segunda-feira, 4 de março de 2013

BENEDICT XVI: A IGREJA PERTENCE A CRISTO


Benedict XVI: 

 

A Igreja pertence a Cristo, que orienta sua 

The Church belongs to Christ, who guides her


Queridos irmãos e irmãs, 
 como você sabe que eu decidi-Obrigado por sua bondade 
- Decidi demitir-se do ministério que o Senhor confiou-me em 19 de abril de 2005. 
 Eu fiz isso com plena liberdade para o bem da Igreja, 
depois de ter rezado em comprimento e examinado minha consciência diante de Deus, 
 bem consciente da gravidade desse ato
 Mas eu também estava bem ciente 
de que eu não era mais capaz de cumprir 
o ministério petrino com aquela força que exige. 
 O que sustenta e ilumina-me a certeza de que a Igreja pertence a Cristo,
 cujo cuidado e orientação nunca vai faltar.  
Agradeço a todos pelo amor e oração 
com a qual você tem me acompanhado.  
Obrigado! Eu senti, quase fisicamente, sua praye ...

Renúncia do Papa: Sinal de Deus


Dom Pedro Brito Guimarães,
Arcebispo de Palmas (TO)

“Depois de ter examinado
 repetidamente a minha consciência diante de Deus,
 cheguei à certeza de que as minhas forças, 
devido à idade avançada, já não são idôneas 
para exercer adequadamente o ministério petrino”
 (Bento XVI). 
 Bento XVI Josef Ratzinger - Radeir -2010
ost.180 x140cm
 Bento XVI -Josepf Ratzinger - Radeir
Esboço 2010

Chegou o dia e a hora marcados 
para a renúncia do papa Bento XVI, que deixará a cátedra de Pedro
 vacante até que os cardeais elejam um novo papa.
 Aquilo que era mero rumor ou especulação se concretiza;
 aquilo que era promessa se torna realidade.

 O dia é hoje, a hora é agora!
Pegos todos de surpresa, esta notícia caiu como um raio, em pleno verão, no coração da Igreja e do mundo. Fui um golpe muito forte e profundo que doeu demais. Desde 1415, com a renúncia do papa Gregório XII, nunca mais um papa havia renunciado. Não estávamos acostumados e nem preparados para tanta provação e provocação. Isto explica a repercussão, a especulação e a manipulação do fato acorrido. 

Trata-se de um precedente histórico novo e emblemático que precisa ser lido sem isenção, com profundidade, serenidade e seriedade. Felizmente, com o passar do tempo aos poucos a dor vai sendo suavizada, o clima e os ânimos serenizados.

Deus marca a história do seu povo com muitos sinais e deixa seus recados e seus rastros em cada canto da história e em cada ângulo da nossa vida, com os quais esconde e revela uma fonte muito profunda, muitas vezes submersa em pedra e areia. Nós é que, às vezes, não sabemos decifrá-los e decodificá-los. O profeta Zacarias revelou uma profecia que se aplica bem a este momento: 

“ó espada, levanta-te 
contra o meu Pastor e contra o homem, meu companheiro (...)
 Fira o pastor, que as ovelhas se dispersarão” (Zc 13,7).

Aos olhos do mundo a renúncia do papa é um fato inédito que vende e dá lucro; é um terreno fértil para semear cizânia no campo onde foi semeado o trigo da Palavra de Deus. Para estas mídias, a Igreja está reproduzindo aquilo que a sociedade tem de pior: mentira, intriga, fofoca, calúnia, corrupção e acusação. Com isto não nos permitem fazer uma leitura do fato e um discernimento livre, tranquilo e sereno. No entanto, o fato é um convite para a serenidade e para termos cuidado de não divulgar e acreditar naquilo que não corresponde à realidade.

Aos olhos da fé, a renúncia do papa Bento XVI é um sinal de Deus: um ato de coragem e de grandeza da sua alma; um ato de desprendimento, de responsabilidade, de coerência pessoal, um exemplo a ser seguido quando não tivermos mais forças, condições e capacidades para gerenciar uma obra humana ou divina. 

O papa, com este seu gesto, demonstra, ao mundo, para além de uma atitude de fraqueza e resignação, ser um homem digno, corajoso, humilde e abnegado ao poder. Querendo o bem da Igreja, renuncia para dar espaço a outro, com sangue novo, para conduzir a barca de Pedro. Seu sofrimento que pode parecer sinal de esgotamento, de fraqueza e de doença, pode ser lido como um sinal de Deus para a renovação da sua Igreja num tempo complexo como o nosso.

Portanto, a renúncia do papa é um sinal de Deus e um ato profético da Igreja. Cargo na Igreja não é honra e nem é poder no sentido de posse e de apego. O papa quando sentiu de perto suas limitações renunciou ao cargo. Quantos ficam apegados ao poder, mesmo estando doente e impossibilitado de exercê-lo plenamente?

 Ele, ao contrário, com a consciência tranquila de quem cumpriu seu dever diante de Deus, do mundo e da Igreja, renuncia, dizendo: eu renuncio; o cargo não é fundamental pra mim, eu cumpri a minha missão até quando eu podia cumprir. O apego ao poder, as honras, a glória do cargo, entrego a quem conduzir melhor a igreja no momento de hoje". 

Se ficará na história como o papa que renunciou,
 ficará também como exemplo de coerência para todos.

Sem mais comentários. 
Reverência. Silêncio.
 Oração. Respeito. Obediência...
 pelo bem da Igreja.

Primeiro domingo sem Angelus, após renúncia de Bento XVI


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Este domingo, 3 de março, é o primeiro sem a oração mariana do Angelus, após a renúncia ao ministério petrino de Bento XVI e início da Sé Vacante.Desde o início de seu pontificado, milhões de pessoas, todos os domingos, esperaram por Bento XVI para ouvi-lo e rezar com ele a oração do Angelus, ao meio-dia, na Praça São Pedro.

Em quase oito anos de pontificado, por 455 vezes, de maio de 2005 a fevereiro de 2013, aquele momento tornou-se uma ocasião privilegiada para o Papa emérito falar aos fiéis como um mestre de fé sólida e compreensível. Um guia que imediatamente deixou claro o fundamento de seu magistério: "A palavra que resume toda a revelação é esta: Deus é amor e o amor é sempre um mistério, uma realidade que ultrapassa a razão, sem contradizê-la, mas exalta o seu potencial", disse o pontífice.

Estas palavras foram proferidas por Bento XVI em 22 de maio de 2005 em seu primeiro Angelus da janela da residência apostólica vaticana. Naquele dia, começou a se delinear a função e o valor que Bento XVI atribuiu ao Angelus: fazer uma pequena homilia sobre a liturgia do dia, a lectio divina em forma breve com a qual todos os domingos, na igreja a céu aberto da Praça São Pedro, o Papa teólogo tornou-se pároco para aqueles que pararam para ouvi-lo no meio da multidão ou diante da televisão, pelo rádio, ou pela internet.

O pontífice incentivou os cristãos a redescobrirem a beleza do domingo: "Toda paróquia é chamada a redescobrir a beleza do domingo, Dia do Senhor, em que os discípulos de Cristo renovam na Eucaristia, a comunhão com Aquele que dá sentido às alegrias e dificuldades de cada dia. Nós não podemos viver sem o domingo: assim professaram os primeiros cristãos, mesmo a custo da própria vida, e assim somos chamados a repetir hoje."

Em seu último Angelus, de 24 de fevereiro, Bento XVI disse:

 "Obrigado pela vossa presença 
e todas as manifestações de afeto e solidariedade e,
 sobretudo, pelas orações neste momento
 particular para mim e para a Igreja.

 Desejo a todos um bom domingo e uma boa semana. 
Obrigado!
 Estamos sempre unidos na oração."


| Categorias: Igreja Católica, Espiritualidade, Bento XVI

A profecia de Joseph Ratzinger


 
Padre Joseph Raztinger
 
 
A renúncia do Papa Bento XVI suscitou na mídia e em boa parte dos fiéis, especulações acerca de profecias apocalípticas sobre o futuro da Igreja. Dentre elas, a que mais chamou a atenção foi a famosa "Profecia de São Malaquias" que, segundo a lenda, anunciava o fim da Igreja e do mundo ainda neste século. 

Apesar dessas previsões catastróficas alimentarem a imaginação de inúmeras pessoas, a verdade é que elas carecem de fundamento e lógica, como já demonstraram vários teólogos, inclusive o estimado monge beneditino, Dom Estevão Bettencourt, na sua revista "Pergunte e Responderemos".

Mas não é sobre a profecia de São Malaquias que queremos falar aqui. Nossa atenção, devido às circunstâncias, volta-se para as palavras do jovem teólogo da Baviera, Padre Joseph Ratzinger, proferidas há pouco mais de 40 anos, logo após o término do Concílio Vaticano II. 

Em um contexto de crise de fé e revolução cultural, o então professor de teologia da Universidade de Tübingen via-se cada vez mais sozinho diante da postura marcadamente liberal de seus colegas teólogos, como por exemplo, Küng, Schillebeeckx e Rahner. Olhando também para os outros setores da Igreja, Padre Ratzinger via nos "sinais dos tempos" um presságio do processo de simplificação que o catolicismo teria de enfrentar nos anos seguintes.

Uma Igreja pequena, forçada a abandonar importantes lugares de culto e com menos influência na política. Esse era o perfil que a Igreja Católica viria a ter nos próximos anos, segundo Ratzinger. O futuro papa estava convencido de que a fé católica iria passar por um período similar ao do Iluminismo e da Revolução Francesa, época marcada por constantes martírios de cristãos e perseguições a padres e bispos que culminaram na prisão de Pio VI e sua morte no cárcere em 1799. A Igreja estava lutando contra uma força, cujo principal objetivo era aniquilá-la definitivamente, confiscando suas propriedades e dissolvendo ordens religiosas.

Apesar da aparente visão pessimista, o jovem Joseph Ratzinger também apresentava um balanço positivo da crise. O teólogo alemão afirmava que desse período resultaria uma Igreja mais simples e mais espiritual, na qual as pessoas poderiam encontrar respostas em meio ao caos de uma humanidade corrompida e sem Deus. Esses apontamentos feitos por Ratzinger faziam parte de uma série de cinco homilias radiofônicas, proferidas em 1969. Essas mensagens foram publicadas em livro sob o título de "Fé e Futuro".
"A Igreja diminuirá de tamanho. Mas dessa provação sairá uma Igreja que terá extraído uma grande força do processo de simplificação que atravessou, da capacidade renovada de olhar para dentro de si. Porque os habitantes de um mundo rigorosamente planificado se sentirão indizivelmente sós. E descobrirão, então, a pequena comunidade de fiéis como algo completamente novo. Como uma esperança que lhes cabe, como uma resposta que sempre procuraram secretamente"
Depois de 40 anos desses pronunciamentos, o já então papa Bento XVI não mudou de opinião. É o que pode-se concluir lendo um de seus discursos feitos para os trabalhadores católicos em Freiburg, durante viagem apostólica a Alemanha, em 2011. Citando Madre Teresa de Calcutá, o Santo Padre constatava uma considerável "diminuição da prática religiosa" e "afastamento duma parte notável de batizados da vida da Igreja" nas últimas décadas. O Santo Padre se pergunta: "Porventura não deverá a Igreja mudar? Não deverá ela, nos seus serviços e nas suas estruturas, adaptar-se ao tempo presente, para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?"
O Papa alemão respondia que sim, a Igreja deveria mudar, mas essa mudança deveria partir do próprio eu. "Uma vez alguém instou a beata Madre Teresa a dizer qual seria, segundo ela, a primeira coisa a mudar na Igreja. A sua reposta foi: tu e eu!", ensinou. Bento XVI pedia no discurso uma reforma da Igreja que se baseasse na sua "desmundanização", corroborando o que explicou em outra ocasião a um jornalista, durante viagem ao Reino Unido, sobre como a Igreja deveria fazer para agradar o homem moderno.
"Diria que uma Igreja que procura sobretudo ser atraente já estaria num caminho errado, porque a Igreja não trabalha para si, não trabalha para aumentar os próprios números e, assim, o próprio poder. A Igreja está a serviço de um Outro: não serve a si mesma, para ser um corpo forte, mas serve para tornar acessível o anúncio de Jesus Cristo, as grandes verdades e as grandes forças de amor, de reconciliação que apareceu nesta figura e que provém sempre da presença de Jesus Cristo. Neste sentido a Igreja não procura tornar-se atraente, mas deve ser transparente para Jesus Cristo e, na medida em que não é para si mesma, como corpo forte, poderosa no mundo, que pretende ter poder, mas faz-se simplesmente voz de um Outro, torna-se realmente transparência para a grande figura de Cristo e para as grandes verdades que Ele trouxe à humanidade".
Esses textos ajudam-nos a entender os recentes fatos e interpretar os pedidos de reforma da Igreja pedidos por Bento XVI nos seus discursos pós-renúncia. De maneira alguma esses pedidos fazem referência a uma abertura da Igreja para exigências ideológicas do mundo moderno, como quiseram sugerir alguns jornalistas. Muito pelo contrário, o Papa fala de uma purificação da ação pastoral da Igreja diante do homem moderno, de forma que ela se livre dos ranços apregoados pelo modernismo. Trata-se de conservar a fiel doutrina de Cristo e apresentá-la de modo transparente e sem descontos. A Igreja enquanto tal é santa, imaculada. Mas seus membros carecem de uma constante conversão e é neste sentido que a reforma deve seguir. A Igreja precisa estar segura de sua própria identidade que está inserida na sua longa tradição de dois mil anos, caso contrário, toda reforma não passará de uma reforma inútil.

Autor: Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Vatican Insider


 Li-Sol-30
Fontes:
vatican 
Publicado em 13/02/2013
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 http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/11489
-primeiro-domingo-sem-angelus-apos-renuncia-de-bento-xvi-
 http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-pedro-brito-guimaraes/
11478-renuncia-do-papa-sinal-de-deus-
 http://padrepauloricardo.org/blog/a-profecia-de-joseph-ratzinger

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