segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Difamacao (Defamation) - A Indústria do Antissemitismo - Yoav Shamir





Difamacao (Defamation) - A Indústria do Antissemitismo - Yoav Shamir


 Sinopse:
Assim como Norman Finkelstein, um professor estadunidense (e judeu) escreveu um livro no qual expõe como funciona o que ele chama de "A indústria do holocausto", Yoav Shamir, um cineasta israelense (e judeu), realizou o filme documentário Defamation (Difamação) que revela o que poderíamos chamar de "A indústria do antissemitismo". Trata-se de um filme imprescindível para entender os interesses que movimentam essa "indústria". A verdade, como podemos depreender deste documentário, é que o antissemitismo passou a ser a fonte de riqueza e poder para muitos grupos oriundos das comunidades judaicas estadunidenses que, aliados aos interesses da extrema direita israelense, não desejam seu fim, nem seu abrandamento. Muito pelo contrário, para desfrutar de seus privilégios (e para justificar suas políticas anti-palestinas, no caso de Israel), esses grupos procuram fazer de tudo para que o antissemitismo nunca deixe de estar em pauta. Se não houver mais o perigo real (como o documentário nos dá a entender que é o que ocorre na prática), é preciso recriá-lo através de todos os mecanismos emocionais possíveis. O documentário também deixa claro que há muitos judeus, religiosos ou não, que não concordam com a manipulação do sofrimento de seus antepassados para o benefício espúrio de grupos de poder da atualidade.
Semita
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O termo semita tem como principal designação o conjunto linguístico composto por uma família de vários povos, entre os quais se destacam os árabes e hebreus, que compartilham as mesmas origens culturais. A origem da palavra semita vem de uma expressão no Gênesis e referia-se a linhagem de descendentes de Sem, filho de Noé. Modernamente, as línguas semíticas estão incluídas na família camito-semítica.

Historicamente, 
esses povos tiveram grande influência cultural,
 pois as três grandes religiões monoteístas do mundo
 -judaísmo, cristianismo e islamismo- possuem raízes semitas.
Devido a diversas migrações, não podemos falar de um grupo étnico homogêneo. Portanto, muitas línguas compõem a família semítica, incluindo as seguintes: acadiano, ugarítico, fenício, hebraico, aramaico, árabe, etíope, egípcio, copta guanche, somali, gala, afar-saho, haúça, assírio e caldeu  

Semítico é um adjectivo que se refere aos povos que tradicionalmente falaram línguas semíticas ou a coisas que lhes pertencem. A análise genética sugere que os povos semíticos partilham uma significativa ancestralidade comum, apesar de diferenças importantes e de contribuições de outros grupos. Esta comunidade genética, no entanto, é menos verdadeira no Corno de África, onde populações indígenas sem ligações com as do Médio Oriente podem ter adaptado ao longo dos anos língua(s) semítica(s) devido à influência cultural de imigrantes provenientes do Iémen. Existe muito debate acerca do âmbito do uso "racial" da palavra no contexto da genética de populações e da história, mas como termo linguístico está bem definida, referindo-se a uma família de línguas — quer antigas, quer modernas —, originárias na sua maioria do Médio Oriente, que inclui o acádio, o amárico, o árabe, o aramaico, o assírio, o hebraico, o maltês e o tigrínia. Os povos proto-semíticos, ancestrais dos semitas no Médio Oriente antes da fragmentação da hipotética língua proto-semítica original nas várias línguas semíticas modernas, terão sido, segundo se pensa, originários da Península Arábica.

A palavra "semítico" deriva de Sem, versão grega do nome hebraico Shem, um dos três filhos de Noé nas escrituras judaicas (Génesis 5:32); a forma nominativa que se refere a uma pessoa é semita. O adjectivo anti-semítico ou anti-semita é quase sempre usada como sinónimo de "antijudeu".

Origens
Existem tres hipóteses para a origem dos povos semitas:A primeira hipótese é de que esses povos teriam se originado na Etiópia e depois se estabelecido na Arábia e no Oriente Médio. A segunda é de que os Semitas seriam originários do sul da Mesopotâmia. E a terceira e a mais convincente é de que esses povos teriam surgido na Arábia e a partir de 3.500 a.C. teriam migrado para outras regiões em busca de terras férteis.
Entre os antigos povos semitas estão os Fenícios, Hebreus, Amoritas, Cananeus, Sírios, Arameus, Árabes e Hicsos.

Surgimento e expansão do judaísmo e islamismo
A primeira religião monoteísta do mundo, a religião judaica[carece de fontes], surgiu entre os hebreus antigos sendo Abraão considerado o primeiro judeu[carece de fontes] e depois com Moisés o judaísmo foi formalizado[carece de fontes].

 Após a morte de Moisés, sob a direção de Deus [carece de fontes], Josué lidera os judeus a se estabelecerem na terra onde hoje é Israel[carece de fontes]. Depois os hebreus sofreram diversas invasões e a religião se tornou o principal elo entre eles[carece de fontes].

 No século I da era cristã,
 os judeus acabaram sendo dispersos pelos romanos,
 dando origem à diáspora judaica.

Os judeus, depois da diáspora no século I, acabaram formando grandes grupos localizados em diversas regiões do mundo, passando por diferentes contatos culturais. Os grupos que ficaram na Ásia mantiveram melhor suas características originais. Os europeus se subdividiram ainda em dois subgrupos: sefarditas e asquenazitas. Os asquenazitas foram para países da Europa central e para países eslavos na Europa oriental. Os sefarditas migraram para a Espanha (Sefarad é o nome da Espanha em hebraico). Os sefarditas ainda sofreram outra dispersão em 1492 se estabelecendo então em países do norte da África, da Itália e da Europa Central.

Porém, a grande expansão semita ocorreu com o outro tronco cultural da família: o dos árabes, logo após a fundação do islamismo no século VII. Os povos árabes pré-islâmicos tiveram grande assimilação religiosa graças aos longos contatos com o judaísmo e com o cristianismo. Portanto, a propagação da religião muçulmana aconteceu de forma rápida, e o islamismo de Maomé uniu diversos povos que se lançaram a conquista do mundo, indo da Espanha até o oceano Pacífico.

No entanto, o vasto império se subdividiu em muitos estados. Em consequência dos ataques sofridos pelos cristãos, no Ocidente, e pelos turcos, no Oriente, os árabes acabaram sendo submetidos a diversos poderes. Apesar disso, outros povos ainda foram convertidos ao islã, como os próprios turcos e os persas.

Povos semitas na atualidade
O século XX foi marcado por diversos acontecimentos envolvendo dois povos semitas remanescentes: os árabes e os hebreus.
Com o fim da Primeira Guerra e o desmoronamento do Império Otomano, as regiões da Síria e do Líbano ficaram sob o domínio da França. As outras áreas, inclusive a Palestina, passaram para as mãos da Grã-Bretanha. O colonialismo da França e da Grã-Bretanha provocou fortes reações entre os árabes. Foi nesse contexto que surgiu no Egito a Irmandade Muçulmana, berço do fundamentalismo islâmico. A Síria só ganhou de fato seu reconhecimento em 17 de abril de 1946. O Líbano, em 22 de novembro de 1943. À Inglaterra coube a Palestina (incluídos os territórios da atual Jordânia e de Israel), a Mesopotâmia (Iraque de hoje) e a Península Arábica, que é composta por Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Omã e Iêmen. França e Grã-Bretanha liberaram suas colônias, mas continuam a manobrar suas políticas externas. Seus governantes, a maioria reis, obtiveram assim áreas extremamente ricas em petróleo e ganharam meios econômicos para se desenvolver. No mesmo período, em 1948, começa a fase de criação do estado de Israel em território Palestino. Começa então a divergência entre árabes e judeus. Desde então, aquela região é abalada por diversas guerras e se mantém num estado de permanente conflito.

Atualmente, as principais regiões de cultura árabe compreendem desde toda África Saariana até o Oriente Médio e regiões isoladas no Irã.
Além do estado de Israel, ainda existem muitas colônias judaicas, sendo as mais importantes nos Estados Unidos, na Rússia e nos demais países da Europa Oriental, no Reino Unido e na França.
Outras vertentes semitas são as dos amáricos e oromos localizada na Etiópia e na Eritreia e as dos arameus e assírios no Líbano e norte do Iraque.


Antissemitismo é o preconceito ou hostilidade contra judeus baseada em ódio contra seu histórico étnico, cultural e/ou religioso. Em sua forma mais extrema, "atribui aos judeus uma posição excepcional entre todas as outras civilizações, difamando-os como um grupo inferior e negando que eles sejam parte da(s) nação(ões) em que residem".[1] A pessoa que defende este ponto de vista é chamada de "antissemita".

O antissemitismo é manifestado de diversas formas, indo de expressões individuais de ódio e discriminação contra indivíduos judeus a violentos ataques organizados, políticas públicas ou ataques militares contra comunidades judaicas. Entre os casos extremos de perseguição estão a Primeira Cruzada de 1096, a expulsão da Inglaterra em 1290, a Inquisição Espanhola, a expulsão da Espanha em 1492, a expulsão de Portugal em 1497, diversos pogroms, o Caso Dreyfus e, provavelmente o mais infame, o Holocausto perpretado pela Alemanha Nazista.

Embora a etimologia possa sugerir que o antissemitismo é direcionado a todos os povos semitas, o termo foi criado no final do século XIX na Alemanha como uma alternativa estilisticamente científica para Judenhass ("Aversão a judeus"), sendo utilizada amplamente desde então.[2]

Etimologia e uso
Uso
Apesar do uso do prefixo anti, os termos semita e antissemita não são diretamente opostos. O antissemitismo refere-se especificamente ao preconceito contra judeus em geral, apesar do fato de existirem outros falantes de idiomas semitas (isto é, árabes, etíopes ou assírios) e de nem todos os judeus empregarem linguagem semita.[4]
O termo antissemita foi utilizado em algumas ocasiões para expressar o ódio a outros povos falantes de idiomas semitas, mas tal utilização não é amplamente aceita.[5][6]

Estudiosos defendem o uso sem hífen do termo antissemitismo para evitar provável confusão a respeito de o termo referir-se especificamente a judeus, ou a falantes de idiomas semitas como um todo.[7][8][9][10] Emil Fackenhiem, por exemplo, apoiou a utilização sem hífen para "repelir a noção de que há todo um 'Semitismo' ao qual o 'anti-Semitismo se opõe".[11]

Etimologia
Considerando a etimologia da palavra, antissemitismo significaria aversão aos semitas - segundo a Bíblia, os descendentes de Sem, filho mais velho de Noé - grupo étnico e lingüístico que compreende os hebreus, os assírios, os arameus, os fenícios e os árabes.

Mas, de fato, a palavra Antisemitismus foi cunhada, em língua alemã, no século XIX, numa altura em que a ciência racial estava na moda na Alemanha, e foi usada pela primeira vez já com o sentido de aversão aos judeus, pelo jornalista alemão Wilhelm Marr, em 1873, por soar mais "científica" do que Judenhass ("ódio aos judeus"). Há autores (como Gustavo Perednik) que preferem utilizar o termo judeofobia, significando "aversão a tudo o que é judaico".[12] e esse tem sido o uso normal da palavra desde então.[13][14]
Tanto quanto pode ser confirmado, a palavra foi impressa pela primeira vez em 1880. Nesse ano, Marr publicou "Zwanglose Antisemitische Hefte" ("Livros casuais anti-semitas") e Wilhelm Scherer usou o termo Antisemiten (antissemitas) no jornal "Neue Freie Presse" de janeiro daquele ano. A palavra relacionada, "semitismo", foi cunhada por volta de 1885.

Raízes do antissemitismo

 
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Desenho antissemita de Charles Lucien Léandre,
 reproduzindo a teoria da conspiração judaica que controla o mundo.

Muitos fatores motivaram e fomentaram o antissemitismo, incluindo fatores sociais, econômicos, nacionais, políticos, raciais e religiosos, ou combinações destes fatores.

Na Idade Média, as principais raízes do ódio contra judeus foram:
  • Religiosas, baseadas na pretensa doutrina da época da Igreja Católica de que os Judeus são coletivamente e permanentemente responsáveis pela morte de Jesus Cristo (ver Deicídio, essa visão surgiu na Idade Média e não é mais aceitável pela Igreja Católica).
  • Sócioeconômicas, devido à ação de autoridades locais, governantes, e alguns funcionários da igreja que fecharam muitas ocupações aos judeus, permitindo-lhes no entanto as atividades de coletores de impostos e emprestadores, o que sustenta as acusações de que os Judeus praticam a usura.
  • Políticas, pela prática colonialista aplicada no Oriente-Médio após a Segunda Guerra Mundial.
Um dos grandes propagadores do antissemitismo no século XX foi o regime nazista alemão. Atualmente, o ódio ao judeu freqüentemente apoia-se em ideais nazistas, ainda que o pensamento antissemita seja muito mais antigo.

Filmografia
No documentário Defamation (em português, Difamação),[15] o cineasta judeu israelense Yoav Shamir apresenta uma visão crítica acerca do antissemitismo, que tem servido como bandeira para certos grupos oriundos das comunidades judaicas dos Estados Unidos, frequentemente aliados aos interesses da extrema direita israelense. Para desfrutar de certos poderes e privilégios ou para justificar ações do Estado de Israel contra a população palestina, esses grupos precisariam manter vivo o antissemitismo, seja como um perigo real, seja como ameaça imaginária. Segundo o documentário, muitos judeus, religiosos ou não, não concordam com a manipulação do sofrimento de seus antepassados em benefício desses grupos de influência. [16]

História do antissemitismo












A história do antissemitismo, isto é, das ações hostis ou discriminatórias contra os judeus - tanto como grupo religioso quanto étnico - remonta a muitos séculos no passado. O anti-semitismo já foi chamado de "o mais duradouro dos ódios."[1]  
 
 Antigüidade
Registraram-se diversos exemplos de antipatia em relação aos judeus e ao judaísmo durante a Antigüidade. Os soberanos gregos que dominaram a Judéia, por exemplo, dessecraram religiosas judaicas, como a circuncisão, a observância do Shabbath e o estudo dos livros religiosos judaicos. Durante o século III a.C. registraram-se diversos tumultos antijudaicos em Alexandria, no Egito, e o filósofo Fílon descreveu um ataque a judeus, na mesma cidade, na qual milhares teriam morrido. Diversas declarações exibindo preconceitos contra judeus e sua religião podem ser encontradas nas obras de muitos escritores pagãos gregos e romanos.[2]

Primeiras animosidades contra os judeus

As primeiras ocorrências de anti-semitismo ainda são motivos de discussões entre os estudiosos. Diversos escritores se utilizam de definições diferentes de anti-semitismo. Os termos "anti-semitismo religioso" e "antijudaísmo" foram utilizados para se referir à animosidade direcionada contra o judaísmo como religião, em vez de dirigida contra os judeus como povo ou grupo étnico.

Alguns estudiosos mantém o ponto de vista de que o anti-semitismo teria sido difundido pela primeira vez pelos gregos, ao espalharem os preconceitos dos egípcios, que já eram evidenciados pelos escritos antijudaicos do sacerdote Maneto[3] Já na Antigüidade registrou-se a hostilidade comumente encontrada pelos judeus na diáspora,[4] e o filósofo judeo-helênico Fílon descreveu em sua obra Flaccus um ataque aos judeus de sua cidade, Alexandria, em 38 d.C., no qual milhares de judeus foram mortos,[5] possivelmente instigado pelas descrições dos judeus como misantropos.[6] Esta animosidade específica contra os judeus, no entanto, deve ser diferenciada do preconceito que os gregos já mantinham contra os grupos e povos que eles consideravam 'bárbaros' - entre os quais os judeus.[7]

Alguns dos primeiros exemplos de sentimentos antijudaicos remontam à Alexandria do século III a.C..[8] Hecateu de Abdera, historiador grego, referindo-se aos judeus, escreveu que Moisés, "em memória do exílio de seu povo, lhes instituiu um estilo de vida misantrópico e inospitaleiro." Segundo Maneto, sacerdote e historiador egípcio, os judeus seriam leprosos egípcios que haviam sido expulsos, e que haviam sido instruídos por Moisés a "não adorar os deuses". Os mesmos temas aparecem nas obras de Querêmon, Lisímaco, Posidônio, Apolônio Mólon, e até mesmo em Apião e Tácito.

[8]Agatárquides de Cnido escreveu sobre as "práticas ridículas" dos judeus e do "absurdo de sua Lei", fazendo uma referência zombatória a como Ptolomeu Lago pôde invadir Jerusalém em 320 a.C. porque seus habitantes estariam observado o sabá.[8]

Império Romano

As relações entre os judeus e o Império Romano, que ocupava sua terra, foram inicialmente antagonísticas, e resultaram em diversas rebeliões e revoltas. De acordo com Suetônio, o imperador Tibério expulsou de Roma os judeus que haviam emigrado para a cidade. O historiador inglês do século XVIII, Edward Gibbon identificou um período mais tolerante, que se iniciou ao redor de 160 d.C..

Já se estimou que os judeus correspondiam a cerca de 10% da população total do império; a partir desta cifra, calculou-se que se fatores como os pogroms e as conversões não tivessem ocorrido, existiriam 200 milhões de judeus no mundo atualmente, no lugar dos atuais 13.[9][10]

Quando o reino judaico foi absorvido pelo Império Romano, as relações entre o povo judeu e os soberanos romanos passaram a ser cada vez mais problemáticas, e eventos como as guerras travadas na Judéia ajudaram a gerar uma visão cada vez mais negativa dos judeus, tanto entre os imperadores como entre o próprio público romano.

Em 19 d.C. o imperador Tibério expulsou de Roma os judeus estabelecidos na cidade. Suetônio conta que Tibério "suprimiu todas as religiões estrangeiras… Distribuiu os jovens judeus, sob o pretexto de servirem ao exército, por todas as províncias notórias pelo seus climas pouco saudáveis; e expulsou da cidade o resto dos integrantes daquela nação, bem como aqueles que eram prosélitos, sob pena de escravidão vitalícia, se se recusassem a obedecer as ordens."[11] Flávio Josefo, em suas Antigüidades Judaicas,[12] também nota que Tibério "ordenou que todos os judeus fossem banidos de Roma", levando "quatro mil homens consigo, que enviou à ilha da Sardenha; e puniu um grande número deles, que haviam se recusado a tornar-se soldados sob o pretexto de seguir as leis de seus antepassados.

 Assim os judeus foram expulsos da cidade …" Dião Cássio também escreveu, sobre Tibério: "À medida que os judeus começaram a migrar para Roma em grandes números, e converteram muitos dos nativos aos seus costumes, ele baniu a maior parte deles."[13] 

 Foram feitas algumas tentativas de compreensão da animosidade de Tibério em relação aos judeus; sem entrar em maiores detalhes, Fílon de Alexandria relata que o liberto Sejano, homem de confiança de Tibério, era um dos principais inimigos dos judeus.[14] 

 Como esta passagem foi escrita depois da morte de Tibério, e Fílon não teve qualquer pudor em criticar postumamente o sucessor de Tibério, Calígula, fica ainda mais evidente o papel que Sejano pode ter tido nestas perseguições.

Gibbon divide a atitude dos romanos em relação aos judeus em dois períodos; o primeiro, do reinado de Nero (37 a 68 d.C.) ao de Antonino Pio (86 a 161), ele chama de "Espírito rebelde dos judeus":
[…] os judeus descobriram a feroz impaciência do domínio de Roma, que repetidamente eclodiu nos mais furiosos massacres e insurreições.[15]
A este seguiu-se o período da "Tolerância da religião judaica":
[…] o tratamento gentil mitigou o temperamento severo dos judeus. Despertos de seu sonho de profecia e conquistas, assumiram o comportamento de súditos pacíficos e industriosos.[16]
Durante a Revolta de Bar Kokhba, no século II, os soldados romanos assassinaram muitos judeus. Alguns autores argumentaram que a política romana prefigurou o anti-semitismo europeu,[17] citando como exemplo o fato de que Roma recusou-se a conceder permissão para que o Templo de Jerusalém fosse reconstruído, após sua destruição em 70 d.C., ocorrido durante a repressão de uma das muitas revoltas judaicas, além das taxas que foram impostas ostensivamente aos judeus no mesmo período, para financiar a construção do templo de Júpiter Capitolino e da alteração do nome da Judéia para Syria Palaestina

Outros estudiosos, no entanto, argumentam que Roma suprimiu revoltas em todos os territórios que conquistou, que a expulsão decretada por Tibério foi de "todas as religiões estrangeiras", e que Roma não teve como alvo único os judeus. 

Não só os judeus não foram eliminados pelos romanos, como judeus na diáspora recebiam privilégios que não eram concedidos a outros grupos dentro do imperio: ao contrário dos cristãos do mesmo período, por exemplo, tinham o direito de manter seus costumes e sua religião, em vez de serem obrigados a se acomodar aos costumes e religião ditados pelas cidades nas quais residiam.

 Em 70 d.C. ainda existem exemplos de algumas cidades enviando petições recusadas pelo imperador, solicitando que os privilégios judaicos fossem rescindidos; embora Adriano tenha banido a circuncisão juntamente com a castração, considerando-as como formas de mutilação aplicadas normalmente a um indivíduo sem o seu consentimento. Após protestos, os judeus acabaram por ser isentos desta lei..[18]

Novo Testamento e cristianismo arcaico

Embora a maior parte do Novo Testamento tenha sido escrito por judeus que se tornaram seguidores de Jesus, existem diversas passagens do livro que foram interpretadas como anti-semitas, ou que foram utilizadas para propósitos anti-semitas:
  • Jesus diz, ao falar com um grupo de fariseus: "Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não entra em vós. Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai. Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fósseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. (…) Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. Mas, porque vos digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes? Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus." (Evangelho segundo João 8:37-39, 44-47)
  • Santo Estevão, ao falar diante do conselho de uma sinagoga, pouco antes de sua execução: "Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes." (Atos dos Apóstolos 7:51-53)
  • "Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo." (Apocalipse 3:9)
Alguns estudiosos bíblicos apontaram que tanto Jesus como Estevão são mostrados como judeus falando a outros judeus, e que seu uso de acusações genéricas contra Israel é emprestada de profetas judaicos anteriores, como Moisés (por exemplo, Deuteronômio, 9:13-14; 31:27-29; 32:5; 20-21; Livro dos Reis, 17:13-14; Isaías, 1:4; Oséias, 1:9, 10:9). Jesus também chama seu próprio discípulo Pedro de 'Satã' (Evangelho segundo Marcos, 8:33). 

Outros acadêmicos afirmam que versos como estes refletem as tensões judaico-cristãs que estavam surgindo no final do século I e início do século II, que se originaram no período posterior à morte de Jesus.

 Atualmente praticamente todas as denominações cristãs retiram a ênfase em versos como estes ou interpretam-no de maneiras que rejeitem o uso que lhes foi feito por anti-semitas.

O Êxodo

"Partida dos israelitas", de David Roberts, 1829.
 
O Êxodo (grego bíblico: ἔξοδος; hebraico: יציאת מצרים, transl. Yetsi'at Mitzrayim, AFI[jəsʕijaθ misʕɾajim], Y'ṣiʾath Miṣrayim, lit. "a saída do Egito") é a história da saída dos israelitas do Antigo Egito, tal como descrita na Bíblia hebraica. Stricto sensu, refere-se apenas à fuga dos israelitas do Egito tal como descrita no Livro do Êxodo; lato sensu, pode abranger também as posteriores legislações e andanças pelos desertos que separam o Egito de Canaã, descritas nos livros do Levítico, Números e o Deuteronômio.

A narrativa existente é um produto do final do período exílico ou pós-exílico (séculos VI a V a.C.), porém o centro da narrativa é mais antigo, refletido principalmente nos documentos deuteronomistas dos séculos VIII e VII a.C.[1] Uma minoria de acadêmicos acredita que a narrativa da Idade do Ferro tem fontes ainda mais antigas, que podem ser traçadas a uma tradição genuína do colapso da Idade do Bronze, no século XIII a.C.[2] 

 O Livro do Êxodo conta como Moisés liderou os israelitas em sua fuga do Egito, através da região desértica do Monte Sinai, onde Deus revelou-se a lhes ofereceu uma Aliança: eles deveriam seguir sua torah ("lei", "instrução") e em troca ele seria seu Deus e lhes daria a terra de Canaã. O Livro do Levítico registra as leis de Deus.

 O Livro dos Números conta como os israelitas, liderados agora por seu Deus, viajaram do Sinai até Canaã, porém quando seus espiões relataram que aquela terra era povoada por gigantes eles se recusaram a seguir adiante. Deus então condenou-os a permanecer no deserto até que a geração que abandonou o Egito tivesse perecido. Depois de trinta e oito anos no oásis de Kadesh Barnea, a geração seguinte viajou até as fronteiras de Canaã. O Livro do Deuteronômio narra como, já diante da Terra Prometida, Moisés recordou suas viagens e lhes deu novas leis. Sua morte (o último evento registrado na Torá) conclui os quarenta anos do êxodo do Egito.

Origens da história

Embora a história narrada nos livros do Êxodo, Números e Deuteronômio seja o relato mais conhecido do Êxodo, existem mais de 150 referências ao evento espalhadas por toda a Bíblia, o único trecho significativo de texto que não o menciona são os livros sapienciais.[3] As primeiras menções foram feitas pelos profetas Amós (possivelmente) e Oséas (seguramente), ambos em atividade no Reino de Israel durante o século VIII; em comparação, Proto-Isaías e Miquéas, ambos em atividade em Judá no mesmo período, nunca o mencionam; parece portanto razoável concluir que a tradição do Êxodo era importante no reino do norte, no século VIII, porém não em seu vizinho do sul.[4] 

 Em trabalho recente, o acadêmico Stephen C. Russell traçou a tradição profética do século VIII a três variantes originalmente separadas: no reino israelita, no norte do território habitado pelos judeus, na Transjordânia, e no reino de Judá, ao sul. Russell propôs diferentes cenários históricos hipotéticos para cada tradição: a tradição de Israel, que envolve uma viagem do Egito à região de Betel, segundo ele sugeriria uma memória de pastores que podiam se deslocar para o Egito e de volta, em tempos de crise; para a tradição transjordaniana, que tinha como foco a fuga do Egito sem uma longa viagem, ele sugere uma memória de um abandono do domínio egípcio na região no fim da Idade do Bronze; e para Judá, no qual a tradição ficou preservada na 

 ele sugere a comemoração de uma vitória militar
 sobre o Egito, embora seja impossível saber
 até o momento qual seria esta vitória.[5]

Canção do Mar

"Canção do Mar" é uma canção portuguesa 
da autoria de Frederico de Brito e Ferrer Trindade. 
Foi cantada por Amália Rodrigues em 1955,
 no filme Os Amantes do Tejo sob o nome de "Solidão".

Versões

Em 1987, Anamar lança o álbum "Almanave", onde incluiu uma nova versão de "Canção do Mar". Este álbum chegou a disco de prata.[1] Dulce Pontes (*) gravou uma versão da música no seu álbum Lágrimas, de 1993, tornando-se a mais conhecida versão, sendo incluída nas bandas sonoras dos filmes americanos "A Raiz do Medo" (título inglês - "Primal Fear"),[2] no qual Richard Gere (que quis pessoalmente que esta música fosse incluída) contracena com Edward Norton e "Atlantis: O Continente Perdido" (título inglês - "Atlantis: The Lost Empire"), da Disney.

Outras artistas internacionais também se renderam a esta música, cantando as suas próprias versões em outras línguas, tal como: Hélène Segara ("Elle, tu l'aimes", 2000, com o videoclipe filmado no Alentejo e com Ricardo Pereira), Chenoa ("Oye, Mar", 2002) e Sarah Brightman ("Harem", 2003).

No Brasil, a Canção do Mar foi gravada inicialmente por Agostinho dos Santos em 1956, pelo selo Polydor, e, no ano seguinte, foi gravada por Almir Ribeiro, pelo selo Copacabana. Também foi usada como tema de abertura de uma adaptação do romance As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Dinis, em telenovela. Interpretado por Dulce Pontes, este tema tornou-se um dos maiores êxitos da canção portuguesa de sempre (paradoxalmente nesta versão da "Canção do Mar" ouvem-se muito bem influências árabes), sendo provavelmente a canção portuguesa mais conhecida fora de Portugal, interpretada até hoje pelo mundo fora por vários artistas.
Anti-semitismo na Europa hoje
 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002007000300005
RESUMO
O termo "anti-semitismo" é utilizado nas manifestações de hostilidade contra os judeus desde a Antiguidade. No entanto, como fenômeno histórico, o anti-semitismo é parte integrante das dinâmicas socioculturais e políticas de cada sociedade. Este artigo enfoca particularmente as especificidades que ele assume hoje na Europa Ocidental.


CONCLUSÕES: REPENSANDO O MULTICULTURALISMO
A combinação peculiar da retórica anti-sionista em circulação no Oriente Médio com o repertório típico de imagens e símbolos do anti-semitismo moderno europeu encontra hoje na Europa um espaço propício de reprodução naqueles setores duplamente condicionados pela identificação que mantêm com as versões mais radicais da causa palestina e pela experiência de exclusão e forte sentimento de injustiça social nas sociedades européias.

A escalada do anti-semitismo na Europa apresenta um sério desafio às expectativas mais otimistas de uma vida pública baseada em "comunidades" e de sua capacidade de promover o bem-estar comum. Com o fim da Guerra Fria e dos regimes autoritários do bloco soviético, a retórica política no Ocidente, centrada no ideário da democracia liberal, de liberdade e direitos individuais, passou a ser percebida como ultrapassada e pouco atraente para mobilizar a participação dos cidadãos na política. Em contrapartida, as "comunidades" com suas práticas e crenças foram redescobertas na sua capacidade de oferecer uma visão mais substantiva do self, tornar a política mais rica e promover um significativo avanço do bem comum47.

Os regimes liberais, por não reconhecerem o que se encontrava fora de sua jurisdição, foram desafiados pela chamada "política das identidades", ou seja, desafiados pelas atividades de grupos e movimentos sociais que reivindicam a representação dos interesses de setores particulares da sociedade. Tais grupos compartilhariam uma experiência comum, real ou percebida, de injustiça social com relação à sociedade mais ampla da qual participam.
A "política da identidade" significa mais que o reconhecimento de identidades desfavorecidas pelos estereótipos e preconceitos dominantes. Implica levar a auto-identificação religiosa, cultural ou étnica para o centro da vida política e institucional.

 O espaço público, assim redefinido,
 seria, então, o locus da co-habitação das diferenças
 e suas correspondentes narrativas.
 Os seus defensores, em geral, só concebem como hipótese negativa desse modelo a emergência de uma indiferença relativista entre as culturas, de modo que a hipótese de conflito entre "comunidades" em um contexto multicultural é em geral ignorada. Todavia, as "culturas", "etnicidades" e "religiões" não são necessariamente virtuosas e, muito freqüentemente, são apropriadas por lideranças políticas e religiosas que constroem identificações imaginárias, segundo as quais aos indivíduos são designadas categorias fixas e presumivelmente autênticas de pertencimento. Inversamente, a identidade coletiva, como classe de pertencimento, passaria a ser a única a plasmar a qualidade de um verdadeiro indivíduo, isto é, um ser único, singular e indivisível48.

Esse jogo de identidades produz, desse modo, a indiferenciação dos indivíduos: cada ação pessoal é percebida como expressão de uma coletividade. Especificamente, no caso de que estamos tratando, essa construção supõe que ações condenáveis do governo de Israel sejam responsabilidade da entidade "povo judeu", ou que uma charge de um humorista dinamarquês, percebida como ofensiva, incrimina o "Ocidente", que, por sua vez, é simbolizado pelos "judeus".

 Na mesma chave de interpretação, um ato terrorista é considerado culpa do "islã", ou um ato de agressão de um jovem descendente de imigrantes é um crime cometido por "árabes". Assim, sucessivamente, pessoas são categorizadas em termos da suposta tradição, religião ou cultura que herdaram da sua comunidade de origem.

Klug49, através de um experimento teórico, nos convida para uma reflexão a respeito das vivências imaginárias de um certo rabino idoso que fora retirado do ônibus 73 em Londres pela motorista Mary. Na calçada, o rabino Cohen reflete se foi vítima de anti-semitismo. Em outras palavras, será que ele experimentou a hostilidade básica que se manifesta contra o judeu como o "judeu"? 

E se o rabino Cohen estivesse fumando no ônibus? Mesmo que a longa barba e o solidéu obviamente o identificassem como judeu, talvez Mary simplesmente o tivesse colocado para fora do ônibus porque ele estava fumando no interior do veículo. Dessa maneira, Mary não lhe teria dispensado um tratamento diferente ao dado a Jane Smith ou a Bhupinda Singh, também retirados do ônibus naquele mesmo dia. 

Se é assim, a decisão decorreu do fato de ele ser fumante, e não de ser judeu. E se Mary tivesse retirado o rabino do ônibus por ele cantar uma música religiosa, profundamente importante para ele como judeu, no máximo da sua voz?

 Será que ela o teria expulsado porque ele cantava ou porque cantava uma música judaica?

 Teria sido porque cantava como judeu ou porque cantava alto? Foi ele retirado do ônibus por ser judeu ou por ser barulhento?

 E se Mary foi, de fato, preconceituosa e intolerante na sua atitude com o rabino Cohen? Ela conhece esse tipo de pessoa e decidiu pô-lo ostensivamente para fora do ônibus não porque estava cantando, mas porque, na verdade, ele é um estrangeiro criador de caso que, para começo de conversa, nem deveria estar ali. Basta olhar para o rabino Cohen, com sua aparência oriental, sua longa barba e seu boné esquisito, para confirmar a Mary exatamente o que ele é: um desses mullahs.

 "Cai fora, Abdul", grita ela enquanto o empurra para a calçada, onde o rabino Cohen reflete, filosoficamente, se não teria sido uma vítima da islamofobia!
Islamofobia, racismo, xenofobia e anti-semitismo guardam a mesma estrutura elementar de classificação, apesar dos diferentes temas selecionados pelos seus respectivos discursos. Nela, as individualidades são dissolvidas em nome do conforto que a divisão totalitária entre o "nós" e o "eles" confere aos habitantes de sociedades em constante mudança. Nesse sentido, a forte demanda por reconhecimento das identidades como meio para a promoção do bem comum não é evidente. 

E é sobre esse novo paradigma
 de organização política que a Europa Ocidental 
se debate atualmente.

Recebido para publicação em 30 de março de 2007.




 * - Maravilhosa interpretação com Dulce Pontes - o YouTube a tem. connfira sua beleza!

 Li-Sol-30
 Fontes:
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
  http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002007000300005
josespa1· 151 vídeos
Enviado em 08/03/2011-Licença padrão do YouTube

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