quarta-feira, 27 de julho de 2011

MÚSICA E HARMONIA CÓSMICA


Profª Beathryci

“O Som desperta a alma 
que se expande em luz e se expressa 
através do corpo, nos gestos e nas posturas,
no movimento e na dança”. 
 
Isadora Duncan
Isadora Duncan


Segundo a Ordem Rosacruz, “todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, denominado na mitologia grega como a Lira de Sete Cordas de Apolo”.

Assim como existem doze semitons na escala cromática, temos no céu doze signos do zodíaco. Estes podem ser considerados “A Caixa de Ressonância da Harpa Cósmica”, sendo os planetas suas cordas, que emitem sons diferentes à medida que passam pelos vários signos, influenciando a humanidade de diversas maneiras.

A Astrologia é a mãe das chamadas Ciências Herméticas (Hermes ou Deus Thot), e é a base da Magia. Ela é uma ponte entre o técnico e o simbólico, entre a realidade concreta e a não racional, e finalmente, entre a religião e a ciência.

Na Astrologia existe toda uma relação entre planetas e signos a cores, aromas, cristais, notas musicais, etc.

Segundo Pitágoras, filósofo da Antigüidade, a estrutura da música permitiria e bastaria para explicar a estrutura do universo e em sua Sinfonia das Esferas, fala justamente dessa relação entre os sons e os planetas. Dizia ele: “A música é a Filosofia dos Deuses”.

As artes, entre elas a música, constituem alguns dos elementos mais importantes da civilização humana. Ela tem contribuído para aprofundar, amadurecer e enaltecer as emoções dos seres humanos. Apesar das diferenças de cor, religião, língua, e formas de vida; diversos povos vêm recorrendo a ela para reafirmar sua identidade.

Os acordes transmitem dor, alegria, tristeza ou temor. A melodia nos leva a integrarmos com o universo interior e exterior (micro e macrocosmo).

Muitas alunas, no início do curso, acham que basta aprender os movimentos pertinentes à Dança do Ventre para fazerem uma boa performance. Dês mais totalmente as regras de magia, fundamentais à execução da Dança. A princípios importante regra a ser aplicada, nesse caso, é sem dúvida a Integração do Eu. Isso acontece quando a dançarina evolui de acordo com o ritmo (audível), um bom repertório de movimentos que encantem o público e de um belo traje (visão), perfumando o ambiente com incensos ou essências passadas em pontos estratégicos do corpo (olfato), estimulando o palato com a própria língua, vibrando o lililili (paladar) e por último, e não menos importante, tocando a si mesma em gestuais características (tato).

É claro que tais estímulos aos cinco sentidos, não necessitam serem feitos todos ao mesmo tempo, porem se forem incluídos em uma apresentação em dois ou três números subseqüentes, com certeza permitirá à dançarina deixar na platéia uma impressão tão forte que, independente do fato ser aprendiz ou profissional, agradará a todos, sem exceção.

A LINGUAGEM DO RITMO

Graças às flautas e outros instrumentos musicais que foram encontrados e às numerosas cenas musicais nas tumbas dos nobres de todas as épocas, sabemos que os egípcios empregavam escalas musicais semelhantes às atuais desde o Império Antigo. A posição dos dedos dos harpistas sobre as cordas indicam tons como a quarta, a quinta e a oitava, o que demonstra um inegável conhecimento das leis que regem a harmonia musical. Não existia a música escrita, mas os cantores empregavam uma linguagem de signos com as mãos para indicar aos instrumentistas as notas ou acordes que deviam tocar.

Esse método é chamado quironomia e foi utilizado no Egito até meados do nosso século.

Hathor se identifica com Maat, princípio da ordem, o equilíbrio e a harmonia cósmica. Por isso, Maat só é encontrado no santuário mais secreto do templo, mas também é elemento decorativo das harpas.

O RITMO E SUAS PROPRIEDADES

Nas primeiras etapas da evolução humana, o Ritmo era considerado o princípio básico de toda a adoração religiosa ou sacrifical. Daí a criação das danças que visavam perpetuar o conhecimento de certas leis ocultas, relacionadas com as invocações aos deuses da natureza. Os dançarinos, através de seus movimentos, procuravam exteriorizar as regras da ciência do ritmo, permitindo assim, entoar os hinos no seu verdadeiro ritmo. Mais tarde, à dança exclusivamente rítmica se acrescentou uma expressão de doçura (como nas danças indianas e árabes), e graças a certos gestos (principalmente os das mãos), ensinavam-se à melodia dos cânticos evocadores das divindades adoradas. Só em épocas mais próximas, quase históricas, apareceram danças sagradas completas, em que os movimentos criam uma harmonia maravilhosa, característica do mais profundo processo oculto e iniciático.

Conceito: A duração do som e do silêncio é representada por figuras que fornecem o tempo exato de duração. Nesse momento o som passa a ser organizado pelo ritmo, cujo conceito está subordinado ao movimento e sua ordenação.

Assim como o som, o ritmo também tem suas propriedades: pulso, acento métrico, desenho rítmico e andamento.

PULSO – É a regularidade de tempo, medido pelo tempo do relógio, sendo que cada pulsação é um tempo que deve manter uma regularidade:
I I I I I I I I I I I I I

ACENTO MÉTRICO – É a acentuação periódica e regular dos pulsos:
I I I I I I I – Acentuação de 2 em 2 pulsos (binário)
I I I I I I I – Acentuação de 3 em 3 pulsos (ternário)
I I I I I I I I I – Acentuação de 4 em 4 pulsos (quaternário)

DESENHO RÍTMICO
– É a combinação de durações curtas e ou longas, que faz como o nome diz, o desenho rítmico da obra musical, com ou sem melodia.

ANDAMENTO
– É a velocidade das pulsações, podendo-se acelerar ou retardar o tempo entre um pulso e outro, resultando em pulsações mais rápidas, moderadas ou mais lentas:

I I I I I I I I I I – pulsações mais lentas
I I I I I I I I I I I I I I I I – pulsações mais rápidas


RITMOS DA DAÇA ORIENTAL


É fundamental a bailarina conhecer os ritmos árabes referentes a diferentes danças típicas, que poderão estar sendo utilizados pelo derbakista dentro de um solo.

Se for usado um ritmo de dança Khalige, por exemplo, a bailarina deve demonstrar sua desenvoltura com passos específicos deste folclore.

O Núcleo de Cultura Árabe Samnya Abras propicia às alunas a oportunidade de entrar em contato com os mais diversos estilos de dança. Aqui a aluna aprenderá corretamente alguns dos ritmos árabes, que são inúmeros, aprendendo inclusive, a cantá-los, melhorando assim sua performance, evitando erros na mistura de ritmos com estilos.

Possuindo uma noção rítmica, haverá maior possibilidade de se entender a melodia e assim variar os movimentos, interpretando os instrumentos e a voz em diferentes momentos.

Começaremos a abordar o assunto Magia aplicada à Dança, com o estudo dos ritmos egípcios e árabes.

A linguagem utilizada para as batidas graves da percussão é o DUM. A aguda é o TÁ ou TÁC. Dessa forma criou-se uma maneira simples de integração entre músicos e dançarinos, que apesar de popular, é bastante eficaz.

Após a invasão árabe é que se começou a introduzir as partituras, no entanto, a comunicação mais utilizada para nós dançarinas, no entendimento assim como na comunicação dos Ritmos é a do DUM e TÁC.

Vamos ver alguns ritmos:

1) Baladi

Compasso 4/4 é sem dúvida o mais conhecido e mais utilizado ritmo para a dança do ventre.

Este é um ritmo inserido no grupo dos derivados do Maksoum. Maksoum simples é a base de muitos ritmos e especialmente importante na música egípcia. Se você escuta música oriental com acompanhamento de percussão, certamente reconhece o tradicional DT-TD-D do Maksoum.

O Baladi é uma versão folclórica do significado da terra,
do campo e envolve no Egito um pouco de regionalismo Maksoum, caracterizado pelos familiares dois dums que lideram a frase. A palavra Baladi significa meu povo, pode representar a terra natal e tudo o que tenha origem popular. Este ritmo é muito típico e o mais executado pelos músicos e cantores pop, principalmente no Egito, já que possui forte apelo comercial.

Sempre seus acentos devem ser muito bem representados durante a dança. O Dum duplo tende a submergir quando há acompanhamento melódico por isso, às vezes, pode não ser ouvido de imediato, então se utiliza como base, uma versão simples de Maksoum.

Existem inúmeras variações do Baladi; e algumas possuem seu próprio nome, como por exemplo, o Masmoudi Saghir (Masmoudi "pela metade"). Alguns músicos afirmam que o Baladi é, na verdade, uma versão folclórica do Maksoum.D D TKT D TKT

2) Wahd Wo Noss


Significa em português 1 e ½ (um e meio). O ritmo recebe este nome por possuir um acento e meio no começo da frase. Entre suas marcações, entre as batidas, há espaço para preenchimento. No meio e ao final, que é utilizado pelo músico de forma criativa e inusitada.

Compasso 8/4, a metade dele é muito usada nas músicas clássicas também, sendo denominado de "Wahd". Wahd serve para quebrar uma evolução, dando uma sensação de queda de andamento. O Wahd, como é a metade do Wahd Wo Noss, contém 4 tempos por compasso.

Wahda significa "um" e corresponde ao primeiro Dum do compasso. Tem sua origem na Líbia. Ele lembra o caminhar de um camelo no deserto.

Popularizado como o ritmo para a dança da serpente, onde a bailarina deve mover seu corpo como se fosse uma cobra. Os braços são a prioridade de movimento neste ritmo lento e cadenciado, de origem antiga.

Wahd Wo Noss é usado não só em músicas clássicas, como também em taqsims (improvisações melódicas). Aparece com freqüência no início de um solo de derbake proporcionando um começo lento e envolvente para o que vem a seguir.Os acentos fortes estão nos tempos um, cinco, seis e sete do compasso, sendo que o tempo três é uma pausa. Deve-se evitar seguir somente os acentos do ritmo para não apagar o solo do instrumento melódico. Ele sim que deve ser seguido e evidenciado. O ritmo turco e grego Tschifftitilli corresponde ao Wahd Wo Noss egípcio, mas possui uma certa variação.

D T K K T D K K T K K

3) Tschifftitilli

Ritmo 8/4, que é executado lentamente (comparando-o ao Baladi, por exemplo).

Em essência, também como outros é similar ao Maksoum. Originou-se provavelmente na Grécia ou na Turquia. Além de ser utilizado na Raks Sharky, também é comum na Turquia e nos países árabes como dança de casais.

Alguns consideram como o Wahd Wo Noss, usualmente é tocado de forma lenta e moderada preferencialmente mantendo espaços entre as batidas.

Os derbakistas apreciam completá-lo com improvisações inesperadas e criativas.

É usado para acompanhar o Taqsim, improvisação melódica de um instrumento solo.

D TKT T TKT T TKT TKT TKT

4) Zaffe – HELZUFI OU MARCHA NUPCIAL


Ritmo 4/4 egípcio é específico para casamento. Em especial, é a despedida da noiva da casa dos pais e a entrada dela numa vida nova.

É tocado não só pelo derbake, mas também pelo daff e principalmente pelo mazhar.

Quando a noiva se despede da casa dos pais, na noite do casamento (apenas nesta noite, não no noivado, não no pedido, não em outra ocasião), ela vai passar pela casa da mãe e os amigos vão juntos.

Existe uma música que se chama "Do'u El Mazhar", a tradução seria "Que toquem os Mazhars", porque diversas pessoas vão a pé, caminhando junto com a noiva e passam pela casa dela porque ela vai entrar numa vida nova.

Este ritual significa que ela possa deixar para trás na noite do casamento qualquer sentimento que possa incomodar, os maus-olhados; é como se fosse um ritual de boa-sorte.

É costume também apenas no Egito, que a noiva e o noivo na noite anterior ao casamento, tenham as mãos e os pés tatuados com henna, como se eles fossem entrar nessa vida nova com as mãos e os pés novos. Como se fossem dividir alma numa nova vida. Essa procissão, essa passagem tem que ser feita a pé. Vale a pena dar uma olhada no vídeo da Fifi Abdo, onde há uma representação do Zaffe.

DSSSS D SS TK

5) Fallahi
Típico para folclore. Se traduzirmos para o português, significa "caipira". A palavra Fallahi representa algo criado por um Fallahin - camponeses egípcios, que utilizavam este ritmo 2/4 nas suas canções de celebração que estão particularmente conectadas às épocas da colheita. Geralmente é tocado duas vezes mais rápido que o Maksoum.No Egito os homens dançavam o "Saaid", um ritmo especial para eles e as mulheres tinham o "Fallahi". Esse ritmo vem do interior do Egito e antigamente, e até hoje, em algumas regiões as mulheres vinham buscar água com um jarro sobre as cabeças e em grupo. Trabalhar, buscar água longe, trazer ou lavar roupas na beira do rio. E para passar o tempo, para se cansar menos, elas tinham canções e dançavam ao ritmo fallahi. É comum encontrarmos este ritmo na dança do jarro, na dança "Ghawazzi", que é a dança Cigana Egípcia e em todas as danças típicas do interior, danças caipiras do Egito. Ele é um ritmo onde podemos encaixar passos que tenham duas partes só, porque ele é constante e muito acelerado. É necessário que a bailarina desenvolva precisão e agilidade sem colocar força nos movimentos.

D K T K D K S K

6) Karachi – KARASH

Ritmo 2/4 significa "rolar". É um ritmo rápido, amplamente utilizado no Egito e no norte da África, apesar de não ser um ritmo egípcio. É fácil perceber que ele não pertence à música egípcia, porque o início de seu compasso não é marcado por Dum (uma batida grave), mas por Tack (uma batida aguda). Este não é um ritmo comum. Bom para deslocamentos. Mais comum em entradas e saídas de palco. É curto e constante.

T TK D

7) Malfouf – MALFUF – LOCOMOÇÃO

Ritmo 2/4 egípcio bastante utilizado na Dança do Ventre, sobretudo nas entradas e saídas do palco, porque fornece uma conexão com os fluxos dos movimentos. O ritmo Malfouf também é chamado de "Laff" no Egito e significa "algo embrulhado, enrolado". Seus acentos nos Tácks dão um sabor especial. É muito similar ao nosso baião. Usado também em alguns folclores árabes e danças específicas, como por exemplo, o "Melea-Laff", a dança do lenço enrolado, típica egípcia e também "Raks El Shamadã", a dança do candelabro. Na primeira dança citada ele é mais acelerado e na segunda ele é mais calmo. Malfouf é comum também no acompanhamento nas danças de grupo e coreografias modernas ou tradicionais. Durante espetáculos de dança do ventre é utilizado como "ponte" de movimento, ou seja, faz a passagem de uma situação cênica para outra.
Para o estudo você pode desenvolver uma versatilidade de deslocamentos com a utilização do Malfouf.

D K KSKKS K

8) Maksoum

Compasso 4/4 é um ritmo muito forte, no que se refere ao sentimento de animação. É considerado uma forma mais acelerada do ritmo baladi. Maksoum significa "cortado ao meio", alguma coisa que foi partida pela metade, isto se deve provavelmente ao seu acento forte no contratempo entre o tempo um e dois. Sua diferença em relação ao ritmo Baladi é que o Maksoum principia-se com um Dum enquanto o Baladi, com dois Duns. É amplamente utilizado na música moderna egípcia. Possui duas variações, uma rápida (normal) e uma lenta. Se tocado da forma mais lenta, torna-se uma variação de Masmoudi. O Baladi e o Maksoum são os ritmos básicos da música árabe.

D T TKT D TKT TK

9) Masmoudi I – BALADI DE 2 DUNS

Ritmo que nasceu às margens do Nilo, no Antigo Egito, passou a chamar-se Baladi, após a invasão árabe. Significa “minha terra, meu país”, e exprime todo o amor dos povos nativos que o criaram. É o ritmo mais utilizado nas musicas egípcias e árabes e possui uma variação, o Masmoudi Guerreando, que simula uma discussão entre um homem e uma mulher.

Ritmo 8/4, teve sua origem na Andaluzia. Significa "algo que está suportado por um pilar, como uma estátua ou algo semelhante". É muito usado em músicas clássicas, para trazer à tona diferentes nuances. O Masmoudi é muito similar ao Baladi, só que realizado diminuindo o andamento do compasso, transformando o tempo de quatro, para oito. Possui duas partes, cada uma com 4 tempos. Às vezes a primeira frase tem duas batidas condutoras. Esta versão com dois Duns iniciais chama-se Masmoudi Kebir (Kebir = o grande) é também chamado "Masmoudi Guerreando", devido à sua cadência agressiva, supõe-se que ela soa como um homem e uma mulher discutindo. Ele se distingue do Masmoudi Saghir, que é outra versão com três duns. É usualmente chamada "Masmoudi Caminhando". Esta é muito comum na música para dança e é usada para intensificar a percussão criando um momento especial na apresentação, enriquecendo a mesma.

DUM DUM
TACATÁ
DUM
TACATÁ

GUERREANDO:
DUM DUM ou (dum)
TACA
DUM
TACATÁ TACA

10) Saaid – THARTIB – Arte marcial masculina, também utilizada para um tipo de dança com cavalos.

Traduzido diretamente para o português significa feliz, é um ritmo árabe bastante popular executado em ocasiões festivas.
Na essência, Saaid é um Maksoum com sabor diferente. Muito popular no alto Egito, é o reverso do Baladi. Os dois Duns que iniciam o Baladi, aqui são encontrados no centro do compasso. Usualmente tocado de forma acelerada, possui acentos fortes, com sobreposições de graves por todo o compasso. Algumas vezes, o Saaid é tocado com uma antecipação do primeiro tempo, o que lhe dá uma característica mais quebrada e rica. Ritmo 4/4, originário de El Saaid, no Alto Egito, era chamada originalmente Raks Al Assaya ou Dança da Bengala, dançada por mulheres e é uma versão suave e muito mais delicada que a dos homens.
Tradicionalmente usado para "Tahtib", uma dança marcial masculina, na qual os homens simulam lutar com longos bastões que fazem às vezes de uma arma. Seus movimentos são fortes, ágeis, marcados por saltos, giros e batidas de bastões.

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11) Samaai – SAMAI

É um ritmo muito complexo. Vem da estrutura antiga de música árabe. A palavra "Samaai" significa "escutar". É uma música montada em cima de uma métrica poética específica, com um ritmo específico e feita para o deleite. Uma música para ser apreciada e não necessariamente dançada. Ritmo amplamente utilizado na música clássica egípcia e na música sufi turca. Possui uma seqüência de três partes: uma com 3 tempos, uma com 4 tempos e uma com 3 tempos. Juntas, compõem um ritmo 10/8 utilizado nas composições chamadas Samaaiat.
Pode aparecer dentro de uma música para dança, mas ela não é tão comum assim. Se essa música for feita para ser apreciada, ela exige de certa forma, todo um respeito e uma contemplação. Se esse ritmo aparecer numa música para dança, é esperado da bailarina que ela possa reproduzir no próprio corpo a suavidade e a delicadeza que este ritmo imprime. E de certa forma, só mesmo acostumando nossos ouvidos escutando as peças mais antigas, poderíamos estar sintonizando melhor este significado.
É o ritmo típico do "Moash'ras" ou andalucia, que é a música que nasceu no sul da Espanha, na época em que os árabes migraram para lá e ficaram por um tempo. Uma música rica, delicada e encantadora.

DTKTKTK STKTKDKDKSTKTKTK

12) Soudi – khalegge

Aadany ou Soudi, significa "aquilo que é da Arábia Saudita" ou "que vem do Golfo" e é um ritmo 2/4.

Especial para dança conhecida como "Raks El Nash'at" ou dança Khalige. Essa é uma dança tradicional originária do Golfo Pérsico, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes. Os movimentos desta dança são marcados nos contratempos, feitos pelo "Merwas" (pandeiro do Yemen). A Tabla ou Derbake, quando tocada sem esse acompanhamento resulta em algo empobrecido e até mesmo descaracterizando a intenção "para cima", que se sente ao ouvir os acentos fora do pulso do compasso.

Em festas femininas e casamentos é comum que as mulheres coloquem o tradicional vestido khalige por cima de sua roupa de festa e dancem sempre. São festas fechadas e familiares. Os países onde este ritmo é mais conhecido são: Kuwait, Katar, Arábia Saudita e Emirados Árabes.

No oriente, é chamada dança dos desertos, já que os nômades são os dançarinos tradicionais. As mulheres vestidas com suas longas túnicas de corte geométrico e ricamente bordadas, dançam de forma bastante sensual movendo a cabeça, mexendo os cabelos e marcando o ritmo com os pés.

Nos shows tradicionais fora de seu país de origem, às vezes a bailarina para homenagear alguém da platéia que provém de um destes países, insere uma pequena demonstração de khalige em sua apresentação, o que faz a alegria dos turistas.

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13) Taqsim


É uma improvisação que não possui ritmo ou estrutura definidos. Pode representar o solo de um determinado instrumentista dentro de uma composição, ou mesmo constituir a própria composição.

É tocado sem instrumentos de percussão e freqüentemente por um só instrumento que pode ser a flauta, o alaúde ou o acordeão. Tradicionalmente, é utilizado para fazer a parte lenta de uma música. O músico está livre para fazer o que quiser, favorecendo um momento especial de expressão pessoal.

14) Ayubi – AYUB ou ZAAR acelerado


É um ritmo 2/4 simples e rápido, usado para acelerar (ou "aquecer") uma performance. Ele se encaixa bem com outros ritmos e geralmente é utilizado para "acentuar" outro ritmo. Não é executado durante tempos muito longos, pois se torna monótono. É bem parecido com o ritmo Soudi.

Comum e claro, é tocado no oriente desde a Turquia até o Egito. Lento para a dança tribal do norte da África, chamada "Zaar", que é realizada para afastar maus espíritos. São feitas oferendas de caças, carneiros, cabras, novilhos ou camelos jovens, num tipo de ritual.

No Marrocos, numa versão mais acelerada, é presente no folclore e é tocado num compasso de 6 tempos. O som dele, dizem alguns, ilustra em forma de música o andar dos cavalos no deserto.

Existe uma dança típica beduína que pode ser apreciada no Egito, onde um homem monta sem cela um cavalo árabe e comanda os movimentos do animal com seus pés. A música tem como base rítmica o Ayubi e a melodia desenhada por mizmar (flauta). Tudo permeado de improviso. Quando tocado com dois Duns, chama-se "Bayou".

Na dança, Ayubi aparece em momentos de transição na música e você necessita usar de criatividade, pois ele por si só é linear e não provoca inspiração gratuita. Atualmente este ritmo é executado dentro de espetáculos de dança, mas sem o objetivo ritualístico.

D T D S

15) Vals


Ritmo 3/4 utilizado na música oriental e também na música ocidental, conectado à própria valsa. Transmite uma influência, mas de certa forma interrompida por sua contagem de tempo em número ímpar. Encontrado especialmente nas músicas clássicas egípcias. O acento principal encontra-se no primeiro tempo do compasso. É uma das maiores provas do povo árabe, mas não veio do árabe. É um ritmo ocidental.

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16) Hatcha


É um ritmo mais lento e que não veio do Egito. É originário da Síria e Líbano. É muito envolvente.

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17) Fox


É essencialmente uma marcha, provavelmente criada por influências de músicas ocidentais.
Usada em composições modernas no Egito. Não é um ritmo tradicional. É constante e acelerado. O deslocamento se mantém.

D S D S D S D S

18) Jabalee
Basicamente folclórico, os jabalees são pessoas muito simples, que moram nas montanhas do Líbano.
Dança de roda usado muito nos países árabes, para comemorar um casamento ou algum acontecimento de muita alegria.

D D D T D

19) Aksak
Compasso 16/4, este ritmo foi documentado no Touma's - a música dos árabes. É assimétrico e dá um sentimento de parada ou vacilação.
O termo Aksak, foi usado pelos músicos turcos, para descrever a grande variedade de ritmos registrados nos grupos dois e três.
Usado na música grega com pausas longas e curtas.

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20) Bamby

Ritmo 4/4, tem um sentido de "chamada" ou preparação para algo que está por vir, devido aos seus três Duns pausados iniciais.

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21) Konga


Compasso 4/4, é um ritmo bastante envolvente, por ter um breque deslocado após o terceiro tempo. Por esta razão é muito empregado nas músicas árabes quando se busca dar na composição um teor forte e marcante.

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22) Hagallah ou Hajallah

Compasso 4/4, este ritmo é a metade do Masmoudi Kebir. A letra "g" é empregada no Egito e o "j" no Líbano e Síria, é como um sotaque. O Hagallah também designa uma seqüência composta por Setrak (um percussionista muito famoso no Oriente). Este seu solo foi copiado por diferentes tablistas e é usado até hoje. Consiste numa introdução com Malfouf ou Laff, em três compassos, como uma pergunta e no quarto compasso há uma resposta de Dum Dum Tack. Em seguida, entra o próprio Hagallah, três compassos novamente e a resposta Dum Dum Tack no quarto compasso. Posteriormente é feito um ritmo mais lento, similar ao Wahd de 4 tempos, ainda com as respostas no quarto compasso já mencionadas.

Esta seqüência, é uma excelente introdução para solo de tabla, pois o diálogo dos ritmos com perguntas e respostas é rapidamente capitado pela dançarina.

23) Samba

Compasso 4/4, é um ritmo usado especialmente nos solos de derbake. O Samba tem justamente uma pitada do nosso ritmo, fornecendo alegria e brasilidade, através das marcações no contratempo entre o tempo um e o dois.

T T T T T TT

24) Rumba


Seu estilo nos remete à Espanha. É um ritmo 4/4 e pode fornecer uma impressão de que seja um compasso de 3/4.

Há um outro ritmo denominado Bolero, que é uma versão mais lenta da Rumba, utilizado em músicas como "Mirselu" e "Erev Sehl Schoshanim". A Rumba, inicia-se pelo quarto tempo do compasso e isto é responsável por sua graciosidade.

DTKTKTK D

25) Karsilama 
Compasso 9/8, significa "frente a frente" em turco. Sua formação é de três compassos de dois tempos e um de três.

D K T K T K KDKT KT K T

26) Rush
 
Floreado utilizado pelo percussionista, que cria um grande impacto na audiência. Não possui acento pré-determinado nem contagem. Os dedos passeiam com rapidez assombrosa no derbake, criando a sensação de vibração sonora. As flutuações de aceleração são totalmente improvisadas; a bailarina e o músico devem estar perfeitamente entrosados.

Para o expectador, o instrumento leva a música para dentro de seus ouvidos e o corpo da bailarina deverá ser a tradução exata das impressões sonoras recebidas.

Fontes* Libanoshow - O seu portal da Cultura Árabe
* Dança do Ventre - Ciência e Arte - Patrícia Bencardini
* Dança do Ventre - Dança do Coração - Merit Aton
* A Arte da Dança do Ventre - Ritmos 1 e 2 - Lulu Sabongi
* Percussionista árabe Marco Hajjar

Fonte:
Véiu de Isis
terça-feira,de maio de 2007
http://grupodedancadoventre-veudeisis.blogspot.com/2007/05/msica-e-harmonia-csmica.html
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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