A RELAÇÃO ENTRE O HUMANO E O DIVINO EM BLAISE PASCAL
RESUMO
Este artigo investiga a relevância do pensamento de Blaise Pascal (1623-1662), em especial ao seu conceito de superação do humano mediante a negação do mesmo, para o mundo pós-moderno. Traçando um paralelo entre a idéia de progresso de seu tempo e o conceito cristão de depravação da natureza humana pelo pecado, apresentou-se as implicações práticas do pensamento pascaliano para o mundo globalizado, que fomenta o abandono da religião e é otimista para com o saber científico.
INTRODUÇÃO
Em tempos de globalização, de relativismo moral e ético, de desconstrução e incertezas, o que tem a contribuir para uma maior harmonia social o pensamento de Blaise Pascal?
A explanação da filosofia pascaliana como fonte de águas límpidas que embelezam um vale de escombros é o propósito deste artigo. Havendo uma correria exacerbada nos dias de hoje, um consumismo compulsivo, uma relação inóspita para com as tradições e uma posição obtusa para com os temas mais importantes do passado, quando se pensa em harmonia social, como a fé, a razão e moral, torna-se evidente que voltar os olhos para o pensamento de um homem que afirma ser necessária a superação do humano pela sua negação, como o fez Pascal, é um ato de singular sabedoria. Tal lucidez é o que se buscará a seguir.
1. Pascal: fé e ciência
Pascal, indubitavelmente, é um filósofo de leitura imprescindível para aquele que almeja conhecimento a respeito da tradição filosófica. Não somente filosofia é o que se encontrará, entretanto, neste autor francês. Antes, profunda sabedoria que permeia o campo das ciências exatas e, ainda, das ciências sociais.
Nascido em Clermont-Ferrand e morto em Paris, possuindo, portanto, nacionalidade francesa, como foi dito acima, Pascal enveredou pelo caminho das ciências filosófica e exata, por buscar fundamentos no raciocínio lógico e no experimentalismo, sem, contudo, deixar ausente a defesa da emoção que, para ele, não confundia, senão clareava o conhecimento, pondo-o verdadeiramente diante dos olhos.
A união entre ciência e emoção, entre razão e fé, se dá, no escritor que aqui é alvo de investigação, evidencialmente a partir do seu relacionamento com o Jansenismo, doutrina fundada pelo bispo católico Cornelius Jansen (1585-1638), que buscava purificar o catolicismo romano da pomposidade racionalista que o cercara, proporcionando uma volta às origens da Igreja dos primeiros séculos:
Nesta altura, o século XVII já trouxera as três grandes condições preliminares para a elaboração da idéia de progresso. A primeira era a libertação do jugo da autoridade, tema bastante explorado por Bacon e Descartes, mas também Pascal (embora este faça estritamente no domínio da ciência). A segunda era o reconhecimento do valor da vida mundana, colocando a felicidade e o bem-estar humanos como bens em si. Neste aspecto, Pascal se distancia de Bacon, colocando a salvação espiritual como o único objetivo da passagem pela existência (OLIVA, 2004, p.278)
Aderindo ao Jansenismo, cuja doutrina se respaldava em Santo Agostinho de Hipona (354-430 D. C.), Pascal não apenas se tornou um homem singularmente religioso, porém, de igual proporção, ganhou uma singularidade política, posto que a doutrina janseniana buscava uma reforma no âmago da Igreja Católica e esta, por sua vez, implicaria em uma reforma de valores no seio das sociedades primordialmente católicas. Somado a isto, o pensamento pascaliano inovou ao propor uma renovação imediata, não somente secundária, das ciências modernas:
Cornélio Jansens (1585-1638), professor de teologia em Lovaina, depois bispo de Ypres. Convencido que a doutrina de muitos escolásticos de renome se distanciava daquela de Agostinho sobre pontos capitais como a graça e o livre-arbítrio, tentou desenvolver a fundo as idéias de Santo Agostinho. Desse empenho surgiu a obra Augustinus, na qual trabalhava ainda à véspera de sua morte. Os dados fundamentais de sua doutrina podem ser pontuados nestes termos: a natureza humana, depois do pecado original, ficou inteiramente despojada da graça, por esta razão, era-lhe impossível observar todos os mandamentos divinos; o pecado original tirou a liberdade de querer e tornou o homem incapaz de qualquer bem, inclinando-o, necessariamente, ao mal; Cristo ofereceu aos homens a graça da salvação, mas não morreu por todos, e, sim, só para uns poucos eleitos; a predestinação é, pois, gratuita e precede a qualquer ato de nossa vontade; o verdadeiro bem vem, portanto, da graça eficaz que Deus concede aos predestinados. E mais: à total corrupção da natureza humana, opõe a irresistibilidade da graça de Deus. Destas afirmações deriva a negação de uma vontade salvífica, operante e universal de Deus. (AGOSTINHO, 2002, pp. 146, 147)
Percorrendo um horizonte longo e estreito, o autor francês trouxe para os seus contemporâneos e às gerações posteriores um legado de dor e superação, de tristeza e júbilo, de fraqueza e força. Um homem vencido pelo poder do invisível, de Deus. O antropocentrismo tem que ser vencido segundo Pascal. A luxúria e o poder outorgados por seres criados são sinais visíveis de corrupção. É, na verdade, no interior, no espiritual, onde estão as maiores riquezas.
2. A influência de Santo Agostinho
Santo Agostinho foi um bispo católico que viveu entre os séculos IV e V da era cristã. Dentre os inúmeros títulos que podem ser dados a este incansável escritor, pode-se destacar o de “Doutor da Graça”, por sua defesa incansável da glória e soberania de Deus, como mesmo dizia, diante da doutrina de Pelágio (350 -423), monge Católico que afirma que o homem podia alcançar a salvação mediante as obras.
A luta contra esta postura materialista de Pelágio e seus seguidores fizeram-no sustentar a doutrina na qual Deus, que está infinitamente acima da humanidade, predestina alguns para a salvação. Isto implica que a salvação da alma e tudo o mais que condicione a vontade humana para o bem vem de Deus. É o espiritual e não o material o que tem que ser exaltado:
Vários trechos de Pascal indicam a possibilidade de incorporar à sua doutrina a concepção agostiniana de verdade. [...] Como a verdade está nas coisas e não no discurso ou nas idéias, a abordagem metodológica tem de ser repensada. Mas do que pensar corretamente, a questão é: o que pensar? E a resposta só pode ser: pensar a verdade. [...] É do interior das questões teológicas que todos os assuntos devem ser tratados. Do contrário, o homem de ciência não chegará à verdadeira profundidade de seu objeto e, na busca obstinada da verdade, acabará se tornando indiferente à Verdade (OLIVA, 2004, pp. 42, 43)
Esta doutrina influenciou a luta do Jansenismo pelo renascimento da espiritualidade Católica. A conseqüência desta postura era a negação do poder despótico da hierarquia episcopal. Não que negasse a autoridade reivindicada pela Igreja, o que Agostinho também não negou, senão buscasse uma renovação do sentido da mesma. Para tanto, fazia-se preciso uma volta à glorificação do Deus soberano, a um aprofundamento no mundo espiritual:
Em Port-Royal, sob a influência de S. Agostinho e S. Bernardo, reinava a interpretação espiritual, como mostra o próprio título da Bíblia traduzida por Lemaistre de Sacy, cujos trabalhos começaram em 1657 e a publicação só terminou em 1708. [...] O predomínio da espititualidade, porém, não impedia que houvesse certa desconfiança da alegoria (por medo de ‘novidades’ teológicas e doutrinais) simultaneamente ao extenso emprego da figura. A fórmula de Jansenius (‘O Antigo Testamento é uma grande comédia que não vale por si, mas por aquilo que prefigura’) resume bem a maneira como a teologia jansenista via a exegese bíblica (OLIVA, 2004, pp. 95,96)
O sentido político desta luta era o da manutenção da ordem social, posto que negava a prática da usura, isto é, do consumismo exarcerbado. O ter aquilo que de fato era importante para a sobrevivência e realização material e priorizar o sustentáculo da existência humana, a saber, a família, a religião, o trabalho, entre outros, condicionava a peregrinação pascaliana e de seus companheiros rumo à cidade ideal.
3. A militância jansenista
O isolamento postulado pelos jansenistas, antes de sinalizarem uma conduta essencialmente ascética, advinha de um princípio político, a saber, a abstinência súbita das práticas cotidianas contaminadas pela maldade humana. Seria este ato, típico do monaquismo, igual ao dos monges existentes ao longo dos séculos de cristianismo? Pascal, aderindo a esta prática, mostra que a filosofia do grupo a que pertencia ditava uma ruptura tanto com o controle episcopal despótico, um forte poder católico, quanto com o monaquismo clássico, se assim se pode chamá-lo, visto que era premente aos jansenistas a doutrina da glorificação da graça de Deus em detrimento dos méritos dos homens:
A conversão verdadeira consiste em aniquilar-se diante desse ser universal que tantas vezes tem sido irritado e que pode perder-vos legitimamente a todo momento; em reconhecer que não se pode se mereceu dele, senão a perda de sua graça. Consiste em conhecer que há uma oposição invencível entre Deus e nós, e que, sem um mediador, não pode haver comércio (PASCAL, 1979, p. 153)
Muito embora seja semelhante à doutrina de Santo Agostinho e nele tenha se inspirado, a doutrina de Jansênio conseguiu, valendo-se do contexto do século XVII e das assertivas contundentes dos seus seguidores, adquirir uma singularidade. Haja vista que o jansenismo visava, no seu tempo, o não envolvimento com as corrupções existentes no mundo, tanto no âmbito político quanto religioso, o protesto e a humildade, sintetizando a renovação da piedade cristã antiga, que, segundo criam, glorificava a Deus
A verdadeira e única virtude consiste, pois, em odiar a si mesmo (porquanto somos odiosos pela concupiscência) e em buscar um ser realmente amável para amá-lo. Mas, como não podemos amar o que está fora de nós, cumpre-nos amar um ser que esteja em nós, e que não seja nós, e isso é certo para todos. Ora, somente o ser universal assim é. O reino de Deus está em nós: o bem universal está em nós, somos nós mesmos e não somos nós. (PASCAL, 1979, p. 156)
Mesmo cientista, a crença e a apologia aos verdadeiros milagres, que, para Pascal, distinguia-se dos falsos, caracterizava-o. É que o filósofo francês afirmava ser pobre a natureza humana. Pobre em que sentido? A fraqueza ou impotência do ser humano diante da morte e dos mistérios da vida revelava a necessidade da existência de um ser superior, que era forte (Onipotente), conhecedor de tudo (Onisciente), e que sonda e conhece o mais fundo do coração, enfim, tudo o que existe (Onipresente). Em outras palavras, no entender do autor, é na negação do homem que se encontra a Deus
Duas coisas instruem o homem acerca de sua natureza: o instinto e a experiência. A grandeza do homem é grande na medida em que ele se conhece miserável. Uma árvore não sabe que é miserável. É, pois, ser miserável conhecer-se miserável; mas é ser grande que se é miserável. Todas essas misérias provam sua grandeza. São misérias de grande senhor, misérias de rei destronado. (PASCAL, 1979, p. 132)
A militância de Pascal no Jansenismo, pois, nada mais era do que uma crítica à natureza humana. Assim como a negação de Agostinho à doutrina de Pelágio (que privilegiava a ação humana em detrimento da soberania de Deus), Pascal e os Jansenistas mostraram que havia na Igreja Católica neopelagianos e na sociedade francesa do século XVII um antropocentrismo que negava a glória de Deus, concomitante a um materialismo que dava ao homem o mundo inteiro, porém que o privava de sua alma.
4. A crença em milagres
Pascal reivindica a necessidade da humilhação humana, se se quer contemplar o sagrado. Negando o “Deus da Geometria” cartesiano, afirma que Ele só é verdadeiramente encontrado no coração. Ora, não se podendo provar a sua existência, posto que é elevado demais para o homem alcançá-lo, deve-se, antes de classifica-lo filosoficamente, senti-lo. Sendo este o pensamento pascaliano, há um rompimento com o pensamento iluminista, que privilegia a razão em detrimento da fé, vigente em seus dias.
O milagre era a contestação da presença de Deus no mundo. Seus representantes, no caso, aqueles da Igreja Católica, são honrados pelo poder sobrenatural que atua sobre eles. Como, porém, saber se estes milagres são verdadeiros ou falsos? O filósofo francês respondia ser pelo fato de que não somente a maior quantidade, senão também a singularidade (milagrosa) da história do cristianismo, serviam de base para argumentação acerca da fé e da religião verdadeira. A igreja Católica existia mediante o Cristo que havia procedido de inúmeros milagres e profecias a seu respeito. O poder que ela possuía era grande demais para a capacidade humana, exaltava a natureza divina e humilhava a humana:
Jesus fez milagres e os apóstolos em seguida, e os primeiros santos em grande número; porque, como as profecias não estavam ainda realizadas, realizando-se por eles, nada testemunhava senão milagres. Estava predito que o Messias converteria as nações. Como se teria realizado essa profecia sem a conversão das nações? E como as nações se teriam convertido ao Messias se não vissem este último efeito das profecias que o provam? Antes, pois, de ter sido morto, ressuscitado, e de ter convertido as nações, nem tudo estava realizado; e, assim, foram necessários milagres durante todo esse tempo. Agora já não são necessários contra os judeus; pois as profecias realizadas são um milagre subsistente. [...] Regra: é preciso julgar a doutrina pelos milagres e julgar os milagres pela doutrina. Tudo isso é verdadeiro, não se contradiz, porque é preciso distinguir os tempos (PASCAL, 1979, pp. 256,260)
Não se pode, no entender do autor, haver algum progresso, seja em relação a uma pequena família cidade ou até país, quando o homem é o centro do mundo. A racionalidade, mesmo que libertadora dos erros da ignorância, de maneira alguma define a realidade. É o coração, para Pascal, que tem as razões mais profundas e são os milagres, e não o avanço científico, que sinalizam a proximidade do ser humano com Deus
Qualquer medida do movimento da graça divina na alma do cristão só pode dar-se negativamente, em relação ao afastamento do pecado: é um ‘progresso’ que não se cometa este ou aquele pecado. Mas a afirmação de um movimento positivo implicaria a possibilidade de o homem desenvolver a ação da graça dentro de si como possibilidade própria. Como se, em vez de receber sua essência continuamente de Deus, o cristão pudesse realizá-la com suas próprias forças, tendo apenas sua natureza como matéria-prima. Falando agora em termos pascalianos, isto seria fazer da ação da graça uma adulação ao amor-próprio do homem corrompido, quando na realidade a graça só eleva o homem humilhando-o. Uma pedagogia divina, portanto, se já é de certo modo problemática para qualquer corrente de Cristianismo, seria inconcebível para o Cristianismo de Pascal. (PASCAL, 1979 pp. 183-184)
Enquanto que o cientificismo e a racionalidade elevam o pesquisador há um alto grau de superioridade diante dos demais, a vaidade e o antropocentrismo afastam a humanidade do sagrado, fazendo-a achegar-se, com alardes, ao cerne dos problemas temporais, na mediada em que a distanciam dos silenciosos espaços infinitos, nos quais, como afirma Pascal, estão a quietude e o poder divinos.
Quando se quer levar a virtude até seus extremos, de um lado e de outro, surgem vícios que nela se insinuam insensivelmente, em suas rotas insensíveis, do lado do pequeno infinito; e multidões de vícios se apresentam do lado do grande infinito, de modo que a gente se perde nos vícios e não vê mais a virtude. Cai-se na armadilha da própria perfeição. (PASCAL, 1979 p. 125)
Como vencer a vaidade humana? Rebaixando-se. A confissão de pecados, o reconhecimento da limitação inata, a humildade diante do insondável, a disposição para a obediência, a reverência à verdadeira autoridade, entre outras práticas, fomentam, segundo Pascal, a real sabedoria. Desse modo, há de existir a descoberta de que, quanto maior se é, como menor se age, quanto mais alguém se humilha, será, sem que perceba, receberá exaltação genuína
5. A Glória de Deus: o pessimismo para com o homem
Pascal afirmava que o homem o homem somente poderia ser grande se considerasse a si mesmo como a menor das criaturas. Esse era o seu ideal, como um jansenista. Foi a sua militância maior. Saber que a glória de Deus está intrinsecamente relacionada com a humilhação do homem o fazia viver como um homem que, embora cientista, via no invisível a maior das conquistas:
Se há jamais um momento em que se deve fazer profissão dos dois contrários, é aquele em que se censura a omissão de um. Logo, os jesuítas e os jansenistas fazem mal em escondê-lo; os jansenistas mais, porém, porque os jesuítas fizeram melhor profissão dos dois. Duas espécies de gente igualam as coisas, como as festas aos dias de trabalho, os cristãos aos padres, todos os pecados entre si, etc. Daí concluírem uns que o que é nefasto aos padres é-o também aos cristãos; e outros, que o que não é proibido aos cristãos é permitido aos padres. (PASCAL, 1979 p. 267)
Para conquistar algo de valor não se podia apegar-se à própria força. Com esse pensamento, o filósofo francês adquiriu um modo de vida que desprezava as idéias humanísticas de sua época. Antes, via no homem o sinal para o pessimismo. Sem progresso algum, era ele escravo do pecado, um ser carregado pela vaidade, pela luxúria, pelo egoísmo, desde o ventre da mãe.
Mesmo que outrora pude-se ter feito caridade, ter buscado humildade ou refugiado-se das paixões, não podia, sem a graça de Deus, tornar-se santo, feliz, visto que toda boa ação só pode vir de Deus, enquanto que as obras humanas não são boas até quando aparentam, pois escondem algum interesse libertino no mais profundo recanto do ser:
Os jansenistas assemelham-se aos heréticos pelas reforma dos costumes; mas vós vos assemelhais a eles pelo mal. Ignorais as profecias, se não sabeis que tudo isso deve acontecer: príncipes, profetas, papas e mesmo os padres; e, no entanto, a Igreja deve subsistir. Graças a Deus, não chegamos a tanto. Desgraçados sejam esses padres, mas esperamos que Deus nos concederá a misericórdia de não sermos desses. (PASCAL, 1979, p.270)
Pascal foi um homem incomum. Munido de um pensamento refinado, lúcido, capaz de penetrar o mundo invisível da fé, tem o autor, em sua experiência como um jansenista, ou seja, um exaltador da glória de Deus em detrimento da glória humana, a síntese de sua postura paradoxal: ser profundamente crente no invisível e revelar o que de melhor pode ser utilizado no mundo visível. É preciso, pois, para este filósofo cuja experiência de vida e escrita se entrelaçam como poucas, haver a compreensão de que somente caminhará pelas ruas de ouro do porvir aquele que nessa vida seguir aquele que tendo tudo em suas mãos, negou a glória humana, e padeceu a pior dos sofrimentos.
CONCLUSÃO
O objetivo deste artigo foi o de investigar as aplicações do pensamento pascaliano, em especial a sua idéia de que o homem só vence a si mesmo negando-se, nos dias de hoje.
Sabendo que a sociedade pós-moderna tende ao pragmatismo, à usura, a vida corrida e descompromissada, é indubitavelmente preciso virar-se os olhos para a obra deste grande filósofo e fazer um paralelo entre os seus dias e os atuais, reconhecendo que se em uma época onde a idéia de progresso e superação da fé estavam nascendo, a crítica de Pascal não se fez dura, mais ainda será na relevante na pós-modernidade, visto que o pluralismo moral e o sincretismo religioso tomam o lugar da fé em um Deus único e com características definidas.
A filosofia pascaliana, enfim, ainda contém o alarido de uma grande trombeta seguido de um brado inconfundível: “A glória de Deus, o conhecimento do invisível, é a chave para se vencer o mal do simples materialismo. É sendo tomado pela boa natureza divina que a má natureza humana é vencida”.
Fonte:
CONSCIENCIA:.ORG
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