1º Palestra - Universidade de San Diego, Califórnia, EUA
5 de Abril de 1970.
Como aprender sobre si mesmo?
Se não vamos ser dependentes de algum salvador ou autoridade, então onde procuramos a luz?
Estando fragmentados com desejos contraditórios, não tendo amor, como vamos observar?
Um fragmento observa o resto? (fractal?)
Você é separado da coisa que observa? Você consegue no momento da violência, no momento de sua raiva, sem o censor?
Quando o observador torna-se o observado, a contradição desaparece?
Podemos nos libertar do conhecimento acumulado?
Existe estupidez se não comparo de modo algum? Você entende alguma coisa através da comparação?
5 de Abril de 1970.
Como aprender sobre si mesmo?
Se não vamos ser dependentes de algum salvador ou autoridade, então onde procuramos a luz?
Estando fragmentados com desejos contraditórios, não tendo amor, como vamos observar?
Um fragmento observa o resto? (fractal?)
Você é separado da coisa que observa? Você consegue no momento da violência, no momento de sua raiva, sem o censor?
Quando o observador torna-se o observado, a contradição desaparece?
Podemos nos libertar do conhecimento acumulado?
Existe estupidez se não comparo de modo algum? Você entende alguma coisa através da comparação?
Krishnamurti e a Verdade
Em 3 de agosto de 1929, com mais de 3.000 membros em Ommen e centenas de holandeses ouvindo pelo rádio, Jiddu Krishnamurti deu um fim em parte de sua própria história, dissolvendo a extensa organização que havia sido criada ao redor dele, com o seguinte pronunciamento:
"Sustento que a Verdade é uma terra sem caminhos, e vocês não podem aproximar-se dela por nenhum caminho, por nenhuma religião, por nenhuma seita. Este é meu ponto de vista e eu o sigo absoluta e incondicionalmente...
Se compreenderem isso em primeiro lugar, verão que é impossível organizar uma crença.
A crença é uma questão puramente individual, e não podemos nem devemos organizá-la. Se assim o fizermos, ela morrerá, ficará cristalizada; tornar-se-á um credo, uma seita, uma religião para ser imposta aos outros. É isso o que todos no mundo inteiro estão tentando fazer!
Este grande filósofo, escritor e educador indiano do século XIX (falecido em 1986 com 90 anos de idade), foi considerado um dos maiores Mestres do mundo pela sua visão da Verdade que ele dizia que não pode ficar confinada ou limitada aos conceitos desta ou daquele religião, nem tratada como um brinquedo pelos homens que satisfazem os mais fracos ou preguiçosos que não buscam o Conhecimento e se mantêm na sua ignorância julgando que tudo sabem, como tolos na sua estultícia. Falta-lhes a humildade dos Sábios que diziam "Só sei que nada sei"...
"A Verdade
não pode ser trazida para baixo;
é o indivíduo que deve fazer o esforço de ascender até ela.
Não podemos trazer o topo da montanha para o vale",
dizia Kkrisnamutrhi
que tentava libertar o homem de todas as prisões e grilhões que o prendem ao mundo de ilusão e o tornam incapaz de ser livre de raciocínio por condicionamento ao raciocínio dos outros que delimitam a verdade às organizações (politicas ou religiosas) que impedem os indivíduos de crescer e viver em Liberdade e Unidade, não sendo esse o objectivo de um verdadeiro Mestre da Espiritualidade. Por isso Khrisnamurti resolveu dissolver a extensa organização que havia criado dizendo para seus seguidores o seguinte:
"Quero fazer uma certa coisa no mundo e vou fazê-la com resoluta concentração. Estou preocupado com algo essencial: libertar o homem. Desejo libertá-lo de todas as prisões, de todos os temores, e não fundar novas religiões, novas seitas nem estabelecer novas teorias e novas filosofias.
Diante disso, naturalmente me perguntarão por que percorro o mundo todo, falando continuamente. Vou dizer-lhes por que faço; não porque desejo seguidores, nem porque desejo um grupo especial de discípulos especiais.
Não tenho discípulos, nem apóstolos, seja na Terra, seja no reino da espiritualidade. Tampouco é o fascínio do dinheiro, nem o desejo de viver uma vida confortável que me atrai.
Se eu quisesse viver confortavelmente, não viria para um acampamento ou viveria num país húmido! Estou falando francamente porque quero deixar isso bem claro de uma vez por todas".
Um jornalista que o entrevistou considerou um acto magnífico a dissolução de uma organização com milhares de seguidores e lhe colocou a seguinte questão: “Se não terá mais seguidores, não mais o ouvirão”... Khrisnamurti respondeu do seguinte modo:
"Se houver apenas cinco pessoas dispostas a ouvir, a viver, com os rostos voltados para a Eternidade, será suficiente. Que adianta ter milhares que não compreendem, que estão completamente embalsamados em preconceitos, que não querem o novo, que só fazem traduzir o velho para adequar-se a seus próprios eus estéreis e estagnados?"
Numa outra altura, também teria dito a este propósito:
"Vocês dependem para sua espiritualidade de outra pessoa, para sua felicidade, de outra pessoa, para sua iluminação, de outra pessoa... quando digo olhem para dentro de si mesmos para buscar a iluminação, a glória, a purificação e a incorruptibilidade do Eu verdadeiro, nenhum de vocês se dispõe a fazê-lo. Devem existir alguns, mas não muitos.
Vocês se acostumaram a que lhes digam até que ponto avançaram, qual é seu status espiritual. Que infantilidade! Quem mais a não ser vocês próprios poderão dizer se são ou não incorruptíveis?"
Não há duvida de que homens como este sabem qual o Caminho que devemos seguir juntos para o Eterno, estando ainda prisioneiros do efémero. Entendo bem sua visão da Verdade, tal como outro grande Instrutor do Mundo (Jesus Cristo) que dizia: "Conhecei a Verdade e ela vos libertará"... não sendo exclusiva de ninguém, nem estando confinada a nenhuma Seita ou Religião.
Pausa para reflexão!
Rui Palmela
Fontes:
http://www.novaera-alvorecer.net/krishnamurti.htm
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