terça-feira, 28 de junho de 2011

INTRODUÇÃO À FENOMENOLOGIA DE EDMUND HUSSERL




Introdução à fenomenologia de Edmund Husserl (1859-1938)

                                                             Edmund  Husserl


Husserl foi um filósofo alemão, nascido em oito de abril de 1859, em Prosznitz, Moravia (Império Austro-Húngaro). Freqüentava curso de Astronomia na Universidade de Leipzig, especializando depois em matemática na Universidade de Berlim.


Desde o inicio de seus estudos universitários nunca deixara de ser interessar intensamente por todas as questões filosóficas e, em particular por aquelas relativamente ao fundamento das ciências, por isso, em 1984 decide retornar a Viena para estudar com Franz Brentano, que logo lhe exerce uma influência determinante e o leva a orientar-se definitivamente para a filosofia (HISMAN, Denis e FONTES, Martins. 2001. Pg. 523). Husserl dividia as aulas que freqüentava de Franz Brentano com um médico chamando Sigmund Freud (BELLO. Ângela. Introdução à Fenomenologia. Pg. 29).


 Mas o que compreendemos por Fenomenologia? Por principio apenas podemos dizer que Fenomenologia, de acordo com Ângela Ales Bello no seu livro Introdução à Fenomenologia, é uma escola filosófica cujo pai e mestre é Edmund Husserl; e que começou na Alemanha em fins do século 20. 

A palavra Fenomenologia, de acordo com Bello, é dividida em duas partes e ambas são derivadas do grego. “Fenômeno” significa aquilo que se mostra, não somente aquilo que se aparece ou parece. “Logia” deriva da palavra logos que para nós tem o significado de pensamento, como capacidade de refletir.


 Para que temos uma melhor compreensão da Fenomenologia de Husserl é necessário lembrarmos aspectos importantes do desenvolvimento da idéia de alma platônica, a filosofia positivista e a posição da psicologia como ciência; uma vez que Husserl faz uma critica na sua teoria fenomenológica, sobretudo, da visão positivista.


 O estudo da Alma nos leva ao filosofo grego Platão, discípulo de Sócrates. Para ele existiam três tipos de almas: ouro, prata e bronze. O primeiro tipo de alma era a mais superior entre elas e as outras é respectivamente as mais inferiores. 

A alma superior estaria apta a desenvolver trabalhos mais intelectuais (arte, matemática, filosofia) e as inferiores estaria responsável por trabalhos mais pesados, isto é, que necessitam mais da força física. Vale lembrar que para Platão os seres humanos nascem determinados com quais almas eles terão e conseqüentemente essa alma irá determinar as posições sociais. Ele falava também da existência de dois mundos: o mundo das idéias onde encontra a essência de todas as coisas e o mundo físico. 

A alma antes de “habitar” um corpo no mundo físico vive no mundo das idéias e depois da morte ela [a alma] volta para este mundo para ser purificada dos erros que o corpo comete. È interessante lembrar que a alma quando se estabelece em determinado corpo ela esquece, para não dizer que lembra muito pouco, do mundo das idéias.


 O que é importante em Platão para compreendermos a fenomenologia de Husserl é que, para o primeiro, existe um mundo das idéias onde é encontrada e essência das coisas e o mundo físico [ou da coisa ou da aparência] onde estaria o “fenômeno” [Platão não falava assim. Uso fenômeno só para contrapor Husserl]. Para Husserl a essência se desvela no fenômeno que se mostra ao sujeito. Para exemplificar a idéia de Platão sobre os dois mundos [idéia e físico] pensemos em uma cadeira. A cadeira no pensamento platônico é apenas uma aparência, uma coisa que está propicia ao erro.

A cadeira verdadeira está no mundo das idéias como essência. A cadeira no mundo das aparências pode ser de várias maneiras (cadeiras com estofado e sem estofado; brancas, pretas; grandes, pequenas; de ferro, de madeira) o que nos trás o engano. No mundo das idéias está à essência da cadeira, como ela tem que ser. Como metáfora, podemos dizer que o mundo das idéias é uma fabrica de formas: lá existe a forma do livro, da cadeira, da mesa…

No mundo físico ou da aparência a forma é modificada (branca ou preta; pequena, grande). Compreender essa questão é essencial para entender o pensamento de Husserl mais tarde.


Outro ponto importante e o positivismo. Nascido como legitimo descendente da filosofia do iluminismo, o positivismo tinha como objetivo por Condorcet emancipar o conhecimento social do clero e da nobreza. Mas com Augusto Comte e devido à hegemonia da burguesia no século XIX como classe hegemônica ela dominou o domínio dos conhecimentos desenvolvidos para ser conhecer a natureza física.


O positivismo se opôs aos estudos da metafísica e da teologia. Ocupou-se apenas como o “estado positivo”. Este se caracteriza pela subordinação da imaginação e da argumentação à observação [neste caso da filosofia clássica]. Característica mensurável e observável é um dos critérios da filosofia positivista para analisar determinado objeto; e também o sujeito pesquisador tem que ser imparcial ao observar um objeto; fundar-se na previsibilidade. Outros aspectos do positivismo em breve eu vou discutir num outro post.


A filosofia fenomenológica de Husserl veio contrapor essas idéias deterministas, reacionárias, conservadoras, e contra uma determinada psicologia impregnada desse positivismo comtiano. Paralelo ao positivismo, vários campos científicos se constituíram separados da filosofia. A psicologia que Husserl critica é uma psicologia positivista que tenta se eleger como a base para todas as ciências. Chamamos esse fato de psicologismo.


Para terminar este post inicial sobre a Fenomenologia é importante lembrarmos-nos do contexto que ela surge para compreendermos suas críticas. Os pequenos fatos históricos do próprio saber filosófico e as influencias que seus autores ( principalmente Husserl) recebeu ( lembre-se da intencionalidade de Brentano).

Renovação seu problema e método

~ por Prometeu em março 15, 2009.
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~ por Prometeu em março 15, 2009.
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Edmund husserl – Da lógica dos sinais (semiótica)
~ por Prometeu em março 15, 2009.
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http://filosofiaexpress.wordpress.com/2009/03/15/renovacao-seu-problema-e-metodo/
Fonte:
O VOO DO TEMPO
http://ovoodotempo.wordpress.com/2010/09/04/introducao-a-fenomenologia-de-edmund-husserl-1859-1938/
http://filosofiaexpress.wordpress.com/2009/03/15/renovacao-seu-problema-e-metodo/
Sejam felizes todos os seres  Vivam em paz todos os seres
Sejam abençoados todos os seres

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