quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PLATÃO




 
Platão (428-347 a.C.)
Platão é com Aristóteles uma das referências fundamentais do pensamento ocidental. Platão, como diz François Châtelet inventou a Filosofia: "definiu o que a cultura daí em diante vai entender por Razão". Nasceu em Atenas, ou na ilha de Egina, em Maio -Junho do primeiro ano da 88ª. Olimpíada, ou seja, cerca de 428-27 a.C. Era originário de uma antiga família aristocrática ateniense, contando entre os seus antepassados, por parte da mãe o célebre legislador Sólon (c.639-559 a.C.), e do pai, o rei Codro.

O pai, Aríston deve ter morrido cedo, pois a mãe Perictíone, voltou a casar com o seu tio Pirilampo, de quem teve um filho, Antífion. O seu verdadeiro nome era Arístocles, mas devido à sua compleição física recebeu a alcunha de Platão (significa literalmente "ombros largos").

Frequentou com assiduídade os ginásios, obtendo prémios por duas vezes nos Jogos Istímicos. Começou por seguir as lições de Crátilo, discípulo de Heraclito, e as de Hermógenes, discípulo de Parménides. Em princípio, por tradição familiar deveria seguir a vida política. Contudo, a experiência do governo dos trinta tiranos que governaram Atenas por imposição de Esparta (404-403 a.C.), e da qual fazia parte dois dos seus tios Crístias e Cármides, distanciaram-no desta opção de vida, pelo menos do modo como a política era exercida.

O facto que mais o marcou foi a influência que sobre ele exerceu Sócrates, tendo-se feito seu discípulo por volta de 408, quando contava vinte anos. Nele encontrou o mestre, que veio a homenagear na sua obra, fazendo-o interlocutor principal da quase totalidade dos seus diálogos. A condenação de Sócrates (399), e a sua ação para o salvar, obrigaram-no a exilar-se nesse ano. Desiludido com o regime aristocrático, mas também com a democracia ateniense, passou a defender que as leis e os costumes dos povos deviam ser baseadas em concepções filosóficas.

Depois de 399 iniciou uma série de viagens durante cerca de doze anos, o que lhe abriu novos horizontes. Em Megara conviveu com o célebre Euclides e Terpsíon, discípulos de Sócrates. Regressou a Atenas para servir na cavalaria, como os seus irmãos. Voltou a viajar, desta vez foi ao Egipto onde teria sido iniciado nos mistérios de Isis Depois foi a Cirene onde estudou matemáticas com Teodoro, fazendo-o depois seu interlocutor no diálogo Teeteto. No sul da Grande Grécia (Itália), em Taranto, aprendeu a filosofia pitagórica através de Filolau, Arquitas e Timeu. Em Creta estudou legislação de Minos. Há quem afirme que terá estado na Judeia, onde contactou com a tradição dos profetas, e até nas margens do Ganges terá conhecido místicos hindus.

Em 388 visitou a Sicília, então governada por Dionísio, o Antigo, com o propósito de converter este tirano às suas ideias filosóficas. Não tendo êxito nesta primeira investida, regressou a Atenas, em 387, onde nos jardins de Academo, junto dum templo consagrado às Musas fundou uma escola, denominada, por este fato, Academia. Esta rapidamente se tornou no maior centro intelectual da Antiga Grécia, tendo por ela passado filósofos e políticos, como Aristóteles, Eudoxo de Cnido, Xenócrates, Fócion, Esquines, Demóstenes e outros. À entrada uma legenda proibia o acesso a todos aqueles que não soubessem geometria. A academia era um verdadeiro centro de investigação, tendo como centro aquilo que podíamos designar por uma "ciência da alma humana".

Ficou em Atenas, cerca de vinte anos, até que em 367, voltou à Sicília, com a ideia de converter o novo monarca - Dionísio, o Moço -, num filósofo-rei. Os resultados não foram brilhantes, o que não o impediu de voltar à ilha em 361, com idênticos propósitos. O resultado desta última viagem foi terrível: suspeito pelas suas ideias políticas, foi perseguido e feito escravo, sendo como tal vendido no mercado de Egina, acabando por ser comprado por um dos seus amigos.

Voltou a Atenas onde morreu em 347, numa altura que a cidade lutava contra Filipe da Macedónia, e cujo desfecho lhe foi fatal. A direcção da Academia foi inicialmente assumida pelo seu sobrinho Espeusito, por morte deste sucedeu-lhe Xenócrates. A Academia subsistiu até 529 da nossa era, quando foi mandada encerrar por Justiniano. A corrente filosófica conhecida por platonismo -originada do pensamento de Platão-, aparece constantemente na história do pensamento, influenciando não apenas filósofos, mas também artistas e cientistas até aos nossos dias.

Obras de Platão
Ao contrário das obras de Aristóteles que chegaram até nós, as de Platão foram escritas para o grande público. O conjunto das obras que lhe são atribuídas é constituido por 35 diálogos, algumas cartas, definições e 6 pequenos diálogos apócrifos: Axíoco, Da Justiça, Da Virtude, Demódoco, Sísifo, Eríxias. Os diálogos hoje considerados autênticos, reduzem-se todavia apenas a 24, sendo em geral dividos em quatro grupos, de acordo com a sua maior ou menor proximidade às ideias socráticas.

-  Diálogos de juventude, onde é nítida a influência socrática: Laques, Cármide, Eutrifrom, Hipias Menor, Apologia de Sócrates, Críton, Ion, Protágoras, Lísis;

- Diálogos dirigidos contra os sofistas: Górgias, Ménon, Eutidemo, Crítias, Teeteto;
 
  - Diálogos de maturidade, onde é desenvolvida de forma admirável a sua teoria das idéias: Fedro, Banquete, Fédon e República;

-  Diálogos onde realiza uma revisão crítica da sua filosofia: Parménides, Sofista, Político, Filebo, Timeu, e as Leis, esta obra não foi concluída.



Platão, pintado por Rafael (Escola de Atenas)
Platão -Introdução à sua Filosofia

Natureza da Alma :Na obra o Fédon, Platão expõe as suas idéias sobre a alma. A alma não se limita a ser entendida como o princípio da vida, mas é também vista como o princípio de conhecimento. A alma é uma substância independente do corpo, é eterna, unindo-se a ele de forma temporária e acidental.
As almas pertencem ao Mundo Inteligível ou Mundo das Idéias (real, imutável, eterno, etc). As idéias têm uma realidade objectiva, substancial, são o modelo ideal (arquétipos) de todas as coisas que existem no Mundo Sensível, com base nas quais as coisas foram criadas ou tendem a ser realizadas.
Os corpos pertencem ao Mundo Sensível ou Físico (mutável, ilusório, etc.). As coisas que existem neste Mundo são mais ou menos perfeitas conforme a sua semelhança com os respectivos modelos.
Mas as almas aspiram a libertar-se dos corpos e retornaram ao mundo das ideias. Só que para que isso aconteça é necessário que se libertem do ciclo reincarnações a que estão aprisionadas. Quando morre um corpo, a alma transmigra para outro, mas antes faz uma viagem pelo mundo das ideias. A viagem e a transmigração está contudo condicionada pelos actos praticados na vida anterior:
As almas dos indivíduos que tiveram uma vida virtuosa, são recompensadas de duas formas: a) na sua nova passagem pelo Mundo das Idéias tem um maior contacto com as Ideias; b) o novo corpo em que reincarnam pertence a uma pessoa com um estatuto social mais elevado que o anterior;
A união da alma com um corpo não faz desaparecer as idéias que nela existem. Pelo contrário, estas vão sendo recordadas à medida que as experiências e a educação as despertam através da educação e da experiência sensível.


Platão distingue três 3 almas ou partes de alma:

Alma Racional (razão) É a alma superior, destina-se ao conhecimento das idéias. Localiza-se na cabeça, e tem uma virtude principal, a Sabedoria.
Alma
irascível Esta alma está associada à vontade, dando ao Homem o ânimo necessário para enfrentar os problemas e os conflitos. Localiza-se no peito e tem uma virtude, a Força  
Alma concupiscente É a mais baixa de todas. É constituída pelos desejos e necessidades básicas. Está localizada no ventre, e tem como virtude, a Moderação.
Devido às 3 virtudes, se controla o corpo e a alma racional controla as outras duas, obtendo-se assim a justiça, a felicidade .

Conhecimento e Realidade
Platão elabora uma teoria segundo a qual o mundo foi criado por um arquiteto divino, o Demiurgo. Este deu forma ao Cosmos, atribuindo a cada coisa uma dada finalidade. A criação foi feita com base nas Idéias (modelos, formas) existentes no Mundo Inteligível.

O conhecimento através dos sentidos e da razão dão-nos resultados completamente diferentes, podendo no primeiro caso provocar graves ilusões.

Os dados dos sentidos apenas nos permitem conhecer cópias imperfeitas das Ideias, levando-nos a formular opiniões (doxa) contraditórias e superficiais sobre a realidade.

No entanto, a experiência sensível que nos é dada pelos sentidos é fundamental para desencadear o processo de conhecimento. O conhecimento ocorre quando nos recordamos imperfeitamente as Ideias que a alma contemplou  no Mundo Inteligível, denominando-se o processo por anamnesis (reminiscência). Trata-se do nível mais inferior do conhecimento.

O Mundo da Ideias só pode ser intuído através da razão, e implica um corte com os dados dos sentidos a que estamos aprisionados. O conhecimento da verdadeira realidade - as Idéias - passa por três níveis fundamentais:
Conhecimento sensível
Conhecimento discursivo.
Implica o conhecimento da matemática, a única ciência que possui uma natureza não corpórea. Através do estudo das formas geométricas o homem pode ascender a um conhecimento mais universal.
Conhecimento Intelectivo. Só a Filosofia permite o acesso a este nível de conhecimento, e implica uma ruptura completa com a experiência sensorial.
Através destes três níveis, a mente eleva-se do múltiplo, da aparência sensível até o Uno, Universal e Inteligível (Idéias).
O conhecimento implica sempre uma ascensão dialéctica, mediante a qual vamos subindo nas hierarquia das ideias, chegando aquelas que englobam todas as outras. No topo da pirâmide, Platão coloca a ideia de Bem, seguida de três ideias que a caracterizam: Beleza, Proporção e Verdade. Estas idéias proporcionam ao mundo ordem, medida e unidade. A compreensão destas idéias só é acessível aos Filósofos.

Principais Domínios de Investigação
Platão parte sempre do todo para as partes. Apreender a sua Filosofia é descobrir um sedutor modo de pensar em que tudo remete para tudo, e nada pode ser separado.

Teoria do Conhecimento
Recusou que se pudesse falar num conhecimento baseado no mundo sensível, pois este apenas nos pode dar opiniões mutáveis e ilusórias. Defendeu por isso que o verdadeiro conhecimento estava em ideias eternas que existiam num mundo separado das coisas sensíveis. Estas foram eram imitações, mais ou menos prefeitas das ideias. Sustentou ainda que todos os seres humanos, em graus variáveis, quando nascem já possuem muitas destas ideias. Neste sentido, conhecer ou aprender é recordar aquilo que está obscurecido na alma.

Moral
Combatendo o relativismo dos valores, defendido pelos sofistas, sustentou que o único dever do homem é procurar o Bem, que identifica com o Belo e o Uno. Para o atingir, a única via possível passa pelo desprendimento dos valores materiais e das necessidades corporais.

Política

A política é entendida como o estudo normativo dos príncípios teóricos do governo dos homens, encontrando o seu fundamento no estudo da alma humana.

Estética
A sua estética é indissociável da teoria das ideias. Como as idéias são imutáveis e eternas, se pretendemos apreciar as obras de arte devemos seguir estes príncípios, exigindo que elas se aproximem das idéias, o mesmo é dizer da perfeição. Neste sentido, Platão não pode admitir qualquer mudança ou inovação no campo artistíco. Um vez atingida a obra de arte ideal, isto é, perfeita, só resta aos artistas continuar a replicá-la eternamente.

Cosmologia
As suas ideias cosmológicas foram profundamente influenciadas pelo pitagorismo. Recusando as causas físicas para o que ocorre na natureza, sustentou que a única ciência possível estava na descoberta dos modelos eternos e perfeitos de todas as coisas. Concebeu por isso um universo hierarquizado segundo graus de perfeição: No alto estavam os astros, considerados divinos, sendo por isso eternos, imutáveis, tendo uma forma esférica que era a que mais se adequava a estes atributos. Em baixo, estava a terra, imperfeita.

  Fédon, de Platão

Considerações Gerais -Textos Provisórios

Antes de iniciar a leitura desta obra de Platão, sugiro que leia a sua biografia e algumas notas sobre a sua filosofia.Teorias Platónicas que devem ser previamente analisadas

    Teoria da idéias. 

 Platão parte do pressuposto que existem dois mundos. O primeiro é constituído por ideias eternas, invisiveis e dotadas de uma existência diferente das coisas concretas. O segundo é constituído por cópias das ideias (coisas sensíveis). Com base neste pressuposto afirmou que os sentidos estão permanentemente a enganar-nos. A verdadeira realidade não nos é dada pelos sentidos, mas só pode ser intuida através da razão, e está no mundo das ideias. Esta teoria surge em diálogos como Fédon, como um pressuposto aceite pelos vários interlocutores.

    Teoria das Ideias

    (Ideia e Cópias)


    Teoria da Participação. 

Esta teoria assenta no pressuposto que existe uma relação entre as coisas sensíveis e as ideias (eternas, belas, unas, imutáveis). As coisas sensíveis são belas porque participam da ideia de belo. Todas as coisas que existem no mundo sensível foram feitas à imagem das Ideias. Um única ideia tem uma multiplicidade de cópias-coisas. As provas desta participação, afirma Platão, podem reconhecer-se na harmonia e organização do mundo sensível.

    Teoria da Metempsicose. 

Esta teoria pressupõe a imortalidade da alma e as sucessivas reincarnações. Ao incarnar num corpo, a alma irá recordar o que outraora contemplou no mundo das ideias. Esta teoria serve de fundamento à da Reminiscência.

    Teoria da Reminiscência. 

Esta teoria pressupõe a existência de um saber inato que pode ser recordado.
 

Principais questões colocadas no Fédon

 Imortalidade da alma.
 

A questão central deste diálogo.Platão procura dar neste diálogo uma fundamentação filosófica da Psyké (princípio vital, alma) até então muito envolto em concepções mágico-religiosas (cfr.E.R.Dodds).Todas as provas que apresenta para a imortalidade da alma são apoiadas na sua teoria das ideias: a) O conhecimento como reminiscência das ideias contempladas; b) o conhecimento das ideias pela alma demonstra a semelhança desta com aquelas; c) As coisas são o que são devido à sua participação nas ideias.

Dualismo antropológico.  

O corpo é associado a um túmulo que aprisiona a alma e a impede de pensar-se a si própria e a toda a realidade. A alma só o poderá fazer separando-se das necessidades e fruições corporóreas, o que só acontecerá após a morte, na outra vida, mas para que isso aconteça é necessário que a alma esteja preparada.

Teoria do conhecimento. 

Platão começa por distinguir neste diálogo, o mundo sensível do mundo inteligível.O primeiro só nos permite um conhecimento aparente do mundo e portanto não um verdadeiro conhecimento. Os sentidos constituem verdadeiros obstáculos para a alma de atingir o verdadeiro conhecimento, o que só o poderá obter afastando-se ou libertando-se do corpo (sentidos).A fim de garantir a possibilidade do próprio conhecimento Platão sustentam que as coisas sensíveis são cópias (sombras) das ideias que a alma contemplou no mundo inteligível. Quando esta reincarna num corpo trás consigo recordações destas formas (ideias inatas), transformando deste modo toda a aprendizagem numa recordação.

Ideias Inatas.
O ciclo de reincarnações da alma fundamenta a teoria da reminiscência e a do conhecimento. Questão que emerge desta concepção: Qual o valor do conhecimento sensível e da aprendizagem ?.

Isomorfismo da Alma com o Cosmos (107d-114c). A concepção da alma em Platão, dividida em três partes (Alma Racional, Alma Irascível e Alma Concupiscente) tem um paralelismo na sua concepção de Estado (Polis), onde encontramos também três funções básicas (função económica, defensiva e legislativa), mas também na sua concepção do cosmos onde sustenta a existência de três terras (Fédon, Cap.VIII).

Política.A teoria política de Platão está intimamente relacionada com a sua teoria das ideias. Só um Estado governado por quem tem o conhecimento dos fundamentos da ordem e da justiça, pode ser ordenado e justo.


Moral.
O renascimento das almas após a morte, sob formas desiguais, fundamenta a justiça que transcende os homens e que os julga pelas escolhas que fizerem durante a vida.   


Teoria do Conhecimento

Nesta obra Platão desenvolve um conjunto de questões sobre o conhecimento com enormes repercussões na história do pensamento ocidental.

        O objecto da ciência não são as coisas sensíveis, mas as ideias (eternas, unas e imutáveis).  

        As ideias são o objecto visado pelo conhecimento racional

        Os sofistas não foram além das aparências, limitaram-se a emitir opiniões sobre as aparências sensíveis

        Os filósofos são os únicos que procuram o verdadeiro conhecimento ultrapassando o domínio das aparências sensíveis.

        A tarefa da filosofia é afastar a alma da investigação feita com o olhos, com os ouvidos e os outros sentidos, levando- a a concentrar-se em si própria para aí descobrir o Ser, aquilo que é.

        A alma deve assim separar-se o mais possível do corpo (mundo sensível), preparando-se para a morte (o regresso ao mundo das ideias).     

        As ideias são os critérios ou princípios  de julgamento das coisas sensíveis

        As ideias permitem-nos julgar as coisas, quer quanto à sua semelhança, perfeição ou imperfeição. Servem-nos igualmente para julgar do que é bom, justo, belo e outros valores que atribuímos ás coisas

        As ideias são as causas das coisas no mundo sensível

        As ideias são as causas das coisas do mundo sensível, a sua razão de ser (fim).

Isomormisfismo entre a Alma e o Cosmos

lmortalidade da Alma


        As "provas" da imortalidade da alma constituem o núcleo central do Fédon, para a fundamentação das quais serão evocadas as várias teorias (Teoria da Ideias, da Reminiscência e da Reincarnação).

        1º. Argumento:
O devir faz-se através da sucessão ciclica de coisas contrárias. Esta teoria que remonta a Heraclito. Os contrários sucedem-se alternadamente. Do pequeno se faz o grande e do grande o pequeno. O sonho sucede à vigilia, a decomposição à composição, como a morte se sucede à vida e esta àquela. De acordo com este princípio, a existência terrena seria precedida de uma vida anterior oposta à morte (teoria da metempsicose). Neste processo é contudo necessário, que algo permaneça através dos ciclos de vida e da morte: a alma, enquanto princípio da vida.

        2º. Argumento:
Reminisciência. Para que alguém recorde algo, é necessário que antes  tenha aprendido.Aquilo que recordamos aprendemos numa outra existência, na qual a lama contemplou as ideias. Platão afirma deste modo que a alma pré-existe ao corpo e sobrevive à sua morte.

        3º. Argumento:
Simplicidade da alma e sua afinidade com a Ideias . As coisas simples simples - as Ideias -, distinguem-se das compostas -os corpos -, por serem eternas, invisiveis e imutáveis. Num homem podemos distinguir a alma e o corpo. A alma é simples e o corpo é composto.Logo, temos que convir que à alma pertencem todas as características que são próprias das ideias, sendo portanto imortal.

        4º. Argumento:
Incompatiblidade dos Opostos. As coisas particulares do mundo sensível tem existência e realidade quando participam nas ideias. Mas uma coisa não pode participar da Ideia que lhe é oposta (par no impar, calor no frio, saúde no frio, bom no mau). Ora a vida e a morte são opostos. A alma participa na ideia de vida, logo exclui a sua ideia contrária, a morte. A alma ao aproximar-se da morte ( o seu contrário) afasta-se, libertando-se. Podemos pois concluir que a alma é imortal.

        
Fonte:
Carlos Fontes
Analise de Obras de Platão
Carlos Fontes
Navegando na Filosofia
http://afilosofia.no.sapo.pt/platao1.htm






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