quinta-feira, 19 de julho de 2012

A HERANÇA PLATÔNICA-PITAGÓRICA


Platão-Radeir, estudo-1981


A MÚSICA PITAGÓRICA
Pitágoras não só utilizava a música para criar uma inefável aura de mistério sobre si mesmo, como também para desenvolver a união na sua Escola. A música instruía os discípulos e purificava suas faculdades psíquicas. Na educação, a música era vista como disciplina moral porque atuava como freio à agressividade do ser humano. Pitágoras considerava a música o elo de ligação entre o homem e o cosmos. O Cosmos era para ele uma vasta razão harmônica que, por sua vez, se constituía de razões menores, cujo conjunto formava a harmonia cósmica, ou harmonia das esferas, que só ele conseguia ouvir.
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Pitágoras, avatar do deus Apolo, compunha e tocava para seus discípulos a sua lira de sete cordas. Deste modo ele refreava paixões como a angústia, a raiva, o ciúme, anseios, a preguiça e a impetuosidade. A música era uma terapia que ele aplicava não só para tranqüilizar as mentes inquietas, mas também para curar os doentes de seus males físicos.

Pitágoras foi o descobridor dos fundamentos matemáticos das consonâncias musicais. A partir daí, ele visualizou uma relação mística entre a aritmética, a geometria, a música e a astronomia, ou seja, havia uma relação que ligava os números às formas, aos sons e aos corpos celestes. A Tetraktys era o símbolo da música cósmica, e Pitágoras, como o deus da Tetraktys, era a única pessoa que podia ouvi-la. A teoria da música cósmica, ou harmonia das esferas foi descrita por Platão, no Timeu. Filolau, outro notável discípulo de Pitágoras também faz descrição minuciosa da teoria que resulta na música cósmica e na harmonia das esferas (ou planetas).

A HERANÇA DE PITÁGORAS
A história posterior da filosofia de Pitágoras se confunde com a da Escola de Platão, discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles, e que foi também ardente admirador e discípulo de Pitágoras. Platão herdou, de um lado, as doutrinas de seu mestre e, de outro, bebeu a sua sabedoria nas mesmas fontes do filósofo de Samos. Segundo Amônio Sacas, toda a Religião-Sabedoria estava contida nos Livros de Thot (Hermes), onde Pitágoras e Platão beberam os seus conhecimentos e grande parte de sua filosofia.

Desde os primeiros séculos da era cristã que é comprovada a existência, em Roma, das práticas e doutrinas religiosas de Pitágoras, principalmente as relacionadas com a imortalidade da alma. Pitágoras disputava então, com outras religiões, um lugar predominante no panteão da Roma Imperial. A comprová-lo as capelas pitagóricas descobertas pela arqueologia, nas quais os iniciados aprendiam os mistérios de Pitágoras, e onde eram introduzidos no culto de Apolo.
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Os afrescos encontrados no sub-solo da Porta Maggiore, em Roma, mostram temas Pitagóricos. O nacionalismo romano também está ligado a Pitágoras através da obra Metamorfoses, de Ovídio, que nela relatou a teoria da reencarnação, defendida pelo filósofo de Samos. Os discípulos diretos de Platão também retornaram aos princípios Pitagóricos; e os neo-Platônicos, com Jâmblico, no séc. IV d.C. também os adotaram, juntamente com os mais recentes escritos Pitagóricos, isto é, os Hinos Órficos. Do séc. I d.C. ao séc. VI d.C. a doutrina de Pitágoras influenciou grandes filósofos que escreveram e divulgaram a sua filosofia. Alguns deles foram Apolônio de Tiana, Plotino, Amélio e Porfírio.

Depois que os cristãos conquistaram, no séc. IV d.C. o controle do Estado, os Pitagóricos tornaram-se, gradualmente, uma minoria perseguida. No entanto, as idéias de Pitágoras continuaram a ser pregadas na antiga escola de Platão, a Academia de Atenas, e em Alexandria, até que no séc. VI d.C. Justiniano, imperador do Oriente, fechou a Academia e proibiu a pregação da filosofia e das doutrinas consideradas pagãs pelo catolicismo. A partir desta época prevaleceu a era do obscurantismo da Idade Média. Mas as doutrinas de Pitágoras foram abertamente pregadas por um período de 1.200 anos, que se estende do séc. VI a.C. ao sec. VI d.C.

Apesar de perseguido pela religião oficial Pitágoras foi, para grandes figuras do Catolicismo, como Santo Ambrósio, uma figura de referência por ter sido visto como intermediário entre Moisés e Platão, No séc. XVI, de acordo como o interesse do autor, Pitágoras era apresentado como poeta, como mágico, como autor da Cabala, como matemático, ou como defensor da vida contemplativa. Rafael, famoso pintor italiano, retratou Pitágoras como um homem idoso, de longas barbas, entre filósofos, no quadro “Escola de Atenas”.

Embora remotamente, não podemos deixar de registrar a existência de pontos comuns entre a filosofia de Pitágoras e o sistema Positivista de August Comte. Pitágoras, racionalista, procurou explicar a cosmogonia universal através da ciência. Comte trilhou caminho semelhante. Antes de tudo, Pitágoras buscou o conhecimento da Verdade e só por isso já deve ser reverenciado por toda a Humanidade

A herança platônico-pitagórica

Na Grécia Antiga, principalmente com a escola pitagórica, iniciou-se um processo de sacralização da música enquanto uma referência fundamental para o conhecimento do universo (Dreyer 1953 p. 36-40). A doutrina da harmonia das esferas, que atribuía aos planetas movimentos regidos por leis análogas às da consonância musical, veio a ter uma imensa projeção na ciência ocidental. A corda vibrante, bloco construtivo básico de uma variedade de instrumentos musicais, passou a ser vista como um espelho da harmonia numérica subjacente ao universo, instrumento da aferição do poder de números mágicos (Cohen 1984). 

Se utilizarmos a acústica moderna (que provém, em parte, da própria música) para estudar os fenômenos auditivos ligados à corda vibrante, veremos que os números que os pitagóricos nela enxergavam possuem uma realidade material, um substrato físico independente dos gostos estéticos desta ou daquela época ou cultura, que reside no fenômeno da consonância musical (Roederer 1973). 

A origem empírica dos números ligados à harmonia consiste na escuta simultânea dos sons gerados por dois segmentos de uma corda esticada. Os dois segmentos têm, portanto, a mesma tensão, e seus comprimentos são inversamente proporcionais às freqüências que emitirão. Certas proporções de números inteiros e pequenos (2:3, 3:4, ...) entre os segmentos proporcionam um efeito sonoro da consonância. 

Muitas das consonâncias são comuns a diversas civilizações, mesmo algumas que não possuem a escrita. As consonâncias se materializam inclusive na música vocal primitiva, onde padrões geométricos de afinação não são possíveis. Foi esta autonomia do fenômeno da consonância em relação à forma de geração do som que lhes valeu grande deferência na Antigüidade.
É interessante notar que a correlação entre consonância musical, numerologia e cosmogonia não era exclusiva do Ocidente. Na China antiga existia igualmente um sistema de relações numéricas de comprimentos de tubos que dava origem às escalas musicais de instrumentos de sopro, minuciosamente documentado. Também ali se atribuiu aos sons e números poderes especiais que estariam associados à ordem do mundo. Um pensador chinês do século II a.C. parece ecoar os pitagóricos ao se pronunciar sobre a ressonância simpática entre cordas com certas relações de afinação:
``...As cordas soam por si mesmas. Não há nada de miraculoso nisso, uma vez que as Cinco Notas estão relacionadas entre si de acordo com os Números pelos quais o mundo está construído.'' (Needham 1962 p. 130)
Na Grécia, a idéia da harmonia das esferas foi refinada por Platão, em particular no Timeu, onde os números são incorporados à ``alma do universo'' desde os momentos primevos de sua criação:
``...dividiu-a [a alma] em tantas partes quanto era conveniente haver...Nesta divisão adotou o seguinte critério: inicialmente separou uma parte do conjunto, depois mais outra, o dobro da primeira, e uma terceira uma vez e meia maior do que a segunda e o triplo da terceira; depois a quarta, o dobro da segunda, e a quinta, o triplo da terceira, e mais a sexta, o óctuplo da primeira, e por último, a sétima, vinte e sete vezes maior que a primeira.'' (Timeu 35b,c).
Essas relações numéricas são precisamente os números utilizados na construção da escala diatônica pitagórica (Wilkinson 1988), uma das escalas em uso nesta época. Elas constituiriam, segundo o Timeu, a essência da alma destinada a reger os movimentos celestes. 

Na astronomia antiga os números passaram a ser relacionados com as distâncias e movimentos celestes de diversas maneiras. Eudoxo, por exemplo, tece considerações a respeito da distância da Terra à Lua e ao Sol a partir do seu tamanho aparente e da proporção entre o diapente e o dietassaron, ou seja, entre a quinta e o tom inteiro. (Dreyer 1953 p. 180). Plínio, por sua vez, procurou ligar os vários intervalos musicais às razões entre distâncias de planetas consecutivos. Assim, a distância entre a Terra e a Lua corresponderia a um tom inteiro, ao passo que a da Lua a Mercúrio corresponderia a um semitom. Já para Nicômaco (c. 100 d.C.), notas mais graves corresponderiam a planetas mais distantes, e notas agudas aos mais próximos, em analogia com as cordas de instrumentos musicais (Dreyer 1953 p. 178-181). 

A astronomia alexandrina, continuadora da tradição astronômica grega, reduziu a importância das escalas musicais como padrão de medida para distâncias astronômicas. O método proposto por Aristarco para determinação das distâncias da Terra à Lua e ao Sol, bem como de seus diâmetros, utiliza construções geométricas que nada têm a ver com escalas musicais. Afora os problemas experimentais envolvidos na medida de ângulos e intervalos de tempo, o método fornece uma resposta essencialmente correta (Pecker 1971 p. 21; Heath 1981). 

Também a astronomia ptolomaica prescinde da música em seus traços fundamentais. Seus sistemas de epiciclos, deferentes e equantes pouco têm a ver com a música das esferas dos pitagóricos (Sedeño 1987). O mesmo não se pode dizer da astrologia de Ptolomeu que, em sua obra Tetrabiblos, sistematiza o corpo de métodos de interpretação dos céus que fincaria pé no Ocidente. Os aspectos entre diversos planetas (que nesse momento incluíam a Lua e o Sol) consistiam em certos ângulos privilegiados entre estes, associados por Ptolomeu a intervalos musicais. 

Ptolomeu escreveu também um tratado especificamente voltado à música, o Harmonica, em que se desenvolvem os métodos matemáticos que dariam origem à escala musical sintônica diatônica (Wilkinson 1988), já diferente da pitagórica, em uso no Ocidente até fins do Renascimento. Assim, mesmo tendo afastado a música de sua astronomia, Ptolomeu não deixava de conferir às consonâncias um caráter de poder invisível mas eficaz, capaz de influenciar os acontecimentos do planeta. Tampouco se furtou a dispensar sua atenção e seus esforços geométricos e matemáticos no que se tornou por séculos nossa própria escala musical (Idem). Em mais de uma domínio, portanto, Ptolomeu delineou um paradigma básico. 

A afinidade que a música desfrutara com diferentes ciências ligadas a medidas (``exatas'') na Antigüidade lhe valeu uma posição peculiar dentro do conhecimento ocidental. Em sua classificação das artes liberais, Boécio, no século VI d.C., fez com que essa figurasse no rol das ciências exatas, ao lado da astronomia, geometria e aritmética, constituindo o que veio a se chamar o quadrivium (Gouk 1990 p. 102). 

Esta ``ciência da música'' não era desprovida de utilidade prática: O canto medieval, com seus vários modos eclesiásticos (dórico, lídio, etc.), não prescindia de certo aparato matemático básico referente à afinação de instrumentos. De fato, o próprio Boécio a estratificava em três graus de elevação: musica instrumentalis, musica humana e musica mundana, esta última a mais elevada pois tange os movimentos celestes, além de outros aspectos da natureza (Gouk 1990 p. 102). 

A estrutura do quadrivium perdurou nas Universidades medievais, o que legitimou à harmonia musical um status de fenômeno básico do universo. O prestígio da harmonia propiciaria uma mescla entre a música e outros campos do conhecimento que seriam hoje considerados ciências exatas, a partir dessa contigüidade consagrada no campo acadêmico. O retorno a ideais clássicos do Renascimento terminaria por reinvestir a música do seu antigo caráter de padrão básico de proporções, ábaco para interpretação do mundo.
A música ocidental, ao longo da Idade Média, ganhara gradualmente uma complexidade inteiramente nova, e no início do Renascimento já deixara de obedecer de maneira estrita as noções de consonância e dissonância da Antigüidade. 

Um vigoroso esforço teórico, consubstanciado na obra Istitutioni Harmoniche (1558) do maestro veneziano Gioseffo Zarlino, procuraria legitimar as novas consonâncias já em uso na música da época, incorporando-as ao elenco proveniente da Antigüidade. O ato de modificar a ciência da harmonia era algo de enorme peso e responsabilidade. Representava algo como afinar novamente todas as ciências exatas. 

No entanto, é no passado que Zarlino buscará essa legitimação do novo. As justificativas teóricas tinham uma forte tonalidade neoplatônica. Sua teoria era essencialmente numerológica, baseando-se no número 6, chamando-se por isso de senario. Inúmeras eram as referências buscadas para esta escolha, afinal um tanto arbitrárias, mas afinal consegue-se, através de frações envolvendo os números de 1 a 6, construir todos os intervalos musicais em uso neste momento (Cohen 1984 cap. 1).

 A mudança teórica na música terminou por afetar a própria astronomia do renascimento, através sobretudo de Johannes Kepler (Cohen 1984 pp. 13-34; Franco 1991), mas também de Newton (Gouk 1990 e Rattansi 1990).

CONSIDERAÇÕES ESOTÉRICO-NUMÉRICAS 
SOBRE O PENSAMENTO DE PLATÃO

Rodolfo Domenico Pizzinga

PLATÃO (427 a. C. - 347 a. C.)

       A semelhança entre os pensamentos platônico e pitagórico talvez seja, em parte, basilarmente, provinda dos ensinamentos egípcios e babilônicos que ambos conheciam. O que parece ser indiscutível, entretanto, é que Platão sofreu benfazeja influência de seu predecessor. De qualquer forma, como disse Raymond Bernard, Platão é um TRANSMISSOR no sentido mais sagrado do vocábulo. Entende-se que Pitágoras também. Platão e Pitágoras (KH – o Ilustre) foram ambos Altos Iniciados das Antigas e Arcanas Escolas de Mistérios.

       No livro VII de A República, Platão discutiu a importância da aritmética, da geometria, da astronomia e da harmonia, que considerou pilares indispensáveis e insubstituíveis do processo educativo e dialético, cuja finalidade é o conhecimento do BEM, tendo admitido que sem o conhecimento do cálculo e da aritmética, a VERDADE não poderá ser alcançada. E o filósofo, para atingir a essência (o NÚMENO), deve conhecer aprofundadamente aquelas ciências. O maior mathema, segundo Platão, era (e continua sendo) a IDÉIA DE BEM. O aprendizado do cálculo, para este fim específico, deve acontecer pela contemplação da natureza dos números exclusivamente pelo pensamento, de tal sorte a facilitar a passagem da própria alma da mutabilidade à verdade e à essência.[1] 

 Quando os sentidos não têm capacidade e confiança para fazer um juízo adequado, a alma deve usar o cálculo e a inteligência para saber se os objetos dos sentidos são um ou dois, e, ao surdir o conceito de pluralidade, a alma haverá de questionar: Que é unidade absoluta? Assim, a apreensão intelectual da UNIDADE — do UM — incita a mente à contemplação do SER, quando então alcança o conhecimento de que UM É UM E ILIMITADO EM MULTIPLICIDADE. Esse conhecimento, segundo Platão, impõe ao homem que eleve poderosamente a alma para o alto |forçando-a| a discorrer sobre os números em si.[2] Este conhecimento, esta experiência, é estritamente pessoal e intransferível. 

Neste instante, propõe-se uma breve pausa, para se refletir sobre uma curta declaração de Nietzsche (1844-1900), a quem muitos ainda hesitam em reconhecê-lo como místico: Ninguém pode extrair mais das coisas/Inclusive dos livros que já conhece./O homem não tem ouvidos para aquilo,/que a experiência não lhe deu acesso. 

 Por isso, só pela experiência pessoal, íntima e solitária, no santuário interno de seu IMACULADO TEMPLO (In Imo Corde), poderá o ser, como recomendou Platão, contemplar os mistérios do Universo, e reconhecer realizando que UM É UM E ILIMITADO EM MULTIPLICIDADE. Fora, não. A experiência, assim, gera conhecimento. Todavia, o conhecimento em si é nada se não for adequadamente utilizado. SABEDORIA É A CORRETA APLICAÇÃO DE UM CONHECIMENTO ADQUIRIDO POR ESFORÇO E EXPERIÊNCIA PESSOAIS. Caridade! Caridade! Caridade! Humildade! Humildade! Humildade! Solidariedade! Fraternidade! Amor! PAZ!

       O filósofo não pode prescindir da aritmética, devendo compelir a alma a raciocinar sobre números abstratos, senda segura e conducente à passagem do vir-a-ser ao Ser e à Verdade (ainda que sempre relativos). Nesse nível, o mundo material subordina-se e reflete o plano das energias espirituais.

       A geometria, apesar de prática, na sua parte central e mais adiantada, tende a impulsionar e a ascensionar a alma para a IDÉIA DE BEM, e a fazer irromper o próprio espírito da filosofia, sendo esta o conhecimento do que existe sempre.[3] Por isso, segundo Platão, são diferentes aqueles que estudaram geometria daqueles que a ela não deram atenção. No portal da Academia que fundou na Ilha de Egina estava escrito: NÃO ENTRE AQUI QUEM NÃO FOR GEÔMETRA.

       A astronomia, por seu turno, obriga as almas a contemplarem o céu estrelado, elevando e transportando a consciência das coisas terrenais às celestiais. O firmamento, propugnou Platão, deve ser utilizado como modelo de um conhecimento superior, para que a parte inteligente da alma, de inútil torne-se útil e produtiva, compreendendo que o Demiurgo tudo criou da forma mais perfeita. Esse conhecimento esposado por Platão, já era professado por Pitágoras, que advertiu que a contemplação dos corpos celestes (ordem celestial), purificava lentamente o ser, acabando por libertá-lo do ciclo compulsório de nascimentos, imortalizando-o. Na verdade, a imortalidade só poderá ser alcançada pela construção consciente do próprio Mestre Interior.

 Aqui cabe a advertência de que a contemplação, à qual aludiu Pitágoras, induz à meditação, estado alterado de consciência oposto à concentração. Hodiernamente, costuma-se confundir essas duas instâncias da mente. Enquanto a concentração utiliza mecanismos mentais de ordem racional, o estado meditativo (contemplação) propicia experiências em um plano, por assim dizer, TRANSRACIONAL, melhor, TRANSNOÉTICO. Há, como se pode depreender, no pensamento de Pitágoras, de Platão e de outros filósofos um certo hermetismo de decifração obscura e labiríntica. Entretanto, entende-se, indubitavelmente, inclusive por várias afirmações de cariz hermético, que tanto Pitágoras quanto Platão, quando se referiram ao termo CONTEMPLAÇÃO, usaram-no no sentido de MEDITAÇÃO. Possivelmente a contemplação induza preliminarmente a vivências e a experiências em um PLANO TRANSNOÉTICO. 

Posteriormente, a razão decodifica tais experiências no nível racional. De qualquer forma, o retirar-se para meditar vem de longe. O filósofo chinês Lao Tsé enfatizava: Evita a ação, permanece em silêncio, o resto são comentários. O retiro de Jesus foi semelhante ao de Orfeu nos montes da Trácia. Moisés retirou-se no Sinai, Zoroastro isolou-se no Bordjah, e Manu escolheu as montanhas ao longo do Ganges. Entretanto, subir a montanha, esotericamente, significa elevar o Eu espiritual interior a uma altura na qual a COMUNHÃO CÓSMICA possa ser plena e definida. Subir a montanha é entrar em contato com o D'US INTERNO — o MESTRE INTERIOR construído por nossa própria volição. Esses contatos, a bem da verdade, independem de montanhas, e subir a montanha em busca da iluminação, como ensinou Harvey Spencer Lewis, na obra A Vida Mística de Jesus, é tão-só uma frase simbólica.

 O importante é o isolamento, o propósito, o mérito e a disponibilidade interna. A mais alta montanha que cada ser singular poderá vir a subir está em seu próprio interior, no SANCTUM SANCTORUM que se encontra sempre aberto, iluminado e preparado para recebê-lo. Os martinistas referem-se à SENDA CARDÍACA. E a única vestimenta adequada para essa cerimônia íntima é o despojo de vaidades, de preconceitos e de pré-condições mentais, pois, nessa hora iluminante e ímpar da vida, o ser aprenderá e realizará coisas que, em sua maioria, são incompatíveis com os critérios e com os conceitos que a sociedade, os códigos e a própria razão estabeleceram e vêm estabelecendo ao longo do tempo. 

É a MÚSICA DAS ESFERAS, que é mais do que música! Kepler, no Harmonices Mundi, afirmou: Os movimentos dos céus não são mais que uma eterna polifonia. É o JARDIM, que é mais florido e exuberante do que todos os jardins. É o BELO que não se compara ao belo vivenciado no Plano Terra. É a PAZ. É a VIDA. É o BEM sem igual. É a sensação múltipla (que é apenas uma) de segurança, de certeza, de confiança e de participação na UNIDADE que move e anima o TODO. É o começo de algo que promete o inconcebível, porque o concebível que é realizado, em si só, já é extraordinário e inexprimível por simples palavras. Assim relatam, resumidamente, aqueles que se puseram em caminho, atravessaram o deserto, subiram a montanha e conquistaram o CASTELO. É o início da verdadeira compreensão e realização do VERBUM DIMISSUM. No princípio era a PALAVRA com a qual os Elohim criaram das Divinas Potências a essência do Céu e da Terra. Hoje e amanhã a PALAVRA IMPRONUNCIÁVEL é e continuará sendo.

       Farei aqui um parêntesis para, rapidamente, abordar um assunto que poucos conhecem. Somos profundamente influenciados pelos sons externos. Isto é óbvio. Assim, se escutarmos músicas que tendam ao caos e à desordem, o nosso corpo físico e os outros seis corpos constitutivos do nosso ser, pela Lei da Correspondência, serão levados também à desorganização e, portanto, a um estado desarmônico e doentio. Isto é conhecido como vibração por simpatia

Histeria, depressão, alergias, desequilíbrio na produção de hormônios pelas glândulas endócrinas, atrofia do organismo, aumento na pressão sangüínea, esterilidade, comprometimento das ondas cerebrais alfa, confusão mental, inversão de comportamento, distress, insegurança psicológica, câncer e até ataques cardíacos fatais por alteração dos ritmos naturais do coração podem ocorrer como resultado de danos fisiológicos e psicológicos. Um ex-músico de rock recomenda enfaticamente que, por nenhum motivo, sejam escutadas as seguintes classes de rock: Heavy Metal, Acid Rock, Rock Satânico, Punk, Dark, Pornô Rock e Rock Assassino. Sobre esse tema, convido você, Meu Irmão, que leia o trabalho que escrevi Água: Ímã da Vida (Algumas Propriedades Terapêuticas da Água e Alguns Exercício Místicos), que roda em:http://www.rdpizzinga.pro.br/livros/agua/agua.html
 
       No que concerne à harmonia, Platão repreendeu os que colocam os ouvidos à frente do espírito, no labor improfícuo de medir acordes harmônicos e sons uns com os outros. Para Pitágoras – que descobriu que os principais intervalos musicais podem ser exprimidos em proporções numéricas simples entre os quatro números da Tetractys (a Pitágoras é atribuída a descoberta do intervalo de uma oitava 2:1, uma quinta 3:2, uma quarta 4:3, e um tom 9:8) e para Platão, astronomia e harmonia são ciências irmãs, e o que a primeira é para os olhos, a segunda é para os ouvidos, havendo nelas uma perfeição que todo conhecimento deveria se esforçar por tentar alcançar. 

O estudo da harmonia, enfim, ensinou Platão, deve proporcionar a compreensão e a observação de quais são os números harmônicos e quais não o são, e por que razões diferem[4]. Segundo tal compreensão, a música aparentemente proporciona o deleite da alma. 

A MÚSICA DAS ESFERAS CELESTIAIS (a Música Eterna), intrinsecamente constitutiva da ALMA DO MUNDO, só pode ser conhecida pelo espírito em sua energia indefinível e em grau de harmonia semelhante à própria harmonia desse som inaudível. Platão, em vários trechos da República, determinou que essa harmonia musical deve refletir-se tanto na saúde psíquica do ser, quanto na ordem pública da própria República. Enfim, desde a Antiga Grécia até o Renascimento, as Sete Artes Liberais estavam divididas em dois gupos: Trivium (saberes humanos) e Quatrivium ou Matemáticas (saberes exatos). O Trivium era composto da Gramática, da Dialética e da Retórica. O Quatrivium estudava o imutável: Geometria, Aritmética, Música e Astronomia.

       A compreensão desses princípios e o estudo metódico e comparado de todas essas ciências facultarão a que se alcance um ponto de intercomunhão e que se constate suas mútuas afinidades. Este curriculum proposto por Platão visava, em última instância, a dois aspectos principais: disciplina mental e desenvolvimento do pensamento abstrato. A filosofia platônica passa, assim, da investigação horizontal para a dialética vertical, esforço do pensamento no sentido de alcançar a Verdade. A verdadeira Dialética é fome e sede de VERDADE, que só pode ser alcançada e conquistada assintoticamente.

      No Timeu, obra outonal de Platão e com profunda conotação alquímica, o Filósofo, já na primeira fala, referiu-se ao QUATERNÁRIO, vocábulo que denota o nível do criado dentro do Universo, no qual todas as forças são produto da dinâmica dos quatro elementos: FOGO, AR, ÁGUA e TERRA. Há uma óbvia relação com a quaternidade inferior do ser neste plano: CORPO FÍSICO, CORPO ETÉRICO, CORPO ASTRAL E EU. Entretanto, apesar de a obra começar com a descrição da Atlântida e seu desaparecimento, seu conteúdo prevalecente versa sobre a criação e a natureza do Universo. E assim, tudo que nasce, nasce necessariamente pela ação de uma causa, pois é impossível que seja lá o que for possa nascer sem causa[5]. 

 E a melhor das causas é o CRIADOR, ser eterno, não-nascido, ao qual Platão chamou de MESMO, por associá-lo à imobilidade e à eternidade da perfeição, em contraposição ao Outro, ser efêmero, imperfeito e associado à mobilidade e à descontinuidade da matéria. O MESMO representa, portanto, a permanência, e está relacionado à idéia de ilimitabilidade; o Outro representa a impermanência e está associado ao conceito de limitação. Mas, ainda que limitado, o Outro tem, segundo Platão, sua origem no SER ILIMITADO, cuja meta deve ser ultrapassar as limitações da própria mutabilidade e se alçar, assintoticamente, ao plano essencial no qual permanente, imutável e eternamente convizinham a VERDADE e a PERFEIÇÃO, vale dizer, o SVMMVM BONVM.

       Desejando que todas as coisas fossem como ELE mesmo, Platão entendeu que DEUS formou o devir e o Universo da maneira que segue:
...após ter colocado o Intelecto na Alma, a Alma no Corpo, formou o Cosmos, para dele executar uma obra que essencialmente fosse a mais bela e a melhor... o Cosmos, que é verdadeiramente um ser vivo provido de Alma e de Intelecto, e assim gerado pela ação da Providência de um Deus[6].
        E para que a obra fosse essencialmente a melhor e mais bela, continua Platão, Deus tornou o todo em forma esférica e circular, começando a construção do mundo pelo FOGO e pela TERRA. Mas como duas coisas devem possuir uma terceira para ligá-las, e como o mundo não é plano, mas sólido, Deus colocou ÁGUA e AR entre a TERRA e o FOGO, dando-lhes a mesma proporção, de tal modo que, ALQUIMICAMENTE, o que o fogo é para o ar, o ar o foi para a água, e o que o ar é para a água, a água o foi para a terra[7]. O OVO ALQUÍMICO simboliza esotericamente este conceito.

       A alma, indivisível e imutável, estabelecida no meio do corpo do Todo, formou-a Deus antes do corpo, e, sendo em origem e em excelência mais antiga e virtuosa do que o corpo foi criada para comandá-lo. A alma, portanto, rege, o corpo obedece. Pelo menos a ordem deveria ser essa. Aliás, a ordem cósmica deverá acabar por se cumprir desta forma. Mas ainda não acontece assim, pois o Triângulo Superior da constituição setenária do ente pouca influência tem sobre a Quaternidade Inferior. Ao se completarem as SETE RONDAS, isto, talvez, possa vir a acontecer. 

 A cada um cabe despender herculano esforço para cumprir sua reintegração, e auxiliar a todos a encontrarem as chaves que abrem as portas desse conhecimento. É preciso ser compreendido hiperbolicamente, entretanto, que a reintegração singular é falaz e também ilusória. O Universo é UM. Platão, certamente, conhecia e, privativamente, discutia e ensinava estes princípios. 

       Uma TERCEIRA ESSÊNCIA intermediária foi também criada, segundo a filosofia platônica, participando da natureza das duas primeiras, tendo sido interposta entre o indivisível e o material (divisível). Não estará aqui a indicação clara de que Platão teve acesso a um conhecimento alquímico transcendental? Não se constituirá essa TERCEIRA ESSÊNCIA no FOGO dos Alquimistas? 

Mercúrio e Enxofre só podem realizar a OBRA pela intermediação do FOGO, a TERCEIRA ESSÊNCIA. E assim, Enxofre, Mercúrio e Sal formam o Triângulo Perfeito da Criação com seus TRÊS PLANOS, a TETRACTYS dos pitagóricos e a manifestação espiritual trinitária platônica. Na Alquimia, essa essência espiritual que agirá sobre o Mercúrio é oriunda do próprio Enxofre e, assim, da união do Enxofre com o Mercúrio, é produzido um mercúrio modificado - MERCÚRIO DOS FILÓSOFOS - ponto de convergência ou terceira manifestação, vale dizer, Sal. É sobre esse Sal que todas as operações alquímicas são efetuadas. Esta é, iniciaticamente, a ALQUIMIA INTERIOR de construção do MESTRE DO TEMPLO INTERIOR, à qual se dedicam os Rosacruzes. 

De qualquer modo, sabia Platão que, sem o concurso dessa TERCEIRA ESSÊNCIA, a criação não se poderia ter realizado. Essa TERCEIRA ESSÊNCIA é equivalente (cabalisticamente) a KeTheR que estabelece a união entre os dois sephiroth inferiores: ChoKMaH e BINaH.

        Combinou Deus essas três substâncias em uma e dividiu esse todo, composto pelo MESMO, pelo Outro e por essa TERCEIRA ESSÊNCIA, em tantas porções quantas achou conveniente, de acordo com as etapas seguintes:

ETAPAS
PORÇÕES
Primeira
uma parte do todo
1
Segunda
dobro da primeira
2
Terceira
três vezes a primeira
3
Quarta
dobro da segunda
4
Quinta
triplo da terceira
9
Sexta
oito vezes a primeira
8
Sétima
vinte e sete vezes a primeira
27
Tabela 1: Etapas da Criação Universal

       A divisão apresentada por Platão no Timeu da mistura do MESMO, do Outro e da TERCEIRA ESSÊNCIA pode ser visualizada e esquematizada conforme mostra a Figura 1 abaixo.

MISTO TOTAL UNITÁRIO

MANIFESTAÇÃO ESPIRITUAL TRINITÁRIA




1





2

3



4



9

8





27
crescei em acréscimo
multiplicai em multidão
Figura 1: Série das Formas do Mundo Sensível
 
       Depois, os intervalos duplos e triplos foram preenchidos por retirada de porções da mistura, de modo que em cada um houvesse duas espécies de elementos ou meios. A partir daí, Deus, segundo Platão, dividiu como um X toda essa composição, fazendo com que seus meios coincidissem, e modelou, ligou, impôs movimento e quando terminou de moldar a alma, formou no seu interior o Universo corpóreo. A seguir, juntou os dois e os uniu centro com centro, criando, nesse sentido, primeiro o ARQUÉTIPO e depois o TIPO. Girando a alma em torno de si mesma, foi iniciado o princípio da vida racional. E assim, Platão entendeu que a diversificação do Cosmos foi engendrada segundo o mais perfeito padrão de ordem e de beleza. Leibniz viria a pensar de forma semelhante a Cosmogênese.

       Para tornar Sua criação mais perfeita, Deus resolveu ter uma imagem movente da eternidade, pondo o Céu em ordem de acordo com os NÚMEROS. A essa imagem o homem chama tempo – que nada mais é do que o duramento da percepção da consciência. 

        NO ÂMBITO DA ATUALIDADE CÓSMICA TEMPO E ESPAÇO INEXISTEM. NO ÂMBITO DA REALIDADE E DA CIÊNCIA O TEMPO PODE SE APRESENTAR DILATADO OU CONTRAÍDO.

        Em resumo, Platão entendeu que o Universo é constituído por uma tríade: INTELIGÊNCIA, ALMA E CORPO. E, por outro lado, há o ARQUÉTIPO que corresponde ao PAI; há a IMITAÇÃO correlacionada ao FILHO; e há, ainda, o RECEPTÁCULO DE TODO O CRIADO que equivale à MÃE. Ser, geração, espaço. Assim, o Universo contempla e contém toda a criação. O corpo do Universo consiste de Fogo e Terra, tendo como liga o Ar e a Água, em um amálgama belo, perfeito, harmônico e trino. A perfeição (Triângulo) está presente neste conceito, no qual a estabilidade (Quadrado) é dada pelos quatro elementos, ficando nítida, por esta combinação, a presença e a influência do Teorema de Pitágoras e as Leis da Alquimia na obra platônica.

        A obra O Universo dos Números apresenta, resumidamente, os atributos ou correlações entre o ARQUÉTIPO e o TIPO[8], que estão transcritas abaixo, na Tabela 2:

ARQUÉTIPO
TIPO
Abrangido pela inteligência
Percebido pelos sentidos
Invisível
Visível
Incorpóreo
Corpóreo
Indivisível
Divisível
Imaterial
Material
Sem movimento
Em movimento
Tabela 2: Correlações Platônicas entre Arquétipo e Tipo

        A hierarquia do Universo pode ser, finalmente, compreendida na obra platônica da seguinte forma: o Misto Total Unitário do Intelecto Transcendente de harmonia absoluta e entropia nula; o Mundo Binário da Alma caracterizado pelo movimento e pela contraposição de energias entropizantes e anti-entropizantes; e o Ternário, composto de Intelecto, Alma e Corpo[9]. Sobre a totalidade da filosofia platônica, compreende-se que sua mais sublime intenção foi auxiliar o homem a se compreender e a se libertar da CAVERNA. E o aprendizado só poderá começar realmente com a libertação do não-material das necessidades ilusórias do corpo material.

 A criação místico-iniciática do Mestre Interior não é compatível com as ilusões do Plano Terra. E, à medida que o ser avança em uma dialética filosófica ascensional, aprende e compreende que só MORRENDO É QUE NASCERÁ

 E filosofar, ainda que possa parecer absurdo e ilógico, é APRENDER A MORRER. E ao aprender a morrer, ao morrer e ao renascer na LLUZ, o ser (servidor incógnito) volta à Caverna para transmitir aos cegos a LUZ da LLUZ que contemplou do lado de fora, LUZ que é mais do que luz, porque é LUZ da LLUZ. LUZ que o promoverá simbolicamente do primeiro sephirah cabalístico ao segundo ou seja, do Reino ao Fundamento

LUZ, enfim, que ele não deseja só para si, porque sabe que não pode ser só sua, porque venceu o egoísmo, porque compreendeu que é patrimônio inerente à toda Humanidade, que sem saber, em seu âmago, anseia por Ela. LUZ, que além de libertar, confirma que enquanto um único ser no Universo não vislumbrá-La, relativamente, este mesmo Universo não será livre. 

LUZ da LUZ que, ao mesmo tempo em que liberta, contraditoriamente (apenas na aparência) escraviza. Escraviza o Portador do Archote a prazenteiramente, altruisticamente e fraternalmente iluminar seus irmãos. Assim, o Outro se realiza e se integra no MESMO, mas, também, irredutivelmente, nos Outros

 MESMO, Outro e Outros são, enfim, constitutivos da UNIDADE CÓSMICA, DO BEM ABSOLUTO, DA NECESSIDADE GLOBAL, DO VERBO PERDIDO, DO JARDIM UNIVERSAL, EM UMA PALAVRA, DO PRÓPRIO D’ US, QUE DEVERÁ SER CONSTRUÍDO POR TODOS NÓS EM NOSSO INTERIOR.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
        Todavia, ainda que o pensamento platônico tenha estabelecido dois planos fundamentais da Existência Global (MESMO e Outro), admite-se que Platão concebia que o destino ou caminho final do Outro só poderia ser no reencontro com o MESMO. A verdade última, que Platão provavelmente sabia, mas, que não a divulgou explicitamente, é que MESMO e Outro são UM. As mais Altas Iniciações que recebeu nas Escolas de Mistério do Antigo Egito, autorizam que se possa admitir que Platão, além de ter divulgado seu pensamento de forma profundamente hermética e cifrada, não tenha propagado (publicamente) todo o conhecimento de que foi depositário. De qualquer sorte, sua obra é inviolável.

DADOS SOBRE O AUTOR
Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ. Consultor em Administração Escolar. Presidente do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e da Pesquisa Científica e Coordenador Acadêmico do Instituto de Desenvolvimento Humano - IDHGE.

Rodolfo Domenico Pizzinga

Música de fundo: Zorba, The Greek
Fonte:
http://www.musicasmaq.com.br/zorba.htm
Pablo Picasso

Li-Sol-30
 Fonte:
 http://www.maconaria.net/portal
http://plato.if.usp.br/1-2003/fmt0405d/apostila/harmonia2/node2.html
 http://paxprofundis.org/livros/platao/platao.html
 http://www.rdpizzinga.pro.br/
http://www.rdpizzinga.pro.br/livros/agua/agua.html
 

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