Professor Henrique José de Souza (JHS)
- Coletânea de 22 Pequenos OráculosCategoria: Educação
Henrique José de Souza
Henrique José de Souza (Salvador, 15 de Setembro de 1883 — São Paulo, 9 de Setembro de 1963) foi um eubiota, estudioso do ocultismo, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose e reconhecido como patrono de diversas lojas maçônicas e instituições de cunho cultural-espiritualista, além de ter realizado diversos estudos iniciáticos acerca da espiritualidade e da identidade cultural brasileira. Precursor do movimento eubiótico, manteve ainda, ao longo de sua vida, relações com experiências de iniciação do budismo esotérico e da teosofia.
Vida
Cresceu e iniciou sua obra
em sua cidade natal, atuando em 1905
como co-fundador da loja teosófica Alcyone.
Antes disso, realizou uma longa viagem ao Oriente, passando por Portugal, Índia, Tibete e uma série de outros lugares. Ao retornar, fundou em 1924, na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, a Sociedade Mental e Espiritualista Dhâranâ, posteriormente chamada de Sociedade Teosófica Brasileira. Mais tarde, transferiu sua sede para a cidade de São Lourenço, ao sul de Minas Gerais. Logo após seu falecimento a sociedade foi denominada Sociedade Brasileira de Eubiose.
Profundo estudioso do ocultismo e da teosofia, o "Professor", como ainda é chamado pelos discípulos da instituição a que deu origem, desenvolveu diversos aspectos da teosofia e do ocultismo ligados à espiritualidade brasileira e a lugares sagrados do Brasil, iniciando assim o movimento eubiótico. Desenvolveu também temas ligados à iluminação, à evolução da consciência e aos ciclos naturais do planeta e da humanidade.
Sua obra ainda hoje é tema de estudos no campo da antropologia, religiosidade e misticismo (cf. p. ex. Fortis, 1997) e seu legado é seguido por diversas instituições derivadas ou não das que criou em vida, entre elas a própria Sociedade Brasileira de Eubiose, a Sociedade de Estudos Teosóficos e a Confraria Mística Brasileira, além de lojas maçônicas e outros grupos não-formalizados.
Obras
Henrique José de Souza publicou centenas de artigos na revista Dhâranâ, divulgada a partir da Sociedade Brasileira de Eubiose e ainda quatro livros: "O Tibete e a Teosofia" (1928-32), em parceria com seu amigo e também ocultista Mario Roso de Luna; "O Verdadeiro Caminho da Iniciação" (1940); "Ocultismo e Teosofia" (1949), sob pseudônimo de Laurentus; e "Os Mistérios do Sexo" (1965).Para a formação dos discípulos da Sociedade Brasileira de Eubiose, verteu do inglês e do francês parte da obra de Helena Petrovna Blavatsky, da mesma forma que, do espanhol, a de Roso de Luna, comentando-as e atualizando-as. Ainda de Roso de Luna - com quem manteve intensa correspondência desde 1928 até a morte do amigo, em 1931 - traduziu do francês a obra "Evolucion Solaire et Séries Astrochimiques" (1909), que adianta a possibilidade teórica de estudar a composição química do Sol e outros astros pela análise do seu espectro eletromagnético, hoje fato consumado.
Também de autoria do teósofo espanhol,
traduziu os 21 capítulos iniciais
de "O Tibete e a Teosofia",
completando-o com outros tantos de sua lavra.
Além de literato,
foi músico e poeta,
sendo de sua autoria a extensa
coletânea de músicas (e letras)
que enriquecem o cenário das ritualísticas
da Eubiose.
Referências
- ARCHANJO, Marcelo Vidaurre - "Ex-Occidente Lux: Sociabilidade e Subjetivacao em um Colegio iniciatico". Tese de Doutorado em Antropologia Cultural sobre a Sociedade Brasileira de Eubiose (2004), defendia no PPGSA (Programa de Pos-Graduacao em Sociologia e Antropologia) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). http://www.ifcs.ufrj.br/~ppgsa/doutorado/doutorado2004_50.html
- FORTIS, Antonio Carlos - "O Buscador e o Tempo:um estudo antropológico do pensamento esotérico e da experiência iniciática na Eubiose". Dissertacao de Mestrado em Antropologia Social (1997), defendida no PPGAS (Programa de pos-Graduacao em Antropologia Social) da USP (Universidade de Sao Paulo).
Ligações externas
Ciência da Vida
Que é Eubiose?
Para definir o que é Eubiose mister se faz – em primeiro lugar – preparar o espírito de nosso leitor; através da teoria, a fim de que o mesmo, acompanhando capítulo por capítulo de semelhante trabalho, possa, finalmente alcançar a parte prática. Do mesmo modo que o viajante, irá ele marchando de etapa em etapa, a descobrir novas regiões, novas pessoas, novos amigos, coisas, enfim, que lhe não eram conhecidas.
E, assim, ao chegar à meta final de semelhante jornada estará de posse de um cabedal maior do que anteriormente possuía. Mas tudo isso à custa de “seus próprios esforços”, ou de acordo com a sentença cristã do “Fazei por ti, que Eu te ajudarei”. Nesse caso, o autor do trabalho não será mais do que um guia desconhecido, que, de longe aponta o caminho a ser percorrido, mas contente e feliz por lhe terem ajudado, também, “a dar de graça o que de graça recebeu” no decorrer das suas várias existências…
E é assim que, neste primeiro capítulo, o leitor conhecerá, em síntese, o que é Eubiose. E de que maneira é Ela aplicada de acordo com a Evolução espiritual da Humanidade. Eubiose é a Ciência da Vida. E como tal, é aquela que ensina os meios de se viver em harmonia com as leis da Natureza, e consequentemente, com as leis universais, das quais as primeiras se derivam.
Pelo que se vê, nenhuma diferença existe entre Eubiose e Teosofia, porque esta, como Ciência ou Sabedoria Divina, se propõe a mesma coisa, como “Tronco donde se originam as Ciências, religiões, filosofias, línguas e tudo mais quanto já existe e há de existir no mundo”. Desse modo, não apenas os “Adeptos da Boa Lei”, mas também, todos os Iluminados que a este mundo vieram, pautaram a sua vida eubiótica ou teosoficamente, ensinando aos demais a que agissem do mesmo modo. E isto, de acordo com a evolução natural da época dos seus vários aparecimentos.
Desse modo, a Sociedade Teosófica Brasileira [atual Sociedade Brasileira de Eubiose] não podia deixar de se servir de semelhante Ciência, como ativa participante do movimento cultural-espiritualista. E isto, já se vê, em amplitude muito maior do que tudo e todos que A antecederam, pois que, a evolução caminha sempre para diante. E muito mais, em pleno interregno de um ciclo para outro, como prova o seu próprio lema: spes messis in semine, isto é, “a esperança da colheita reside na semente”.
Tais momentos ou ciclos foram apontados, por exemplo, pelo Bem-aventurado Krishna (que viveu 3,5 mil anos antes de Cristo), quando promete ao seu discípulo Arjuna (vide Bhagavad-Gîtâ) :
Todas as vezes, ó filho de Bharata! que Dharma (a lei justa) declina (como está acontecendo agora) e Adharma (o contrário) se levanta, Eu me manifesto para salvação dos bons e destruição dos maus. Para restabelecimento da Lei Eu nasço em cada Yuga (idade ou ciclo).
Jesus,
também prometeu a sua volta
(pois que a Essência é sempre a mesma,
“como avatara da própria Divindade”),
do seguinte modo:
Quando ouvirdes rumores de guerra, não vos assusteis, porque é preciso que tudo isso aconteça. Levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino. E haverá fome, peste e terremotos em vários lugares; mas todas essas coisas são apenas o começo das dores. E depois da aflição daqueles dias, aparecerá no céu, o sinal do Filho do Homem.
Nesse caso,
“pastor”,
ou seja outro termo que se aplica
aos “condutores de almas”.
O próprio termo Go ou Gau-Tama,
significa: “vaqueiro, condutor de gado”, etc.
Os Mandamentos do Manu (falemos do que teve o nome de Vaivásvata. E “que conduziu a semente da raça atlante para o planalto do Tibete, na formação da raça atual ou ária”, há perto de um milhão de anos) são repetidos, com palavras mais ou menos idênticas, nos códigos de todos Aqueles que O sucederam.
E a prova é que os de Moisés são os mesmos do Cristianismo. Ao voltar Ele do Monte Sinai, depois de “haver contemplado a Luz face à face”, seu povo ao ouvi-lo falar de modo diferente, teve ocasião de exclamar: “Man-hu”? (“que significa isto”?)[1].
Não se trata, pois, de alimento físico, como pensam outros, ou “do maná caído do céu”, e sim, “como alimento espiritual”, ou da Sabedoria Divina (ou Teosófica) pela boca do Manu daquela época. Por sua vez, Maná é termo que se confunde com Manu e até com o termo latino, Manus, no sentido de mão, mas, “daquele que vem à frente ou à mão de seu povo”. Manas, Manu, o Homem, tem o significado, em sânscrito, de “mental, inteligência”, etc.
Desse termo provém o Man inglês e germânico.
E em nosso próprio idioma, o Mem,
da palavra Homem. E assim por diante.
O Manu é, portanto, o portador do Verbo Solar.
E isso, por ser a sua própria Manifestação na Terra.
O termo eon grego, significa: “Manifestação Divina”.
Semelhante termo lido anagramaticamente,
dá o Noé bíblico, por sua vez, um Manu.
Arca,
Barca ou Agartha
são termos idênticos.
Por tudo isso e muito mais ainda, a Sociedade Teosófica Brasileira [atual Sociedade Brasileira de Eubiose] fez construir seu Templo dedicado ao avatara cíclico, ao mesmo tempo que à todas as religiões do mundo e, consequentemente, à Fraternidade Universal da Humanidade, no Lugar onde, a bem dizer, o Maná atual conduziu seu Povo, dando-lhe o tradicional nome de Vila Canaã (ou Terra da Promissão).
E isto, na estância hidromineral de São Lourenço, no Estado de Minas Gerais. E a cuja estância, com sua “Montanha Sagrada” – pois foi nela onde se deu a espiritual eclosão do Movimento em que a mesma Instituição se acha empenhada -, o grande cientista e teósofo espanhol Dr. Mário Roso de Luna, deu o precioso nome de “capital espiritual do Brasil” [2].
* Lorenzo Paolo Domiciani
(heterônimo do Professor Henrique José de Souza). Publicado originalmente em Dhâranâ.
Esse “cilantro branco”, é o mesmo “fruto do pensamento, a que se alude em diversas parábolas de Jesus (Mateus, c. XIII; Marcos c. IV; Lucas XIII). No dizer dos Upanishads, “assim como o grão de sal desaparece dissolvendo-se na água, que deixa salgada, assim também, o Grande Todo – Pensamento Divino ou Mente Cósmica – na plenitude do Conhecimento, desaparece e se funde em todos os seres, deixando, como vestígio da sua Manifestação, a mente concreta”, que passa a constituir, em cada um “o cilantro branco”, o grão de mostarda, a Ideia individual em luta para se tornar coletiva e encher o mundo, tal como faria qualquer semente, livre de manifestar suas propriedades de expansão.
Outra não foi a razão da Sociedade Teosófica Brasileira escolher por lema o Spes Messis In Semine, pois, como foi dito no texto, tem por significado:
“A esperança da colheita reside na semente”.
Nesse caso,
a Semente da Nova Civilização
para a qual a mesma trabalha.
N.A.
[2] O querido e bondoso “médium Chico Xavier” – que mais o apreciamos como teosofista incipiente, do que propriamente “médium espírita”, (ele mesmo afirma “que não tem certeza se são dele ou dos espíritos, as mensagens que recebe”), diz ter recebido, de Humberto de Campos, uma delas que foi publicada em jornais espiritas, e onde o mesmo escritor patrício “desencarnado”, anuncia “a vinda do avatara no ano 2.000, numa estância de águas minerais, com o nome de um santo da Igreja e num Estado central”.
Humberto de Campos, se foi ele mesmo quem deu semelhante Mensagem, devia ter sido mais sincero, porque, há longos 31 anos não temos feito outra coisa, senão, trabalhar nesse sentido. Como foi dito no texto, é aí onde fizemos erigir um Templo que é visitado todos os domingos por vultoso número de pessoas.
Para as nossas festividades de 24 de Fevereiro de cada ano, afluem para a estância de S. Lourenço, membros das fileiras da STB [atual SBE] vindos de toda parte do Brasil. Os hotéis se enchem de turistas. Em resumo, a referida estância – em tal época – se torna verdadeiro lugar de peregrinação, mas onde reina a Paz e a Alegria, como preciosas relíquias daqueles que possuem uma consciência voltada para as coisas do Espirito. N.A.
Humberto de Campos, se foi ele mesmo quem deu semelhante Mensagem, devia ter sido mais sincero, porque, há longos 31 anos não temos feito outra coisa, senão, trabalhar nesse sentido. Como foi dito no texto, é aí onde fizemos erigir um Templo que é visitado todos os domingos por vultoso número de pessoas.
Para as nossas festividades de 24 de Fevereiro de cada ano, afluem para a estância de S. Lourenço, membros das fileiras da STB [atual SBE] vindos de toda parte do Brasil. Os hotéis se enchem de turistas. Em resumo, a referida estância – em tal época – se torna verdadeiro lugar de peregrinação, mas onde reina a Paz e a Alegria, como preciosas relíquias daqueles que possuem uma consciência voltada para as coisas do Espirito. N.A.
PENSAMENTOS
"A humanidade é infeliz
por ter feito do trabalho um sacrifício
e do amor um pecado
por ter feito do trabalho um sacrifício
e do amor um pecado
A crítica
quando despojada
dos seus elementos negativos,
se torna a mais alta tribuna do aperfeiçoamento.
quando despojada
dos seus elementos negativos,
se torna a mais alta tribuna do aperfeiçoamento.
Toda profissão
é sacerdócio ou comércio,
segundo seja exercida pelo altruísmo
ou pelo egoísmo.
é sacerdócio ou comércio,
segundo seja exercida pelo altruísmo
ou pelo egoísmo.
O Verdadeiro Homem
é aquele que não fica radicado
nas mesmas idéias.
é aquele que não fica radicado
nas mesmas idéias.
A malícia é a criadora da censura.
O verdadeiro Amor
jamais se cansa de espalhar o Bem
onde quer que ele se faça necessário.
jamais se cansa de espalhar o Bem
onde quer que ele se faça necessário.
A verdadeira força
não é a do mar em fúria que tudo destrói,
mas do rochedo, impassível,
que a tudo resiste!
Grande é aquele
que deseja instruir-se;
maior o que se instrui ;porém muito maior,
o que oferece os seus conhecimentos aos demais."
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pensador.uol.com.br/autor/henrique_jose_de_souza/
Enviado por peviana em 12/08/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Que tal comentar agora?