quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Difamacao (Defamation) - A Indústria do Antissemitismo - Yoav Shamir


‘O fenômeno chamado antissemitismo só existe na mídia de Israel’

Paulo Nogueira 30 de janeiro de 2013 11
Num documentário primoroso, o cineasta israelense Yoav Shamir se defende espirituosamente das acusações de antissemita.

Um garoto palestino tira a roupa para ser revistado
Um garoto palestino tira a roupa para ser revistado

Sugiro fortemente que você assista ao documentário que colocarei abaixo deste texto. O nome é Difamação, e o autor é o documentarista israelense Yoav Shamir, 43 anos. O vídeo tem legendas em português.

É uma aula divertida e instrutiva sobre a questão do antissemitismo. Só um judeu poderia ter feito o que Shamir fez sem ser soterrado por acusações de antissemitismo.

Quer dizer: nem um judeu poderia fazer o que ele fez, porque Shamir tem sido acusado de antissemitismo.


Shamir

Shamir

O documentário, na verdade, é uma resposta de Shamir aos detratores. Ele se transformara num “antissemita” ao fazer um documentário anterior, chamado Checkpoints. (Postos de controle.)

Ali, ele narrou a experiência dos palestinos cujas roupas, bolsas, malas e pertences são vasculhados rotineiramente por soldados israelenses em guaritas, ou postos de controle, nos territórios ocupados.

Foi um trabalho quase confessional. Shamir trabalhara num posto de controle. O resultado não foi exatamente favorável a Israel, e então ele foi carimbado como antissemita. “Difamação” é sua brilhante, espirituosa, comovente resposta.

Shamir ouviu notáveis judeus iconoclatas vítimas da mesma acusação, como Normal Finkelstein. Mas a grande estrela do documentário é sua avó. A velhinha desbocada diz que a melhor coisa que os judeus que vivem fora poderiam fazer por Israel não é produzir acusações em série de antissemetismo. É, sim, viver em Israel e ajudar o país a florescer.

Clap, clap, clap para a avó de Shamir. De pé. E para o neto, também, que coloca em debate, de forma inteligente, profunda e agradável, um dos assuntos mais complexos do mundo moderno – a tênue fronteira que separa o justo combate ao antissemetismo e a cínica indústria do antissemitismo.

11 Comments »

  1. marcos nunes 23 de janeiro de 2013 at 12:12 - Reply
    Para se ser antissemita hoje basta colocar em dúvida o papel de Israel, e isso milhões de judeus da diáspora fazem, por isso são tratados a golpes de silêncio pois, se suas vozes fossem consideradas, o destino tanto de israelitas quanto de palestinos seria outro, e os ultraordodoxos ficariam solitários e eternamente sem perceber que tudo o que fazem nada diz respeito a fé nenhuma, mas à necessidade dos EUA de manter uma cabeça-de-ponte no Oriente Médio. Vale uma menção a Shlomo Sand, autor de “A invenção do povo judeu”.

  2. Mario Silveira 23 de janeiro de 2013 at 14:47 - Reply
    Excelente esse documentário, muito esclarecedor!!!

  3. José Wagner 23 de janeiro de 2013 at 15:04 - Reply
    Olha a geopolítica!Se os EUA possuem cabeça de ponte no O.M. ela é a Arabia Saudita.

    • Clovis Pacheco Filho 23 de janeiro de 2013 at 16:23 - Reply
      A Arábia Saudita – e mais os Emirados do Golfo são cabeças de ponte norte-americanas, no sentido de que lá os gringos podem manter tropas. Israel é bem mais que isso, é a ponta-de-lança dos Estados Unidos no Oriente Médio. Seu braço atuante mais imediato.

  4. Clovis Pacheco Filho 23 de janeiro de 2013 at 15:21 - Reply
    Paulão, os sionistas ainda não o xingaram de anti-semita?
    • Paulo Nogueira 23 de janeiro de 2013 at 16:02 - Reply
      Sou cristão novo, Prof, semita nas origens …

      • Clovis Pacheco Filho 23 de janeiro de 2013 at 16:23 - Reply
        E isso basta? É renegado… Eu também sou anti-semita, apesar dos antepassados sírios…

        • Paulo Nogueira 23 de janeiro de 2013 at 16:38 - Reply
          Digamos que tenho essencialmente a mesma visão do autor do documentário, Prof.
  5. helcio dias de sa 27 de janeiro de 2013 at 17:05 - Reply
    A historia da humanidade deve estar sendo conversada lá em cima,com Jesus dizendo aos dois,Henfil e Millor.voces entenderam,se divertiram,encantaram e o circo humano continua.

  6. Cesar Barroso 27 de janeiro de 2013 at 23:53 - Reply
    Após assistir o excelente documentário pergunto: América Latina antissemita? Esse pessoal só pode estar brincando. Estão brincando com gente séria, que respeita a todos os que vivem no Brasil e outros países latino americanos. Só mesmo para preservar a vida de luxo que 70 milhões de dólares anuais de orçamento proporcionam, essa gente hipócrita da ADL pode ter a coragem de dizer que há antissemitismo na América Latina.

    Felizmente essa farsa está se dissolvendo. Mesmo tendo colocado Netanyahu no seu devido lugar, Obama levou 69% do voto judeu nas últimas eleições, contra um ridículo Mitt Romney que não perdia uma oportunidade de declarar amor eterno a Bibi.


    Eu posso dizer, por experiência recente, que o que existe na América Latina é anti-não-semitismo. Grupos de judeus que dominam algumas áreas e irresponsavelmente fecham as portas à competência para favorecerem outros judeus.


    Podem chamar a minha declaração de antissemita. Vocês já estão suficientemente desmascarados.


  7. Alexandre 30 de janeiro de 2013 at 15:35 - Reply
    Souberam que Israel pratica castração química, nos judeus etíopes, sem conhecimento ou consentimento explicito dos mesmos?
    http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/israel-admite-uso-de-contraceptivos-em-imigrantes-da-etiopia



     Fonte:
    Sobre o autor: Paulo Nogueira  
    Veja todos os posts do autor

     

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Que tal comentar agora?