistência dos povos que não claudicam frente aos poderosos.
As atrocidades cometidas por teu país no mundo são tão grandes que dariam assunto para muita conversa. Isso é um desafio para os historiadores que deverão investigar e saber dos comportamentos, políticas, grandezas e mesquinharias que levaram os EUA á monocultura das mentes que não permite ver outras realidades.
ResponderExcluirA Bin Laden, suposto autor ideológico do ataque às torres gêmeas, o identificam como o Satã encarnado que aterrorizava o mundo e a propaganda do teu governo o apontava como “o eixo do mal”. Isso serviu de pretexto para declarar as guerras desejadas que o complexo industrial militar necessitava para vender seus produtos de morte.
Você sabe que investigadores do trágico 11 de setembro assinalam que o atentado teve muito de “auto golpe”, como o avião contra o Pentágono e o esvaziamento prévios de escritórios das torres; atentado que deu motivo para desatar a guerra contra o Iraque e o Afeganistão, argumentando com a mentira e a soberba do poder que estão fazendo isso para salvar o povo, em nome da “liberdade e defesa da democracia”, com o cinismo de dizer que a morte de mulheres e crianças são “danos colaterais”. Vivi isso no Iraque, em Bagdá, com os bombardeios na cidade, no hospital pediátrico e no refúgio de crianças que foram vítimas desses “danos colaterais”.
A palavra é esvaziada de valores e conteúdo, razão pela qual chamas o assassinato de “morte” e que, por fim, os EUA “mataram” Bin Laden. Não trato de justificá-lo sob nenhum conceito, sou contra todas as formas de terrorismo, desde a praticada por esses grupos armados até o terrorismo de Estado que o teu país exerce em diversas partes do mundo apoiando ditadores, impondo bases militares e intervenção armada, exercendo a violência para manter-se pelo terror no eixo do poder mundial. Há um só eixo do mal? Como o chamarias?
Será que é por esse motivo que o povo dos EUA vive com tanto medo de represálias daqueles que chamam de “eixo do mal”? É simplismo e hipocrisia querer justificar o injustificável.
A PAZ !!!
A Paz é uma dinâmica de vida nas relações entre as pessoas e os povos; é um desafio à consciência da humanidade, seu caminho é trabalhoso, cotidiano e portador de esperança, onde os povos são construtores de sua própria vida e de sua própria história. A Paz não é dada de presente, ela se constrói e isso é o que te falta meu caro, coragem para assumir a responsabilidade histórica com teu povo e a humanidade.
ResponderExcluirNão podes viver no labirinto do medo e da dominação daqueles que governam os EUA, desconhecendo os tratados internacionais, os pactos e protocolos, de governos que assinam, mas não ratificam nada e não cumprem nenhum dos acordos, mas pretendem falar em nome da liberdade e do direito. Como pode falar de Paz se não quer assumir nenhum compromisso, a não ser com os interesses de teu país?
Como pode falar da liberdade quanto tem na prisão pessoas inocentes em Guantánamo, nos EUA e nas prisões do Iraque, como a de Abu Graib e do Afeganistão?
Como pode falar de direitos humanos e da dignidade dos povos quando viola ambos permanentemente e bloqueia quem não compartilha tua ideologia, obrigando-o a suportar teus abusos?
Como pode enviar forças militares ao Haiti, depois do terremoto devastador, e não ajuda humanitária a esse povo sofrido?
Como pode falar de liberdade quando massacra povos no Oriente Médio e propaga guerras e tortura, em conflitos intermináveis que sangram palestinos e israelenses?
Barack, olha para cima de teu labirinto e poderá encontrar a estrela para te guiar, ainda que saiba que nunca poderá alcançá-la, como bem diz Eduardo Galeano. Busca a coerência entre o que diz e faz, essa é a única forma de não perder o rumo. É um desafio da vida.
O Nobel da Paz é um instrumento ao serviço dos povos, nunca para a vaidade pessoal.
Te desejo muita força e esperança e esperamos que tenha a coragem de corrigir o caminho e encontrar a sabedoria da Paz.
Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz 1980.
Buenos Aires, 5 de maio de 2011